Por Larissa Rodrigues
Repórter do blog
Nova líder da bancada do Governo na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), a deputada Socorro Pimentel (União Brasil), foi à tribuna, na tarde desta segunda-feira (17), repudiar a forma como as eleições para as presidências das principais comissões da Casa foram conduzidas, no último sábado (15). O processo levou o Governo do Estado a perder as lideranças dos grupos principais, Justiça (CCLJ), Finanças e Administração.
A parlamentar comentou que os deputados governistas aguardam a volta do presidente, Álvaro Porto (PSDB), para tentar uma renegociação. O deputado Rodrigo Farias (PSB) está na presidência por causa da licença cultural de Porto.
Leia mais“A convocação feita de forma atropelada, no meio da madrugada, pegou a todos nós de surpresa, sem qualquer aviso prévio, sem o devido tempo para debate e reflexão. Isso não se justifica. Claramente, houve um desrespeito ao Regimento Interno da Casa de Joaquim Nabuco, o qual é nossa bússola e deve ser respeitado por todos”, declarou.
Socorro Pimentel enfatizou que “a urgência imotivada, sem uma explicação plausível, viola as normas estabelecidas e prejudica a qualidade do trabalho legislativo”. A deputada também afirmou que os colegas do União Brasil não foram respeitosos com ela e não indicaram seu nome para comissões as quais ela poderia contribuir.
“Sinto-me na obrigação de expressar o meu profundo sentimento de indignação pela maneira como fui tratada pelos meus pares. Em nenhum momento fui consultada e, sem qualquer justificativa plausível, fui retirada da composição das principais comissões, sem sequer considerarem minha formação como médica, o que me tornaria uma contribuição importante, principalmente na comissão de saúde, da qual fui excluída”, enfatizou.
Violência política de gênero
A deputada declarou que se sentiu desrespeitada não apenas pela competência, mas também pelo fato de ser a única mulher da bancada do União Brasil na Alepe. “O machismo, infelizmente, foi a regra, e a minha trajetória pública, o compromisso com esta Casa e com o povo pernambucano foram desconsiderados de maneira descabida”, lamentou.
“No entanto, é preciso reconhecer que, infelizmente, o que vivemos hoje não é um caso isolado, mas sim uma realidade enfrentada por muitas mulheres na política: a violência política de gênero. Quando uma mulher é desrespeitada, desconsiderada ou retirada de espaços de poder, estamos diante de uma manifestação clara de violência política”, acrescentou Socorro Pimentel.
2026
A deputada acredita que os recentes movimentos na Alepe indicam uma antecipação da disputa eleitoral de 2026, quando é especulado um confronto entre a governadora Raquel Lyra (PSDB) e o prefeito do Recife, João Campos (PSB).
“Hoje a gente tem uma antecipação da eleição de 2026. Isso é algo que está existindo nesta Casa. Considero que até o final do ano, seria normal isso acontecer. Mas não nesse momento tão importante, no qual todos os deputados devem ser tratados com respeito, porque é o respaldo da nossa atuação política”, declarou.
Leia menos