O programa Roda Viva recebe Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos, hoje. Nos próximos três anos, o setor portuário deve receber investimentos de R$ 50 bilhões. Só no Porto de Santos, por exemplo, a expectativa do Governo Federal é de investir R$ 12,6 bilhões até 2028, com recursos da União, do Governo do Estado de São Paulo e de empresas privadas.
Um pacote de socorro às companhias aéreas para tentar baratear as passagens também deve ser anunciado em alguns dias. Quais serão os próximos desafios? Essa e outras questões serão respondidas durante a edição.
Participam da bancada de entrevistadores Carlos Prieto, editor-assistente do jornal Valor Econômico, Geralda Doca, repórter do jornal O Globo, Luciano Pádua, editor de Macroeconomia da Exame, Maurício Martins, editor de Porto e Mar do jornal A Tribuna de Santos, e Renée Pereira, editora-adjunta de Economia e Negócios do Estadão.
Com apresentação de Vera Magalhães, o programa vai ao ar ao vivo a partir das 22h na TV Cultura, no site da emissora, no app Cultura Play e nas redes sociais X (o antigo Twitter), YouTube, TikTok e Facebook. Os desenhos em tempo real são de Luciano Veronezi.
Estou fazendo hoje 75 anos. São 27.375 dias. Fiz xixi mais de cem mil vezes. Respirei 600 milhões de vezes. Li mais de um milhão de textos profissionais. Coordenei mais de dois mil eventos. Tive mais de cem empregos. Tudo meio inacreditável. E estou cheio de projetos novos.
Nunca fiquei doente de verdade. Há mais de 50 anos não tomo antibiótico, por exemplo. Nem me vacino. Tudo graças ao regime macrobiótico, que sigo há quatro décadas. E fui muito feliz ao jogar cerca de seis mil partidas de futebol, dos cinco aos 70 anos.
Como ótimo resultado de dois casamentos normais, tenho dois filhos, uma filha, uma enteada, um enteado e duas netas. Todos fantásticos.
A Deus, peço paz para minha família, meus amigos, minha cidade…Para o mundo, não, pois seria megalomania. Quanto a mim mesmo, só agradeço.
Agradeço à Comunhão Espírita por me transformar num ser, ainda humano, que não tem medo de morrer. Zero!
Por exemplo: se tiver alguém sequestrado, podem me chamar. Aceito trocar de lugar. Aliás, fiz isso uma vez, numa rebelião da Papuda (em 1986), mas os presos não me aceitaram. Acabaram levando, como reféns, uns velhinhos famosos de Brasília.
Acho que vou viver muito tempo ainda. Mas, se não der, tudo bem: faz favor! Vou embora leve e solto. Seguirei serelepe, cantando “Aquele Abraço”, de Gil.
Nem sempre foi assim. Me vejo menino, com dez anos, no primeiro dia de aulas após maravilhosas férias.
Uma das coisas que mais detesto é estudar. Sempre fui para a escola amaldiçoando aquele momento. Nas aulas, desenhava, fazia poesias ou cochilava. Zero de concentração. Mas tirava sempre boas notas. Tinha meus métodos! Estudava as lições antes, com minha mãe Cecília.
Naqueles dez anos de idade, década de 50, esperando a hora de ir ao Colégio, sabem qual era o meu pensamento?
– “O fim das férias deve ser tão triste quanto o fim da vida”.
A sala de aula, chata, era o meu jazigo. Imagem horrorosa!
Continuo detestando o estudo tradicional, mas mudo o raciocínio: “O fim da vida é mais animador do que qualquer aula”.
Sou autodidata em tudo. Lembro que, com 19 anos, já era jornalista famoso. Ganhei o principal Concurso de Reportagem da Bahia. Com o dinheiro, comprei um Fusca velho em Salvador. Aprendi a dirigir sozinho. Claro que bati feio, sem carteira, mas meu pai Agenor comprou outro Fusca menos velho para mim.
Não tenho culpa de ser assim. Vivo com forte dislexia, que me transformou num ser diferente. Não uso relógio, nem máquina de calcular – e acordo antes do despertador tocar. Muito doido, mesmo!
Jesus diz que há muitas moradas na Casa do Pai. Vou para uma dessas. Tudo depende do tempo de Deus. Um dia, pego o Trem da Alegria…Tchau!
A gente vai se rever por aí, nas esquinas redondas da eternidade. Não chorem nunca por mim. Estarei, como sempre, muito ocupado.
A ficha demorou a cair para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Depois de seguidas pesquisas mostrando queda na aprovação, as primeiras sendo menosprezadas pela sua equipe, Lula agora reconheceu que precisa fazer ajustes de rumo em seu governo e fará cobranças na reunião ministerial de hoje.
A ideia é criar agendas positivas para reverter o cenário atual. Interlocutores de Lula esperam que ele entenda que não é só o seu governo que precisa mudar, mas principalmente ele, que está se pautando por um discurso mais à esquerda, afastando o eleitor de centro que votou no petista na eleição presidencial. As informações são do blog do Valdo Cruz.
Segundo aliados, a queda nas pesquisas vem do eleitorado que não é lulista, mas anti-Bolsonaro, que votou nele pela circunstância do momento e, agora, está se afastando.
Os ajustes de rumo já foram definidos:
evitar novos aumentos de preços de alimentos se eles voltarem a subir;
buscar canais de diálogos com dois grupos de eleitores que estão insatisfeitos com seu governo: agronegócio e evangélicos;
evitar gerar munição para o bolsonarismo explorar nas redes sociais, desgastando a imagem do presidente da República.
Lula vai buscar viajar mais pelo Brasil, principalmente neste ano de eleição municipal, para fortalecer os candidatos a prefeito da base aliada de seu governo.
A principal batalha é em São Paulo (SP), onde a aprovação do petista também caiu. O presidente venceu Bolsonaro na cidade, na última eleição, apesar de ter perdido para o ex-presidente no estado de São Paulo.
MONTANHAS DA JAQUEIRA – Falar em guerra hoje é pleonasmo, é conjuntivite na vista, nesta Terra de Vera Cruz, a terra da verdadeira Cruz. Até quando o coração deste reino de Pindorama aguentará tantas radicalizações, tantas facadas, tantas caboetagens, tantos bombardeios, tantos escândalos, tantas ingresias? perseguições, tantos lobisomens! As batalhas acontecem em todas as latitudes e longitudes, do alvorecer até a hora da onça beber água, do Planalto até as planícies.
Breaking News: a ONU ainda não decidiu se haverá cessar-tiroteios na Faixa de Gaza da Baixada Santista, na Faixa de Gaza da Baixada Fluminense, na Faixa de Gaza do CPX do Alemão e na Faixa de Gaza da Rocinha e na Faixinha de Gaza do Calçadão de Copacabana.
Em 2023, ano de paz e amor nesta Pátria Mãe Gentil, morreram 39.492 viventes, de susto, de bala ou vício. O resultado foi considerado positivo em vista da redução de 4 % no comparativo com o ano anterior. Isto seria se houvesse uma tendência regressiva. Na guerra feroz de Israel contra os terroristas do Hamas (toda guerra é feroz), com bombardeios e mísseis, estima-se a morte de 30 mil palestinos desde outubro, além da destruição geral. Na guerra e na paz, a paz dos cemitérios, lá e cá, ocorre uma tragédia humanitária.
Nesta Capitania da Nova Lusitânia, ocorreram no ano passado 3.518 assassinatos, entre homicídios e latrocínios. Dizem que carnaval é festa de celebração popular. Durante as celebrações deste ano na cidade lendária de Maurício de Nassau, cuja padroeira é Nossa Senhora do Carmo, aconteceram 68 assassinatos, 12 estupros e 677 denúncias de violências contra mulheres. Os novos bárbaros das torcidas organizadas barbarizaram em campo e nas ruas, em nome da paixão pelo futebol.
Sob pressão da mídia globalista mundial, dos astros de Hollywood até o Vaticano, Israel reluta em acatar o cessar-fogo na Faixa de Gaza. A questão dos reféns e a sobrevivência do Hamas, inimigo implacável, são pontos cruciais, pois Netanyahu prometeu exterminar até a última molécula de sangue dos terroristas. Lá se vão 6 meses de guerra desde quando no fatídico 6 de março os terroristas assassinaram, estupraram, sequestraram e violentaram, no geral, 1.200 israelenses, numa festa rave em Tel Aviv.
A guerra da Rússia contra a Ucrânia completou dois anos em fevereiro e prossegue na sua escalada de devastação e destruição. Os números estão numa cortina de fumaça, mas com certeza já são mais de 200 mil vítimas fatais. As mesmas vozes que clamam por um cessar-fogo em Gaza adotam uma atitude pusilânime diante das atrocidades do criminoso de guerra Vladimir Putin. Com seu poderio militar devastador, mais que exterminar seus irmãos soviéticos da Ucrânia, o novo czar da Rússia ameaça a Otan e o Ocidente sobre o uso de armas nucleares. O Papa globalista sugeriu o diálogo com os russos, equivale ao diálogo da guilhotina com o pescoço, uma rendição.
Convencionalmente, mandato-tampão é a continuidade do período de uma gestão acrescida ao tempo regular com o intuito de manter a estabilidade política. José Muniz Ramos, que assumiu o Governo de Pernambuco por 11 meses, entre maio de 1982 a março de 1983, na condição de presidente da Assembleia Legislativa, consequência da renúncia de Roberto Magalhães, que era vice de Marco Maciel, para disputar o Governo do Estado, foi além da missão protocolar e gerencial do mandato-tampão.
Vindo da sua Araripina, na chapada do Araripe, a 682 km do Recife, onde seu pai Manuel Ramos de Barros foi prefeito por dois mandatos, José Ramos marcou sua passagem pelo poder pelo traço da lealdade ao seu grupo político, liderado por Marco Maciel. Em nenhum momento, usou da deslealdade. Foi firme nos compromissos assumidos para eleger Roberto Magalhães, que derrotou Marcos Freire.
Foi austero e zeloso com as finanças do Estado. Na sua simplicidade e humildade contagiantes transformou-se numa referência na política com “P” maiúsculo, sem dar espaço a qualquer tipo de questionamentos à sua fidelidade a quem com ele foi correto, como Marco Maciel e Roberto Magalhães. Uma vida firmada nos alicerces da coerência, da lealdade, do respeito às pessoas e, principalmente, a sua condição de homem público.
Como Nilo Coelho, José Ramos governou com os olhos e o coração concentrados do Sertão para o litoral, com um olhar especialmente para a Chapada do Araripe. Em Araripina, que ia quase todos os fins de semana e onde cria caprinos até hoje, construiu um aeroporto, fez a principal perimetral da cidade, implantou a Gerência Regional de Educação do Araripe, a Gere, fez um amplo programa de assistência rural, incentivou a psicultura, deu régua e compasso à política do gesso, carro-chefe da economia, e implantou uma dezena de escolas.
Bacharel em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Alagoas, José Ramos chefiou a assessoria jurídica do Complexo Industrial Clementino Coelho, em Petrolina (1967-1969), saindo de lá para assumir a gerência das Indústrias Coelho S.A. Foi sua última experiência na área privada, porque logo em seguida, em 1970, foi eleito deputado estadual. Titular da Comissão de Constituição, Legislação e Justiça, reelegeu-se em 1974 e no exercício do seu segundo mandato fez parte da Comissão de Administração Pública e assumiu a vice-liderança da bancada. Em 1975, a convite do Departamento de Estado norte-americano, participou de vários simpósios sobre estudos políticos.
Conquistou seu terceiro mandato em 1978, e com a extinção do bipartidarismo, em novembro de 1979, e a consequente reformulação partidária, filiou-se ao Partido Democrático Social (PDS), sucessor da Arena. Líder do governo e depois presidente da Assembleia Legislativa, em 15 de maio de 1982 foi empossado no Governo de Pernambuco, quando o governador Marco Maciel e o vice-governador Roberto Magalhães se desincompatibilizaram para concorrer a uma cadeira no Senado e ao governo do Estado.
“José Ramos foi o benfeitor de Araripina, sua terra”, reconhece o ex-prefeito Emanuel Bringel. Sem exagero e com a gratidão que caracteriza o povo do lugar, podemos reconhecer que a história de Araripina está dividida em dois tempos: antes e depois do governador José Muniz Ramos”, atesta o prefeito Raimundo Pimentel. José Ramos nasceu e cresceu na política. Além do pai ter sido prefeito da sua terra, seus tios Sebastião Muniz Falcão e Djalma Falcão viraram governador de Alagoas, deputado federal e senador.
Passagem pelo Bandepe e vice de José Múcio – De 1985 a 1986, José Ramos assumiu a Presidência do Banco de Desenvolvimento de Pernambuco, o Bandepe. Teve que renunciar para ser vice na chapa de José Múcio Monteiro, candidato a governador em 86. Embora contando com o apoio de 120 dos 167 prefeitos e de políticos da expressão de Marco Maciel, que então ocupava o cargo de ministro-chefe do Gabinete Civil da Presidência da República, José Múcio foi derrotado pelo candidato do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), o ex-governador e deputado federal Miguel Arraes.
Eleito presidente da Alepe com apenas um voto de diferença – José Ramos ganhou a confiança de Marco Maciel depois de ser alçado à vida pública pelo clã Coelho. Ao final do seu Governo, ao escolher como candidato a governador Roberto Magalhães, que era seu vice, e sair na sua chapa candidato ao Senado, Maciel precisava ter alguém no Governo de sua absoluta confiança. Regimentalmente, a saída seria passar o cargo para o presidente da Assembleia Legislativa. Não foi uma construção fácil, uma eleição apertada. José Ramos chegou à Presidência da Casa por apenas um voto de diferença para seu opositor.
Líder do Governo Joaquim Francisco – Em outubro de 1990, José Ramos candidatou-se novamente a deputado estadual, ainda na legenda do PFL, mas acabou na suplência. Exerceu o mandato de abril de 1991 a junho de 1992, período em que ocupou a liderança do governo Joaquim Francisco (1991-1995). Foi ainda secretário do diretório regional do PFL, depois não exerceu mais nenhum cargo eletivo. Em agosto de 1999, foi nomeado para o conselho de administração da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (CHESF). Dois anos depois, assumiu a superintendência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em Pernambuco. Está filiado ao Democratas (DEM), legenda que substituiu o PFL.
O garoto travesso e a mulher miss Petrolina – Jornalista veterano, que viu passar pelo Palácio das Princesas governadores dos mais variados estilos, o colunista João Alberto considera José Ramos um gentleman na melhor acepção do termo e lembra que Socorro, esposa do ex-governador, havia sido Miss Petrolina. João Alberto não esquece a cena da primeira entrevista que fez com José Ramos, nos jardins do Palácio do Campo das Princesas. “A entrevista estava começando a esquentar quando seu filho, um garoto de uns cinco anos, entrou correndo e ficou no colo do pai. Recordei cena parecida com o filho de John Kennedy na Casa Branca, que correu o mundo”, relembra o jornalista.
Sandálias da humildade – Nos 11 meses em que governou Pernambuco, foram raros os fins de semana que José Ramos não aterrissasse em Araripina, usando um bimotor ou um Bandeirante, aviões da frota que o Estado tinha na época, para trabalhar e ao mesmo tempo desfrutar de momentos com a família. Repórter estagiário no Palácio das Princesas, perdi as contas que o secretário de Imprensa, Ângelo Castelo Branco, me escalou para viajar na comitiva do então governador. O que me impressionava, além do amor de Ramos pela terra natal e sua gente, era seu cativante estilo, seus modos simples de sertanejo. O poder nunca lhe subiu à cabeça. Algo que me comovia também eram os seus discursos de improviso. Falava manso, construía frases em tom poético. Na verdade, José Ramos foi e sempre será um ser humano incrível, que calça as sandálias da humildade, de raro humanismo.
CURTAS
A FUGA DO AVÔ QUE VIROU PREFEITO – Os avós paternos de José Ramos eram de São José do Belmonte, no Alto Sertão, a 472 km do Recife. Durante o cruento conflito das famílias Pereira e Carvalho no século passado, o seu avô coronel Francisco Ramos Nogueira, o famoso tio Chico Ramos, resolveu se retirar do solo belmontense depois de ser atacado por cangaceiros no povoado de Bom Nome. Na fuga, escolheu a cidade de Araripina para fixar residência. Ganhou a simpatia e a confiança do povo e se elegeu prefeito.
HOMENAGEM NA CASA DO POVO – Além de reconhecer a obra que José Ramos fez em favor do Sertão num curto espaço de tempo, a deputada Roberta Arraes usou o grande expediente da Casa para uma sessão em homenagem ao ex-governador pela passagem dos seus 80 anos de vida, em 2019. “Doutor Ramos, como é conhecido, é fonte de inspiração para todos, principalmente para o povo sertanejo”, discursou a parlamentar.
AMANHÃ TEM JOÃO LYRA NETO – A série prossegue amanhã trazendo o perfil de outro governador de mandato-tampão, João Lyra Neto, sucessor de Eduardo Campos e pai da governadora Raquel Lyra.
Perguntar não ofende: Lula vai continuar despencando nas pesquisas?