STF testa protagonismo inédito em ação contra golpismo

Liderado pelo ministro Alexandre de Moraes, o Supremo Tribunal Federal (STF) testa no Brasil um protagonismo inédito na defesa da democracia. A tarefa, contudo, não se dá sem atropelos, e são inevitáveis os debates sobre riscos e limites da reação judicial.

Até onde o STF pode avançar na atuação emergencial contra uma ameaça de golpe de Estado? Em que ponto o tribunal deixa de ser parte da solução e se torna vetor do problema? O preço da ação desmedida é tão alto quanto o da omissão pura e simples?

O arsenal utilizado pela corte é amplo. Inclui suspensão de perfis online de quem dissemina desinformação, prega ódio ou incita crimes; bloqueio de contas bancárias de financiadores de atos golpistas; e prisões, muitas das quais provisórias. As informações são da Folha de S. Paulo.

Em muitos casos, as determinações foram, no mínimo, polêmicas. Por exemplo, Moraes afastou Ibaneis Rocha (MDB) do cargo de governador do Distrito Federal sem que esse pedido tenha sido feito por órgãos de investigação.

O ministro também contrariou recomendação do Ministério Público Federal ao manter a prisão de certos investigados pelos atos de 8 de janeiro, quando apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) depredaram as sedes dos três Poderes, em Brasília.

Em outra frente, desde o ano passado, Moraes tem ordenado a derrubada de contas em redes sociais sem critérios claros. De acordo com alguns críticos, seria possível falar em censura do Judiciário.

Um deles é o jornalista Glenn Greenwald, para quem a ação de Moraes não tem paralelos no mundo e representa uma dupla ameaça: à liberdade de expressão e ao devido processo legal.

Especialistas ouvidos pela reportagem, porém, afirmam que não é tão simples; embora seja possível apontar equívocos específicos, isso não quer dizer que o conjunto da obra esteja necessariamente errado.

“No varejo, caso por caso, é claro que vamos poder discordar de muitas decisões, ainda que seja prematuro cravar uma conclusão sobre ilegalidade ou abuso”, diz Conrado Hübner Mendes, professor de direito constitucional da USP e colunista da Folha.

Dito isso, Mendes considera que Moraes conseguiu conter muitos dos ataques à democracia, apesar de o Brasil não ter estrutura regulatória para lidar com a disseminação da desinformação e em meio a um vácuo institucional, já que a Procuradoria-Geral da República (PGR), sob comando de Augusto Aras, manteve-se inerte na maior parte do tempo.

“O que se pode dizer é que Moraes inovou. E inovação jurídica sempre gera controvérsia, resistência”, afirma Mendes. “Isso é sempre ilegal? Não. Isso significa que a corte tem carta-branca para fazer o que bem entender? Também não. Entre as duas coisas, há uma ampla zona cinzenta que vai tomar tempo para se consolidar.”

Não se trata de inovação apenas para o padrão nacional; trata-se de novidade mundial no combate ao golpismo.

“O fato de essas medidas não serem frequentemente adotadas no direito comparado não diz nada sobre se elas são lícitas ou não no Brasil e se seriam lícitas ou não em outros países caso eles vivessem problemas como o nosso”, diz Thomas Bustamante, professor de teoria do direito na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

“O tipo de ataque que a gente está sofrendo não está bem mapeado. Não existem esquemas conceituais prontos, precedentes, normas jurídicas explícitas. E os padrões de resposta, dentro da legalidade, são desafiadores em qualquer lugar”, afirma Bustamante.

De acordo com ele, especialistas de outros países olham com atenção para o caso brasileiro, já que o golpismo não é peculiaridade de bolsonaristas –basta lembrar de Donald Trump e o tumulto após sua derrota na eleição presidencial dos Estados Unidos.

Como observou Oscar Vilhena Vieira em sua coluna na Folha, veio do nazista Joseph Goebbels este alerta: “Uma das melhores pilhérias sobre a democracia sempre será a de que ela própria proporcionou aos seus mortais inimigos os meios pelos quais foi aniquilada”.

Por isso, mesmo especialistas como Diego Werneck Arguelhes, que apontam problemas nas decisões de Moraes, consideram que o risco da inação é maior que o de eventuais abusos.

“A ideia de ditadura judicial é só uma metáfora”, diz Arguelhes, que é professor de direito do Insper e um dos fundadores do blog Supra, sobre o STF. “Não existe risco de ditadura judicial, e a gente nem sabe como isso seria. A ditadura real que queriam implantar é a do dia 8 de janeiro, e essa a gente sabe como funciona.”

Mas isso não significa que os problemas citados por ele sejam irrelevantes. Um deles é a suspensão de Ibaneis. Para Arguelhes, ela não está devidamente embasada do ponto de vista jurídico nem teve sua necessidade justificada.

Outro é a derrubada de perfis online. “Uma coisa é, no calor do momento, interromper a atuação de quem está incentivando a invasão. Outra é suspender por tempo indeterminado”, diz.

Daí a concluir que exista uma ameaça à liberdade de expressão, como faz Glenn Greenwald, vai uma distância que nem todos se dispõem a percorrer. Conrado Hübner Mendes, por exemplo, diz que a jurisprudência nesse tema é instável no Judiciário brasileiro, mas que o caso dos golpistas não é tão complexo.

“Existem controvérsias bem mais complicadas. Quando a liberdade de expressão se choca com o direito à honra ou à privacidade, por exemplo, temos um conflito delicado. O dos extremistas não. Só que precisa avaliar o contexto da manifestação, a capacidade de disseminação e o impacto que a pessoa exerce”, diz Mendes.

Ainda assim, não há consenso sobre o uso que Moraes faz de um instrumento jurídico para combater os extremistas: a medida cautelar, que, na área penal, serve para garantir a aplicação da lei, assegurar a investigação ou evitar a prática de infrações penais.

Por definição, a cautelar é determinada antes de haver julgamento definitivo e, em muitos casos, sem que a pessoa possa se defender num primeiro momento. Até aí, jogo jogado. O problema aparece quando essas ordens, que deveriam ser provisórias, se tornam duradouras –uma espécie de atalho para a pena.

“A manutenção de prisões preventivas, que devem ser medidas muito excepcionais e de curta duração, é um ponto questionável”, diz Raquel Scalcon, advogada criminalista e professora da FGV Direito SP.

“Mas é preciso lembrar que o recurso excessivo às prisões cautelares é um triste sintoma do sistema de Justiça criminal brasileiro como um todo”, afirma.

Mas não são só as prisões. Moraes tem recorrido à chamada cautelar atípica: em vez de usar uma das medidas listadas no Código de Processo Penal –como a suspensão da função pública, dirigida a Ibaneis—, ele impõe uma nova cautelar ao investigado. É o caso da derrubada de perfis de redes sociais, não prevista expressamente no código.

O fato de a medida ser atípica não a torna ilegal, mas seu uso é questionável: “Tem uma discussão sobre isso, mas eu entendo que uma cautelar atípica não poderia ser fixada. Se quisermos novas cautelares, precisamos de mudança legislativa”, diz Scalcon.

Aumentando a confusão, Moraes tem usado como parâmetro para a derrubada de perfis a resolução 23.714 do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), cuja constitucionalidade está em discussão no STF.

Baixada às vésperas do segundo turno de 2022, ela considera que a disseminação de fake news demanda reações como a suspensão de contas online e estabelece regras como multa de até R$ 150 mil por hora de descumprimento.

Só que Moraes, além de membro do STF, é presidente do TSE, o que leva muita gente a misturar os dois chapéus do ministro e imaginar que ele tenha “superpoderes” permanentes. Na verdade, essa é uma circunstância passageira que terminará em junho de 2024, quando ele deixará a corte eleitoral.

E, mesmo que não fosse esse o caso, Moraes não age sozinho. Ele tem respaldo do plenário do TSE e do STF –o que, no mínimo, mostra desconcentração do poder.

“Mas a confirmação do colegiado não resolve o debate, não garante que a decisão esteja correta”, diz Arguelhes, do Insper. “No calor da Lava Jato, muita gente criticava o STF por ter endossado as decisões do Sergio Moro.”

Para bolsonaristas, o respaldo não muda nada. Eles continuam vendo Moraes como alguém que desequilibrou a eleição –ainda que não existam evidências disso— e que atua “fora das quatro linhas da Constituição”, como costuma dizer o ex-presidente.

A crítica, que não diz respeito só ao conteúdo das decisões, mas também à forma, remonta a 2019, quando Dias Toffoli, então presidente do STF, abriu o inquérito das fake news e, em vez de sortear um relator, nomeou Moraes para a função.

Foi um procedimento extravagante porque, entre outros motivos, nenhum órgão investigativo pediu o inquérito. Os ministros do STF, porém, julgaram necessário reagir aos ataques que a própria corte vinha sofrendo sob as vistas grossas da PGR, ainda sob Raquel Dodge.

“A justificativa apresentada é real. Não foram justificativas inventadas, não foi uma idiossincrasia dos ministros. E cada vez isso fica mais evidente”, afirma Thomas Bustamante, da UFMG.

Para Miguel Gualano de Godoy, professor de direito constitucional da UFPR (Universidade Federal do Paraná), o STF paga o preço de um problema anterior: “A força das cortes vem de sua autoridade, dos argumentos de suas decisões e da postura séria de seus ministros. Nesses aspectos, o STF ainda deve muito”, diz.

“O STF tem atuado com firmeza para a proteção da nossa democracia. Mas sua atuação precisa ser calibrada”, afirma Godoy.

De acordo com Arguelhes, do Insper, na ausência desse ajuste, o STF vai aprofundar três problemas. O primeiro é um pragmatismo excessivo: “Desde a última década, as pessoas cada vez mais aprovam decisões com cujos resultados elas concordam”.

O segundo é a deterioração da imagem do Judiciário como Poder isento para decidir conflitos. “Várias decisões contra Bolsonaro são corretas, mas pode chegar um momento em que as pessoas vão achar que o tribunal escolhe amigos e inimigos.”

E o terceiro é saber que limites o STF respeitará quando passar o contexto de crise da democracia. “O Supremo nunca descobriu para si um poder do qual depois abriu mão”, afirma Arguelhes.

ALGUMAS DECISÕES POLÊMICAS CAPITANEADAS POR ALEXANDRE DE MORAES NO TSE E NO STF

  • Inquérito das fake news, mantido contra a vontade da PGR
  • Censura à revista Crusoé e ao site O Antagonista por reportagens que citavam Dias Toffoli
  • Censura ao jornal Gazeta do Povo durante as eleições
  • Busca e apreensão contra empresários por conversas de teor golpista no WhatsApp, tendo por base apenas uma reportagem
  • Relator do julgamento que determinou prisão de Daniel Silveira (PTB-RJ), deputado federal bolsonarista que fez ataques a membros do STF
  • Suspensão de diversos perfis de redes sociais por ameaças a ministros do STF ou declarações golpistas
  • Suspensão de diversos perfis de redes sociais durante a eleição
  • Suspensão de perfis e canais do PCO (Partido da Causa Operária)
  • Suspensão de Ibaneis Rocha (MDB) do cargo de governador do DF
  • Manutenção de prisões preventivas contra orientação do MPF
  • Conversão de prisão flagrante em preventiva sem pedido de órgãos de investigação

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Diante de tantos atos de agressões, tentativas de homicídios e até assassinatos, os diretórios do PT e do PSB lançaram uma nota conjunta repudiando a violência nas eleições deste ano.

Confira abaixo na íntegra:

Diferentemente de tudo o que se poderia imaginar e desejar, a campanha eleitoral em Pernambuco volta a ser notícia não pela festa democrática de cores, propostas e esperança que invade os municípios, mas por episódios graves de violência.

Há cerca de dez dias, vivenciamos momentos de angústia após a tentativa de homicídio sofrida pelo prefeito de Sertânia, Ângelo Ferreira (PSB), vítima da intolerância de um opositor político. E na noite da última sexta-feira (6), novamente nos vimos aflitos, desta vez, com a notícia de um atentado a tiros praticado contra Neto de Véia, candidato a vereador de Surubim pelo PSB.

Nos dois municípios, o PSB e o PT estão juntos apresentando projetos marcados pelo forte apelo popular: em Sertânia, com Rita Rodrigues (PSB) e Dr. Orestes (PT), e em Surubim, com Véia de Aprígio (PSB) e Ivete do Sindicato (PT). Pelo visto, isso está incomodando quem está acostumado a achar que o poder do dinheiro e de uma arma na cintura vence as eleições.

Mais do que nos solidarizar, dar total apoio e desejar pronta recuperação às vítimas, nós do PSB e do PT repudiamos veementemente esses episódios de violência e voltamos a cobrar das autoridades policiais providências céleres e enérgicas para esses casos, no que concerne à prisão dos agressores e ao reforço da segurança nesses municípios. A população pernambucana precisa ter a garantia de que poderá ir às urnas no dia 6 de outubro com a certeza de que sua vontade soberana será respeitada.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, comentou hoje (7) a demissão do ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida. A demissão ocorreu após denúncias de assédio sexual suspostamente cometido por ele contra mais de uma dezena de mulheres.

“A parte política já passou com a demissão. Agora, como todas as pessoas, [ele] tem direito à ampla defesa e, depois, se fará justiça”, afirmou Barroso. A declaração foi dada na saída do desfile cívico-militar de 7 de Setembro, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

O presidente da suprema corte disse ainda que o colegiado da Primeira Turma do STF tem competência regimental para analisar os recursos apresentados pela rede social X (antigo Twitter) e por outras plataformas contra decisões do ministro do Supremo Alexandre de Moraes, relacionadas ao bloqueio de perfis na internet e da própria rede social no país.

Ontem (6), a Primeira Turma do STF negou recursos do X, manteve a suspensão da rede social e o bloqueio de perfis na internet. 

Dia da Independência

O presidente do STF avaliou como positiva a participação de representantes dos três poderes da República no desfile. “Foi uma cerimônia muito bonita, com a presença dos chefes dos três poderes, demonstrando que o país vive a mais plena normalidade institucional. É um bom momento para a nacionalidade.”

Declaração semelhante foi dada pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, sobre a data. “O Dia da Independência tem que ser uma vitória da democracia”, afirmou.

Perguntado sobre o simbolismo da presença dos presidentes do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, e do Supremo, Luís Roberto Barroso, no desfile em Brasília, Múcio disse que “é o fortalecimento da democracia, a força da política.”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não deu declarações ao deixar o local. Apenas cumprimentou populares que estavam nas arquibancadas para assistir aos desfiles. 

Da Agência Brasil

O deputado estadual Alberto Feitosa (PL) acompanhou a mobilização encabeçada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e pelo pastor Silas Malafaia, na Avenida Paulista. O parlamentar estava acompanhado do candidato a prefeito do Recife, Gilson Machado, do deputado federal Pastor Eurico e dos candidatos a vereador do Recife Gilson Filho e Netinho Eurico – além do vereador de Caruaru, Val Lima.

“Um evento pacífico que reuniu, mais uma vez, milhares de brasileiros. Hoje se comemora historicamente o dia da independência do Brasil, mas é preciso novamente fazer história. Os brasileiros que se mobilizaram hoje não só aqui na Paulista, como em outras cidades , diz não a um País onde querem impor a ditadura. A exemplo da Venezuela, Cuba, Guatemala. Pela liberdade do Brasil, pelo respeito à constituição, pela preservação de nossa soberania. Eu estive em mais esse ato democrático. Ficou claro nessa mobilização de hoje que esse desejo é de milhares de brasileiros. Estamos juntos e cada vez mais fortes!”, ressaltou Feitosa.

O candidato a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), participou do ato organizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, na Avenida Paulista. Ele não foi o único: Marina Helena (Novo) também deu as caras na manifestação, mas nenhum dos dois discursou. Diferente do atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes, que estava ao lado do líder da direita brasileira e fez uso do microfone.

Marçal chegou à avenida após o discurso de Bolsonaro. Aplaudido por manifestantes, ele circulou pela área próxima ao carro de som em que estava Bolsonaro, mas não chegou a subir. O prefeito Nunes não estava mais no veículo quando o adversário apareceu.

Marçal e Nunes estão empatados tecnicamente com Guilherme Boulos (PSOL) na disputa pela Prefeitura de São Paulo, segundo a última pesquisa Datafolha.

O candidato do PL a prefeito de Caruaru, Fernando Rodolfo, deu um timing na sua campanha e participou em São Paulo da manifestação bolsonarista em defesa da democracia. Atendeu ao convite do próprio Bolsonaro, que já esteve em Caruaru participando de atos do aliado. “O Brasil já deu o seu grito de independência, Caruaru vai fazer isso no próximo dia 6 , se libertando de 40 anos nas mãos dessas famílias que tiraram o protagonismo da nossa cidade”, disse, numa conversa com o blog.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou, neste sábado (7), de um ato contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na Avenida Paulista, em São Paulo. Também estavam presentes o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o prefeito da capital e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), o pastor Silas Malafaia, fiador do evento, e parlamentares.

Os manifestantes vestiam, em sua maioria, camisas verdes e amarelas e carregavam cartazes em que pediam intervenção militar, o que é inconstitucional, e criticavam o bloqueio da rede social X e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autor da decisão – posteriormente referendada por outros ministros da Corte.

Em seu discurso, Bolsonaro voltou a defender a anistia para os condenados pelos ataques de 8/1, disse crer na reversão, pelo Congresso, da sua inelegibilidade, e chamou de ditador o ministro Moraes, relator de inquéritos nos quais o ex-presidente é investigado.

“Eu espero que o Senado Federal bote um freio em Alexandre de Moraes, esse ditador que faz mais mal ao Brasil que o próprio Luiz Inácio Lula da Silva”, disse o ex-presidente.

Confira o discurso do ex-presidente:

Manifestantes se reúnem na tarde deste sábado (7), dia da Independência, na Avenida Paulista, para o ato convocado por bolsonaristas contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O ato, organizado pelo pastor Silas Malafaia, conta com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e outros políticos e parlamentares da direita.

A Avenida Paulista foi fechada para receber o público, que se concentra em frente ao Masp. O primeiro a falar, em cima de um carro de som, foi o deputado federal Eduardo Bolsonaro.

Vestindo a camiseta do X e ao lado do pai, Eduardo pediu o fim das “prisões políticas”, a anistia para todos os “presos políticos”, o encerramento do que chamou de “inquéritos ilegais derivados do inquérito do fim do mundo” e terminou pedindo o impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Alguns participantes do ato também seguravam cartazes com pedido de impeachment do ministro.

Bolsonaro falou por volta das 16h. O ex-presidente se referiu ao ministro Alexandre de Moraes como “ditador” durante seu discurso e pediu que o Senado “coloque freio no ministro” do STF.

Além de Bolsonaro e Eduardo, discursaram no evento o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o pastor Silas Malafaia, o senador Magno Malta (PL-ES), os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG), Bia Kicis (PL-DF), Gustavo Gayer (PL-GO).

Sem citar o nome do ministro Moraes, Tarcísio criticou o banimento do X em seu discurso, disse que a manifestação é uma “oportunidade de construir a história” em defesa da liberdade e gritou “volta, Bolsonaro”.

De acordo com a âncora da CNN Tainá Falcão, a Polícia Federal (PF) vai monitorar eventuais “ataques à democracia ou ameaças contra autoridades”.

Da CNN

O ex-deputado estadual e ex-prefeito das cidades do Cabo de Santo Agostinho e do Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes, celebrou, em mensagem enviada ao empresário João Carlos Paes Mendonça, os 35 anos de atividade da Fundação Pedro Paes Mendonça.

Marcada pela inauguração, em 1989, no Lar Dona Conceição, a instituição atualmente atende a 280 crianças e jovens que estudam na escola em horário integral, com quatro refeições diárias, fardamento e material didático.

“Muitas das boas experiências ali executadas certamente servirão como inspiração na adoção de parcerias análogas aqui, na nossa amada cidade do Jaboatão dos Guararapes, onde nasceu a pátria e o exército brasileiro”, registrou Elias Gomes.

Após a Justiça suspender a veiculação de informações “difamatórias, caluniosas e inverídicas” sobre a gestão das creches da cidade, como publicado por este blog, a assessoria do candidato a prefeito do Recife, Gilson Machado (PL), afirmou que “as notícias abordadas em sua propaganda eleitoral e nas redes sociais são baseadas em fatos verídicos e continuam sendo discutidas”.

“A verdade é que houve liminares solicitando a suspensão de algumas peças publicitárias, alegando ofensa. Dessa forma, a Justiça, liminarmente, determinou a suspensão de algumas peças publicitárias para evitar ofensa a pessoas específicas, mas não proibiu a discussão do tema das creches. Na realidade, não há fake news nas críticas, visto que o próprio prefeito João Campos (PSB) reconheceu irregularidades nas creches (como confirmou na sabatina JC 90,3)”, complementou a campanha de Gilson.

O candidato reafirmou o seu compromisso com a verdade, transparência e justiça. Ele destacou ainda que não se deve combater uma crítica fundamentada em fatos verídicos com alegações de fake news.

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi atendido, neste sábado (7), no Hospital Albert Einstein, no Morumbi, Zona Sul de São Paulo. “Por conta de uma gripe estava sem voz , passou rapidamente pelo Hospital”, escreveu nas redes sociais o advogado do ex-presidente Fabio Wajngarten.

De acordo com a publicação, Bolsonaro foi atendido pelo médico Leandro Echenique, o mesmo que vem tratando o ex-presidente desde a facada sofrida por ele na campanha de 2018.

Wajngarten confirmou a presença do ex-presidente no ato da tarde deste sábado na Avenida Paulista. O ato foi convocado pelo próprio Bolsonaro, contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Além do pedido de impeachment de Moraes, responsável pela decisão que bloqueou o acesso à rede social X no Brasil, o ato promete movimentar a campanha pelas eleições municipais em São Paulo.

Réplicas do boné usado pelo candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, tomaram a Avenida Paulista. Bolsonaro, por sua vez, apoia oficialmente Ricardo Nunes (MDB), mas disse, em vídeo, que qualquer candidato poderia subir ao palanque, já que o ato é “suprapartidário”.

Durante a semana, Marçal fez suspense sobre sua presença na manifestação, sem cravar que não estaria presente. Ricardo Nunes, pela manhã, participou do desfile de 7 de Setembro ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Do Metrópoles

Por Larissa Rodrigues

Repórter do blog

Se havia alguma dúvida de que o PT em Pernambuco entraria de cabeça na campanha à reeleição do prefeito do Recife, João Campos (PSB), o senador Humberto Costa, um dos líderes de peso da legenda no Estado, fez questão de afastar qualquer imagem de hesitação do partido ao projeto, na noite de ontem. Após uma caminhada na comunidade de Roda de Fogo, na Zona Oeste do Recife, o senador subiu ao palco ao lado de João e do candidato a vice-prefeito na chapa socialista, Victor Marques (PCdoB), e fez um discurso exaltando a trajetória de Campos.

“É um prazer muito grande estarmos aqui, na prática dando o primeiro passo de rua na campanha do prefeito João Campos, que é não somente o candidato do PSB, mas é o candidato do PT nesta eleição”, afirmou Costa. “A eleição de João Campos é uma eleição que todo o Brasil está acompanhando. Primeiro, pela larga diferença que ele tem mostrado até agora nas pesquisas de opinião. Segundo, pelo reconhecimento da sua administração. É um reconhecimento com toda razão de ser, pois o prefeito trabalhou em todas as áreas. Você, sem dúvida, terá a maior votação que um prefeito já teve. Estamos juntos e o presidente Lula (PT) quer manter com você essa grande participação”, enfatizou Humberto Costa. O presidente do diretório municipal do PT, Cirilo Mota, também esteve na caminhada e, assim como Humberto, garantiu a participação em mais atos de João Campos.

Comitê sem PT

No dia 18 de agosto deste ano, João inaugurou o comitê central de campanha, no Poço da Panela, sem a presença de líderes petistas, o que chamou a atenção pelo fato de a chapa ser apoiada pelo presidente Lula. Na ocasião, os petistas informaram outros compromissos. Humberto Costa cumpria agenda do Parlamento do Mercosul em Foz do Iguaçu, no Paraná. Já a senadora Teresa Leitão estava de licença médica.

O deputado estadual João Paulo (PT), por sua vez, não disfarçou o racha existente no PT local em relação ao apoio a João Campos, sobretudo por causa do desgastante processo de escolha do candidato a vice da chapa, no qual o PT saiu rifado. “Observei a ausência do PT e sua militância na inauguração do comitê de João Campos. Eu havia alertado e previsto o que aconteceria quanto à importância do PT na chapa e fui muito mal entendido. Parceria política não é um ato de arrogância, mas sim solidário e o PSB não entendeu isso”, afirmou João Paulo em nota no dia da inauguração do comitê.

João Paulo, inclusive, tem feito gestos à candidata da Federação Psol/Rede, Dani Portela, com quem posou nas redes sociais no último dia 31, depois de presenteá-la com um quadro do Recife. A candidata é ciente da insatisfação de alguns petistas e tem como comitê central de campanha uma casa estrategicamente localizada exatamente na frente da sede do PT, no bairro de Santo Amaro, na Zona Norte do Recife.