Prefeitura de Araripina inaugura unidade de saúde Centro 1 e amplia para 27 o número total de postos

A Prefeitura de Araripina inaugurou neste sábado (28) mais uma Unidade Municipal de Saúde, ampliando para 27 a quantidade total de postos que estão à disposição da população. Localizada no centro da cidade, a nova unidade faz uma homenagem ao médico Dr. Matias Pereira de Castro.

O novo posto de saúde atenderá às comunidades que residem e trabalham nas áreas centrais e reforça a estratégia de amplo acesso aos serviços de saúde da Atenção Básica no atendimento das mulheres, homens, crianças, adolescentes e idosos. Serão ofertados os serviços de vacinação, farmácia, odontologia, enfermagem (pré-natal, puericultura, prevenção) e atendimento médico das 8h até às 22h.

Com o funcionamento da nova unidade Centro 1, a secretaria de Saúde espera desafogar os atendimentos que são realizados no Centro de Saúde Dr. José de Araújo Lima e dar opções de atendimento para as pessoas que residem ou trabalham nas áreas centrais da cidade e não tem tempo durante a manhã e tarde para cuidar da sua saúde.

De acordo com o prefeito de Araripina, Raimundo Pimentel, os investimentos em saúde são para beneficiar toda população e a inauguração desta nova unidade amplia para 27 o número de postos de saúde na cidade, em todos os distritos e na zona rural, consolidando assim 100% das áreas cobertas com PSFs.

“Nos últimos dias demos início ao programa do Mutirão de Cirurgias, apresentamos 19 novos médicos, estamos em negociações com a Fundação Altino Ventura para a instalação de uma unidade em Araripina para atender a IV Macrorregião de Saúde e hoje inauguramos mais um posto de saúde. Todos estes investimentos são para que nossa gente tenha total acesso aos serviços de saúde. Esta nova unidade era um desejo antigo para atender principalmente os trabalhadores da região central da cidade que, devido aos horários, não encontraram atendimento. Por isso, este posto terá o funcionamento até as 22h, com atendimento completo”, pontuou.

A Prefeitura de Arcoverde, através da Secretaria Municipal de Cultura, tornou público nesta sexta-feira (27), o resultado da análise artística dos projetos de segmentos artísticos-culturais e da linguagem audiovisual, que foram submetidos à Lei Paulo Gustavo. Após recursos, conforme a Errata nº 004/2023, a divulgação cumpre o estabelecido pelo novo cronograma para os dois Editais municipais.

A Secretaria de Cultura informa que, devido à ausência de projetos suficientes habilitados,  conforme o item 3.3 do Edital nº 002/2023, nas categorias: Formação, Produção de Curta-Metragem de Animação (não estreante), Produção de Curta-Metragem de Animação (estreantes), Produção de Videoarte, Produção de Curta-Metragem Documentário (realizadores/as não estreantes) e devido à escolha de apenas um projeto pelos proponentes que aprovaram mais de uma proposição nesse Edital, os recursos foram remanejados para as categorias que receberam maior número de propostas: Produção de  Videoclipe (curta-metragem que integra uma música com imagens), Produção de Curta-Metragem Documentário (realizadores/as estreantes), Produção de Webséries e Apoio à Manutenção de Cineclubes.

E conforme o item 3.3 do Edital nº 003/2023, devido à ausência de projetos suficientes habilitados a concorrer na categoria Expressões Culturais de Gênero, os recursos foram remanejados para a categoria que recebeu maior número de propostas: Bois, Ursos, Quadrilhas e Similares. As listagens com os resultados estão disponíveis na página: www.arcoverde.pe.gov.br/pag/editais-da-lei-paulo-gustavo.

A partir deste sábado (28), até o dia 3 de novembro deste ano, os proponentes que foram selecionados neste resultado deverão entregar as documentações previstas nos Editais, que deverão ser encaminhados para o e-mail: leipaulogustavoarcoverde@gmail.com ou entregues fisicamente na Sede da Secretaria de Cultura, que fica na Rua Germano Magalhães, nº 84 – Centro.

A prefeita de Trindade, Helbinha Rodrigues, está acendendo vela para dois santos. Para fazer a abertura da Expogesso, realizada na quinta-feira (26), ela convidou os Coelhos, de Petrolina, com toda pompa e lugar de honra na cerimônia. 

Eles discursaram e não pouparam críticas ao Governo do Estado e à governadora Raquel Lyra. O ex-prefeito de Petrolina e candidato derrotado nas eleições para governador, Miguel Coelho, por exemplo, disse que o polo gesseiro está abandonado pelo Estado, que não conserta as estradas, não incentiva os empresários e deu as costas para a população do Araripe.

Neste sábado (28), a prefeita Helbinha Rodrigues vai acender vela para outro santo, ao receber a Governadora Raquel Lyra e sua equipe de secretários na exposição. Terá ela coragem de reproduzir as críticas que os Coelhos de Petrolina fizeram publicamente à governadora?

A MV anuncia seu quarto M&A em 2023 e mais um reforço para o portfólio de soluções para a saúde. Finalizamos nesta semana a aquisição da Maida Health, empresa de tecnologia da Hapvida NotreDame Intermédica, especialista em soluções de gestão para operadoras e planos de saúde. 

Com forte atuação em inteligência artificial, a Maida Health oferece soluções inovadoras que facilitam o consumo e a experiência em serviços de saúde, tornando mais fluida, simples e econômica a relação entre paciente, operadora de planos de saúde e profissionais. Essa nova aquisição vai agregar muito valor para as operações dos clientes MV, em especial operadoras Unimed, revolucionando o acesso e a gestão deste mercado.

A nossa missão de transformar a área da Saúde está ainda mais fortalecida com a chegada da Maida.

Damos as boas-vindas a sua equipe, que agora faz parte do mais importante ecossistema de soluções de tecnologia para saúde do País. 

Do blog do Roberto Almeida

Thiago Paes, vereador cassado pela Justiça Eleitoral, é com certeza o bolsonarista número 1 de Garanhuns. Ele foi nomeado pela governadora Raquel Lyra (PSDB), atendendo uma indicação do deputado Izaías Régis, para dirigir a Funase, um órgão complicado, que cuida de menores infratores.

O próprio líder do governo na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) confirmou a indicação. “Eu gosto dele. Ele não vai ficar desempregado”, justificou Izaías, numa entrevista à Rádio Marano FM.

Como vereador, Thiago foi notícia no âmbito nacional em abril de 2021, por ter dado voz de prisão a Mauro Sérgio Silva, motorista de um carro de som.

O motivo: o trabalhador circulava pelas ruas da cidade com o carro pago pelo youtuber Thiago Reis divulgando uma gravação com críticas ao então presidente Jair Bolsonaro.

O caso foi parar na delegacia de polícia. Paes, então vereador, justificou que Mauro estava “caluniando o presidente”. Na verdade, ele apenas dirigia o veículo para ganhar seu dinheirinho, o responsável pela crítica ao governante era o youtuber.

O fato na época chamou a atenção do país, foi notícia na imprensa local, regional e nacional. Thiago Reis, no seu canal do YouTube, fez pesadas críticas ao comportamento do vereador bolsonarista. Mas quem sabe agora a Funase está em boas mãos, “nas mãos certas”.

Do blog do Luís Machado

Nestes tempos de turbulência na Igreja Católica, não faltam comentários de que, de fato, não há nada tão ruim que não possa piorar. É que, enquanto ocorre em Roma a portas fechadas o controvertido “Sínodo da sinodalidade”, aqui no Recife abriu-se uma discussão, nessa sexta-feira (27), em torno de uma permuta imobiliária feita entre a Arquidiocese de Olinda e Recife e a Prefeitura do Recife, a qual, segundo pessoas consultadas, teria sido prejudicial para a Cúria arquidiocesana.

Consta que, há mais de uma década, os mais de cem mil metros quadrados (equivalentes a mais de 10 campos de futebol) onde está encravado o antigo Sítio da Tamarineira – nas proximidades das avenidas Norte, Rosa e Silva e da Rua Cônego Barata, tem-se constituído na cobiça principal de Construtoras e de governos municipais, por conta do valor multimilionário da área objeto da citada transação.

A situação vinha se arrastando desde a gestão do então Arcebispo Dom Fernando Saburido, até que nesta sexta-feira (27), o prefeito João Campos (PSB) e o novo arcebispo de Olinda e Recife, Dom Paulo Jackson, após aprovação do Vaticano, decidiram formalizar a permuta por outra área, na Zona Sul do Recife, do Sítio da Tamarineira que juridicamente pertence à Santa Casa de Misericórdia. Esta é ligada à Arquidiocese.

Se por um lado a negociação foi um gol de placa para o prefeito João Campos, que promete construir no local o segundo maior espaço verde da Capital, numa espécie de complexo de lazer beneficiário, especialmente para idosos e crianças de vários bairros do entorno. Por outro lado, já suscita críticas do mundo católico pelo fato de que, se para o município foi ótimo, para o patrimônio da Arquidiocese foi péssimo.

Para se ter uma ideia, os aludidos 105 mil metros quadrados do Tamarineira estão sendo trocados por apenas seis lotes (18 mil metros quadrados), situados no antigo Aeroclube do Pina, onde a prefeitura constrói o Parque Eduardo Campos. Comemorando o que poderá lhe trazer estupendo capital político, disse João Campos que na aludida transação imobiliária, o município economizaria R$ 35 Milhões, se fosse necessário desapropriar a área.

Pois é nesse aspecto que residem as críticas principais, já que, segundo dizem, numa eventual desapropriação a Igreja faria caixa para tocar suas obras sociais, ao invés de receber uma área que, ao que tudo indica, não será beneficiada. Segundo dizem, nem a Santa Casa nem a Arquidiocese têm dinheiro para construir alguma obra relevante no novo local.

Sustentam algumas das pessoas ouvidas em anonimato pelo Blog Luís Machado que, até para pequenas reformas de seus templos paroquiais, precisam fazer bingos, rifas e outros tipos de campanha para arrecadar dinheiro. Fica a Arquidiocese pressionando os padres responsáveis, nas 150 paróquias situadas nas 19 cidades de sua jurisdição eclesial, para que repassem à AOR os percentuais exigidos de contribuições ofertadas pelos fiéis.

“Ora, se tem a possibilidade real de arrumar milhões, então por quê desperdiçar a oportunidade? O que há, então?” questiona um paroquiano, ouvido pelo blog e pediu para não ser identificado.

Procuramos a Arquidiocese para falar sobre o assunto e até mesmo para dizer o que pretende fazer com os seis lotes objeto da permuta. Nos foi sugerido pelo secretário do Arcebispado, Padre Moisés Ferreira, que procurássemos a Santa Casa de Misericórdia. Procuramos a Santa Casa, que nos disse que o diretor de Patrimônio da instituição nos retornaria, mas até o fechamento dessa edição não nos retornou.

Do blog do Roberto Almeida

Marília Arraes desde bem jovem defende os ideais do presidente Lula. Na campanha de 2022, a ex-deputada federal foi quem mais defendeu a volta do petista à presidência. Na prática, sacrificou a própria eleição por conta da “causa maior”.

O “amor” de Marília, porém, parece não ser correspondido. Apesar da defesa ardorosa do líder da esquerda, de ter sido a mais votada para governadora de Pernambuco no primeiro turno – tendo perdido a disputa para Raquel Lyra no segundo turno -, Marília foi descartada na gestão do presidente.

Ela disputou a indicação da Superintendência da Sudene e foi preterida por Danilo Cabral, que ficou em quarto lugar na disputa pelo Governo de Pernambuco. Setores da imprensa sinalizam que a neta de Arraes tem inimigos poderosos dentro do PT, que impedem que ela seja nomeada para algum cargo na gestão federal.

Entre os desafetos estaria o senador Humberto Costa. Este já deixou claro em conversa com prefeitos e deputados pernambucanos que se depender dele, Marília não chega a canto nenhum.

Atualmente a senadora Teresa Leitão, que já defendeu o nome da ex-deputada, parece próxima das posições de Humberto. A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, também não ajuda a ex-companheira de partido.

Neste caso, a bronca está relacionada com a eleição da Mesa da Câmara, quando Marília, enquanto deputada, desafiou o partido e se elegeu para um cargo relevante, derrotando um “companheiro”. Até hoje os petistas não digeriram essa história.

Assim, Marília Arraes foi preterida por Danilo Cabral e André de Paula, que foi candidato ao senado na sua chapa, tendo tido uma votação decepcionante, virou ministro.

Só tem um jeito, caso a ex-deputada ainda tenha pretensão de cargo no Governo Federal: se aliar ao Centrão.

No poderoso grupo da Câmara dos Deputados, o perigoso Arthur Lira tem mais força que Humberto e outros petistas.

A entrevista que concedi ao jornalista Joberto Sant’Anna, no seu canal no YouTube, gravada nos seus estúdios em Brasília, vai ao ar hoje em Pernambuco pela TV Nova, do meu amigo Pedro Paulo, às 21h20. 

O programa História da Foto tem duração de 15 minutos. A foto escolhida pela produção está no livro “O Estilo Marco Maciel” e retrata um momento histórico: Maciel anunciando a criação da Frente Liberal em apoio à candidatura de Tancredo Neves, em eleição indireta pelo Colégio Eleitoral, em 1985.

Na Região Metropolitana do Recife, a TV Nova pode ser sintonizada no canal 22.1 – menos em Ipojuca, onde a Nova é transmitida pelo 46.1. Em Caruaru e região, os telespectadores podem sintonizar o canal 31.1, Arcoverde, Limoeiro e Vitória de Santo Antão no 22.1 e  Garanhuns através do 25.1. Na TV fechada, a TV Nova é transmitida pelo canal 15 da Claro/Net.

Por Marcelo Tognozzi*

3 de junho de 1982. Era o governo do general João Figueiredo quando o caça inglês Vulcan entrou no espaço aéreo brasileiro, depois de uma pane no seu sistema hidráulico impedir seu reabastecimento em voo. O caça bombardeiro fora enviado para combater na Guerra das Malvinas e, ao pousar na base aérea do Galeão, quase vira incidente diplomático. Mas o chanceler Saraiva Guerreiro, que dava nó em pingo d’água, acalmou os ânimos.

Aquela guerra era uma louca tentativa do general Leopoldo Galtieri, então presidente da Argentina, de se manter no poder apostando num conflito internacional que, teoricamente, resgataria a autoestima dos argentinos. O país vivia um dos seus piores momentos, com perseguição aos opositores do regime e uma política externa desastrosa, a qual incluía ajuda aos sandinistas para combater os contras na Nicarágua, então bancados pelos EUA.

Essas guerras oportunistas são sempre um desastre anunciado.

Nesta semana, o clima beligerante voltou a rondar a América do Sul depois que o presidente da Venezuela Nicolás Maduro anunciou um plebiscito para 3 de dezembro, pelo qual as venezuelanos decidirão se querem, ou não, anexar a região do Essequibo, equivalente a 70% da área da Guiana, que faz fronteira com Roraima. Ou seja: se vão ou não à luta pelos 160 mil km² de riquezas amazônicas, a maior delas o petróleo.

Podemos ter uma guerra de conquista em pleno santuário da Amazônia? Diante do que estamos vendo na Europa e Oriente, o melhor a fazer é não negligenciar o risco.

A Guiana foi governada pelos britânicos até 1970, quando se tornou independente. Como outras ex-colônias e protetorados britânicos, faz parte da Commonwealth, comunidade de 56 países de língua inglesa espalhados pelos 4 cantos do planeta. Tem na Inglaterra seu principal aliado. Durante 21 anos, foi governada com mão de ferro pelo político Forbes Burnham, seguidor fiel do manual de Downing Street, independente do primeiro-ministro de plantão.

Hoje, a Guiana é governada pelo muçulmano Mohamed Irfaan Ali, 43 anos, cria do partido de Burnham, o Partido Popular Progressista. Por coincidência, nascido no Essequibo, numa cidadezinha chamada Leonora, ele vem de uma família de origem indiana.

A diplomacia inglesa já trabalha, uma vez que a cobiça da Venezuela sobre o Essequibo não é uma novidade. Remonta a uma disputa de 1824. A região foi entregue aos britânicos depois de uma mediação internacional em 1899. Caracas protestou, mas acabou engolindo o resultado.

Agora, 124 anos depois, Maduro quer buscar o Essequibo de volta. A seu favor pesa o apoio da China, Rússia e do atual governo brasileiro à Venezuela, além das frentes de guerra na Ucrânia e no Oriente Médio, enfraquecendo, em teoria, a capacidade de pronta resposta da Inglaterra e seus aliados.

Ao mesmo tempo, a China ensaia uma invasão a Taiwan, depois de acusar os EUA de provocar riscos à segurança no mar da China. Entre defender Israel e Taiwan, a China aposta na preferência dos norte-americanos pelo primeiro.

A China hoje domina a África, outro território estratégico, sendo o maior investidor no continente com US$ 34 bilhões na última década. O maior fornecedor de bens de consumo baratos é o e-commerce chinês, o qual derrubou a hegemonia dos EUA e da União Europeia. Se aqui no Brasil eles nadam de braçada, imagine na África.

A percepção é a de que a 3ª Guerra está em curso, com várias frentes de conflito sendo abertas a fim de criar o caos, atordoar o inimigo minando sua capacidade de dissuasão e resposta eficiente.

Há uma guerra real, territorial, como na Ucrânia e no Oriente Médio, e outra virtual. Todas seguem a doutrina Gerasimov, conceito aplicado à guerra híbrida concebido pelo atual chefe do Estado Maior do Exército russo, Valery Gerasimov, cuja cabeça foi colocada a prêmio pelos ucranianos e pela Otan. Tudo isso, num contexto de pós-pandemia com inflação e desequilíbrio econômico nos 2 blocos mais ricos do Ocidente.

A guerra de Gerasimov é uma guerra complexa. Ela envolve redes sociais, meios de comunicação, desinformação em larga escala (caso do bombardeio ao hospital de Gaza), ações de guerra psicológica e outras modalidades descritas no livro “El Dominio Mental” do coronel espanhol Pedro Baños, respeitado especialista em geopolítica. Não é por acaso que a guerra no Oriente Médio tem um forte aspecto cultural e de costumes.

Um brasileiro médio não aguentaria 5 minutos de islamismo. O melhor exemplo ocorreu na Copa do Qatar em 2022, quando muitos sofreram diante das leis do álcool zero, homossexualidade zero e proibição de os casais héteros trocarem afagos em público.

Israel é um pedaço da cultura ocidental cravada no meio do Islã, considerado uma afronta aos costumes. A nova guerra fez com que a mídia ocidental esquecesse da outra, a da Ucrânia. Mas no fundo é uma guerra só.

No início das guerras, cada um tenta tirar mais vantagens. Foi assim na 2ª Guerra até a Inglaterra entender que tentar conviver com Hitler era alimentar um crocodilo, como dizia Churchill. Getúlio flertou com Hitler para, em seguida, se abraçar com os norte-americanos e arrancar de Franklin Roosevelt a Siderúrgica Nacional e mais um monte de vantagens.

Uma guerra como essa que vivemos hoje não será vencida nas redes sociais, como imaginam idiotas e inocentes úteis manipulados para disseminar narrativas cujos fundamentos são incapazes de entender. É uma guerra que passa por territorialidade, domínio cultural e de costumes.

Como nas guerras santas, onde se mata em nome de Deus, agora poderão matar em nome da democracia, do combate ao fascismo ou ao comunismo, da defesa de minorias ou de um modo de vida considerado inadequado. Um pecado diplomático. E um tremendo retrocesso civilizatório.

Naquela guerra entre britânicos e argentinos há 40 anos, as tensões políticas andavam à flor da pele. No Brasil, a oposição fora alvo de bombas e um atentado frustrado poderia ter tirado a vida de dezenas de jovens durante um show no Riocentro em 1º de maio de 1981. Bancas de jornais foram incendiadas e bombardeadas.

O Vulcan da Real Força Aérea Britânica foi autorizado a voltar à sua base 7 dias depois de pousar na Base Aérea do Galeão. Na saída, quebrou a barreira do som sobre a baía da Guanabara. O estrondo assustou. Logo tocou o telefone. Do outro lado da linha, meu amigo-irmão Ronaldo Lapa: “Cara, isso foi tiro de canhão? Será que estão botando as tropas na rua?”. “Que nada”, respondi. “É aquele avião inglês quebrando a barreira do som”.

Poucos dias depois, a Argentina seria derrotada e humilhada. Galtieri perdeu a guerra, o poder e a dignidade. Em 1986, foi preso e condenado. Em 1989, saiu da cadeia anistiado pelo presidente Carlos Menem, um dos seus perseguidos. Preso novamente em julho de 2002, morreu 6 meses depois, dessa vez sem perdão.

*Jornalista

A dois meses do fim do ano, a equipe econômica corre contra o tempo para limpar a fila de medidas que precisam ser aprovadas para iniciar 2024 com as contas públicas organizadas. Além de desajustes que prosseguem na articulação política, dois feriados em novembro (nos dias 2 e 15/11) contribuem para atravancar as votações.

Paralelamente, um episódio nesta sexta-feira (27), causou impactos negativos para a ala econômica como um todo. Em café da manhã com jornalistas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) admitiu que talvez não seja possível cumprir a meta de déficit zero em 2024, conforme vinha sendo vendido pelo próprio governo. As informações são do Metrópoles.

“Tudo que a gente puder fazer para cumprir a meta fiscal a gente vai fazer. O que eu posso dizer é que ela não precisa ser zero”, disse o presidente. Ato contínuo, a Bolsa de Valores reagiu mal e caiu, já o dólar registrou alta.

De volta aos caminhos a serem percorridos ainda este ano, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, tem enfrentado impasses na votação do Orçamento de 2024, o primeiro totalmente elaborado pelo terceiro governo Lula (PT).

Tradicionalmente, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do ano seguinte é aprovada até meados do ano. No entanto, este ano a norma que baliza o Orçamento sequer foi aprovada até outubro.

Na última quinta-feira (26), o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), disse que a posição do governo é para votação da LDO e da LOA ainda este ano. “Existe a concordância do presidente (Rodrigo) Pacheco de fazer quantas sessões forem necessárias até o fim do ano, para a votação da LDO e da LOA”, disse ele à imprensa.

No entanto, alas do governo já trabalham com a possibilidade de ter apenas a LDO de 2024 aprovada, enquanto a Lei Orçamentária Anual (LOA), que é o Orçamento em si, pode ficar para o ano que vem.

Medidas arrecadatórias

A vida do titular da Fazenda, Fernando Haddad, também não está fácil. Ele precisa aprovar uma série de projetos que aumentam a arrecadação e que são necessários para zerar o déficit no ano que vem, promessa da qual o ministro não abre mão, apesar de dúvidas recentes lançadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Para zerar o déficit primário no próximo ano, o governo precisa de R$ 168 bilhões de receitas brutas adicionais, muitas das quais ainda dependem da aprovação de projetos pelo Congresso Nacional.

Depois de adiamentos sucessivos, o governo conseguiu firmar acordo com a Câmara e aprovou, na noite de quarta-feira (25), o projeto de lei que prevê a taxação dos fundos exclusivos e offshore, os chamados “super-ricos”.

A votação foi concluída após o governo federal agradar o Centrão com uma troca no comando da Caixa Econômica Federal, com a nomeação de um nome indicado pelo presidente Arthur Lira (PP-AL).

A taxação de rendimentos de ativos em outros países poderá gerar mais de R$ 20 bilhões de arrecadação para os cofres públicos entre 2024 e 2026. O projeto ainda precisa ser votado no Senado.

Outra matéria que tem potencial arrecadatório elevado (em torno de R$ 35 bilhões) é a que regulamenta a cobrança de impostos federais (IRPJ e na CSLL) sobre as subvenções para custeio de empresas. Essas subvenções são benefícios fiscais concedidos por estados.

A medida foi inicialmente enviada ao Congresso via medida provisória (MP), mas o governo teve de substituí-la por um projeto de lei em razão de divergências entre Câmara e Senado sobre o rito de tramitação das MPs.

Após leitura do parecer, CCJ do Senado pede vista à PEC da tributária

No Senado, a atenção está voltada para a reforma tributária. O governo mira sua aprovação até a primeira quinzena de novembro. Como deverá ser alterado, o texto terá de retornar para análise dos deputados.

O governo ainda precisa do aval do Congresso para o projeto de lei que regulamenta o mercado de apostas esportivas no país, que pode render algo na casa dos R$ 5 bilhões. Há risco de as propostas serem desidratadas no Legislativo, o que pode levar a reduções nas projeções de arrecadação.