Governo Lula não assina declaração da ONU contra Ortega

O governo Lula decidiu não aderir a uma declaração conjunta da ONU para denunciar os crimes do ditador da Nicarágua, Daniel Ortega. Segundo o UOL, o Itamaraty participou da negociação do texto final durante reunião no Conselho de Direitos Humanos, na sexta-feira, mas optou por não aderir ao documento assinado por 55 países.

De acordo com a reportagem, o governo brasileiro quis suavizar a declaração, propondo espaço para diálogo com a ditadura. A proposta não foi aceita. As informações são do O Antagonista.

Enquanto até governos de esquerda na América Latina se dispuseram a conceder cidadania aos apátridas nicaraguenses, entre eles Argentina, Colômbia e Chile, a gestão petista continua sem se posicionar.

Na cruzada de Daniel Ortega contra a Igreja Católica, 11 padres foram presos. Em fevereiro, o regime libertou 222 presos políticos, incluindo políticos da oposição e líderes empresariais, que foram deportados para os Estados Unidos depois de perderem a cidadania nicaraguense por “traição à Pátria”.

Na sexta, um grupo de especialistas da ONU acusou o regime de Ortega de cometer violações sistemáticas dos direitos humanos, que constituem “crimes contra a humanidade”. A manifestação consta em documento divulgado em Genebra que pede sanções internacionais contra o país.

Criado em 2018, o Grupo de Especialistas em Direitos Humanos sobre a Nicarágua cita execuções extrajudiciais, detenções arbitrárias, tortura e privação arbitrária da nacionalidade e do direito de permanecer no próprio país.

Um processo judicial sobre royalties de petróleo que está no Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2013 ganha novo capítulo este mês: a liminar da ministra Cármen Lúcia que suspende o repasse dos recursos a 23 estados e ao Distrito Federal completa 10 anos. Os estados estimam que deixaram de receber mais de R$ 20 bilhões, apenas entre 2013 e 2017. Os royalties são pagos para o governo por empresas que exploram petróleo.

O processo sofreu cerca de 300 movimentações desde sua chegada à Corte. A expansão da divisão ocorreu em 2012, com a sanção da Lei Federal nº 12.734/2012, na primeira gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Com a cautelar, os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, em cuja orla marítima se concentra a produção do pré-sal, seguiram como os únicos que têm direito aos royalties. As informações são do Correio Braziliense.

A decisão, que precisa ser referendada pelo plenário do Supremo, foi tomada na Ação Direta de Inconstitucionalidade 4917 e está submetida à mudança de 2022 do Regimento Interno do STF. A alteração determina que uma liminar seja apreciada no prazo máximo de 90 dias úteis pelos demais ministros. Assim, a discussão coletiva sobre os royalties precisa ocorrer até maio próximo.

Acordo

O estado do Rio de Janeiro argumentou à época que a suspensão imediata da lei de 2013 era “urgente”. Em nota enviada ao Correio, o gabinete da ministra Cármen Lúcia informou que uma futura decisão sobre o processo está vinculada ao sucesso de um acordo entre os estados.

“A ADI 4917 foi pautada na presidência do Ministro Luiz Fux, em 2020, e retirada de pauta a pedido de diversos governadores, que queriam tentar um consenso sobre a matéria. A conciliação não prosseguiu naquele momento. Atualmente, porém, as tratativas estão novamente em andamento e novas propostas foram apresentadas. A conciliação está sendo conduzida pela relatora, a ministra Cármen Lúcia, em diálogo com os órgãos envolvidos. Se não houver acordo no centro de mediação, a matéria será levada a julgamento”. De acordo com o STF, a Advocacia-Geral da União (AGU) está na mesa de negociação.

A lei contestada substituiu legislação, também federal, de 1985, segundo a qual é justo o repasse de royalties majoritariamente a Rio, São Paulo e Espírito Santo — os três que se mantêm no entendimento de concentrar sozinhos os lucros. A Procuradoria-Geral da República (PGR) se diz favorável, com ressalvas, ao entendimento dos três estados.

Coordenador da bancada do Nordeste na Câmara e um dos parlamentares que participaram da discussão sobre a Lei 12.734, o deputado Júlio César (PSD-PI) afirma que o principal argumento à época no Congresso para legitimar a divisão foi o de que os territórios são da União, cabendo assim à esfera decidir pela possibilidade de rateio. O projeto de lei recebeu aval do governo Dilma.

Perdas

Estimativa com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), consolidados pelo gabinete do deputado Júlio Cesar, afirma que, entre os estados que seriam contemplados caso a legislação estivesse sendo aplicada, a Bahia tem a maior perda de arrecadação: R$ 2 bilhões, aproximadamente. O período de análise considera o intervalo entre 2013 e 2017.

Na sequência, estaria o Ceará, com cerca de R$ 1,6 bilhão que deixou de ser embolsado, com Pernambuco vindo logo após — R$ 1,5 bilhão. Os três são os de maiores populações do Nordeste. Os royalties, segundo a lei de 2012, serão pagos mensalmente e incidirão sobre a produção de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos, calculados a partir da data em que começou a produção comercial. O cálculo é estabelecido por ato do Executivo.

A última movimentação relevante da ação ocorreu há aproximadamente três anos, quando o julgamento pelo plenário foi retirado de pauta por decisão do então presidente do STF, Luiz Fux. A ação chegou ao Supremo quando Joaquim Barbosa era presidente da Corte.

Lideranças do União Brasil creditam boa parte da fervura no qual está metido Juscelino Filho a um colega de esplanada do ministro das Comunicações: o ministro da Justiça, Flávio Dino.

Na visão de mandatários da sigla, Dino seria o maior interessado em ver Juscelino fora do governo com menos de três meses completos no cargo. As informações são do colunista Igor Gadelha, do Metrópoles.

Isso porque Juscelino é um dos adversários locais de Dino no Maranhão. Não seria interessante para o ministro da Justiça, portanto, que seus aliados enfrentassem, nas eleições municipais de 2024, os protegidos do ministro das Comunicações.

Desde que chegou no cargo, Juscelino é alvo de diversas denúncias. Dentre elas, a utilização de aviões da FAB para viagens de cunho pessoal, indicações ao orçamento secreto em benefício próprio e até mesmo a ocultação de cavalos de raça em sua declaração à Justiça Eleitoral.

Como mostrou a coluna, desde que Lula formalizou a indicação de Juscelino ao cargo de ministro, o nome do parlamentar do União é defenestrado nos bastidores. Petistas chegaram a dizer que ele “não duraria seis meses”.

Lula deverá se reunir com Juscelino nesta segunda-feira (6/3) para ouvir as explicações de seu ministro. Caso ele não consiga justificar suas condutas, deverá ser exonerado do cargo.

O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social informou ao G1 que prevê excluir até dezembro deste ano mais 1 milhão de beneficiários do Bolsa Família que vêm recebendo o pagamento de maneira irregular.

De acordo com o ministro Wellington Dias, ao todo, o governo encontrou indícios de irregularidades em 2,5 milhões de beneficiários e 1,4 milhão já foram excluídos da folha de março. O restante, cerca de 1 milhão, segundo o ministério, deverá ser excluído até dezembro.

Isso porque o governo começa neste mês a atualização do cadastro dos beneficiários, e a meta é concluir o processo até dezembro.

Pelos cálculos do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, 20,9 milhões de famílias devem receber o Bolsa Família em março, a um custo estimado em R$ 14 bilhões.

Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou uma medida provisória (MP) a fim de reformular o Bolsa Família, modificando as regras do Auxílio Brasil.

No discurso de assinatura da MP, Lula cobrou a fiscalização contra fraudes no programa. Segundo o governo, há pessoas recebendo o Bolsa Família indevidamente por, por exemplo:

  • terem renda acima do permitido para concessão do benefício;
  • terem descumprido as regras sobre cadastro de famílias unipessoais.

Atualização do cadastro

Segundo o ministério, o governo federal contratará 12 mil pessoas para fazer a atualização do cadastro dos beneficiários do Bolsa Família.

O processo de atualização do cadastro se dará da seguinte maneira, segundo o governo:

  • as famílias serão chamadas aos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) a partir deste mês de março para atualizar os dados;
  • os beneficiários não precisam se dirigir aos CRAS antes de serem chamados e continuarão recebendo o benefício;
  • caberá ao CRAS a marcação de data e horário (em alguns casos, o funcionário poderá comparecer à residência do beneficiário para checar informações adicionais);
  • em caso de não comparecimento do beneficiário, o pagamento do Bolsa Família será bloqueado no prazo de até dois meses (começando em maio para os convocados em março);
  • em caso de comprovação de recebimento indevido, o cancelamento do benefício será automático;
  • pessoas com mais de 50 anos ou com deficiência terão prioridade de atendimento.

De acordo com Wellington Dias, as pessoas seguirão recebendo o Bolsa Família durante o processo de atualização e não precisam procurar os CRAS.

Qual será o pagamento do Bolsa Família?

Em linhas gerais, o programa prevê os seguintes pagamentos a famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza. E serão pagos:

  • pelo menos R$ 600 por família;
  • R$ 150 adicionais para cada criança de até 6 anos;
  • R$ 50 adicionais para crianças com mais de 7 anos e jovens com menos de 18;
  • R$ 50 adicionais para gestantes.

Eleitores de seis municípios vão às urnas neste domingo (5) para escolher novos prefeitos em eleições suplementares. Os mandatários eleitos deverão ficar no cargo até dezembro de 2024.

Esse tipo de eleição ocorre quando há a anulação de mais da metade dos votos concedidos ao candidato ao Executivo, no caso, prefeito, com registro indeferido. As informações são da Agência Brasil.

Desta vez, os pleitos ocorrem em Capão do Cipó, Miraguaí e Redentora, no Rio Grande do Sul; Iaciara, em Goiás; e Ipanguaçu, no Rio Grande do Norte. Em dois municípios gaúchos, Caseiros e São Francisco de Assis, a votação foi suspensa por liminar (decisão provisória) até que recursos contra a cassação dos prefeitos sejam julgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

Nas eleições suplementares, as urnas ficam abertas das 8h às 17h, sempre no horário local da votação. Assim como em qualquer pleito organizado pela Justiça Eleitoral, para votar basta levar um documento oficial com foto. 

São aceitos, por exemplo: e-Título, carteira de identidade, identidade social, passaporte ou outro de valor legal equivalente – inclusive carteira de categoria profissional reconhecida por lei –, certificado de reservista, carteira de trabalho ou Carteira Nacional de Habilitação.

Mesmo quem cadastrou biometria precisa levar o documento com foto.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sinalizou que vai concorrer às próximas eleições no Brasil, em 2026, durante o Conservative Political Action Conference (CPAC), maior evento de conservadores do mundo, que acontece em Washington DC.

Durante o seu discurso, criticou a esquerda e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e chamou a também ex-presidente Dilma Rousseff de “comunista”.

Bolsonaro falou por cerca de 25 minutos, exaltou os Estados Unidos, os americanos, citou a sua relação com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas não mencionou o escândalo das joias ilegais, revelado pelo Estadão.

O governo Bolsonaro tentou trazer para o País colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes avaliados em US$ 3 milhões (R$ 16,5 milhões).

As joias, que eram um presente do regime saudita para ele e a então primeira-dama Michelle Bolsonaro, foram apreendidas no aeroporto de Guarulhos.

“Nessa terra, eu me sinto no Brasil, terra de bravos, da liberdade, do progresso e da ordem. É o que muito político sempre fala. Não é fácil ser político pelo menos para aqueles que querem honrar sua palavra e fazer bem ao próximo”, disse Bolsonaro, ao iniciar o seu discurso, sem mencionar nomes.

Ele afirmou que decidiu concorrer às eleições no País após a reeleição de Dilma, quando a chamou de “comunista”.

“Jamais esperava ser presidente do Brasil, mas quando vi uma comunista ser reeleita no meus País, resolvi enfrentar esse desafio”, disse. “Eu sinto lá no fundo que essa missão ainda não acabou”, emendou.

Ao criticar a oposição, Bolsonaro afirmou que a esquerda o via como um “alvo difícil” de ser atingido e que o partido tem perdido eleitores no Brasil para aqueles de centro-direita, a exemplo do que também ocorre nos Estados Unidos.

Chamou o governo Lula de “novo-velho” e também desmereceu sua gestão ao defender a pauta dos bons costumes. “A primeira medida desse novo velho governo foi revogar minhas ações”, afirmou.

A Polícia Civil de São Paulo prendeu, ontem, José Rainha, líder da Frente Nacional de Lutas Campo e Cidade (FNL). A operação, realizada no Pontal do Paranapanema, extremo oeste paulista, prendeu também Luciano de Lima, outra liderança do movimento.

As diligências foram decorrentes de mandados de prisões preventivas autorizados pela Justiça de líderes de movimento de invasão de terras. De acordo com a polícia, os alvos extorquiam produtores rurais para não invadir suas fazendas na região. As informações são do O Antagonista.

Na madrugada de 18 de fevereiro, integrantes da FNL iniciaram ocupações em fazendas do interior paulista e uma no Mato Grosso do Sul durante o chamado “Carnaval Vermelho”. Segundo a polícia, porém, as prisões de Rainha e Lima não têm relação com essas invasões.

“As prisões preventivas têm como objetivo a interrupção do ciclo delitivo e promoção de prevenção geral e paz no campo. É importante ressaltar que em nada se confundem com os atos decorrentes do Carnaval de 2023, quando um grupo invadiu nove propriedades rurais, mas sim visa a apuração do ciclo de violência decorrentes de extorsões e dos disparos de arma de fogo, incluindo fuzil, o que colocou em risco número indeterminado de pessoas”, informou a polícia em comunicado.

A Receita Federal desmentiu a versão apresentada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados de que as joias enviadas pelo regime da Arábia Saudita ao Brasil seriam para o patrimônio público da Presidência. O órgão afirmou que, mesmo após orientações e esclarecimentos prestados pelos servidores do Fisco de que o bem poderia ser regularizado caso essa fosse a justificativa, “isso não aconteceu no caso em análise”.

Como mostrou o Estadão, a Receita reteve um conjunto de peças de diamantes, incluindo colar, um par de brincos, anel e relógio avaliados em 3 milhões de euros (R$ 16,5 milhões), que estavam na mochila de um assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, quando ele desembarcou da Arábia Saudita no aeroporto de Guarulhos, em 26 de outubro de 2021.

Por meio de nota, a Receita afirmou que a incorporação ao patrimônio da União exige pedido de autoridade competente, com justificativa da necessidade e adequação da medida, como, por exemplo a destinação de joias de valor cultural e histórico relevante, que possam ser enviadas para um museu.

“Não cabe incorporação de bem por interesse pessoal de quem quer que seja, apenas em caso de efetivo interesse público”, informou a instituição, explicitando novamente que o governo não apresentou pedido para que as joias fossem tratadas como bem da União.

Neste sábado, 04, o ex-presidente negou que tenha havido irregularidades na tentativa de trazer joias de valor milionário da Arábia Saudita. Em uma entrevista a jornalistas na saída da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), um dos maiores eventos conservadores dos Estados Unidos, Bolsonaro se defendeu do caso revelado pelo Estadão, afirmando que não pediu, nem recebeu o presente.

“A legislação diz que poderia usar, mas não se desfazer do bem. Agora eu estou sendo crucificado por um presente que eu não recebi. Alguns jornais disseram que tentei trazer joias ilegais para o Brasil, não existe isso”, declarou o ex-presidente do lado de fora principal palco do Gaylord National Resort & Convention Center, em Maryland, ladeado por fãs que pediam para tirar fotos com ele e reclamaram das perguntas da imprensa sobre o caso.

Como mostrou o Estadão, Bolsonaro tentou ao menos oito vezes reaver as joias envolvendo ações de três ministérios e militares. Em uma das tentativas, o ex-presidente acionou o Itamaraty e alegou que o presente iria para o “acervo”, sem especificar qual.

Ao se referir às denúncias realizadas pela reportagem, a Receita detalhou as regras referentes à entrada de itens no Brasil e esclareceu que “todo cidadão brasileiro sujeita-se às mesmas leis e normas aduaneiras, independentemente de ocupar cargo ou função pública”.

“Os agentes da Receita Federal atuantes na aduana são servidores de Estado, com prerrogativas e garantias constitucionais que lhes garante isenção e autonomia no exercício de suas atribuições legais. Todo viajante que traga ao país bens pertencentes a terceiros deve declará-los na chegada, independentemente de valor”, informou.

Não havendo essa regularização, o bem é tratado como pertencente ao portador e, não havendo pagamento do tributo e multa, é aplicada a pena de perdimento, cabendo recursos cujo prazo, no caso, encerrou-se em julho de 2022.

Após a declaração de “perdimento”, é possível que o bem seja levado a leilão, sendo que 40% do recurso arrecadado é destinado à seguridade social e o resto ao Tesouro. As joias, como revelou o Estadão neste sábado, 4, iriam a leilão, mas foram retiradas da oferta, porque passaram a ser tratadas como prova de crime.

Os fatos foram informados ao Ministério Público Federal. A Receita Federal colocou-se à disposição para prosseguir nas investigações, sem prejuízo da colaboração com a Polícia Federal, já anunciada pelo Ministro da Justiça.

Na nota, a Receita saudou os agentes da aduana “que cumpriram seus deveres legais com altivez, cortesia, profissionalismo e impessoalidade, honrando a instituição a que pertencem”.

Depois de fazer uma manobra regimental para emplacar o deputado Antônio Morais (PP) na presidência da Comissão de Constituição e Justiça, da Assembleia Legislativa, a governadora Raquel Lyra (PSDB) adoçou ainda mais os lábios do parlamentar: manteve Ary Morais na presidência do Ipem, Instituto de Pesos e Medidas do Estado.

Raquel mostra, na prática, que nova política é mera retórica, revelando-se fiel devota de São Francisco.

É dando que se recebe.

Magno Martins Filho abre, hoje, a janela do ciclo maturo da adolescência. Completa 15 aninhos. Pela ordem, é o terceiro dos quatro herdeiros. Cada um – Felipe, André Gustavo, Magno e João Pedro – tem um pedaço do meu coração. Me alegram, me encantam e me iluminam. Filho é a melhor coisa que Deus põe nas nossas vidas.

O amor mais perfeito, puro e sincero. Com o sorriso aberto, dão a força para o caminhar. Como cantou Tim Maia, filho é mais do que sei, é mais que pensei, é mais que esperava. É a promessa do amor para sempre e não enquanto dura. É o porto seguro, a flor que desabrocha a cada manhã, fonte de amor sem fim.

Magno é a perpetuação do meu nome. Entre os romanos havia o costume de nomear os filhos a partir do nome do patriarca da família ou com base no sobrenome da família. Papai Gastão me dizia isso depois que deu ao meu irmão caçula o seu nome.

Já a construção do brasão familiar se caracterizou por ser um desenho que pai e filho fizeram juntos para retratar os valores mais importantes da família. Nesse sentido, é considerado como algo que simboliza a lealdade familiar. Magno pai e Magno Filho são do brasão Martins. O sobrenome Martins é de origem espanhola. Martins é uma derivação de Martim ou Martino.

Quando Magno Filho nasceu na poética e bela Recife, as pontes da cidade ficaram mais coloridas, o Capibaribe, Cão sem plumas, de João Cabral de Melo Neto, bem sereno. Estava estendido o tapete vermelho para o meu príncipe amado, que coloquei no colo, fiz canções de ninar e paparicos.

Paparicos que são eternos, mudam apenas de configurações com o tempo da idade física e espiritual. Mas chega o momento do grito da independência dos nossos filhos, a força da vida em movimento, o poder do tempo que tudo transforma.

É quando nos damos conta de que nossos filhos cresceram e apesar de insistirmos em ocupar o lugar de destaque, eles sentem urgência de conquistar o mundo longe de nós. Chegou a hora de dar apoio em tudo. E isso também é amor.

Muitas vezes, confundimos amor com dependência. Sentimos erroneamente que se nossos filhos voarem livres não nos amarão mais. Criamos situações desnecessárias para mostrar o quanto somos imprescindíveis.

Ao olhar para o meu Magno de 15 anos aprendo que existe uma criança em mim que ao ver meus filhos crescidos se assustam por não saber o que fazer. Mas é muito melhor ser livre do que imprescindível. Aprendo que é preciso ter coragem para voar e deixar voar. E não há estrada mais bela do que essa.

Que os 15 anos do meu Magno cheguem com muitas boas descobertas e surpresas. Como processo de construção de um grande homem. A idade é mágica. Um novo mundo está se abrindo em sua vida. Que seja forte para o que der e vier.

O crescer, meu filho, tem um peso. Espero que a sabedoria te guie. Estais se despedindo da infância deliciosa para curtir a adolescência. É a beleza de uma juventude que se desperta para a vida com outro olhar, onde o canto dos pássaros entoa a valsa necessária para esse dia e o despertar das flores torna essa data o florir para uma nova vida.

Te amo, filho!