Orla do Recife vai ganhar novo visual com reforma de 11 quilômetros

A orla do Recife, um dos principais cartões-postais da cidade, vai passar por uma grande transformação nos próximos meses. A prefeitura anunciou, na quinta-feira (28), o projeto de reforma da costa recifense, que vai integrar as praias de Boa Viagem, Pina e Brasília Teimosa em um parque linear com novos espaços multifuncionais, as chamadas “centralidades”.

A proposta é criar uma orla mais bonita, acessível, segura e sustentável, que valorize a paisagem natural e a cultura local, além de estimular o turismo e a economia. O investimento previsto é de R$ 112 milhões, com recursos municipais. A previsão de conclusão é para 2025. As informações são do Portal NE9.

O projeto prevê mudanças no trânsito e na ciclovia, a construção de novos banheiros, melhorias da segurança e iluminação e o aumento da área verde. Também haverá reforma de toda a estrutura física do calçadão, que vai ter o pavimento substituído e a largura do passeio ampliada de 2,75 metros para 4,80 metros.

As “centralidades” serão espaços temáticos voltados para gastronomia, esportes, comércio de artesanato e contemplação do mar.

Serão sete ao longo dos 11 quilômetros de orla:

  • Estação Porto Terra Nova: Localizada no final da orla do Pina, próximo ao Parque das Esculturas de Francisco Brennand. Contará com um mirante para apreciar a vista do mar e da cidade, além de um espaço para eventos culturais.
  • Estação Mercado do Peixe: Em frente ao Mercado do Peixe de Brasília Teimosa. Terá um polo gastronômico com restaurantes e bares especializados em frutos do mar, além de uma praça com palco para shows e feiras.
  • Estação Esportes: No início da orla do Pina, onde ficam as atuais quadras de tênis. Contará com espaço para jogos de tabuleiro e terá três quadras de tênis e poliesportivas.
  • Praia Sem Barreiras: Próximo ao Posto 7. Oferecerá um local seguro e acessível para que pessoas com deficiência possam tomar banho de mar, contemplar a orla e fazer outras atividades. Será criado um espaço sanitário totalmente adaptado, além de quadra esportiva inclusiva.
  • Estação Pracinha: Em frente à Praça Boa Viagem. Terá um parque infantil com brinquedos lúdicos e educativos, além de uma área para piqueniques e feiras orgânicas.
  • Estação Lindu: Em frente ao Parque Dona Lindu. Terá um espaço para contemplação da natureza e fontes de água para a população se refrescar.
  • Estação Clube da Vara: No limite entre o Recife e Jaboatão dos Guararapes. Terá um polo gastronômico, parque infantil e polo esportivo.

Ajuda da população

O prefeito João Campos (PSB) disse que o projeto foi elaborado com a ajuda de pesquisas feitas com a população. Ele afirmou que quase 70% das pessoas questionadas disseram que a orla do Recife é o principal espaço de lazer da cidade. Afirmou, também, que a obra beneficia toda sociedade.

“Sou formado em engenharia civil, e a gente é formado e acredita na capacidade de construir. A gente nunca pode deixar de perseguir as ações estruturadoras para a nossa cidade. Na cadeia produtiva do turismo, a gente tem um potencial enorme de agregar valor e gerar renda. Nossa tarefa é fazer com que as pessoas venham para cá gastar no nosso comércio daqui”, disse.

Mais detalhes do projeto

A ciclovia vai ser completamente interligada do começo da orla até o Parque das Esculturas. A prefeitura promete suavizar “pontos cegos” para evitar acidentes, além de criar pavimentos elevados e drenagem redirecionada, evitando que haja pontos de alagamento.

De acordo com a prefeitura do Recife, 730 árvores vão ser plantadas, incluindo coqueiros, ao longo de toda a extensão da orla em até seis anos. Como já existem 582 árvores no local, serão 1.320 árvores ao todo.

A reforma dos quiosques compõe a primeira etapa da requalificação da orla do Recife. Os dez sanitários já existentes estão em reforma e outros 11 estão em construção. Na área externa serão instalados chuveiros e assentos para pessoas com necessidades especiais.

A licitação para a contratação da empresa que vai executar a obra foi lançada nesta quinta-feira e deve ser concluída em até 90 dias. A previsão é que as obras comecem no início de 2024.

Do G1

Em 10 décadas de história, dá pra dizer que a lista de acontecimentos históricos é extensa. Em São Caetano, no Agreste de Pernambuco, uma idosa que celebrou 100 anos de idade no sábado (23) constrói mais um capítulo da própria história. Maria Joaquina, agricultora aposentada, se dedica a estudar em uma escola municipal e abandonou o analfabetismo.

Com 11 filhos, sendo sete deles ainda vivos, cerca de 40 netos, 30 bisnetos e 6 tataranetos, Joaquina encara o desafio de estudar em uma turma de Educação de Jovens e Adultos (EJA) há quase três anos. Isso porque, quando criança, começou a trabalhar cedo e não teve a oportunidade de estudar.

Joaquina contou que começou a trabalhar aos 13 anos de idade para poder se alimentar. Ela trabalhava na roça, na zona rural da cidade, para poder comer beiju, farinha e macaxeira. Quando os filhos vieram, ela enfrentou uma separação do marido e teve que se sacrificar para cuidar deles.

“Sem chinelo nos pés, tirei madeira de bloco, limpei mato, arrancava feijão, cavei roça, trabalhava pra todo mundo. Recebia cinco ‘conto’ naquela época. Dava de comer aos filhos e ficava só na vontade de comer”, contou Joaquina.

Atualmente, ela vive na zona rural de São Caetano, na Vila Santa Luzia. Além de estudar, a idosa que está aposentada vive uma vida mais tranquila, se dedicando à costura e hobbies domésticos e diz que não quer ficar parada. No terceiro ano do Ensino Fundamental da turma de EJA, ela conta com apoio da família e não tem intenção de parar de estudar.

“Eu sinto gosto em estudar, prazer. Se não tiver paciência, não vai. Quem corre, cansa. Quem espera por Deus não cansa”, afirmou Joaquina.

Depois de ser sucessivamente cobrado, pelas mídias e pela Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (FEMURN), sobre a iminente perda do direito de recuperar créditos do hoje extinto Fundo Educacional (FUNDEF), Prefeito da Capital Potiguar decidiu acionar o Poder Judiciário.

Mas, apesar de ter sido alertado sobre a complexidade da causa e a possibilidade de o Município investir em apoio jurídico terceirizado, para majorar as chances de êxito, o Prefeito Álvaro Dias decidiu entregar o pleito nas mãos de seus Procuradores concursados.

Sem a necessária experiência para uma questão tão específica, a PGM distribuiu o processo e recebeu, em resposta, sentença proferida pelo Juiz Francisco Alexandre Ribeiro, da 8ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal, extinguindo o processo pela impossibilidade de apreciar o pedido equivocadamente formulado.

A notícia cai como uma bomba sobre a Educação Pública, que via nos créditos (mais de R$ 200 milhões de reais), a possibilidade de mudar a cara dos serviços oferecidos às crianças e adolescentes.

Até os professores da rede pública municipal saem prejudicados, considerando que, por lei, uma expressiva fatia desses créditos deve ser repassada aos profissionais da educação local.

Resta saber se o Prefeito e a Procuradoria vão agir a tempo e buscar apoio de especialistas do setor privado – como os gestores sérios de grandes cidades têm feito – ou se vão deixar perecer o direito dos professores e dos estudantes.

A luta contra o relógio continua, pois o Município tem até o dia 31 de outubro deste ano para corrigir sua ação. Após essa data, todo o valor será perdido, em razão da prescrição, e o povo de Natal sairá prejudicado pela desídia do Governante e sua equipe.

Confira a sentença

Um grupo de 25 deputadas federais da situação enviou, na última sexta-feira (29), uma carta ao presidente Lula pedindo a indicação de uma mulher negra ao STF (Supremo Tribunal Federal). Após a aposentadoria de Rosa Weber, o chefe do Executivo nacional precisa indicar um nome para a Corte.

Contudo, entre os mais cotados, de acordo com auxiliares do presidente, estão três homens: Flávio Dino, atual ministro da Justiça; Jorge Messias, ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU); e Bruno Dantas, presidente do Tribunal de Contas da União (TCU). As informações são da Jovem Pan.

Na carta, que teve a assinatura de 15 petistas, as parlamentares afirmam que expressam apoio a uma mulher negra na Corte. “O Brasil passa por um processo de retomada da democracia e, para tal, é necessário fazer composições que permitam a governabilidade. Porém, sem representatividade e sem diversidade nos espaços de poder, essa retomada fica comprometida”, escreveu o grupo. 

Na argumentação, as deputadas lembram dados de 2019 do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) que apontam que o Judiciário é predominantemente masculino. As mulheres representam 38,8% dos integrantes e, se consideradas apenas as funções de desembargadora, corregedora, vice-presidente e presidente, esse índice fica na faixa entre 25% e 30%. 

“Na história da Corte, em 132 anos, nunca houve a indicação de uma mulher negra para o cargo de ministra. Desde a redemocratização do país, entre os 30 ministros que já ocuparam uma cadeira na Corte, apenas três eram mulheres, todas brancas, e houve apenas um homem negro”, reclamam as deputadas federais.

As parlamentares ainda lembram de intervenções de coletivos e grupos da sociedade civil em pontos turísticos do Brasil e do exterior e do fato de que esses movimentos reuniram 40 mil assinaturas para pedir uma mulher negra na Corte. “Como parlamentares do campo progressista, estamos comprometidas com o enfrentamento das desigualdades estruturantes em nossa sociedade. Neste sentido, consideramos a indicação de uma mulher negra um passo significativo em direção a um Judiciário mais inclusivo e representativo, capaz de lidar com os desafios contemporâneos e proteger direitos fundamentais em todas as pessoas”, completou o grupo.

Um homem-bomba explodiu em frente à sede do Ministério do Interior da Turquia, na capital Ancara, neste domingo (1°). Autoridades turcas, que estão tratando o incidente como um ataque terrorista, afirmam que o homem-bomba em questão morreu durante a explosão. Já o outro suspeito foi “neutralizado” —jargão utilizado por forças de segurança para indicar que o suposto agressor foi morto durante a operação.

Além disso, dois policiais ficaram levemente feridos no ataque, o primeiro em Ancara desde 2016. As informações são da Folha de São Paulo.

O episódio ocorreu por volta das 9h30 no horário local (3h30 no Brasil), quando os suspeitos dirigiram até a entrada principal do edifício, localizado ao lado da sede de outras pastas e do Legislativo turco, em um carro comercial.

De acordo com a agência de notícias Reuters, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan participaria de uma sessão do Parlamento, localizado a um quilômetro do local da explosão, por volta do mesmo horário. A agenda do dia foi mantida mesmo após as explosões.

Horas após o incidente, já na abertura da sessão parlamentar, Erdogan qualificou o ataque como “a última tentativa” de causar terror nos turcos.

“Aqueles que ameaçam a paz e a segurança dos cidadãos não alcançaram seus objetivos”, disse o presidente.

Fontes do governo turco disseram à Reuters que, antes de realizarem o ataque, os responsáveis pela explosão sequestraram um Renault de carga em Kayseri, cidade a 260 quilômetros de Ancara, e mataram o motorista durante o sequestro.

A polícia também disse ter detonado de forma controlada vários pacotes suspeitos em outras regiões de Ancara. O objetivo era evitar possíveis ataques.

Suécia na Otan

A explosão ocorre no momento em que a Turquia considera ratificar a entrada da Suécia na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). O governo levantou diversas objeções iniciais e atrasou a expansão do bloco, vista como uma forma de proteger países do leste europeu contra a escalada autoritária da Rússia.

Em julho, Hungria e Turquia retiraram os vetos à entrada da Suécia, mas adiaram a votação que ratificará a adesão à Otan.

Um dos pontos de interesse de Erdogan envolve temas religiosos. O presidente turco pressiona a Suécia a adotar medidas contra profanações ao Alcorão.

Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, classificou o ataque como terrorista. Já o comissário da União Europeia para Expansão do bloco, Oliver Varhelyi, disse que apoia a Turquia “na sua luta contra o terrorismo”.

Até o momento, nenhum grupo foi responsabilizado pelo ocorrido, porém o procurador-chefe de Ancara abriu uma investigação para apurar as causas do ataque.

Violência na Turquia

O atentado deste domingo acontece quase um ano após uma explosão no centro de Istambul, em que seis pessoas morreram e outras 81 ficaram feridas. O governo da Turquia culpou militantes curdos pelo ataque.

Entre 2015 e 2017, mais de 15 ataques terroristas foram realizados na Turquia, todos com dezenas de pessoas atingidas. O último em Ancara aconteceu em março de 2016 e deixou 37 mortos.

A maior parte desses atentados foram reivindicados pelo Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) ou pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI).

O PKK, que luta contra o Estado turco desde 1984, está na lista de grupos terroristas elaborada por Ancara e pelos aliados ocidentais do país.

Os militantes curdos vinculados ao PKK controlam a maior parte do nordeste da Síria.

Da CNN

O governo deve enviar até o fim de outubro ao Congresso Nacional proposta para modificar o dispositivo da Garantia da Lei da Ordem, usado em situações de conflito para o emprego das Forças Armadas.

O documento, elaborado pelo Ministério da Defesa, encontra-se no Ministério da Justiça para ajustes finais, conforme fontes do governo.

Diferentemente de outro texto que tramita na Câmara dos Deputados, a minuta do governo não prevê qualquer alteração no artigo 142 da Constituição Federal. A ideia em questão é um meio-termo, elaborado para agradar civis e militares.

Nesse contexto, conforme apurou a CNN, a principal mudança estaria na chamada “cooperação interagências”, em que forças policiais passariam a integrar a GLO. Caso da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança.

Outro ponto discutido diz respeito a criação de uma escala de emprego das tropas. Isso significa que, antes de decretar a GLO, o presidente da República terá opções para acionar parte do contingente.

Por exemplo: a ação de nível 1 seria usada para situações menos graves. E assim por diante, até chegar ao nível 5, quando a Garantia da Lei e da Ordem entraria em vigor.

Tudo isso foi pensando com base na experiência do 8 de janeiro. Na ocasião, integrantes do Ministério da Defesa, por precaução, elaboraram uma proposta de acionamento da GLO, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) achou por bem não colocá-la em prática, temendo dar poderes, considerados por membros do governo como “excessivos”, às Forças Armadas.

Apesar dessa postura, cabe ressaltar que a GLO foi usada com frequência nos governos petistas. Dilma Roussef (PT) foi a que mais acionou o dispositivo desde a sua criação em 2001, segundo levantamento do ministério da Defesa ao qual a CNN teve acesso.

A proposta em discussão agora também pretende delimitar a quem cabe julgar os militares processados por situações envolvendo GLO. Coincidentemente, o caso está sendo analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A intenção é regulamentar em lei para que não seja mais necessária uma decisão da Suprema Corte.

O entendimento da Defesa é de que os casos devem ser julgados pela Justiça Militar, mas uma ala do governo acredita que as instâncias comuns seriam adequadas, uma vez que não se trata de crime militar, por exemplo, qualquer excesso cometido em uma operação.

Esse imbróglio é o que tem atrasado o envio da proposta ao Congresso. Caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a palavra final.

Presidente nacional do PL, partido de Jair Bolsonaro, Valdemar Costa Neto se reuniu com Flávio Dino antes de anunciar publicamente apoio à eventual indicação do ministro da Justiça ao STF por Lula.

O encontro aconteceu em 19 de setembro, no Ministério da Justiça, mas não foi registrado na agenda oficial de Dino. Valdemar estava acompanhado do líder do PL na Câmara, Altineu Cortês (RJ). As informações são da coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles.

“Eu pedi agenda. Chamei o presidente Valdemar pra ir comigo. Assunto era segurança pública do Rio”, relatou Altineu à coluna.

Uma semana depois do encontro, Valdemar afirmou à CNN Brasil que a bancada do PL no Senado deverá votar a favor da possível indicação de Dino ao Supremo, o que gerou reação dos senadores da sigla.

Flávio Bolsonaro rebate Valdemar

Filho 01 de Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi às redes sociais rebater. Ele afirmou que “jamais” votaria a favor da indicação de Dino, a quem chamou de “arrogante” e “prepotente”.

“Minha posição pessoal é que JAMAIS votaria a favor de uma pessoa arrogante, prepotente, que defende aborto, não combate o tráfico de drogas e armas, debocha do Senado e usa ‘sua’ polícia para perseguir políticos até do governo que integra, quem dirá opositores. Não passaria”, afirmou Flávio.

Líder da Rede na Câmara, o deputado Túlio Gadêlha acionou a Procuradoria-Geral da República após a deputada Carol de Toni (PL-SC) citar um “banho de sangue” caso o Marco Temporal das Terras Indígenas, aprovado pelo Senado, não seja implementado.

A declaração foi dada durante coletiva da Frente Parlamentar Agropecuária. Na ocasião, disse a deputada: “A decisão do Marco Temporal, que vem relativizar a propriedade privada e gerar uma imensa insegurança jurídica, vai trazer um banho de sangue no campo brasileiro. Temos milhares e milhares de famílias de pequenos agricultores que serão expropriadas de suas terras sem direito à indenização. E eles não querem indenização, eles querem ficar na terra”, afirmou a deputada. As informações são do Metrópoles.

Túlio Gadelha solicita à PGR que Carol de Toni seja investigada pelos crimes de ameaça e incitação ao crime.

“O Marco Temporal é uma grande violência contra indígenas retratada explicitamente nas falas da deputada. Ela ataca nossos povos e nossas leis ao ameaçar um ‘banho de sangue”, disse Gadelha.

A tese do Marco Temporal foi derrubada pelo STF durante um julgamento no último dia 21. A tese foi uma estratégia jurídica de ruralistas para proibir a demarcação de áreas que não estivessem ocupadas por indígenas até 1988.

O litro do óleo diesel terá novo reajuste a partir deste domingo (1°). Segundo o Instituto Combustível Legal (ICL) e a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o combustível ficará R$ 0,02 mais caro por conta da recomposição das alíquotas de PIS e Cofins. Esse é o segundo aumento com a retomada dos tributos federais sobre o produto.

Com a nova alta, os impostos devem atingir a alíquota integral de R$ 0,35 por litro em janeiro de 2024: setembro(R$ 0,11); outubro (R$ 0,13); e janeiro de 2024 (R$ 0,35). Desde 2021, essas taxas sobre o diesel estavam zeradas como medida para reduzir o preço do combustível para o consumidor. Em janeiro deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prorrogou a isenção até 31 de dezembro. No entanto, ele antecipou a reoneração para financiar o programa de descontos para carros populares e caminhões. As informações são do Estadão.

Volatilidade do petróleo

A oferta restrita de petróleo e derivados tem sido a principal causa do aumento dos preços do petróleo e dos derivados, principalmente o diesel, no mercado internacional, avaliam analistas. O momento, porém, é de alta volatilidade, devido a incertezas em relação à suspensão de exportações russas, o que deve levar a Petrobras a esperar mais tempo para amenizar a defasagem dos seus preços internos, já que não há risco de desabastecimento.

O preço do petróleo tipo Brent passou ao patamar de US$ 90 no início de setembro e na quarta-feira (27) fechou em alta de mais de 2% nos contratos para dezembro, a US$ 96,55, depois de ter tocado a máxima de US$ 97,06 durante o pregão. “Há necessidade clara de aumento de preço no diesel dada a dinâmica de paridade, mas não há risco de abastecimento no momento”, avalia Luiz Carvalho, analista de óleo e gás do UBS BB.

Segundo Amance Boutin, especialista em combustíveis da Argus, o mercado está sim esperando um aumento para o diesel pela Petrobras, mas ainda há incerteza sobre como será a reação ao embargo das exportações da Rússia, o que deve segurar os reajustes no momento.

“De acordo com o que temos ouvido dos nossos colegas de fora, seria um tiro no pé a Rússia estender muito essa suspensão (de exportações). A entrada de divisas para a Rússia é muito importante, porque é muito dependente dessa receita. Eles fizeram isso (suspensão da exportação) para estocar produto, mas não têm onde estocar tanto produto. Traria mais danos do que benefícios para Rússia”, explica.

Duas semanas após ser criado via medida provisória, o Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte ainda é uma pasta fantasma. Sem cargos, orçamento e pessoal, o 38º ministério do governo Lula tem apenas um integrante: o ministro Márcio França, desalojado de Portos e Aeroportos para abrir espaço ao Centrão. Até agora, contudo, ele não assinou qualquer ato no novo posto e segue sem agenda divulgada.

Apenas na terça-feira passada a estrutura física do ministério foi entregue. A pasta ocupará todo o segundo andar do prédio que abriga o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), comandado pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin. As informações são do O GLOBO.

Antes de ganhar um gabinete, França despachou, por alguns dias, de uma sala da Fundação João Mangabeira, entidade ligada ao PSB, situada em uma casa no Lago Sul, em Brasília. Procurado, o ministro não quis se manifestar sobre a situação atual.

A mudança para a nova pasta foi considerada como um desprestígio por integrantes do PSB, que preferiam manter França no Portos e Aeroportos. O cargo, porém, foi usado por Lula para atrair o Republicanos, com a nomeação do deputado Silvio Costa Filho (PE) como ministro, numa costura que também envolveu a entrega do Ministério do Esporte a um nome do PP, o também deputado André Fufuca (MA).

Integrantes da cúpula do PSB ouvidos pelo GLOBO afirmam que ainda não começaram a tratar de indicações do partido para o novo ministério, já que não se tem conhecimento da estrutura que a pasta terá. A definição sobre nomes que ocuparão postos de chefia passará por conversas entre França, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, e o prefeito de Recife, João Campos.

Persiste, no entanto, o incômodo da sigla com a nomenclatura da pasta. Ainda durante as negociações, o PSB levou a Lula um pedido para que o novo ministério não tivesse as palavras “Micro” ou “Pequena Empresa” no nome. A solicitação foi ignorada pelo Planalto. Agora, mesmo com o ministério já formalmente criado, França ainda tenta mudar o nome e quer incluir o termo “Empreendedorismo Criativo” na denominação.

Para começar a trabalhar para valer, porém, o ministro ainda aguarda resposta do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos sobre a estrutura que terá. Procurada pelo GLOBO, a pasta comandada por Esther Dweck afirmou, em nota, que isso ainda está “em construção”. “As equipes do Ministério da Gestão e da Inovação estão em diálogo com a equipe do ministro Márcio França para a estruturação da pasta. Também estão sendo discutidos os espaços físicos a serem ocupados pelo novo ministério, em compartilhamento com outros órgãos”, diz.

Segundo apurou O GLOBO, a demora na publicação da nova estrutura se deve à negociação dos cargos políticos da pasta. Um desenho inicial prevê que o ministério tenha uma secretaria-executiva e seja dividido entre a parte de micro e pequenas empresas e outra voltada a empreendedorismo criativo e artesanato.

O novo ministério foi criado com a condição de não resultar em mais cargos na Esplanada. Com isso, herdará estruturas hoje vinculadas a outras pastas, como a da Secretaria da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte e do Empreendedorismo, hoje no MDIC. Além dos cargos de confiança, a secretaria tem 30 servidores de carreira.

Mais cargos

A promessa feita ao ministro Márcio França, contudo, é que ele poderá ter à sua disposição mais cargos diretos, ligados a ele, do que em sua antiga pasta, cuja estrutura se concentra em grande parte nos estados.

Além da indefinição sobre cargos, o ministro não sabe exatamente de qual orçamento irá dispor para colocar ações da sua pasta de pé. Até o momento, o valor disponível para o ministério é o mesmo da secretaria vinculada ao MDIC. Para 2023, são previstos R$ 3,6 milhões. Se for este o valor que ficar disponível ao 38º ministério de Lula, será o menor orçamento da Esplanada neste ano.

Para 2024, a proposta da secretaria que seguiu para o Congresso prevê orçamento de R$ 11 milhões. O aumento dessa quantia dependerá de conversas de França com o relator do Orçamento, deputado Luiz Carlos Motta (PL-SP). O valor também poderá ser turbinado por emendas parlamentares.