TRE cassa toda a chapa do Avante em Petrolina

O Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) cassou, ontem, em decisão unânime, toda a chapa de candidatos a vereador do Avante, que concorreu nas eleições municipais de Petrolina em 2020. Com isso, o vereador Júnior do Gás perde o mandato. As informações são do blog do Alvinho Patriota.

A anulação decorre de denúncia de fraude à cota de gênero. O TRE-PE considerou fictícia a candidatura de Klébia Luciana Bezerra Vieira, determinando uma nova soma dos votos no município, subtraindo os do Avante. Além disso, puniu a acusada de fraude com oito anos de inelegibilidade. A Casa Plínio Amorim foi notificada e Júnior Gás deve deixar o cargo. O TRE-PE já havia cassado o mandato dele em 2021, pela mesma denúncia, mas o vereador conseguiu recorrer e voltou à Câmara de Vereadores.

Por Juliana Albuquerque – repórter do Blog

Só bastou o plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco formar maioria para aprovar o pacote fiscal proposto pela governadora Raquel Lyra (PSDB), na terça-feira (26), para em seguida, a chefe do executivo estadual sancionar com vetos as mudanças realizadas pela Alepe na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o próximo ano. 

Alegando inconstitucionalidade e contrariedade ao interesse público, Raquel vetou os sete trechos incluídos no relatório elaborado pelo deputado Alberto Feitosa no PLDO. Com isso, o projeto voltará ao plenário da Alepe, que tem até 30 dias corridos para ou concordar ou anular os vetos da governadora. 

“Ela tem que entender que é governadora, não imperadora. O que ela diz que é inconstitucional, a própria Comissão de Justiça da Alepe diz que não é. Se há divergências, ela [Raquel] vá discutir com o judiciário”, comenta o deputado e autor das mudanças no texto da LDO enviado à Alepe pelo Governo. 

Segundo o parlamentar, os vetos ao LDO publicados na sequência em que o plenário da Assembleia fez um gesto de boa fé e, a pedido da governadora, aprovou o pacote fiscal que coloca Pernambuco como o Estado com o terceiro maior ICMS do Nordeste e sétimo do Brasil, não agradou a maioria do parlamento. 

“O clima entre a maioria é de que foram enganados pela governadora, quando a mesma vetou as mudanças aprovadas na Alepe sem ao menos comunicar nem ao próprio líder do Governo na Casa nem muito menos ao presidente da Assembleia. Por isso, a tendência é que se forme maioria para anular os vetos”, revela Feitosa. 

Ainda de acordo com o deputado, ao longo desta semana, os vetos serão distribuídos nas Comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e na de Assuntos Econômicos (CAE).  “Embora se tenha 30 dias corridos para a votação em plenário dos vetos, o provável é que eles sejam votados já na próxima semana. Até porque nenhum deputado vai abrir mão de sua prerrogativa constitucional de execução das emendas parlamentares”, conclui Alberto Feitosa.

Os deputados federais Coronel Meira (PL-PE), Sanderson (PL-RS) e Mário Frias (PL-SP) apresentaram, ontem, o Projeto de Lei 4789/2023, que amplia a punição para abusadores e traficantes de crianças. O Projeto também inclui o crime qualificado para o uso de sedativos (conhecido como “boa noite cinderela”) que atualmente, não é tipificado pela legislação penal. Também, cria o aumento de pena para quem falsifica documento de menor de idade, o que vai contribuir para coibir o tráfico de menores e, também, outras formas de exploração sexual infantil.

O Projeto de Lei é amplo e propõe alterar o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente, a Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990 – Lei de Crimes Hediondos, a Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 – Lei de Execução Penal, e o Decreto Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 – Código de Processo Penal, para enrijecer o tratamento penal destinado aos crimes sexuais contra crianças e adolescentes, visando prevenir e coibir o incentivo à pedofilia.

Para o deputado Coronel Meira, o parlamento não pode fechar os olhos para dados alarmantes sobre crimes cometidos contra crianças e adolescentes. “A média anual de desaparecimento de crianças e adolescentes no Brasil já chega ao número assustador de cerca de 50 mil, segundo dados da Organização das Nações Unidas, e infelizmente muitos meninos e meninas estão expostos ao abuso e exploração sexual. É uma questão crítica no nosso País que, atualmente, ocupa o segundo lugar no ranking exploração sexual de crianças e adolescentes, ficando atrás apenas da Tailândia”, afirmou.

O PL recebeu o apelido de “Projeto Som da Liberdade” em referência ao filme que trata da história real do ex-agente especial do Governo Americano Tim Ballard (interpretado por Jim Caviezel), que embarca em uma missão perigosa para resgatar crianças vítimas de tráfico internacional infantil.  Na justificativa, os autores trazem ainda informações sobre os indicadores da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos, mantida pela associação civil sem fins lucrativos ou econômicos SaferNet Brasil, que revelaram que, em 2022, foram recebidas 111.929 denúncias anônimas de pornografia infantil, envolvendo 40.572 páginas distintas, das quais apenas 18.218 foram removidas. Aponta também que no ranking dos países que hospedam os referidos conteúdos criminosos, o Brasil está em 8º (oitavo) lugar.

Já o painel de dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos apontou que, somente no primeiro semestre de 2023, foram feitas 14.886 denúncias que relataram 29.259 violações de direitos humanos envolvendo crimes de estupro, exploração sexual, abuso sexual físico, abuso sexual psíquico e assédio sexual contra crianças, desde recém-nascidos, e adolescentes até os 17 (dezessete) anos.

Por Juliana Albuquerque – repórter do Blog

Em resposta ao protesto que agricultores realizam, hoje, no Trevo do Ibó, a Codevasf emitiu o seguinte comunicado:

“Com base em resolução aprovada por sua Diretoria-Executiva em 21/09/2023, a Codevasf remeteu à Chesf, real proprietária dos Projetos Públicos de Irrigação do Sistema Itaparica, a responsabilidade pelas despesas de operação, manutenção e energia elétrica dos projetos, de modo a garantir o adequado funcionamento das infraestruturas de uso comum do Sistema. 

A decisão deve-se ao não cumprimento, por parte da Chesf, de Termo de Conciliação firmado com a Codevasf no âmbito da Câmara de Conciliação e Arbitragem da AGU, assim como a restrições orçamentárias. 

Não obstante a responsabilidade sobre os projetos pertença à Chesf, a Codevasf é sensível às necessidades dos agricultores e das comunidades locais e tem dialogado com parlamentares e instituições de governo sobre o suporte ao Sistema Itaparica”.

De acordo com informações atualizadas da Polícia Rodoviária Federal (PRF), os manifestantes voltaram a bloquear as vias do Trevo do Ibó. A PRF segue acompanhando de perto a manifestação e tratando com os demais órgãos envolvidos  sobre as possibilidades de negociação com os manifestantes. O congestionamento em ambos os sentidos é de aproximadamente 4 km.

Por Juliana Albuquerque – repórter do Blog

Agricultores dos projetos de irrigação Pedra Branca, Fulgêncio e Brígida realizam, desde às 4h desta manhã, um protesto no Km 82 da BR 116, em Belém de São Francisco, com a interdição das quatro saídas do Trevo do Ibó, e outro protesto com interdição no Km 323 da BR 316, em Floresta.

A alegação dos agricultores, que estão sem fornecimento de água e energia há três dias, é de que após a Codevasf devolver, no dia 21 de setembro, a responsabilidade pelos perímetros a Chesf, nenhum dos órgãos quer mais assumir a responsabilidade pelo custeio e manutenção do perímetro. 

A manifestação no Trevo do Ibó é um apelo dos reassentados para que o Governo Federal intervenha e solucione urgentemente esse problema, que afeta diretamente a vida e o sustento de milhares de famílias na área irrigada. Neste momento, a PRF busca liberar a área interditada.

Em discurso na inauguração da sala em homenagem a Marco Maciel no Senado, a vice-governadora de Pernambuco, Priscila Krause (Cidadania), se emocionou. Assumiu ser macielista e afirmou que Maciel será sempre o seu grande líder.

Por Diana Câmara*

No meu último artigo, intitulado “Teremos mudanças para as Eleições 2024?”, do dia 18 de setembro, eu já apontava para uma provável não alteração da legislação eleitoral, que agora se confirma. Nesta semana, o Senado adiou a votação da minirreforma eleitoral aprovada pela Câmara em setembro de 2023. Com isso, as regras apresentadas nas propostas não valerão para o próximo pleito. As eleições municipais de 2024 serão realizadas em 6 de outubro, por isso, com o adiamento, não haverá tempo hábil para uma eventual aprovação das regras, pois a Constituição Federal estabelece que mudanças eleitorais devem ser feitas até um ano antes do pleito para serem válidas para a próxima eleição (princípio da anualidade). 

O relator da reforma eleitoral no Senado sinaliza que a Casa preferiu se dedicar com mais profundidade ao Código Eleitoral e fazer uma reforma eleitoral mais ampla e consistente. Para os advogados especialistas na área, bem como servidores e membros da Justiça Eleitoral, as regras desta nova minirreforma poderiam prejudicar a diversidade de candidaturas e amenizar punições para partidos e candidatos.

Desta forma, a ideia é que a minirreforma irá caminhar em conjunto com o projeto que cria o novo Código Eleitoral. Ambos os textos legais aprovados pela Câmara se encontram no Senado para deliberação. Vale lembrar que o Código Eleitoral está travado no Senado desde 2021, quando a Câmara aprovou a proposta. O projeto é considerado uma reforma mais ampla do sistema eleitoral, por se tratar de um Código inteiro e com mais de 900 artigos. 

Por outro lado, a PEC da Anistia, ainda na fase de discussão na Câmara, prevê anistiar partidos políticos por não terem cumprido cotas de candidaturas de negros e de mulheres nas eleições, algo na contramão das rígidas punições do Judiciário Eleitoral no caso de descumprimento dessas cotas. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) também estabelece novas regras para essas candidaturas. Vale lembrar que, hoje, através de uma decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e do STF (Supremo Tribunal Federal), os candidatos negros devem receber verba eleitoral proporcionalmente ao número de candidatos pretos e pardos, bem como o Judiciário Eleitoral vem aplicando rigor máximo nos julgamentos de processos relativos a candidaturas fraudulentas de mulheres.

Apesar de o pacote eleitoral em discussão no Congresso não valer para as Eleições 2024, a expectativa é de que ele siga vivo e no radar dos deputados federais e senadores nos próximos meses. 

Desta forma, não vamos ter mudanças na legislação que alterem a regra do jogo para as Eleições 2024. Assim, valerá para o próximo pleito as mesmas regras que estavam vigentes nas Eleições 2022, que já implementaram mudanças se comparadas as regras da última eleição municipal. Porém, mais novidades do que essas não vamos ter. Na verdade, como o TSE pode através das resoluções, lançadas até março do ano eleitoral, esclarecer e detalhar a aplicação da legislação, ainda podemos nos deparar com uma ou outra “novidade”, mas jamais com a mudança da lei e, em especial, da regra do jogo como prazo de início de campanha, alteração quanto ao prazo de desincompatibilização ou de inelegibilidade. Dito isso, nos próximos artigos vou abordar as regras das eleições que irão valer nas Eleições 2024, bem como cada instituto do Direito Eleitoral e as fases da eleição.

*Advogada especialista em Direito Eleitoral, ex-Presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB/PE, membro fundadora e ex-presidente do Instituto de Direito Eleitoral e Público de Pernambuco (IDEPPE), membro fundadora da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (ABRADEP) e autora de livros.