A governadora Raquel Lyra e sua vice Priscila Krause repisam em discursos, de modo insistente e cansativo, que não toleram corrupção, mas falta explicar um fato estranho. Primeiro, precisavam falar sobre os escândalos, amplamente divulgados na imprensa, apuração e esclarecimentos que vão se avolumando. Dá até para enumerar.
Na segurança, o caso das câmeras segue dando problemas, junto com o escândalo nacional do presídio de Petrolina. Na educação, os kits escolares, a feira do livro com valores vultuosos, a merenda e até o Ganhe Mundo, que agora paga as viagens através de dispensa de licitação.
Na saúde, o sucateamento do Hospital Dom Moura, objeto de duríssima recomendação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Em Fernando de Noronha, o lixo e o claro conflito de interesses do secretário responsável por gerir o arquipélago que mantém o posto do irmão e sócio com a gasolina mais cara do país — sem falar nos R$ 5 milhões já pagos sem licitação para o gás na ilha.
Leia maisNa publicidade, a CPI do Bilhão junto com o chamado “Gabinete do Ódio” que este blog apresentou com exclusividade. Esses são só exemplos dos inúmeros casos a serem esclarecidos. No entanto, o que causa mais estranheza são as baixas do Governo, já que uma característica em comum revela incompatibilidade com a Gestão e parece que a frase de Schneider, ex-secretário de Educação, que falou de “valores inegociáveis”, pode explicar muitas outras situações.
A delegada Carla Patrícia, seriedade inquestionável, caiu sem explicação. Evandro Avelar, longa carreira pública sem nenhum arranhão em sua honestidade, perdeu o posto igualmente sem explicação. Agora Rivaldo Melo, diretor-geral do DER, perfil ético e honesto inquestionável, foi exonerado sem explicação.
Qual o motivo dessas saídas silenciosas só atingirem profissionais que gozam da marca em comum de serem pessoas reconhecidamente honestas? Outra característica que chama atenção é que na maioria dos casos, rumores apontam para que o estopim é a relação com o time de confiança de Raquel em Caruaru, como nos casos dos secretários André Teixeira e Gilson Monteiro, com Rivaldo e Schneider, respectivamente.
A tal “marca” do combate à corrupção vai caindo por terra, seja pelo grande número de escândalos a esclarecer, seja por uma possível incompatibilidade de pessoas reconhecidamente sérias com o atual Governo.
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