Datafolha: 49% deixaram de falar sobre política para evitar discussões

Metade do eleitorado brasileiro (49%) diz ter deixado de conversar sobre política com amigos e familiares nos últimos meses para evitar discussões, diante do acirramento eleitoral, mostra pesquisa Datafolha realizada na semana passada.

A pesquisa indica que o índice é maior entre os eleitores de Lula (54%), candidato do PT, frente aos 40% dos apoiadores de Jair Bolsonaro (PL). As informações são da Folha de S. Paulo.

A dois meses do primeiro turno, o Datafolha apresentou três situações de constrangimento ou coação e pediu aos entrevistados que respondessem se já passaram ou não por casos do tipo.

Além de deixarem de falar do assunto com pessoas próximas, que são 49%, 15% disseram já ter recebido ameaça verbal e 7%, física.

Dos entrevistados, 54% afirmaram ter vivido alguma situação de constrangimento, ameaça física ou verbal em razão de suas posições políticas nos últimos meses.

O contingente é mais alto entre simpatizantes do PT (63%), eleitores de Lula (58%), mais instruídos (62%), que reprovam o governo Bolsonaro (62%), autodeclarados pretos (60%) e homossexuais e bissexuais (65%).

Entre os que afirmam ter sofrido ameaça verbal por motivação política, o indíce passa a 19% entre os que têm intenção de votar em Lula. No lado de Bolsonaro, o índice é de 12%. Em relação a ameaças físicas, o índice é de 9% entre os eleitores de Lula e de 5% entre os de Bolsonaro.

A pré-campanha deste ano vem sendo marcada por uma escalada de violência nos dois últimos meses, sendo o assassinato de Marcelo Arruda, tesoureiro do PT, o episódio mais drástico.

Marcelo Arruda e Jorge Guaranho

Ele foi morto a tiros em Foz do Iguaçu (PR) por um apoiador de Bolsonaro durante a comemoração de seu aniversário de 50 anos, em 9 de julho. O tema da festa era o PT, com bandeiras do partido e de Lula.

Dois dias antes, um ato com a presença do ex-presidente Lula na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, foi alvo de um artefato explosivo. A militância do PT já havia sido atingida por fezes lançadas por um drone que sobrevoou um evento político em Uberlândia (MG).

Também em julho o carro do juiz federal Renato Borelli, que decretou a prisão do ex-ministro Milton Ribeiro, foi alvejado com fezes de animais, ovos e terra enquanto ele dirigia em Brasília.

Em São Paulo, um protesto de militantes da esquerda impediu o vereador Fernando Holiday e outros pré-candidatos do partido Novo de falar em evento na Unicamp, em Campinas.

Um comportamento semelhante é percebido na internet. A pesquisa aponta que 53% dos eleitores mudaram a postura nas redes sociais para evitar atritos com amigos e familiares.

No WhatsApp, aplicativo de conversa mais popular entre os brasileiros e central na comunicação política de 2018, 43% pararam de falar sobre política e 19% saíram de algum grupo. Considerando outras redes sociais, 41% das pessoas deixaram de comentar e publicar conteúdo eleitoral.

De maneira geral, as taxas são mais altas entre os eleitores de Lula do que entre os de Bolsonaro. Na primeira situação, entre os eleitores do petista o índice é de 46%, ante 38% entre os eleitores do presidente, na segunda situação, 44% ante 35%, e na terceira, 23% ante 13%.

Embora 78% dos entrevistados tenham algum aplicativo de mensagens, só 8% participam de grupos de apoio aos dois presidenciáveis que lideram a pesquisa, sendo 4% para Lula e 4% para Bolsonaro.

A maioria (70%) não participa de grupo de apoio político. Entre eleitores do presidente, 12% estão em algum grupo. Já entre os eleitores de Lula, 9%.

Nos dois lados, 13% responderam seguir o perfil de seu candidato em outras redes sociais.

O Telegram, reconhecido como um aplicativo bastante utilizado por bolsonaristas, está instalado em 21% dos celulares da população entrevistada.

Embora a presença do aplicativo seja bem inferior à do WhatsApp (78%), grupos de Telegram concentram parte importante da comunicação política por terem até 200 mil integrantes por grupo (no WhatsApp só são permitidos 256) e uma militância superativa.

O aplicativo russo é mais usado entre empresários (37%) e estagiários (41%), pessoas de 16 a 24 anos (36%) e apoiadores do PL (37%).

Considerando os que utilizam o meio, 32% são eleitores de Ciro Gomes (PDT), 26% de Jair Bolsonaro, 17% de Lula, 15% de Simone Tebet (MDB) e 12% de André Janones (Avante).

O WhatsApp permanece como o principal aplicativo de conversa. O serviço é usado por 84% dos eleitores de Bolsonaro e por 74% dos apoiadores de Lula.

O índice de usuários desses aplicativos é majoritário em todos os segmentos, com exceção dos mais velhos (48%).

Tanto WhatsApp como Telegram têm taxas de usuários mais altas entre os mais jovens (97% e 36%, respectivamente), entre os mais instruídos (96% e 41%) e entre os mais ricos (93% e 39%).

Considerando as redes sociais (Facebook, Instagram, Tik Tok e Twitter), sete em cada dez pessoas possuem uma conta. O índice é majoritário em todas as variáveis sociodemográficas, com exceção dos que têm 60 anos ou mais (36%) e entre os menos instruídos (43%).

Das quatro redes pesquisadas, o Facebook tem o maior número de usuários, 62%. Na sequência, aparecem Instagram (56%), Tik Tok (26%) e Twitter (15%). Essas taxas são mais altas entre os que têm 16 a 24 anos, entre os mais instruídos e entre os mais ricos.

A parcela de usuários de alguma dessas quatro redes sociais é mais alta entre eleitores de Bolsonaro do que entre eleitores de Lula: 76% frente 64%.

Bolsonaro alcança índice de seguidores mais altos entre os que possuem renda familiar mensal de mais de cinco salários mínimos (23%), entre empresários (32%), seus eleitores (38%) e entre os que aprovam o seu governo (35%).

Já Lula alcança patamares mais altos de seguidores entre jovens de 16 a 24 anos (26%), simpatizantes do PT (31%), seus eleitores (25%) e os que reprovam o atual governo (24%).

A pesquisa Datafolha, contratada pela Folha, ouviu 2.556 pessoas em 183 cidades do país entre quarta (27) e quinta (28). A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos. O levantamento foi registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o número BR-01192/2022.

O ministro Kassio Nunes Marques, do STF (Superior Tribunal Federal), informou a interlocutores do presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) nos últimos dias que poderá romper com o governo se o nome do desembargador Ney Bello, do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) for confirmado em uma das duas vagas disponíveis para ministros do STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Os favoritos para nomeação de Bolsonaro são os desembargadores Messod Azulay Neto, do TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) e Ney Bello. No entanto, nas últimas horas cresceram as chances do desembargador Paulo Sérgio Domingues já que Nunes Marques teria feito uma espécie de veto ao nome de Ney Bello. Ele, porém, possui apoio do ministro Gilmar Mendes, do STF, para a indicação, além de contar com sinal positivo de vários interlocutores do presidente. Entre eles, o advogado Frederick Wassef, que representa a família Bolsonaro em diferentes casos. As informações são da colunista do UOL, Juliana Dal Piva.

A crise começou ainda na quinta-feira (28) quando aliados do presidente informaram Nunes Marques que Bolsonaro faria as indicações. Desde então, o ministro deixou claro que era contrário. A coluna apurou que vários interlocutores do presidente tentaram convencer Nunes Marques nos últimos dias a aceitar a nomeação do antigo colega do TRF-1. No entanto, o ministro do STF não está nem recebendo os aliados de Bolsonaro.

A demora na indicação das vagas já dura meses devido à resistência do ministro Nunes Marques na indicação do desembargador Ney Bello. Bolsonaro gostaria de fazer a nomeação nos próximos dias.

As diferenças entre Nunes Marques e Ney Bello teriam começado em 2020, na época da indicação do ministro ao STF. Depois disso, os dois nunca mais tiveram proximidade.

Messod Azulay Neto é o atual presidente do TRF-2. Formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, chegou ao TRF-2 em 2005. Paulo Sérgio Domingues é formado pela Universidade de São Paulo e se tornou desembargador do TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) em 2014. Nos bastidores, aponta-se que Domingues possui apoio do ministro Dias Toffoli, do STF, para obter a vaga do STJ.

No início dos trabalhos legislativos do segundo semestre, amanhã, a pauta do Congresso tem 13 vetos que ainda precisam ser analisados pelos parlamentares. As votações do primeiro semestre limparam boa parte das pendências, mas quatro vetos já trancam a pauta de votações do Congresso e precisarão ser votados antes de outros itens, como projetos de lei. Entre eles, estão os vetos que tratam do Marco Legal das Ferrovias, da punição para fake news e da gratuidade do despacho de bagagem.

Os dois vetos mais antigos na pauta, de 2021, não foram votados no primeiro semestre por falta de acordo entre os senadores. Os líderes concordaram em adiar a votação, que ficou para o segundo semestre. Um deles é o Veto 67/2021, aplicado à Lei 14.273, de 2021, que trata do Marco Legal das Ferrovias — oriunda do PLS 261/2018. As informações são Agência Senado.

Dos 38 dispositivos vetados no projeto, um já teve o veto mantido, em sessão do Congresso em abril. O trecho determinava que a lei decorrente do projeto teria 90 dias para entrar em vigor. Com o veto mantido, a lei é considerada válida desde dezembro de 2021, quando foi sancionada. Entre os dispositivos vetados que ainda precisam ser analisados, está o que atribuía ao regulador ferroviário a destinação final de bens relacionados a trechos devolvidos ou desativados por concessionárias. O argumento do governo é que a legislação já prevê a destinação desses bens por parte da União.

Também foram vetados outros dispositivos: o que previa o reinvestimento em infraestrutura logística dos recursos auferidos pela União junto a operadoras ferroviárias; o que determinava que 50% dos recursos provenientes de outorgas e indenizações fossem aplicados em projetos estaduais, de forma proporcional à extensão da malha ferroviária que os originou; e o que estabelecia preferência para as atuais concessionárias na obtenção de autorizações em sua área de influência.

Fake news

Outro item do ano passado a ser analisado é o Veto 46/2021, que retirou vários dispositivos do projeto que deu origem à lei sobre crimes contra o Estado democrático de direito (Lei 14.197, de 2021). Um desses dispositivos se refere à criminalização de fake news; o trecho previa até cinco anos de reclusão para quem cometesse o crime de “comunicação enganosa em massa” — definido como a promoção ou o financiamento de campanha ou iniciativa para disseminar fatos inverídicos e que fossem capazes de comprometer o processo eleitoral. Ao vetar esse trecho, o presidente Jair Bolsonaro alegou que o dispositivo seria contrário ao interesse público.

Além disso, Bolsonaro vetou o trecho que aumentava a pena para militares envolvidos em crimes contra o Estado democrático de direito. De acordo com o projeto, eles estariam sujeitos à perda do posto, da patente ou da graduação. Para o presidente, esse dispositivo viola o princípio da proporcionalidade e “coloca o militar em situação mais gravosa que a de outros agentes estatais, além de representar uma tentativa de impedir as manifestações de pensamento emanadas de grupos mais conservadores”.

Bagagem

Na lista de vetos que trancam a pauta também está o Veto 30/2022, sobre a Lei 14.368, de 2022, que flexibiliza regras do setor aéreo. A polêmica está na cobrança pelo despacho de bagagens em voos. O presidente Jair Bolsonaro não concordou com a volta do despacho gratuito. Ele alegou que excluir a cobrança aumentaria os custos dos serviços aéreos e teria o efeito contrário ao desejado, ou seja, encareceria as passagens.

O ponto vetado não fazia parte do texto da MP e foi acrescentado por emenda na Câmara dos Deputados. Desde 2017, as companhias aéreas são autorizadas a cobrar pelas malas despachadas. Na época, as empresas alegavam que a cobrança permitiria baratear as passagens.

O quarto veto que tranca a pauta do Congresso (Veto 31/2022) foi ao projeto que tratava da identidade profissional de radialista (PLC 153/2017). O documento serviria como prova de identidade em todo o território nacional, e seria emitido pelo sindicato da categoria. O motivo alegado para o veto integral foi que o esforço do governo federal para padronizar a identificação dos cidadãos seria prejudicado.

Registros eletrônicos

Os outros nove vetos na pauta de votações passam a trancar a pauta em agosto, grande parte deles já na primeira semana. Entre eles está o Veto 37/2022, parcial, à Lei 14.382, de 2022 que efetivou o Sistema Eletrônico dos Registros Públicos (Serp), criado para modernizar e unificar sistemas de cartórios em todo o país e permitir registros e consultas pela internet. Foram vetados 11 itens, entre eles o que exigia uma cópia do contrato na íntegra acompanhando o extrato (resumo) no caso de negócios com bens imóveis.

Deputados e senadores ainda terão que decidir sobre três itens do Veto 36/2022. O projeto que teve trechos vetados deu origem à Lei Complementar 194, de 2022. No início de julho, parlamentares rejeitaram vetos a seis dispositivos, entre eles os que previam compensação aos estados por causa da lei que os obrigou a limitar a tributação sobre os combustíveis com base no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Os três dispositivos que ainda precisam ser votados determinam o uso do repasse para manter as aplicações mínimas em saúde e educação, conforme prevê a Constituição.

Também está pendente de votação o Veto 33/2022, imposto à Lei 14.375, de 2022, que permitiu o abatimento de até 99% das dívidas de estudantes com o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). O presidente Jair Bolsonaro vetou item que retirava da base de cálculo de impostos os descontos em dívidas concedidos no Programa Especial de Regularização Tributária.

O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou, sob a relatoria do ministro Walton Alencar Rodrigues, prazo de 120 dias para que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) pactue com a empresa concessionária Transnordestina Logística S/A (TLSA) um novo cronograma para a realização das obras da Ferrovia Nova Transnordestina.

O novo acordo da ANTT com a TLSA deverá prever em seu cronograma a eventual retomada de aportes públicos (de fundos federais, por exemplo), com a definição de prazos e de eventuais sanções, no caso de descumprimento dos termos pactuados.

Anteriormente, o Plenário do TCU havia determinado que recursos orçamentários e de fundos federais não poderiam ser enviados, a qualquer título, para as obras de construção da Ferrovia Transnordestina (Malha II) ou para a concessionária TLSA.

Na última quarta-feira, contudo, o Tribunal revogou essa determinação. Com isso, serão possíveis aportes de fundos públicos como o Fundo de Investimento do Nordeste (Finor), Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

No entanto, a Valec Engenharia S/A deve continuar se abstendo de aportar recursos na TLSA. Assim como o Ministério da Infraestrutura, que não pode liberar recursos orçamentários para nova ferrovia.

De onde surgiu a fiscalização?

Em 2016, houve uma representação do Ministério Público junto ao TCU (MPTCU) noticiando possíveis irregularidades nos contratos para construção e exploração da Ferrovia Nova Transnordestina.

Em virtude das ocorrências apontadas pelo MPTCU, em especial o descompasso entre os valores efetivamente recebidos pela concessionária e a parcela da obra executada, é que foi determinada, em 2017, a abstenção de repasse de recursos públicos para as obras da ferrovia.

A unidade técnica do TCU responsável pela fiscalização foi a Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Portuária e Ferroviária (SeinfraPortoFerrovia). O relator é o ministro Walton Alencar Rodrigues.

Pesqueira pode abastecer de tomate todo o Brasil

Reportagem da revista O Cruzeiro, datada de 21 de novembro de 1959, mostra o retrato do progresso industrial no Agreste pernambucano através da fábrica Peixe, em Pesqueira. Na época, além de abastecer de tomate todo o Brasil, a indústria pernambucana exportava também para o exterior. Na imagem, o senhor à direita, de óculos e gravata, é o agrônomo Moacir de Brito, neto dos fundadores da Peixe e Diretor-Presidente da fábrica na época. Foi o responsável por guiar a equipe de reportagem do periódico no campo onde a indústria cultivava a sua matéria-prima e pelo interior da fábrica. O recorte foi enviado do arquivo pessoal do leitor pesqueirense e sociólogo da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Ivonaldo Leite. Se você tem uma foto histórica no seu baú e deseja vê-la postada neste quadro, envie agora pelo WhatsApp 81.98222.4888.

Considerado o porta voz de Bolsonaro em Pernambuco, o deputado Alberto Feitosa puxou a multidão que lotou o salão do Clube Português, sede da Convenção da Direita em Pernambuco, hoje.

A Convenção da chapa Simbora Mudar Pernambuco, encabeçada pelo candidato ao Senado, Gilson Machado, e pelo candidato ao Governo de Pernambuco, Anderson Ferreira, lotou o clube.

Bandeiras do Brasil e de Pernambuco preencheram o salão. Foram mais de duas horas de Convenção. O candidato a deputado Alberto Feitosa mostrou a força desses quatro mandatos exercidos e de sua história política. Ao descer do palco foi carregado nos braços pelo povo que participava da Convenção.

“Esse é o maior reconhecimento ao nosso trabalho, agradeço a todos por essa receptividade. O que Bolsonaro fez pelo Brasil, Anderson fará por Pernambuco e Gilson estará no Senado ajudando a governar o Brasil por mais quatro anos! Foi casa cheia de livre e espontânea vontade de quem veio, sem sons de aplausos, foi a voz do povo!”, disse o deputado candidato à reeleição.

O ex-presidente filipino Fidel Ramos, que liderou o país em um período excepcional de crescimento e paz, morreu, hoje, aos 94 anos, informou sua família. Militar de carreira, ele foi presidente entre 1992 e 1998. Até o momento, a causa da morte não foi divulgada.

A delegação da União Europeia nas Filipinas expressou suas condolências, descrevendo o falecido como um “estadista dedicado” e um “pilar da democracia”. As informações são da Folha de Pernambuco.

Ramos foi o primeiro protestante a ocupar o cargo mais alto no país predominantemente católico, apesar da oposição de alguns membros da Igreja. Conhecido por sua atitude imperturbável em tempos de crise, não era incomum vê-lo mastigar tabaco em público. 

Fidel Ramos liderou uma campanha de planejamento familiar para conter o rápido crescimento populacional e resolveu uma grande crise de energia causada por anos de subinvestimento no setor.

Também desmantelou os cartéis nos setores de telecomunicações, aviação e transporte marítimo, abrindo um período de crescimento. Além disso, foi um dos primeiros apoiadores de destaque de Rodrigo Duterte quando este se candidatou à presidência em 2016. 

Após a vitória esmagadora de Duterte, Ramos foi nomeado enviado especial do presidente a Pequim para aliviar as tensões sobre questões de soberania no Mar do Sul da China. Mas a relação se deteriorou rapidamente e ele passou a criticar publicamente a retórica de Duterte, sua retirada da aliança com os Estados Unidos e sua campanha antidrogas que matou milhares de pessoas. 

Como outros altos funcionários de sua geração, Fidel Ramos desempenhou um papel na ditadura de Ferdinand Marcos, durante a qual milhares de pessoas foram mortas e outras milhares presas arbitrariamente. 

No entanto, ele não hesitou, por convicção democrática, em se voltar contra ele para levar Cory Aquino ao poder em 1986.

O deputado federal e presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar, anunciou, hoje, que desistiu de concorrer à Presidência da República. A oficialização da chapa estava marcada para a próxima sexta-feira, mas ele aproveitou a convenção do partido no Recife, sua cidade natal, para anunciar a desistência.

“Resolvi voltar e continuar na Câmara Federal com ajuda de vocês para que a gente possa continuar presidindo o partido com a força que tem nosso partido, nossos parlamentares e todos os que compõem o União Brasil”, discursou, confirmando a candidatura à reeleição. As informações são do G1/PE.

Ainda no evento, Bivar anunciou que a senadora pelo Mato Grosso do Sul, Soraya Thronicke, será a candidata do partido ao Palácio do Planalto. “Quero parabenizar meu Senado Federal, na pessoa da senadora Soraya Thronicke, que em breve estará em Pernambuco se apresentando como alternativa para nosso país”, afirmou.

O nome dela tem sido defendido por líderes do partido como forma de equalizar gastos do Fundo Eleitoral – já que a legislação atual impõe uma cota mínima de gastos para a candidatura de mulheres.

Bivar disse, ainda, que é preciso defender a democracia e falou que esse foi um dos propósitos para a criação do União Brasil, com a união do PSL e DEM.

“Eu tenho absoluta convicção de que nós queremos o que o União Brasil pretende. Dois partidos que fundiram-se para dar segurança política, segurança institucional ao país. Porque eu talvez seja um dos poucos aqui que vivi um momento delicado quando era estudante da faculdade de direito. A gente precisa, antes de tudo, preservar nossa democracia, a liberdade de tantos jovens que querem realmente prestar seu trabalho e inteligência em desenvolvimento do nosso país”, declarou.

O anúncio da desistência ocorreu no mesmo evento em que o União Brasil oficializou a candidatura do ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho (União) ao governo de Pernambuco. O ato ocorreu no Clube Internacional, na Madalena, na Zona Oeste.

Durante a convenção que selou a aliança entre o MDB, o PL e o PP, hoje, juntando na mesma chapa Ibaneis Rocha, Celina Leão e Flávia Arruda, houve um tumulto no palanque provocado por José Roberto Arruda.

Logo no início do evento, ao perceber que o ex-secretário de Ciência e Tecnologia Gilvan Máximo estava no palco, Arruda se aproximou do aliado de Ibaneis para provocá-lo. As informações são da coluna Grande Angular, do Metrópoles.

No pé do ouvido de Gilvan, Arruda soprou um monte de impropérios, entre os quais chamou Gilvan de “vagabundo”.

Além disso, questionou a presença do ex-secretário na convenção: “Você não tinha que estar aqui, seu vagabundo”. O ex-secretário é filiado ao Republicanos, partido que ainda não fechou oficialmente a aliança com a chapa. Apesar disso, Gilvan é um dos fiéis escudeiros de Ibaneis Rocha.

Depois dos xingamentos, Arruda desferiu um tapa em direção ao rosto de Gilvan, que tentou se esquivar da agressão. O tapa pegou de raspão.

Gilvan, então, tentou revidar, mas logo uma turma que estava ao redor percebeu a confusão e separou a briga. Flávia, mulher de Arruda, foi uma das que interveio para evitar o pior.

Candidata a vice na chapa de Ibaneis, Celina Leão percebeu a confusão e antecipou a fala de Arruda para tirá-lo de perto de Gilvan.

Gilvan Máximo é candidato a deputado federal, assim como Arruda. Os dois têm disputado os mesmos espaços políticos.

No caso de Arruda, a suposta candidatura à Câmara dos Deputados está pendurada numa liminar concedida pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins.

A confirmação se ele poderá de fato se candidatar ainda depende do crivo do Supremo Tribunal Federal (STF), que decidirá, no próximo dia 3 de agosto, sobre retroatividade da nova Lei de Improbidade.

Arruda foi condenado, em dois processos, por improbidade administrativa. Por conta dessas condenações, ele tornou-se inelegível. Mas, recentemente, uma liminar do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto Martins, devolveu os direitos políticos a Arruda, pelo menos por enquanto.

Destempero

Não é a primeira vez que Arruda perde a estribeira ao participar de eventos políticos nesta campanha eleitoral.

Há alguns dias, mandou o presidente interino do Sindicato dos Taxistas, Mark Wemerson Souza, “tomar banho” após o sindicalista dizer que apoiaria Gilvan Máximo para a Câmara dos Deputados.

Para conter o climão, Flávia Arruda tirou o microfone das mãos de Arruda e dispersou a reunião. “Vamos tomar um café. Ele fica muito nervoso”.

Convenção Marilia

Em discurso na convenção que deu o start da sua campanha ao Governo do Estado pelo Solidariedade, encerrado, há pouco, no Classic Hall, no Recife, Marília Arraes afirmou que não tem intenção de disputar o apoio do ex-presidente Lula (PT) em Pernambuco. Disse que sua missão é unir o povo para reconduzir o líder petista à Presidência da República.

Para isso, convocou o público, que lotou o espaço numa convenção histórica, emocionante, organizada nos moldes das americanas.

“A gente vai sair daqui com um combinado: vamos juntos fazer a mudança que o povo precisa. É junto que a gente supera a tirania. É junto e com amor que vamos conseguir tirar o Brasil e o nosso Estado dessa situação. Vamos sair dessa convenção sem sapato alto, mas com os pés no chão, pois temos o time para resolver os problemas do Estado”, afirmou.

Visivelmente emocionada, Marília pediu a cada um dos presentes para selar um acordo em prol da mudança, sem arrogância e com o sentimento do já ganhou.

“Temos que ser, juntos, um time forte. A campanha não existe só quando o candidato ou candidata chega, ela tem que existir todos os dias em que vocês estiverem conversando, chamando mais gente para o nosso desafio. Não dá para enfrentar adversários poderosos como estamos enfrentando com arrogância. Vamos levar a nossa mensagem para todos os cantos do nosso Estado”, disse.

Sobre as escolhas para dividir a chapa, batizada de “Movimento Pernambuco na Veia”, Marília se mostrou confiante.

“Estou feliz de estar acompanhada por esses dois homens e por saber que pela primeira vez nesse Estado há um projeto liderado por uma mulher. Com Sebastião Oliveira como vice e com André de Paula, que não será mais um senador, mas o senador, aquele que vai ajudar o presidente Lula a governar o Brasil depois de tudo o que Bolsonaro fez, tenho certeza de que vamos ter uma aliança, acima de tudo, com o povo pernambucano. Um povo que tem sofrido e que não disputa uma eleição, mas tem na eleição a oportunidade de viver melhor, em um lugar melhor, com mais justiça e oportunidades”.

Afastando as especulações de que por estar grávida sua disposição na corrida estaria ameaçada, Marília evidenciou que nunca esteve tão disposta em toda a sua vida.

“Muita gente tem questionado que por eu estar grávida, o meu ritmo tinha sido reduzido. Pelo contrário, a cada filho que tenho, a minha disposição só aumenta. Quero viver em um lugar que meus filhos e os seus filhos possam crescer e viver com dignidade e esse é meu projeto de vida”, destacou.