Por Larissa Rodrigues
Repórter do blog
Com a decisão do prefeito reeleito do Recife, João Campos (PSB), de criar um grupo de trabalho para coordenar a formatação da nova gestão municipal, o vice-prefeito eleito, Victor Marques (PDdoB), que lidera o grupo, vai enfrentar sua primeira dor de cabeça com o Governo do Estado.
Ocorre que não é possível determinar se a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), vai continuar cedendo funcionários estaduais à Prefeitura a partir de 2025.
A medida cautelar do Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre o assunto, aprovada no dia 7 de fevereiro deste ano, determinou que os servidores que estivessem em secretarias e secretarias executivas da Prefeitura permanecessem até o final deste ano.
Leia maisVictor Marques tem a missão de redesenhar o secretariado sem a certeza de que poderá contar com nomes como o de Fred Amâncio, por exemplo, que comanda a pasta da Educação, mas é auditor da Secretaria da Fazenda (Sefaz).
A própria secretária de Finanças, Maíra Fischer, que também faz parte do grupo de trabalho liderado por Marques, poderá ter que deixar a Prefeitura, a depender da vontade de Raquel. Maíra pertence à Secretaria de Planejamento do Estado (Seplag).
Outros dois nomes do primeiro escalão municipal podem ser atingidos. São eles: Ermes Costa, que é secretário de Habitação e servidor da Compesa, e o secretário de Ciência e Tecnologia, Rafael Figueiredo, que é procurador do Estado.
Além deles, o presidente da Emprel (Empresa Municipal de Informática), Bernardo Almeida, também é fazendário. Outros servidores cedidos, do segundo e terceiro escalões, também podem deixar a gestão de João Campos e Victor Marques, a partir de 2025.
Grupo técnico
Além de Victor Marques e Maíra Fischer, também integram a equipe responsável pelo novo modelo de administração municipal os secretários Aldemar Santos (Governo), Marília Dantas (Infraestrutura) e Felipe Matos (Planejamento e Gestão).
O grupo é de maioria técnica e da extrema confiança de João Campos. Com exceção de Dema (Aldemar Santos), todos foram cotados para a vice na chapa liderada por João Campos este ano. É tanto que os quatro nomes foram filiados a partidos políticos no primeiro semestre de 2024.
Como ficam as alianças políticas?
Dos cinco integrantes do grupo de trabalho, apenas Dema tem experiência com articulação política. A equipe, no entanto, também tem a missão de acomodar aliados que estiveram ao lado de João Campos nas eleições, a exemplo dos partidos PT, Avante, Solidariedade, Agir e PMB.
Mas, pela formatação do grupo, apenas quatro legendas da base de Campos estão contempladas no debate da nova gestão: o PCdoB (Victor Marques), o União Brasil (Maíra Fischer), o MDB (Marília Dantas) e Republicanos (Felipe Matos).
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