Por Larissa Rodrigues
Repórter do blog
Líder da bancada do Governo na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), a deputada Socorro Pimentel (União Brasil), respondeu ao discurso do presidente da Casa, deputado Álvaro Porto (PSDB). O presidente foi à tribuna, na tarde desta segunda-feira (24), e fez um discurso duro contra o Poder Executivo, sobre o episódio das eleições das presidências das comissões.
Álvaro Porto acusou a gestão Raquel Lyra (PSDB) de tentar interferir nos trabalhos da Alepe com práticas de “coação e ameaça”. (Veja aqui). Durante o processo, quem estava à frente do Poder Legislativo foi o deputado Rodrigo Farias (PSB).
Leia mais“A gente tem esta Casa voltando a ter autonomia, relevância, as pessoas acompanhando os debates, mas, acima de tudo, a gente deseja que haja harmonia e união e que todo deputado seja tratado com respeito, que tenha o direito de externar pontos do regimento que não concorda”, afirmou Socorro Pimentel.
Na opinião da parlamentar, o período em que o deputado Rodrigo Farias ficou na presidência foi preocupante. Ela destacou que o Governo do Estado não interferiu nas eleições das presidências das comissões.
“Posso aqui afirmar que, do mesmo modo que o Poder Executivo não teve interferência na recondução de vossa excelência para a presidência (referindo-se a Álvaro Porto), ela (Raquel) não interferiu, de fato, aqui dentro desta Casa, mas é claro que campos políticos dos diversos partidos podem querer estar com seus deputados e é natural que isso aconteça. A partir de agora, que a gente possa agir de forma que o povo pernambucano que saia ganhando”, salientou Socorro Pimentel.
Mais debates
Os deputados Antônio Moraes (PP) e João Paulo (PT) também defenderam a governadora Raquel Lyra (PSDB) após o presidente da Casa, Álvaro Porto (PSDB), discursar. Para Moraes, há incoerência na atitude da bancada de oposição ao apontar que o Poder Executivo tentou interferir nos trabalhos da Alepe, porque, segundo ele, houve interferência de outros atores políticos no Poder Legislativo.
“Houve interferência aqui (na Casa) do prefeito do Recife (João Campos, do PSB), de Bolsonaro e de outras figuras, o que é até natural no processo político. Não venham com pureza”, disparou Moraes, acrescentando que o regimento interno foi ferido no momento em que não foi cumprido o horário na lista de composição das comissões e quando o presidente interino propôs reunião no sábado, dia em que não há expediente na Casa.
Já na opinião do deputado João Paulo (PT), Raquel Lyra sofre um processo de desgaste e perseguição à frente do Governo porque é mulher, ideia que foi rechaçada pelo líder da oposição, Diogo Moraes (PSB). “Na verdade, esse episódio não é entre homens e mulheres, como querem passar para a imprensa. Não há capacidade, competência e habilidade política desse Governo, tanto que há dois anos e dois meses é uma derrota atrás da outra”, disse Diogo.
Sileno e Waldemar
Os deputados Sileno Guedes e Waldemar Borges, ambos do PSB, também se pronunciaram. Guedes reclamou de repúdio divulgada contra Rodrigo Farias e assinada pelos governistas. “Essa foi uma carta de repúdio ao presidente da Alepe, que buscou ofender, não vamos minimizar. Todo mundo quer harmonia, mas só quando nos interessa? Não se pode falar de harmonia quando se faz uma carta de repúdio”, defendeu.
Já Waldemar Borges enfatizou que usar a pauta da defesa dos direitos da mulher nesse caso é “apelativo”. “Nada enfraquece mais a correta, justa e oportuna luta do papel da mulher do que esse tipo de apelação. O governo de Raquel Lyra tem se mostrado incapaz de fazer uma licitação, de fazer a máquina andar, de fazer um programa criativo que venha a agregar, por isso sou contra esse Governo, não ao gênero de sua governante”, disse Borges.
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