Confira quem está na disputa no 2º turno das Eleições 2024

Três semanas após o 1° turno das Eleições Municipais de 2024, eleitoras e eleitores de 51 cidades, sendo 15 capitais, voltam às seções eleitorais neste domingo (27) para escolher quem ocupará as prefeituras pelos próximos quatro anos. O horário de votação será das 8h às 17h, pelo horário de Brasília (DF).  

O 2º turno só pode ocorrer para o cargo de prefeito nos municípios com mais de 200 mil eleitores. Essa segunda etapa somente acontece se nenhum dos concorrentes alcançar metade mais um dos votos válidos (dados a candidatas e candidatos) no 1º turno. Nesse caso, os dois candidatos mais votados participam de uma nova disputa.  

Confira as 15 capitais e as candidatas e os candidatos que concorrem neste 2° turno: 

  • Aracaju (SE): Emília Corrêa (PL) e Luiz Roberto (PDT) 
  • Belém (PA): Igor Normando (MDB) e delegado Éder Mauro (PL) 
  • Belo Horizonte (MG): Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD) 
  • Campo Grande (MS): Adriane Lopes (PP) e Rose Modesto (União) 
  • Cuiabá (MT): Abilio (PL) e Lúdio (PT)  
  • Curitiba (PR): Eduardo Pimentel (PSD) e Cristina Graeml (PMB) 
  • Fortaleza (CE): André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT) 
  • Goiânia (GO): Fred Rodrigues (PL) e Mabel (União) 
  • João Pessoa (PB): Cícero Lucena (PP) e Marcelo Queiroga (PL) 
  • Manaus (AM): David Almeida (Avante) e capitão Alberto Neto (PL)  
  • Natal (RN): Paulinho Freire (União) e Natália Bonavides (PT) 
  • Palmas (TO): Janad Valcari (PL) e Eduardo Siqueira Campos (Pode) 
  • Porto Alegre (RS): Sebastião Melo (MDB) e Maria do Rosário (PT)  
  • Porto Velho (RO): Mariana Carvalho (União) e Léo (Pode) 
  • São Paulo (SP): Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) 

Municípios  

Além das 15 capitais, o 2° turno vai ocorrer em mais 36 municípios de 13 estados. Confira a lista: 

  • Bahia – Camaçari 
  • Ceará – Caucaia  
  • Espírito Santo – Serra 
  • Goiás – Anápolis e Aparecida de Goiânia 
  • Maranhão – Imperatriz 
  • Minas Gerais – Uberaba 
  • Pará – Santarém 
  • Paraíba – Campina Grande 
  • Paraná – Londrina e Ponta Grossa 
  • Pernambuco – Olinda e Paulista 
  • Rio de Janeiro – Niterói e Petrópolis 
  • Rio Grande do Sul – Canoas, Caxias do Sul, Pelotas e Santa Maria 
  • São Paulo – Barueri, Diadema, Franca, Guarujá, Guarulhos, Jundiaí, Limeira, Mauá, Piracicaba, Ribeirão Preto, Santos, São Bernardo do Campo, São José do Rio Preto, São José dos Campos, Sumaré, Taboão da Serra e Taubaté 

Braço direito do presidente Jair Bolsonaro, desde quando foi ministro do governo, Gilson Machado foi  chamado para a carreata final de apoio a candidata de direita a prefeita em Palmas (TO ), Janad Marques.

A relação de lealdade e confiança entre Gilson Machado e Bolsonaro  se mantém fortalecida e isso foi claramente mostrado no apoio de Bolsonaro quando colocou a mão na candidatura de Gilson Filho como seu candidato a vereador do Recife.

“Benção” que rendeu ao filho de Gilson a segunda maior votação no Recife para a Câmara de Vereadores com mais de 16 mil votos dos recifenses. “Essa parceria vai além da política , é uma relação de lealdade e admiração e sempre serei um representante forte em defesa dos valores da Direita no país “, reforçou Gilson Machado.

Um dos mais emblemáticos cinemas de rua do Brasil, o Cinema São Luiz, situado às margens do Rio Capibaribe, no Recife, está de volta. A governadora Raquel Lyra e a sua vice, Priscila Krause, participaram, nesta sexta-feira (25), do ensaio geral para reabertura ao público, que será realizada no dia 1º de novembro. Neste primeiro momento, foi feita uma apresentação para funcionários da Secretaria de Cultura e os colaboradores que trabalharam na recuperação do equipamento cultural, com a exibição do filme Retratos Fantasmas, do cineasta Kleber Mendonça Filho, que também esteve presente. 

“Esta sessão aqui não poderia ser de outra forma que não com quem trabalhou muito para poder transformar esse sonho de devolver ao Recife e ao povo de Pernambuco e do Brasil um lugar tão especial como este. Eu quero agradecer a todos que se empenharam para fazer a obra. Os trabalhadores que se dedicaram com muito carinho para fazer esse restauro lindo, que fica marcado no coração e na memória do povo pernambucano. Agradeço ao governo federal e ao presidente Lula, porque parte dos recursos aplicados no cinema é da Lei Paulo Gustavo, que tem sido fundamental para fazermos obras importantes, além das contrapartidas do Governo de Pernambuco. Essa reabertura renova a esperança de termos um prédio icônico e histórico podendo ser utilizado pela população”, destacou a governadora Raquel Lyra.

O cineasta Kléber Mendonça ressaltou a imponência e a tradição do São Luiz. “Poucas cidades no mundo têm uma sala como o São Luiz. E o Recife, ao longo de muitas décadas, conseguiu mantê-lo. Isso é uma tendência que se perpetua, agora, com essa restauração, que na verdade nunca tinha acontecido realmente nessa sala. E ela, com 71 anos hoje, é seguramente uma das salas mais lindas do mundo”, afirmou.

Para a reabertura do equipamento, a Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE) e a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) realizaram a recuperação da coberta, orçada em R$ 106 mil, com recursos do governo estadual, e a restauração do forro decorativo, no valor de R$ 1,3 milhão, por meio de recursos da Lei Paulo Gustavo.

Após quase dois anos com as portas totalmente fechadas devido aos problemas estruturais do espaço, o monumento histórico será reaberto para toda a população com o início da programação do 15º Festival Janela Internacional de Cinema do Recife, que segue até dia 8 do próximo mês. O espetáculo inclui lançamentos nacionais e internacionais, clássicos restaurados, sessões com música ao vivo, o retorno da premiação de curtas-metragens nacionais, além de ações formativas e homenagens, entre elas, à cineasta pernambucana Kátia Mesel.

A próxima etapa da restauração do cinema serão as obras que englobam a recuperação estrutural das marquises externas, a implantação do sistema de prevenção e combate a incêndio, a requalificação dos banheiros com acessibilidade e a instalação de um elevador acessível aos quatro pavimentos superiores. O investimento será de R$ 1,9 milhão, com recursos da Lei Paulo Gustavo.

Em celebração aos 120 anos de nascimento do mestre Capiba, um dos maiores ícones da música pernambucana, o Governo de Pernambuco destinou o uso da Casa Capiba, localizada no bairro do Espinheiro, no Recife, ao Conservatório Pernambucano de Música (CPM). Nesta sexta-feira (25), em visita ao local, a governadora Raquel Lyra, ao lado da vice-governadora Priscila Krause, anunciou o investimento de R$ 1,5 milhão para a reforma e ampliação do espaço, que será destinado para um memorial ao mestre Capiba e áreas para as atividades do CPM, que beneficiará cerca de 1,6 mil estudantes. Na visita, a governadora também anunciou que Capiba será o homenageado do Carnaval de Pernambuco 2025.

“Anunciamos que a Casa de Capiba será uma unidade do Conservatório Pernambucano de Música. O mais importante é que o legado, a cultura, a história do nosso mestre, que levou Pernambuco para além de nossas fronteiras, para o mundo, será permanente. Acreditamos em um Pernambuco forte, restaurando e resgatando a nossa história, o nosso patrimônio, para permitir que o sentimento de pernambucanidade, que nós todos temos de maneira tão forte, possa estar sempre presente. E anunciamos que a homenagem do Carnaval de 2025 será feita ao mestre Capiba com muita alegria. Dona Zezita já deu seu aval para que possamos ter a oportunidade e a honra de agradecer e de poder presentear o povo de Pernambuco, do Brasil e do mundo, com suas músicas e, claro, dançar muito frevo”, destacou a governadora Raquel Lyra.

O objetivo da iniciativa é preservar e assegurar a continuidade do legado de um dos maiores defensores da cultura pernambucana. “Esse é um momento muito especial, uma oportunidade de recuperar a casa do mestre Capiba. Vamos fazer aqui um espaço de música, que será uma unidade do conservatório, para que o legado dele permaneça vivo”, ressaltou a vice-governadora Priscila Krause. A viúva de Capiba, Dona Zezita, fez um agradecimento: “Obrigada pelas homenagens. Aqui tinha muita música, quase toda semana vinha gente aprender música com Capiba”, registrou.

O projeto de reforma e ampliação tem investimento previsto de R$ 1,5 milhão, com prazo de execução de dez meses após a assinatura do contrato. O planejamento garantirá a adaptação do espaço para as novas atividades, com adequações de acessibilidade e modernizações que respeitem sua estrutura original. A previsão é de que o edital de licitação para as obras seja lançado até o início do próximo ano para poder ser feita a assinatura.

A proposta de reforma inclui a recuperação da cobertura de madeira, requalificação dos ambientes, incluindo a climatização, recuperação das esquadrias e a preservação da pintura de fachada na cor amarela. “Haverá a ampliação da casa também, de 147 metros quadrados para 225 metros quadrados, um aumento de quase 80 metros quadrados. O projeto vai manter a fachada e toda a arquitetura original, visto que é um prédio tombado”, explicou Carlos Santos, secretário executivo de Obras da Secretaria de Educação e Esportes. 

Às vésperas de completar 79 anos, o presidente Lula (PT) resolveu aproveitar a manhã deste sábado (26) para pescar. A primeira-dama, Janja Silva, compartilhou o momento de desconcentração do marido no Instagram.

“Esse peixe aqui, como eu não ganhei presente de aniversário, eu resolvi acordar hoje, sábado, dia 26, e vim aqui no lago pescar. Esse peixe aqui é meu grande presente. Ele tá com seis quilos, vou fazer ele assado na churrasqueira”, brincou o presidente.

Ele disse ainda que o prato que vai preparar com o pescado aprendeu com um paraguaio. “Aí eu vou fazer esse peixe com maionese, vai ser a primeira vez que a Janja vai comer, a Neudi, o Cecílio, o Zé vai comer um pedaço, o Misael, o Azevedo, o Carlão, todo mundo vai comer um pedaço desse meu peixe aqui com maionese. É uma especialidade minha, eu aprendi a fazer com um paraguaio, pescando lá no Rio Paraguai“, contou.

Do Correio

Por Marcela Mattos*

Antes de assumir o Ministério da Defesa, José Múcio foi deputado federal por vinte anos, ministro das Relações Institucionais no segundo mandato de Lula e ministro do Tribunal de Contas da União. Como parlamentar, militou na Arena do regime militar, foi filiado ao PDS, ao PTB, ao PSDB e ao PFL (hoje, União Brasil). É um político tarimbado, dono de algumas virtudes raras, com destaque para o bom humor com que enfrenta os problemas. Ele costumava comparar seu antigo gabinete no Palácio do Planalto, por exemplo, a um “bolo de rolo”, iguaria típica de seu estado natal, Pernambuco. 

Mas fazia uma importante ressalva: ali, o que sobrava mesmo era só rolo, dor de cabeça — rotina que ele retomou ao decidir abandonar a aposentadoria e aceitar o convite para voltar ao governo em 2023. E os rolos têm sido tantos que, se dependesse apenas de certos aliados, o ministro não teria sobrevivido à primeira semana no cargo. Sua “demissão” já foi anunciada várias vezes — a última, aliás, há duas semanas, depois que ele disparou em público uma série de petardos que resvalaram em alvos dentro do próprio governo.

Diante de uma plateia de empresários, Múcio afirmou que havia “ranços ideológicos” em decisões que envolvem as Forças Armadas, criticou o impedimento da exploração de potássio em terras indígenas e alfinetou a decisão do governo de suspender uma licitação para a compra de blindados de Israel. A sinceridade é outra de suas qualidades. “Houve agora uma concorrência, uma licitação, venceram os judeus, o povo de Israel. Mas (…), por questões ideológicas, nós não podemos aprovar”, reclamou. 

Múcio disse ainda que o Ministério da Defesa estava “órfão” e que a população deveria creditar aos militares o fato de não ter havido uma ruptura democrática no dia 8 de janeiro do ano passado. As declarações tiveram uma enorme repercussão. Políticos de oposição elogiaram, enquanto os aliados e o PT classificaram as opiniões como ofensivas, especialmente em relação a Celso Amorim, assessor internacional do presidente da República e incentivador do boicote às empresas israelenses. Rolo grande. A “demissão” dessa vez parecia iminente.

Entre todos os auxiliares do primeiro escalão do governo, Múcio é um dos poucos que não têm um partido, um grupo político ou uma base social em sua retaguarda — situação que, por si só, já denotaria um nível alto de fragilidade. Nem tudo é o que parece. Depois das declarações do ministro, o próprio presidente se empenhou em aplacar a controvérsia. Lula disse em entrevista que Múcio lhe telefonou “apavorado” porque tinha falado o que não devia, mas que o assunto estava superado e em nada havia abalado a permanência de seu “amigo” no governo. Ou seja, página virada. Ao contrário do que disse o mandatário, porém, o ministro não ficou apavorado nem achou que falou demais. “Eu precisava fazer aquele discurso”, comentou ele com um parlamentar, lembrando que, até por estratégia, às vezes é necessário defender bandeiras que podem gerar ruídos para garantir a boa relação entre os militares e o governo. “E o PT ainda fica me queimando”, acrescentou, sem demonstrar nenhuma preocupação.

O ministro, de fato, é um negociador talentoso. Ainda na transição do governo e em meio ao clima de tensão e desconfiança que havia entre a caserna e os petistas, ele recebeu a missão de começar a apaziguar os ânimos. Diligente, levou o presidente a solenidades militares, atuou para despolitizar os quartéis, impediu manifestações de aliados contra as Forças Armadas e afastou sem fazer barulho os oficiais acusados de flertar com o golpismo. 

Antes dos ataques de 8 de janeiro, Múcio disse que o acampamento em frente ao QG do Exército era uma “manifestação democrática” e se opôs à retirada dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro do local. Ao acenar para os dois lados, o ministro evitou o acirramento da tensão, mas, com isso, também angariou antipatias pontuais — algumas não recomendadas. No dia da baderna, por exemplo, a primeira-dama Janja da Silva criticou o ministro por sugerir ao presidente a decretação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), um dispositivo que concede às Forças Armadas poderes de polícia. Seguindo sua estratégia, Múcio ainda disse que não considerava as depredações dos prédios do Planalto, do Supremo e do Congresso como uma tentativa de golpe de Estado, ao contrário do que o próprio Lula havia declarado publicamente. Rolo e mais rolo.

Naquela semana fatídica, Múcio não foi apenas “demitido” como chegou a ser informado sobre o nome do seu sucessor, ninguém menos que o vice-presidente Geraldo Alckmin. Para contornar a crise, o ministro lembrou o presidente de que a prioridade dele não era conquistar a simpatia dos aliados, muito menos dos petistas que pediam sua cabeça. Ele estaria empenhado exclusivamente em demolir a barreira de desconfiança que separava o novo governo e a cúpula militar. 

Um ano e meio depois, vez ou outra ele ainda escuta uma provocação. Certa vez, o ministro ouviu do deputado e ex-presidente do PT Rui Falcão que seu trabalho não era aprovado. “Eu sei. E, inclusive, o presidente me falou que você já disse isso a ele”, deu de ombros. Múcio avalia que cumpriu a missão com sucesso. Em tese, portanto, agora já poderia ser demitido. Ele ri discretamente quando lhe perguntam sobre essa possibilidade. O ministro da Defesa é um caso raro em que a aparente fragilidade sustenta uma invejável resiliência.

*Repórter da Veja

Por Marcelo Tognozzi*

O santo de lord Strangford não cruzava com o da rainha. Inglês cheio de fleugma, soberbo, se metia em tudo desde quando desembarcou no Brasil naquele 8 de março de 1808 junto com a família real portuguesa. Strangford agia como se o resto do mundo fosse o quintal de Sua Majestade o rei George 3º. Nariz empinado, transitava olímpico pelo Rio.

Carlota Joaquina decretara para todos a obrigação de reverenciá-la com salamaleques ao cruzar a corte tropical com seu séquito. Strangford, convencido da sua superioridade à mulher de d. João, recusou curvar-se. Carlota não titubeou: mandou um dos seus guardas dar umas boas chibatadas no lombo daquele abusado embaixador inglês.

Foi uma demonstração de força. Carlota exibiu todo seu poder diante do súdito inglês, que ela reputava como intrigueiro e encrenqueiro. A rainha nunca perdoou Strangford pela interferência nos seus interesses junto às colônias espanholas na América, as quais iniciaram seu movimento de independência depois de Napoleão ter tomado a Espanha e humilhado a família de Carlota.

Passados mais de 200 anos, a cultura da arrogância continua. O escritório inglês Pogust Goodhead, anabolizado por fundos abutres, tenta arrancar uma indenização bilionária da Vale e da BHP, empresas responsáveis pelo desastre de Mariana, em 2015, quando a barragem do Fundão se rompeu, deixando um rastro de morte e destruição. O argumento dos advogados do Pogust é o de que a Justiça brasileira não garantiria a indenização às vítimas.

O governo brasileiro, cujo ministro das Minas e Energia Alexandre Silveira, advogado, ex-delegado de polícia e candidatíssimo ao governo de Minas em 2026, agiu com determinação e habilidade, simplesmente atropelou os advogados ingleses com um acordo muito mais atraente para as vítimas do que o proposto à Justiça londrina. 

O presidente Lula mostrou que a mesma soberania que dá em Elon Musk também dá no Pogust Goodhead, assinando o acordo com a Vale e a BHP, tendo como testemunhas os Poderes Legislativo e Judiciário e garantindo às vítimas o direito de receberem suas indenizações rapidamente. O STF proibiu as vítimas de desastres ambientais de pagarem honorários a advogados estrangeiros.

Neste acordo, só os advogados ingleses e os fundos abutres perdem. A proposta acordada entre o governo e as empresas determina que 300 mil pessoas receberão indenizações imediatas de R$ 35.000 e os pescadores de R$ 95.000.

A ação em Londres não será resolvida antes de 2026, e os pagamentos provavelmente só sairiam em 2028. Aqui, as empresas pagarão R$ 170 bilhões. Na Inglaterra, seriam R$ 230 bilhões, já incluídos os honorários do Pogust Goodhead. Ou seja: O Planalto e o STF garantiram dinheiro na mão das pessoas sem que fosse preciso pagar honorários a oportunistas. 

O Pogust, como contei neste artigo, se especializou em caçar oportunidades em cima das desgraças alheias. Ele não tem qualquer empatia pelos brasileiros e suas mazelas, como não tiveram pelos africanos. 

No caso da cidade mineira Mariana, sonhavam em ganhar uma bolada bilionária. Agora, com a decisão do governo brasileiro em fechar acordo com as empresas favorecendo as vítimas, tomaram um drible da vaca de perder o rumo. Ou melhor: uma chibatada no melhor estilo Carlota Joaquina.

Diante da possibilidade concreta do acordo, o fundador do escritório britânico Tom Goodhead, sujeito que costuma voar de Londres para Nova York só para jantar nos seus restaurantes favoritos, gastou saliva e sola de sapato visitando comunidades atingidas pela tragédia e recomendando aos moradores que recusassem o acordo brasileiro e aguardassem a conclusão do processo judicial no exterior. Não colou. É preciso ser muito trouxa para ver vantagem em esperar até 2028 por uma indenização da Justiça de Londres, quando no Brasil a grana sairá em poucos meses.

É um insulto para o país que um escritório de advocacia britânico baseie seu caso na suposta incapacidade de o governo e o Supremo fazerem justiça. O acordo firmado entre o Planalto e as mineradoras não apenas desmente essa alegação, mas mina completamente os fundamentos do processo judicial que acaba de começar em Londres.

Todo o processo na corte londrina está sendo julgado com base na legislação ambiental brasileira. No entanto, os advogados de defesa da Vale e BHP explicaram ao tribunal que o Pogust Goodhead tenta modificar a forma como nossa lei ambiental é aplicada.

Imagine um tribunal estrangeiro querendo mudar as nossas leis, aqueles juízes com perucas brancas de cachinhos dizendo o que se deve ou não se deve fazer. Um escárnio completo. Não existe país com mínimo senso de soberania capaz de permitir alterações em suas leis por uma Corte estrangeira. Imagine se fosse o contrário: um tribunal brasileiro tentando modificar a legislação do Reino Unido. Oh, my God!

Os advogados do Pogust Goodhead terão o mesmo destino do velho arrogante lord Strangford. O embaixador se tornou influente na Corte, a ponto de indicar um apadrinhado para o cargo de desembargador em carta ao conde de Linhares, ministro das Relações Exteriores do Império. Pior: Antônio Rodrigues Veloso de Oliveira acabou nomeado por d. João.

Era a Inglaterra influindo na Justiça brasileira, como relata Raul Lima, ex-comandante do Arquivo Nacional. Passados poucos anos, mal o conde de Linhares acabara de morrer, seu substituto, o conde de Aguiar, tratou de defenestrar Strangford, em 1815, que foi cantar em outra freguesia. Ninguém aguentava mais aquele inglês insolente e cara de pau.

*Jornalista

Após mais de seis anos do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018, os ex-policiais militares (PMs) acusados do crime, Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, irão a júri popular na próxima quarta-feira (30).

A data foi definida pelo juiz Gustavo Kalil, titular do 4º Tribunal do Júri, durante reunião especial no último dia 12, no Fórum Central do Rio, com representantes do Ministério Público, os assistentes de acusação e a defesa dos réus.

Kalil, que presidirá o julgamento, solicitou que compareçam em plenário apenas as pessoas que efetivamente participarão do júri, para evitar aglomeração e tumulto. Defesa e acusação terão prazo de 10 dias para as provas orais finais.

Marielle Franco, vereadora pelo PSOL, foi assassinada no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro, na noite de 14 de março de 2018. Ela voltava de um encontro de mulheres negras na Lapa, quando seu carro foi alvejado com vários disparos. O motorista Anderson Gomes também foi atingido e morreu. 

Uma assessora da parlamentar foi ferida por estilhaços. O crime ganhou atenção internacional e foi considerado um ataque à democracia.

O crime deu início a uma complexa investigação, envolvendo várias instâncias policiais. Depois de muitas reviravoltas, chegou-se à prisão dos ex-PMs Ronnie Lessa e Elcio Queiroz. Neste ano, foram presos os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, apontados como mandantes dos assassinatos, além do ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa. O processo que envolve os supostos mandantes tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).

Busca por justiça

O Instituto Marielle Franco considera o julgamento um momento decisivo. “Foram 78 meses e mais de 2 mil dias em que nos juntamos desde que nos tiraram Marielle e Anderson. Marchamos, gritamos, nos emocionamos, amarramos lenços e levantamos placas em busca por justiça. A nossa força nos trouxe até aqui e neste mês a justiça, enfim, vai começar a ser feita”, diz em nota.

“No dia 30 de outubro, vai ter o julgamento dos acusados de assassinarem Marielle e Anderson, por meio do júri popular. Esse é um momento decisivo para todo mundo que luta por justiça e para quem acredita que o Brasil precisa ser um país sério, que não permite que mulheres, pessoas negras, LGBTQIAPN+ e faveladas sejam brutalmente assassinadas”, ressalta.

A organização não governamental (ONG) Anistia Internacional, que acompanha o caso, considera o julgamento “um passo importante em uma busca por justiça se iniciou há mais seis anos. Porém, só haverá justiça, de fato, quando autoridades brasileiras garantirem que todos os responsáveis pelo crime, inclusive pelo planejamento, bem como todos os responsáveis por eventuais desvios e obstruções das investigações, sejam também levados à justiça em julgamentos justos, que atendam aos padrões internacionais, e responsabilizados por seus atos”, diz a ONG em nota.

De acordo com a Anistia Internacional, o Brasil continua sendo um dos lugares mais perigosos para defensores dos direitos humanos. Segundo o relatório da Global Witness, em 2023, o país ocupava a segunda posição no ranking daqueles que mais matam ativistas e ambientalistas, com 25 mortes. Entre 2012 e 2023, 401 defensores foram assassinados no país.

“É dever do Estado brasileiro garantir justiça e reparação para as famílias e medidas de não repetição para que situações como esta não voltem a acontecer”, acrescenta a ONG.

Da Agência Brasil

A candidata à Prefeitura de Olinda, Mirella Almeida (PSD), começou o último dia de campanha realizando uma grande caminhada. A postulante andou, neste sábado (26), pelas ruas de Rio Doce. O ato teve a presença da governadora Raquel Lyra (PSDB), da vice-governadora Priscila Krause (Cidadania), de prefeitos eleitos e reeleitos em Pernambuco, além de deputados federais e estaduais. 

“A nossa campanha tem muita alegria, boas propostas e um time forte. Ouvimos a população de todos os bairros da nossa cidade. Com fé no futuro e união, Olinda vai andar para frente, com muito trabalho e dedicação”, comentou Mirella. 

Mirella e Ramos

Ainda na manhã de hoje, Mirella, Raquel Lyra e o candidato a prefeito de Paulista, Ramos (PSDB), além do prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro (PSDB), participaram de uma reunião onde os candidatos uniram os apoios. O encontro aconteceu em Jardim Atlântico e também teve a presença do presidente estadual do PSD, ministro André de Paula. 

Uma idosa de 80 anos foi morta na noite da última quarta-feira (23), na Travessa Nogália Lima, no Bairro da Boa Vista, em Garanhuns, no Agreste de Pernambuco. A principal suspeita do crime é a neta da vítima, Erica Eduarda André da Silva, de 33 anos.

Cícera Ferreira da Silva foi encontrada morta dentro da própria casa com “ferimentos provocados por arma de fogo”, segundo a Polícia Civil de Pernambuco. A idosa morava com um neto, que havia ido comprar frutas em um estabelecimento na rua onde morava no momento do crime. De acordo com as investigações, o pedido teria sido feito por Erica, que aproveitou a oportunidade de ter ficado a sós com a idosa para assassiná-la.

A princípio, ficou decidido na audiência de custódia que a suspeita ficaria internada provisoriamente no Hospital Dom Moura, pelo fato de haver indicativos de que ela sofre de transtornos psiquiátricos. No entanto, a juíza 1ª Vara Criminal da Comarca de Garanhuns decidiu redirecionar a internação de Erica para a Colônia Penal de Buíque, também no Agreste, onde há um serviço de atenção básica à saúde.

Nos autos do processo, a magistrada afirmou que há dúvidas sobre a saúde mental da mulher. Segundo ela, é necessário instaurar um incidente de insanidade mental para que o quadro mental seja comprovado. A perícia deverá ser conduzida pelo Setor de Psiquiatria Forense do Instituto de Medicina Legal (IML) de Pernambuco, com prazo de 45 dias para a conclusão.

Do Diário de Pernambuco