Fliporto de volta à Cidade Alta

Por Patrícia Breda
Da Folha de Pernambuco

Após cinco anos, a Fliporto – Festa Literária Internacional de Pernambuco voltará a ser realizada na Marim dos Caetés. De 14 a 17 de novembro, Olinda irá receber a 13ª edição do evento, que traz uma programação com foco na literatura e leitura, mas que dialoga, também, com outras linguagens artísticas, como as artes visuais, o teatro e a música.

Tendo como núcleo das atividades o Mercado Eufrásio Barbosa, no Varadouro, a Fliporto 2024 tem como homenageados Chico Science (1966-1997) – que, há 30 anos, junto com a Nação Zumbi, lançou o álbum “Da Lama ao Caos” – e o escritor Raimundo Carrero.

Patrimônio
“A Fliporto é um patrimônio de Pernambuco e dos pernambucanos e veio para voltar ao calendário internacional das festas literárias em Pernambuco”, exalta o curador da Fliporto, o escritor Antônio Campos.

Em entrevista à Rádio Folha, Campos adiantou alguns destaques da programação, que será divulgada na íntegra amanhã (17), no site Fliporto em Movimento (www.fliporto.com.br).

O endereço virtual, que também será lançado nesta quinta, é uma das novidades da Fliporto. O site será permanente e trará notícias da festa literária e de notícias relacionadas às literaturas brasileira e ibérica.

Outra novidade é a integração do festival OIinda das Artes à Fliporto. Abrirão mais de 100 ateliês e restaurantes, em um circuito artístico e gastronômico, que acontecerá paralelamente à festa literária. Mais além: o Olinda das Artes passará a acontecer mensalmente (último sábado de cada mês) e também terá site próprio.

Homenageados
Alguns destaques da programação da Fliporto 2024 são relacionados aos homenageados desta edição. Na abertura do evento, dia 14/11, a Literatrupe fará um sarau homenageando Chico Science e o poeta Miró da Muribeca. No mesmo dia, DJ Vibra apresenta releituras de músicas do mangueboy.

Uma das mais importantes obras de Chico, o álbum “Da Lama ao Caos” será tema de conferência que reunirá a jornalista Lorena Calábria, autora do livro sobre o disco inaugural de Chico Science & Nação Zumbi; Liminha, produtor musical da obra; e Goretti França, irmã de Chico.

O outro homenageado da Fliporto, o escritor Raimundo Carrero, participará de uma conversa mediada pelo jornalista Mário Hélio, sobre a importância das festas literárias na contemporaneidade e para a formação de novos autores.

Outras atividades
Além de Chico Science e Raimundo Carrero, outros autores serão lembrados na programação da Fliporto. Em referência aos 500 anos de nascimento de Luís de Camões, participará o escritor português João Morgado, autor do romance biográfico “O Livro do Império, sobre o autor de “Os Lusíadas”.

Também será apresentada a peça “A última noite de Kafka”, com a presença do escritor e autor Cláudio Aguiar. Em 2024, completam-se 100 anos de falecimento do escritor tcheco, autor dos antológicos “A Metamorfose” e “O Processo”.

Futuro
Antônio Campos também anunciou que em 2025 será realizada a Fliporto Portugal, na cidade de Aveiro, paralelamente e em diálogo com a edição olindense.

Por Larissa Rodrigues
Repórter do blog

Um dos mais fiéis escudeiros do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Pernambuco, o deputado estadual Alberto Feitosa (PL) fez uma avaliação das eleições municipais deste ano para o Partido Liberal no Estado. Durante o pleito, as divergências internas ficaram expostas com direito a críticas do próprio Bolsonaro.

O ex-presidente criticou Anderson Ferreira, que preside a legenda no Estado, por não ajudar na campanha de Gilson Machado, que disputou a vaga de prefeito do Recife. Na opinião de Alberto Feitosa, a eleição deixou um alerta para os membros do partido sobre importância da união.

Atualmente, dois grupos medem forças no PL de Pernambuco, o de Gilson Machado, mais ligado a Bolsonaro, e o grupo dos Ferreira, do ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes Anderson Ferreira, mais ligado ao presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.

Alberto Feitosa puxou a sardinha para o lado de Bolsonaro, embora tenha afirmado que sua relação com todos do partido é tranquila. “O PL precisa de Bolsonaro para ser o partido que hoje é”, cravou.

“Minha relação com todos do partido é muito tranquila, amistosa e respeitosa. Mas eu sou crítico comigo e com tudo o que acontece. Eu acho que não foi bom para os Ferreira a forma como terminou a eleição no Estado”, observou Feitosa.

Fundo partidário

Na opinião do parlamentar, “alguns procedimentos não foram normais”. “Quando você tem um candidato com laço familiar, você pega aquele candidato e dá todo o fundo partidário e deixa outros 18 candidatos sem nenhum recurso, acho que isso não é bom. Poderíamos ter, ao invés de quatro vereadores, um quinto nome”, acrescentou.

Feitosa se referiu à campanha de Fred Ferreira, que foi reeleito vereador do Recife com 11.804 votos e teria recebido a maior parte dos recursos partidários, desagradando outros integrantes. O PL elegeu quatro vereadores na capital.

Para 2026, Feitosa disse que é preciso diálogo. “Uma série de componentes serão colocados na mesa de negociação e a gente vai sair com a melhor solução. Tem muito tempo. Vamos baixar as armas e abrir os espíritos para que a gente possa crescer e não dividir”, defendeu.

Por Larissa Rodrigues
Repórter do blog

Embora tenha perdido a eleição em Garanhuns, no Agreste, o deputado estadual Izaías Régis (PSDB) disse que continua animado com a política e afirmou ter saído bem do pleito. O prefeito atual, Sivaldo Albino (PSB), foi reeleito com 49.838 votos, contra 15.944 de Régis.

Líder da bancada do Governo Raquel Lyra (PSDB) na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Zazá disse que não está magoado com a governadora, que só esteve duas vezes na cidade para atos da sua campanha. Pelo contrário. O tucano garantiu que vai trabalhar pela vitória de Lyra em 2026 em Garanhuns.

“Cumpri a missão e cumprirei todas as missões que a governadora mandar. Eu ainda digo a você que vou ganhar a eleição para a governadora Raquel Lyra em 2026. Não tem dúvida, vou com a carga toda”, garantiu Izaías, em conversa com o blog, na tarde de ontem (15), na Alepe.

Ausência de Raquel Lyra

Questionado sobre a ausência de Raquel em sua campanha, o parlamentar defendeu a gestora. “Ela não abandonou Garanhuns, não. Ela cumpriu com o dever dela. A governadora em nenhum momento falhou comigo. Foi honesta, sincera e positiva comigo. Eu não forcei a barra para ela entrar em Garanhuns porque eu sabia que era difícil para nós”, relatou Régis.

O deputado destacou que ele mesmo pediu que Raquel não se preocupasse com ele, porque toda semana ele fazia uma pesquisa e sabia que a situação não era boa. “Ela tinha que focar em Caruaru, onde estava o perigo. Ela focou em Caruaru e ganhou a eleição com mais facilidade do que esperava”, comentou.

“O prefeito estava com muito dinheiro”

Izaías Régis creditou a vitória do prefeito Sivaldo Albino ao alto volume de recursos do qual dispunha o grupo socialista. “Minha avaliação (sobre as eleições) é fria e ao mesmo tempo fervendo. Não tinha condições de vencer as eleições, eu sentia isso e sabia, porque o senhor prefeito estava com muito recurso, com dinheiro do Finisa, R$ 120 milhões de emendas de Felipe Carreras, então era impossível. Mas eu não podia deixar ser W.O”, explicou.

Sem arrependimento

“Também não estou arrependido, porque, das sete eleições que disputei, essa foi a primeira que eu perdi. Não é nada demais perder. Então, eu sou um herói. Nos pênaltis que foram batidos, eu fui mal e ele foi bem”, disse Izaías.

Reconhecimento do trabalho do prefeito

Izaías Régis ainda comentou que reconhece o trabalho do prefeito Sivaldo Albino. “O povo lá estava com um prefeito que está fazendo muita obra e quis dar mais uma oportunidade. Ele está fazendo muitas praças, muitas coisas, evidente que com muito recurso que recebeu, com dinheiro de Finisa. Eu não tive essa fortuna de emendas”, disse.

Cumpri meus 8 km da corridinha diária, hoje, no maravilhoso Parque da Cidade, em Brasília. Ele é imenso. Tem pistas de até 20 km, numa área com muito verde, pássaros e gente exibindo saúde. De tão imenso, já abrigou até uma piscina de ondas.

Trata-se de um dos principais e mais extensos centros de lazer ao ar livre da cidade, concentrando quadras de esportes, lagos artificiais, parque de diversões, centro hípico e pistas de caminhada, patinação e ciclismo. O parque é considerado patrimônio de Brasília.

Originalmente, recebeu o nome de Rogério Pithon Farias, um jovem – filho do então governador – que morreu em um acidente de carro. Foi renomeado para Parque Dona Sarah Kubitschek em 1997. O parque ganhou fama nacional por meio da música Eduardo e Mônica do grupo brasiliense Legião Urbana.

Além das grandes áreas verdes livres, conta com parques infantis e de diversões, um kartódromo, catorze quadras poliesportivas, doze quadras de volêi e volêi de praia, nove quadras de futebol e futebol de areia, cinco quadras de saibro para tênis e mais três quadras de tênis de praia, entre outras. Fazem parte da área também várias praças, restaurantes e uma hípica.

Porque pai quer

Pai do deputado federal Mendonça Filho (União Brasil), ex-governador de Pernambuco e ex-ministro da Educação, o ex-deputado José Mendonça Bezerra, o Mendonção, que Deus chamou em 2011, aos 75 anos, era um homem sábio na política. Nunca perdeu uma eleição. De tão forte, era chamado de “A Baraúna do Agreste”.

Em 1994, abriu um paradigma na política pernambucana, reelegendo-se federal e elegendo o filho Mendonça também para a Câmara dos Deputados, façanha repetida nas eleições de 2022 pelo deputado Eduardo da Fonte (PP), que se reelegeu e elegeu seu filho Lula da Fonte (PP) para federal. Pernambuco tem se revelado um Estado rico na política de pai para filho. João Campos (PSB), prefeito do Recife, é o exemplo atual mais bem-sucedido.

A governadora Raquel Lyra (PSDB), cujo pai João Lyra Neto também foi governador de Pernambuco e prefeito de Caruaru, e a vice-governadora Priscila Krause (Cidadania), filha do ex-governador Gustavo Krause, se inserem também perfeitamente nesse contexto. A Assembleia Legislativa está, igualmente, recheada de casos assim. E nas eleições municipais do último dia 6, a Câmara de Vereadores acabou sendo estuário deste fenômeno.

O político não nasce pronto, aprende a estar pronto. Político também não se inventa, já nasce vocacionado. Mas há, sim, políticos maquiados, produzidos em laboratórios, gerados no ventre do ego dos pais ou de naturezas circunstanciais. Mendonção não inventou Mendonça Filho. Certa vez me confessou que gostaria que ele tivesse se apaixonado por Medicina, porque todo pai sonha em ter um filho médico.

Mas o tempo se encarregou de levar o filho de Mendonção para a vida pública. Enquanto teve voz ativa, entretanto, exercendo plenamente o papel de pai conselheiro, o velho cacique soube, como ninguém, com os pés no chão e a sabedoria que Deus lhe deu, ser um professor irrepreensível, inclusive para evitar vexames para o filho não ser ridicularizado em público.

Ontem, almoçando com Mendonça Filho, na companhia de dois amigos de Brasília – Aristeu Plácido Júnior e José Carlos – no mesmo apartamento e na mesma mesa que pertenceram ao seu pai, na 302 Norte, ouvi dele uma pérola, talvez a melhor lição que o pai deixou para ele.

“Meu filho, quando alguém perguntar por que você entrou na política, nunca caia na besteira de responder assim: “Porque pai quer”. Já vi alguns desses próceres juvenis da política darem essa escorregada, menos Mendonça Filho. Para ele, a lição ficou para o resto da vida!

ROMBO EM SURUBIM? – Em entrevista ao Frente a Frente de ontem, o prefeito eleito de Surubim, Cléber Chaparral (UB), disse que teme receber uma tremenda herança maldita da prefeita Ana Célia (PSB), que encerra em dezembro seu segundo mandato. “O que chega aos meus ouvidos é que meus adversários vão me entregar a Prefeitura com um rombo estratosférico”, afirmou, adiantando que já enviou ofícios pedindo informações sobre a saúde financeira da Prefeitura, mas sem resposta.

Armando Bisneto federal – Nos corredores do Congresso, ontem, em Brasília, ouvi que o ex-senador Armando Monteiro (Podemos) pode lançar o filho Armando Bisneto, advogado no Distrito Federal, mas apaixonado pela vida pública, candidato a deputado federal nas eleições de 2026. Armando já admitiu que pode disputar o Senado, mas não tem projeto para deputado federal. Se não tem, o filho sonha 24 horas em atuar no Congresso.

Herói da Pátria – A Lei que incluiu o nome de Eduardo Campos no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria foi sancionada, ontem, pelo presidente Lula em cerimônia no Palácio do Planalto, com a presença da família do ex-governador. “Quando sancionamos uma lei que transforma Eduardo em herói nacional, estamos dando uma contribuição para fazer com que aqueles que nasceram depois de nós possam conhecer outro tipo de político. Estamos enaltecendo as virtudes de um homem que nasceu no berço da política e morreu defendendo as pessoas menos favorecidas e pobres deste país”, disse Lula. O projeto original é de autoria do deputado Felipe Carreras (PSB), amigo da família.

Emoção nas falas – Renata Campos, viúva do ex-governador, e o prefeito do Recife, João Campos (PSB), filho de Eduardo, também falaram. “É muito importante a Nação brasileira reconhecer pessoas que lutaram, fizeram história e desejo que isso sirva de referência para as gerações futuras”, disse Renata. “Eu tenho certeza de que o meu pai está muito feliz onde estiver, feliz em ver o senhor (presidente Lula) liderando o País, feliz em ver a nossa família unida, feliz em ver um time que acredita na política sentando-se junto na mesa, tendo responsabilidade com a democracia, generosidade com o povo brasileiro e o cuidado de representá-lo”, afirmou João.

A dinheirama do PT para Boulos – O PT investiu mais na campanha de Guilherme Boulos (Psol), candidato a prefeito de São Paulo, do que nas campanhas de quatro candidatos próprios que chegaram ao 2º turno em outras capitais. Já são R$ 44 milhões ao psolista desde o começo das disputas até a última segunda-feira.  A mais recente doação, de R$ 15 milhões, foi feita na última quarta-feira, depois de Boulos aparecer em segundo lugar em mais uma rodada de pesquisas nas quais o prefeito Ricardo Nunes (MDB) lidera com folga, impondo uma frente de 20 pontos.

CURTAS

CEF MUDANÇA 1 – A Caixa Econômica Federal fará alterações nos financiamentos para imóveis de até R$ 1,5 milhão a partir de novembro e passará a exigir um valor de entrada maior dos compradores. Segundo a Caixa, nos empréstimos feitos com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), o banco passará a financiar a compra ou a construção individual de imóveis que tenham valor de avaliação ou de compra e venda limitado a R$ 1,5 milhão.

CEF MUDANÇA 2 – O cliente também não poderá ter outro financiamento habitacional ativo com a Caixa. Além disso, outra mudança acontecerá nas cotas de financiamento admitidas pelo banco. A partir de novembro, a Caixa só financiará até 70% do valor do imóvel pelo Sistema de Amortização Constante (SAC). No modelo atual, válido até o final deste mês, a cota admitida é de até 80% do valor do imóvel. Já pelo sistema Price, o banco passará a financiar até 50% do valor do imóvel. Nesse caso, a cota era de 70%.

HAJA CORAÇÃO! – André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT) estão empatados na primeira pesquisa Real Time Big Data sobre o 2º turno da eleição para prefeito de Fortaleza. A pesquisa foi contratada pela Record e divulgada ontem. Ambos aparecem com 45% das intenções de voto. Já nos votos válidos, o empate se repete: 50% a 50%.

Perguntar não ofende: Por que Lula resolveu recuar em participar das campanhas de segundo turno de aliados do PT?