O Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) cassou, ontem, em decisão unânime, toda a chapa de candidatos a vereador do Avante, que concorreu nas eleições municipais de Petrolina em 2020. Com isso, o vereador Júnior do Gás perde o mandato. As informações são do blog do Alvinho Patriota.
A anulação decorre de denúncia de fraude à cota de gênero. O TRE-PE considerou fictícia a candidatura de Klébia Luciana Bezerra Vieira, determinando uma nova soma dos votos no município, subtraindo os do Avante. Além disso, puniu a acusada de fraude com oito anos de inelegibilidade. A Casa Plínio Amorim foi notificada e Júnior Gás deve deixar o cargo. O TRE-PE já havia cassado o mandato dele em 2021, pela mesma denúncia, mas o vereador conseguiu recorrer e voltou à Câmara de Vereadores.
As obras para instalação do Campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE) em Goiana tiveram início hoje. O prefeito Marcílio Régio esteve no terreno para acompanhar o começo dos trabalhos, que representam um marco para a educação e o desenvolvimento do município e de toda a região da Mata Norte do Estado.
A chegada do IFPE a Goiana vem sendo construída com ampla mobilização. Em agosto desse ano, foi assinada a ordem de serviço em ato oficial com a presença do Ministro da Educação, Camilo Santana junto com o prefeito Marcílio Régio, consolidando a instalação da unidade.
O projeto também foi tratado pelo presidente Lula (PT) em sua visita à Hemobrás, no mês passado. Na ocasião, o prefeito Marcílio Régio destacou a importância do campus para ampliar o acesso ao ensino técnico e superior, fortalecendo a qualificação profissional da juventude goianense. “A chegada do IFPE a Goiana é um sonho antigo que agora começa a se tornar realidade. Esse campus vai abrir oportunidades para nossos jovens. É um investimento que vai transformar o futuro de muita gente”, disse Marcílio.
Com o início das obras, Goiana dá mais um passo concreto para tornar realidade um equipamento educacional estratégico, que vai contribuir para a formação de mão de obra qualificada e impulsionar o desenvolvimento econômico da região.
A aprovação relâmpago da chamada PEC da Blindagem pela Câmara dos Deputados tem provocado indignação de direita e esquerda, unindo vozes que raramente compartilham o mesmo palanque. Em plena noite de terça-feira, com quórum garantido e pouca atenção da mídia tradicional, deputados federais aprovaram uma proposta que, na prática, dificulta o andamento de investigações contra parlamentares, blindando-os contra decisões do Judiciário.
A proposta, tratada por seus críticos como um “autosalvamento institucional”, provoca uma grande revolta sobre o real compromisso do Congresso com o combate à corrupção e a responsabilização dos agentes públicos. Em meio a crises econômicas e política, aumento da desigualdade e descrença nas instituições, a Câmara decidiu legislar em causa própria – e com urgência.
Não surpreende que as ruas tenham respondido. Protestos surgiram em várias capitais e até cidades médias. Em Brasília, cartazes compararam a situação ao Nepal, país que passou por revoltas populares após anos de abuso de poder e ausência de representatividade real. O paralelo, ainda que distante em contexto, é claro em essência, quando o povo perde a fé nos representantes, a rua fala mais alto.
A reação negativa foi tão forte que o Senado Federal já sinaliza resistência à proposta, temendo o desgaste junto à opinião pública. Mas a pergunta que ecoa é unânime – por que a Câmara se empenha tanto em aprovar leis que beneficiam os próprios parlamentares, enquanto projetos estruturais seguem engavetados?
Deputados argumentam que a PEC visa “proteger o mandato” e evitar perseguições políticas. Mas o texto aprovado estabelece barreiras para que medidas judiciais contra parlamentares sejam executadas – incluindo a necessidade de autorização da própria Casa Legislativa para decisões de prisão, busca e apreensão, ou quebra de sigilo. Em outras palavras, cria-se um escudo legal contra o alcance da Justiça.
O cinismo político atinge níveis constrangedores. Em vez de discutir reformas que importam à população – saúde, segurança, educação, saneamento – nossos representantes priorizam blindagens jurídicas, como se o Congresso fosse um bunker a salvo da realidade.
A crise de representatividade se aprofunda. Parlamentares subestimam o poder das redes sociais e o desgaste que esse tipo de manobra causa. Movimentos civis, estudantes, trabalhadores e até empresários começam a demonstrar insatisfação. E quando assistimos que até deputados da chamada ‘esquerda’ votaram a favor o enjoo aumenta. E vimos que até apoiadores tradicionais do governo e da oposição se juntam nas críticas, é porque algo está claramente fora do eixo.
A PEC da Blindagem é mais um capítulo vergonhoso da política brasileira, que insiste em se proteger da justiça em vez de se alinhar com os interesses do povo. Resta saber se o Senado terá coragem de barrar esse retrocesso – ou se vai apenas vai empurrar a crise para debaixo do tapete e quando a poeira baixar pôr essa desgraça em votação.
O povo está atento e perdendo a paciência. E o Congresso, cada vez mais, parece viver em outra realidade.
A cidade do Brejo da Madre de Deus se prepara para abrir, na próxima sexta-feira, a 3ª edição do Festival do Morango, evento que já entrou para o calendário cultural do município e se consolida como um dos maiores do Agreste pernambucano. A festa segue até o domingo (28), reunindo música, gastronomia, atividades culturais, esportivas e a valorização da produção do morango, que faz do município o maior produtor do fruto em Pernambuco.
A programação de abertura terá início às 10h, com a abertura oficial da feira gastronômica e de artesanato. Durante o dia, o público poderá acompanhar apresentações culturais, Cozinha Show e atividades voltadas para todas as idades. À noite, a festa ganha força com shows musicais no palco principal, incluindo PV Calado e o cantor Dilsinho, uma das atrações nacionais mais aguardadas desta edição.
Além dos shows, o evento contará com espaços estruturados como praça de alimentação, área de artesanato, polo cultural e espaços de lazer, garantindo conforto e diversidade para moradores e visitantes.
O Recife ganhou, ontem, a nova sede do Centro de Documentação Dom Helder Câmara (CEDOHC), localizada no Edifício Arquiteto Zildo Sena Caldas, ao lado da Igreja das Fronteiras, no bairro da Boa Vista. O espaço abrigará o acervo do arcebispo emérito de Olinda e Recife, conhecido mundialmente como defensor dos direitos humanos e da paz.
A cerimônia de inauguração contou com a presença do prefeito João Campos, do vice-prefeito e secretário de Infraestrutura, Victor Marques, do presidente da Fundação de Cultura do Recife, Marcelo Canuto, da secretária de Cultura do Recife, Milu Megale, além de outras autoridades e convidados. Confira a reportagem da TV Globo sobre a reinauguração.
O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria de votos para fixar que é competência exclusiva da Corte autorizar operações de busca e apreensão nas dependências do Congresso Nacional e em imóveis funcionais ocupados por parlamentares. As informações são do portal G1.
Os ministros começaram a julgar na sexta-feira (19) uma ação da Mesa Diretora do Senado que busca restringir decisões judiciais nas dependências do Congresso. Com o entendimento do STF, fica estabelecido que juízes de outras instâncias não têm competência para determinar medidas de investigação nas instalações do Legislativo, como já aconteceu anteriormente.
No mesmo julgamento, os ministros rejeitaram a necessidade de autorização do presidente da Câmara dos Deputados ou do Senado para o cumprimento de mandados dentro das Casas.
Até hoje, seis ministros haviam votado nesse sentido. O voto do relator, ministro Cristiano Zanin, foi seguido por Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Flávio Dino, Dias Toffoli e Cármen Lúcia. A ação está em julgamento no plenário virtual do Supremo. Os votos podem ser inseridos no sistema eletrônico até sexta-feira (26).
A Assembleia Geral da ONU de 2025, que começa nesta semana em Nova York, será o primeiro grande palco internacional em que os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump poderão estar frente a frente como presidentes, em meio à escalada da crise entre Brasil e Estados Unidos.
O possível encontro, ainda que sem reunião bilateral confirmada, ocorre no momento em que começaram a ser aplicadas as tarifas de 50% impostas por Washington sobre produtos brasileiros.
Historicamente, o Brasil é o país que abre os discursos na sessão plenária da assembleia. Nos bastidores, fontes próximas à delegação brasileira afirmam que existe uma antessala para os presidentes antes e depois dos discursos, mas não há indicação de que eles necessariamente se cruzarão.
Em entrevista à BBC News Brasil, Lula afirmou não ter “problema pessoal com o presidente Donald Trump” e declarou que, caso cruze com o republicano nos corredores das Nações Unidas nos próximos dias, irá cumprimentá-lo. “Porque eu sou um cidadão civilizado. Eu converso com todo mundo, eu estendo a mão para todo mundo”, disse.
Em agosto, Celso Amorim, assessor especial da Presidência, afirmou à CNN que um encontro formal não está nos planos, mas ressaltou que “nada é imutável” desde que haja gestos que justifiquem uma reunião.
Havia expectativa de que Lula e Trump se encontrassem em junho, durante a cúpula do G7 no Canadá, mas os líderes não cruzaram caminhos. O presidente americano deixou o evento antes do encerramento, alegando a necessidade de se dedicar ao conflito no Irã, o que adiou qualquer possibilidade de gesto de aproximação.
A sequência de desentendimentos começou na primeira semana de julho, quando Trump classificou as acusações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal como uma “caça às bruxas”. Poucos dias depois, em 9 de julho, anunciou a sobretaxa de 50% sobre importações brasileiras.
No dia seguinte, Lula reagiu chamando a medida de “chantagem inaceitável” e prometendo retaliar. Em 15 de julho, o governo brasileiro regulamentou a chamada Lei de Reciprocidade, estabelecendo mecanismos de resposta a sanções estrangeiras.
Na entrevista à BBC News Brasil, Lula disse que a melhor alternativa “para qualquer conflito” é “sentar em torno de uma mesa e negociar”. “Se é do ponto de vista comercial, tem negociação, se é do ponto de vista econômico, tem negociação, tanto do ponto de vista de tributação, tem negociação. O que não tem negociação é a questão da soberania nacional”, pontuou Lula.
Em 1º de agosto, as tarifas norte-americanas entraram em vigor, e em 11 de setembro veio a condenação de Bolsonaro a 27 anos de prisão pelo STF, decisão que reacendeu a disputa: Trump criticou o julgamento, anunciou restrições de vistos a ministros da Corte e Lula respondeu em um artigo defendendo a democracia brasileira.
No texto, publicado no jornal americano The New York Times, Lula se disse a favor de “um diálogo aberto e franco com o presidente dos Estados Unidos”, mas critica duramente as tarifas impostas por Washington.
“O aumento tarifário imposto ao Brasil neste verão não é apenas equivocado, mas ilógico. Os Estados Unidos não têm déficit comercial com o nosso país, nem enfrentam tarifas elevadas aqui. Pelo contrário: acumulam um superávit de mais de US$ 400 bilhões nos últimos 15 anos”.
Ele também rebate a ideia de que haja perseguição política no Brasil e enaltece o papel do Judiciário.
“Tenho orgulho do Supremo Tribunal Federal brasileiro por sua decisão histórica, que protegeu nossas instituições e o Estado democrático de direito. Não se tratou de uma ‘caça às bruxas’, mas de um julgamento conduzido de acordo com a Constituição de 1988”.
Agora, com a ONU como pano de fundo, a presença dos dois líderes em Nova York deve ser acompanhada de perto por diplomatas e observadores internacionais. Mais do que um eventual – e, segundo especialistas, improvável – aperto de mãos, o que se mede é a disposição de Brasília e Washington para frear a escalada de atritos que, em menos de três meses, transformou divergências políticas em uma crise comercial aberta.
O país tem memória curta. Sempre se soube. Mas o defeito cognitivo está se agravando. No início de agosto parlamentares da direita populista autoritária ocuparam as mesas da Câmara e do Senado.
Impediram por 2 dias os trabalhos legislativos. Duas dezenas deles, mais ativos, tiveram cassação requerida à mesa. Ao invés da suspensão cautelar prevista no inciso XXX do art. 15 do regimento interno, uma manobra esfriou o assunto ao remetê-lo ao corregedor. Que, depois do embargo de gaveta, propôs ao conselho de ética apenas a suspensão dos mandatos dos deputados Marcos Pollon (PL-MS) por 90 dias e de Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Zé Trovão (PL-SC) por 30 dias. E, para os demais 14 parlamentares, a pena de mera censura. Porém quase ninguém se lembrava do motim.
Antes, outro evento de amnésia. A CPI da Covid havia pedido vários indiciamentos. Principalmente dos envolvidos na quase compra da vacina Covaxin, em contratos superfaturados com 20 milhões do doses a serem vendidas por US$ 15 quando na Índia cada dose era ofertada por U$ 1,34. O total da compra seria de 1,26 bilhão de reais. Enquanto isso a vacina da Pfzier ia sendo engavetada. Alguns dos personagens voltaram a aparecer. Desta feita, roubando os aposentados do INSS no escândalo dos descontos para entidades fantasmas.
Outro evento que saíra do foco foi a Operação Carbono Oculto. Gente do crime organizado explorando o mercado de combustíveis. Comprando destilarias, refinarias e postos de combustíveis. Com dinheiro investido em fundos financeiros administrados desde a Faria Lima. Alguns personagens do escândalo anterior novamente envolvidos, inclusive um célebre advogado que adorava exibir no Insta a sua adega com rótulos que outros amantes do bom vinho com eles apenas sonham.
No ritmo frenético dos abutres do erário, o país tomou conhecimento da denúncia do piloto de avião que acusou os presidentes do União Brasil e do Progressistas de serem os proprietários ocultos de 5 aeronaves que também eram usadas por personagens do crime organizado. Os dois partidos acabam de formar uma federação que é a mais forte do país, com 109 deputados federais, 15 senadores, 1.335 prefeitos, 7 governadores, R$ 953,8 milhões em fundo eleitoral e R$ 197,6 milhões em fundo partidário.
Tudo isso só não caiu no esquecimento pleno porque o Brasil de hoje tem algumas instituições que cumprem o seu dever. E que procuram combater a nossa memória curta. Porque sabem que, sem a lembrança e punição dos malfeitos, o país não terá instituições sólidas. Nem desenvolvimento. Nem futuro.
O jornalismo profissional é uma dessas instituições essenciais. Como vimos numa mesa redonda da Globo News, na semana passada. Nela as jornalistas Natuza Nery e Maria Cristina Fernandes desmontaram o argumento do colega Joel Pinheiro da Fonseca que tentara passar pano na PEC da blindagem. Com dados, as jornalistas mostraram que esses recentes episódios de corrupção estão sendo investigados e envolvem parlamentares diretamente ou porque atuaram como padrinhos de contratos escusos com os poderes públicos. E que, juntamente com os desvios de emendas parlamentares, estão sendo investigados sob a supervisão de magistrados como Flávio Dino.
Não precisavam desenhar, para entendermos que é disso que procuram se proteger os parlamentares que aprovaram a PEC da blindagem à bandidagem. Não tiveram sequer o pudor de acusar indiretamente alguns presidentes de partidos ao incluí-los entre os benefícios do habeas corpus preventivo e salvo conduto que inventaram para esses chefes partidários. Quando negociaram o fim da ocupação das mesas da Câmara e do Senado, obtiveram a promessa de Hugo Mota de levar à votação e aprovação da PEC da blindagem e o PL da anistia, agora rebatizado de PL da dosimetria. Como se reduzir as penas que foram aplicadas aos réus da trama golpista não representasse modalidade de anistia, ainda que parcial e restrita.
Esses parlamentares priorizaram a PEC da blindagem e estão obtendo a anistia embrulhada como se fosse mera mudança do tamanho das penas. Ambas são interligadas. Até porque os réus e personagens são os mesmos. Eles sabem o que fizeram no verão passado. E sabem que, somente nos inquéritos em curso na Polícia Federal sob a supervisão do ministro Flávio Dino, já estão envolvidos cerca de 72 parlamentares. Disso também sabem as centenas de milhares de pessoas que neste domingo foram às ruas das grandes cidades para se manifestar contra o PL da anistia/dosimetria e contra a PEC da blindagem.
*Advogado formado pela FDR da UFPE, professor de Direito Constitucional da Unicap, PhD pela Universidade Oxford
Como a Dona Flor – aquela personagem de Jorge Amado – o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), vive entre dois maridos. Elegeu-se para comandar a Casa com o apoio quase unânime dos partidos e em meio a juras de amor ao governo e à oposição.
Mas um dos maridos de Dona Flor estava morto, o que tornava o convívio mais fácil, digamos assim. Já os dois cônjuges de Hugo Motta estão vivos e vivem às turras.
Neste domingo, em uma ligação telefônica com o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), Hugo Motta reclamou do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP), que está prometendo enterrar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Blindagem dos crimes cometidos por parlamentares.
Segundo Sóstenes, Alcolumbre havia garantido a Hugo Motta que a PEC seria votada no Senado no mesmo dia em que saísse da Câmara. O texto da Emenda Constitucional foi aprovado pelos deputados em dois turnos num só dia – a terça-feira, 16 – e enviado imediatamente para o Senado.
Alcolumbre, na mesma hora, se declarou publicamente contra a proposta e mandou o texto para “uma análise aprofundada” da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), cujo presidente, Otto Alencar (PSD-BA), já havia anunciado – e reiterou – que a “PEC será devidamente enterrada”.
“O PL não alinhou essa PEC com o Senado, nem com nossa bancada lá. Confiamos na palavra do presidente da Câmara para votar aqui. O Hugo nos contou estar acertado com o presidente do Senado. Segundo ele, o Alcolumbre havia lhe prometido que os senadores votariam a PEC no mesmo dia. Mas parece que o Alcolumbre não cumpriu a palavra”, disse Sóstenes à coluna.
Segundo o líder, no telefonema deste domingo, Hugo Motta contou que, desde a votação da PEC, Davi Alcolumbre não retorna suas ligações.
“Parece que as coisas entre eles não estão boas. E isso é muito bom para a oposição. Se eu fosse o presidente da Câmara daria o troco no Alcolumbre e no governo nesta semana mesmo”, acrescentou.
Como assim?
Sóstenes conta que, chegando a Brasília para conversar pessoalmente com Hugo Motta, vai propor que ambos busquem “dois ou três projetos de interesse do Alcolumbre e do governo para serem derrubados”.
É pouco provável que isso seja executado. Mas esse mesmo Hugo Motta que agora troca figurinhas com o líder do PL, foi vítima de um ataque da oposição à sua autoridade na Câmara.
Na quarta-feira da semana anterior, deputados do PL e do Novo tomaram a sua cadeira na Mesa Diretora, impedindo que ele presidisse a sessão do plenário. Motta só conseguiu sentar-se na cadeira depois que, Arthur lira (PP-AL), ex-presidente da Casa, prometeu à oposição que a anistia seria pautada.
Na semana passada, Motta cumpriu o acordo de Lira: votou a anistia. Mas trincou sua relação com os governistas. Uma relação cheia de altos e baixos como esse momento que vivem agora.
A Casa de Saúde e Maternidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, ligada ao marido da vice-governadora Priscila Krause (PSD), recebeu 25 repasses de recursos estaduais em 15 dias. O período coincidiu com a interinidade dela à frente do governo, em março, durante recesso da governadora Raquel Lyra (PSD).
A soma dos pagamentos à unidade, que tem como sócio Jorge Branco Neto, marido de Krause, chega a R$ 3 milhões e, além de estar sob os holofotes da oposição local, também pode entrar na mira de órgãos de controle federais, já que envolve transferências do Sistema Único de Saúde (SUS).
A polêmica tem princípio em remanejamentos orçamentários que turbinaram o Fundo Estadual de Saúde (FES), principal fonte pagadora do Hospital Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, situado em Garanhuns, no Agreste. Em fevereiro de 2023, quando Krause substituiu Raquel pela primeira vez, foram creditados R$ 7,6 milhões ao fundo. Parte desse montante é oriunda de verba federal.
A prática se repetiu em outro período de interinidade da vice-governadora, em abril de 2024, com R$ 22,3 milhões, mas se intensificou em março de 2025, conforme registros do Portal da Transparência e do Diário Oficial.
No dia 17 de março, foram acrescidos ao FES R$ 51,6 milhões. Mais R$ 3,9 milhões foram remanejados no dia 20, e outros R$ 13,6 milhões, no dia 21. Em datas similares localizadas entre os dias 14 e 29 daquele mês, 25 pagamentos foram feitos ao hospital a partir dessa fonte, totalizando R$ 3 milhões.
Ao longo de todo o ano, a unidade já recebeu R$ 25,1 milhões. Significa dizer que, nos 15 dias de março em que Priscila Krause esteve à frente do governo, 12,2% dos pagamentos foram efetivados, o que, na visão de deputados de oposição, indica uma “concentração atípica” e um possível conflito de interesses.
Outros atos sob suspeita têm relação com a saída de gestores das áreas de orçamento e projetos e de monitoramento jurídico de licitações da Secretaria de Saúde, entre 20 e 21 de março. As exonerações foram assinadas pela governadora em exercício, o que vem sendo interpretado como uma possível providência para dar celeridade aos pagamentos para o hospital.
Em audiência pública na Assembleia Legislativa, a secretária estadual de Saúde, Zilda Cavalcanti, foi confrontada sobre o assunto, mas negou que os profissionais demitidos tivessem relação com o manejo desses recursos. O suposto conflito de interesses decorrente de pagamentos ao Hospital Nossa Senhora do Perpétuo Socorro sob o Governo Raquel Lyra/Priscila Krause chegou a ser alvo de pedido de medida cautelar feito pela Comissão de Saúde e Assistência Social da Alepe junto ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) em 2023.
Na época, a corte negou a solicitação por entender que a unidade de saúde tem um papel importante na complementação dos atendimentos da rede estadual, mas levou em conta o fato de a vice-governadora não ser a ordenadora das despesas do Governo de Pernambuco com esses repasses.
O mesmo entendimento, porém, pode não se aplicar aos períodos em que os pagamentos ocorreram de forma coincidente ao exercício da função de governadora por Priscila Krause. Também pesa contra a gestão estadual o fato de os aportes estaduais no Hospital Regional Dom Moura, unidade pública também situada em Garanhuns, atingirem uma média mensal de apenas R$ 500 mil, cinco vezes menos que os valores repassados ao hospital ligado à família da vice-governadora. Confira abaixo os documentos que comprovam os pagamentos:
Dedico este artigo ao prefeito João Campos, em defesa dos pangarés que fazem o transporte de tração animal. Prefeito Johnnie, please, liberte os bichanos!
MONTANHAS DA JAQUEIRA – O cowboy Mac Donald Tramp ama Bolsonaro? A questão vai além de sentimentos pessoais. Está em curso um realinhamento ideológico de direita nas Américas, Brazil inclusive. O capitão é apenas uma peça nessa engrenagem. A mundiça vermelha vai dançar.
Montado em seu cavalo branco, The White Horse, MaCDonald botou moral no saloon oval da Casa Branca: “Agora eu sou herói e o meu cavalo só fala inglês”. Ele fala inglês com o sotaque conservador do Velho Oeste. É um cavalo da direita e usa a diplomacia do big stick, o grande porrete. Barack Obama era um intelectual com tutano vermelho e o cavalo dele, o Azulão, falava inglês com sotaque politicamente correto. O cavalo globalista de Joe Biden, The Red Horse, exercitava a diplomacia da monetização de aliados através da CIA e Usaid.
A humanidade caminha nas patas dos cavalos, desde a Antiguidade. A guerra entre gregos e troianos foi decidido pelo Cavalo de Troia, um presente de grego para adentrar nas muralhas do inimigo e resgatar Helena, a mulher que fazia o rei Menelau gemer sem sentir dor.
O cavalo branco de Napoleão conquistou impérios até naufragar na batalha de Waterloo. As patas do valente cavalo Bucéfalo conduziram o grande Alexandre da Macedônia, durante o século IV antes de Cristo, a dominar os reinos da Grécia, Egito e Índia. O conquistador Alexandre adorava Bucéfalo.
No apogeu de sua glória, o excêntrico Calígula (século I antes de Cristo), nomeou, monocraticamente, o cavalo Incitatus como senador do Império Romano. Sua excelência o equino cavalgava garboso em plenário com paramentos de seda e manta de púrpura, a cor dos cardeais, ao cumprimentar seus pares e ímpares.
Era uma criatura de fidelidade cavalar, assim feito algumas cavalgaduras de hoje que pedem licença ao painho até para ir ao banheiro. Isto, em troca da merenda milionária em emendas secretas. Cercado por cavalos atômicos nos mares do Caribe, o ditador narcotraficante da Venezuela não tem saída. O capitão América vai raspar o bigode dele.
Também cultivamos nossos ídolos equestres. Eis uma declaração de amor à musa Pocotó de nossa fauna tropical:
“Vou mandando um beijinho pra filhinha e pra vovó/ Só não posso esquecer da minha eguinha Pocotó./ Pocotó-Pocotó-Pocotó!” Emocionante! Quanto romantismo!
Ao presenciar um cocheiro açoitar a um cavalo numa rua em Turim (Itália), o filósofo Nietzsche (1844-1900) abraçou-se com o animal e caiu no choro. Depois disso teve um curto-circuito no cérebro e enlouqueceu.
Quando vejo carroceiros maltratarem cavalos de carga nesta cidade, eu me lembro de Nietzsche e do prefeito João Campos. Nietzsche era humano, demasiadamente humano, assim falou Zaratustra. Prefeito Johnnie, eu sei que você é um animal político humano, demasiadamente humano. Liberte os nossos bichanos. Substitua os pangarés por cavalos motorizados, tipo triciclos com bagageiros. Os bucéfalos vão adorar. Zaratustra manda lembranças.
Ex-prefeito do Recife, o deputado João Paulo (PT) tem sido protagonista de movimentos para levar o partido ao palanque da reeleição da governadora Raquel Lyra (PSD). Mas por enquanto, uma andorinha solitária. Principal liderança petista no Estado, o senador Humberto Costa tem vaga garantida na chapa de João Campos (PSB) a governador.
No último fim de semana, cumpriu agenda no Recife ao lado do prefeito e suas manifestações públicas não deixam dúvida de que qualquer guinada à direita tentada pelo PT, via articulações de João Paulo, não terá o seu aval. O deputado, entretanto, comemora o fato de aliados do novo presidente estadual da legenda, Carlos Veras, sinalizarem para Raquel.
É o caso, por exemplo, do prefeito de Tabira, Flávio Marques (PT), que passou a ser figura carimbada nos atos da governadora, com circulação frequente também no Palácio das Princesas. Tabira é a terra de Carlos Veras. “Espero que Raquel faça o L”, disse o dirigente petista, tão logo aclamado para comandar o diretório estadual da legenda. Veras é do grupo de Humberto, que não acredita nesse L da governadora.
Mas não é só o senador que não acredita, é Pernambuco inteiro. Raquel botou na cabeça repetir a estratégia de 2022, quando derrotou Marília Arraes (SD) no segundo turno, quando no plano presidencial adotou o muro, não apoiando Lula tampouco Bolsonaro. Deu certo, mas em política a história não se repete. Aliás, pode até se repetir, na primeira vez como tragédia, na segunda como farsa, como está nos escritos de Karl Marx.
João Paulo será levado a apoiar João Campos, com quem não se bica, a não ser que se desfilie da legenda, como fez já uma vez e depois voltou manifestando arrependimento. Por uma razão muito simples: o palanque de Lula em Pernambuco será o do PSB, conforme já decidiu o próprio presidente e a direção nacional do PT. João Paulo vai divergir do partido ou abrir uma dissidência para o palanque de Raquel? Nenhuma das hipóteses. Vai ter que engolir a seco a determinação do seu partido.
Mas não espere uma boa conduta de João Paulo no palanque de João Campos. Fará corpo mole, com leves ações conspiratórias em favor de Raquel. Não sou profeta: está escrito nas estrelas, como diz uma canção.
CONRADO COM JOÃO – Mas no Pajeú nem todos os prefeitos do PT sinalizam para a reeleição de Raquel. Gestora do segundo maior colégio eleitoral do Sertão, atrás apenas de Petrolina, Márcia Conrado, de Serra Talhada, já fechou com a candidatura de João Campos ao Palácio do Campo das Princesas, não por decisão pessoal, mas porque seus principais adversários, o deputado Luciano Duque (SD) e o presidente estadual do Avante, Sebastião Oliveira, terem aderido à reeleição da governadora.
PSB adota postura diferente no Senado – Numa entrevista, ontem, ao blog Cenário, de Caruaru, o prefeito do Recife, João Campos, revelou que, na condição presidente nacional do PSB, já conversou com o líder do partido no Senado, Cid Gomes, para fechar posição contra a PEC da Blindagem, já aprovada na Câmara dos Deputados, estranhamente, com apoio da legenda socialista, a partir do líder Pedro Campos, que não apenas votou a favor como orientou a bancada. “Sou completamente contrário à proposta”, reiterou o dirigente socialista.
Maioria vota contra – Aprovada na Câmara em um consórcio de partidos do Centrão e da oposição, e também em partidos de esquerda, a chamada PEC da Blindagem, que dificulta a abertura de ações penais contra parlamentares, não terá guarida no Senado. Levantamento do jornal O Globo de ontem aponta que 46 dos 81 senadores se declaram contrários à medida, enquanto apenas seis afirmam ser favoráveis. Outros seis disseram ainda não saber como votarão e os demais não responderam. Entre os que se manifestam pela rejeição, o senador Alexandre Vieira (MDB-SE), escolhido relator da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Supremo amplia poderes – Em mais uma queda de braço com o Congresso, o Supremo Tribunal Federal já conta com cinco votos de ministros da corte para que apenas o STF tenha poderes para autorizar buscas e apreensão no Congresso, seja em gabinetes, dependências internas ou apartamentos funcionais dos senadores e deputados. Com isso, juízes de primeira instância ficam proibidos de fazer qualquer ação nesse sentido. Para o STF, a regra é essencial para preservar a separação de poderes e assegurar o pleno exercício do mandato parlamentar.
Sem pretensão política – Ex-deputado, o presidente do Santa Cruz, Bruno Rodrigues, mesmo colhendo os frutos da ascensão do time coral à série C, descarta qualquer possibilidade de vir a disputar um novo mandato federal. Em entrevista ao repórter Houldine Nascimento, do site Poder360, de Brasília, o dirigente tricolor afirmou que seu projeto é seguir adiante para colocar o santinha de volta à elite do futebol brasileiro. “Uma missão que me dedico com muito amor e responsabilidade. Para mim, a página da política já foi virada”, disse.
CURTAS
MORTE 1 – A governadora Raquel Lyra (PSD) voltou a Surubim, sexta-feira passada, para prestigiar a vaquejada da cidade, a maior do Estado, ao lado do prefeito Cléber Chaparral. O evento atraiu uma multidão impressionante, mas a morte de um vaqueiro, ao tentar derrubar o boi na competição, consternou a população.
MORTE 2 – Conhecido como Mãozinha, o vaqueiro, após derrubar o boi na competição em que participava, perdeu o equilíbrio e bateu a cabeça na cerca de proteção. Foi levado para o Hospital da Restauração, no Recife, mas não resistiu ao forte impacto da batida. Era um vaqueiro experiente e bastante premiado.
NILO COELHO – Na próxima semana, por Belém do São Francisco, na segunda-feira (29), começo mais uma incursão de lançamentos do meu livro “Os Leões do Norte” pelo Sertão. Na rota, também estão Salgueiro, Santa Maria da Boa Vista e Petrolina, onde, no dia 2, haverá uma grande homenagem a Nilo Coelho na Fundação Nilo Coelho.
Perguntar não ofende: A Câmara cassa o mandato de Eduardo Bolsonaro?
Após o voto polêmico do deputado federal Pedro Campos (PSB) e da maioria da bancada do partido em favor da PEC da Blindagem, o prefeito do Recife e presidente nacional do PSB, João Campos se pronunciou contrário à medida e afirmou não ter orientado os parlamentares a aprovarem o texto.
“Sou completamente contrário à PEC da Blindagem e não votei, nem orientei a nossa bancada em relação a isso”, destacou o prefeito durante entrevista na manhã deste domingo (21).
Segundo João Campos, a decisão do voto favorável foi tomada de forma interna, sem o seu conhecimento. “Quando eu soube que tinha um absurdo de querer incluir presidente de partido, de forma imediata eu fiz uma intervenção da nossa bancada para que votassem contrários a isso, o que foi feito de forma unânime”, ressaltou.
Além disso, o prefeito também afirmou já ter entrado em contato com o líder do partido no Senado, Cid Gomes para que ocorra unanimidade nos votos contra a PEC no senado. “O que posso dizer é que sou contra a PEC da Blindagem e sou totalmente contrário à anistia. Tenho certeza que essa é uma posição que também contempla o nosso partido”, afirmou.