A Câmara de Vereadores de Arcoverde voltou a discutir, ontem, um tema que, há anos, circula entre promessas e frustrações: a construção do Shopping Center Arcoverde. A discussão foi reacendida por um pedido de informação da vereadora Célia Galindo (Podemos), que cobrou da Secretaria da Receita Municipal a situação do terreno destinado ao empreendimento, que voltou a ser prometido nos últimos meses. As informações são do portal A Folha das Cidades.
O espaço em questão, de cinco hectares, pertencia originalmente ao Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) e foi transferido para a Prefeitura em 2017, após aprovação do Projeto de Lei nº 1238/2017 pela Assembleia Legislativa e em dezembro do mesmo ano, a Câmara de Vereadores autorizou o município a fazer a doação do terreno sob algumas condições, entre elas o prazo de 3 anos para a obra ser feita. No ano seguinte, por meio da licitação nº 07/2018, a área foi repassada para a empresa GR Shopping LTDA, posteriormente rebatizada como Porto Shopping LTDA (CNPJ nº 19.224.433/0001-59).
Leia maisCélia lembrou que o contrato de concessão estabelecia a conclusão da obra em até três anos, prazo que já expirou sem que o shopping tivesse sido erguido. “O comércio de Arcoverde vive uma situação difícil, os números do Caged mostram a perda de vagas de emprego mês a mês. Esse shopping foi anunciado há sete anos e nada saiu do papel. Agora, tentam vender novamente essa ideia, e precisamos de transparência sobre o que realmente está acontecendo”, afirmou a parlamentar.
A vereadora também disse que pretende convocar o empresário Jairo Rocha, responsável pelo projeto, para prestar esclarecimentos na Câmara. Para ela, a população não pode ser enganada por mais uma promessa sem resultado concreto por empresários que vem de fora, vendem e não entregam. “Quero que a Receita Municipal informe como está a situação do terreno, já que a concessão se extinguiu há anos”, completou.
O projeto do Shopping Center Arcoverde, quando anunciado em 2018, previa investimento de R$ 20 milhões e geração de até 1.500 empregos diretos e indiretos. De acordo com informações divulgadas na época, o centro comercial teria 109 operações, entre lojas âncoras, três salas de cinema, área de lazer e 450 vagas de estacionamento. A primeira etapa prometia entregar 5.025 m² de Área Bruta Locável (ABL). Em outubro de 2018, o Diario de Pernambuco noticiava que as obras de terraplanagem já haviam sido iniciadas, com previsão de funcionamento para 2020.
Cinco anos depois do prazo prometido, o shopping ainda não saiu do papel e volta a ser alvo de críticas, questionamentos e desconfiança. O novo capítulo da discussão agora depende da resposta oficial da Receita Municipal e da convocação do empresário responsável pelo empreendimento.
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