Por José Adalbertovsky Ribeiro*
Dedico este artigo ao meu colega o gênio Castro Alves, que amaldiçoou os tiranos e os perversos
MONTANHAS DA JAQUEIRA – Não existe pecado do lado de baixo da Linha do Equador. Assim está escrito no imaginário popular. Ao fazer uma trilha nessas plataformas imaginárias, o argonauta Lima Barreto foi além do Horizonte: descobriu o Império dos Bruzundangas.
Todos são livres no Império dos Bruzundangas, livres feito um Uber, ou livres feito um táxi.
Leia maisNo Império dos Bruzundangas existia, tia, uma Carta Magna de rochedo, feita de pedras do reino. Havia sido inspirada nas ideias nas ideias do velho Ulysses, nascido e criado na Grécia, há mais de 2 mil anos. Os sacripantas jogavam pedras na Carta, como se fosse uma Geni. A cada dia rasgavam uma folhinha. Ela foi ficando magrinha, magrinha. Até que foi rasgada em praça púbica, sempre em nome da lei e da democracia.
Zeus me livre de desmerecer a Constituição de Bruzundangas. Quem a desonra são os falsos democratas que usam as leis para perseguir, censurar e oprimir nossos compatriotas da Grécia, aliás, da Terra de Vera Cruz, a terra da verdadeira Cruz.
Um rocambole dos infernos zombou de Bruzundangas ao saber que a censura era proibida naquele reino: “Art. 5º. Inciso IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; V é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem”.
O capítulo da censura foi o primeiro a ser rasgado em praça pública. E continua sendo rasgado todíssimos os dias.
A Constituição do Império dos Bruzundangas era de rochedo, feita de pedras do reino. Havia sido inspirada nas ideias nas ideias do velho Ulysses, da Grécia, há mais de 2 mil anos. Com a idade do filósofo grego Aristoteles, as páginas de aço estavam sendo corroídas pelas traças.
Também deve ser dito que havia lances surrealistas, como se tivessem sido escritos pelo gênio Pablo Picaço: “Todo poder emana do povo e em seu nome será exercido”.
A democracia na Grécia era defendida em praça pública, chamada de ÁGORA. Atualmente sirigaitas freguesas da Lei Rouanet existem em praça pública seus glúteos anabolizados com botox. Essas figuras bizarras cantam com os glúteos. Quando maior o glúteo, maiores os cachês pagos pelas prefeituras e governos dos estados, em nome da cultura.
Emendas secretas bilionárias, que deveriam ser chamadas de “emendas pornôs”, são emprenhadas com amor febril no escurinho dos gabinetes e nas alcovas.
MALDIÇÃO
Como parte do poema “Confidência”, da autoria de Sua Excelência o poeta Castro Alves, menciono alguns versos em louvor desta Terra de Vera Cruz, a terra da verdadeira Cruz, ontem e hoje: “(….) Eunuco incensador da tirania/ sobre ti maldição!/ Assemelhai-vos aos sepulcros brancos por fora: o exterior parece formoso/ mas o interior está cheio de podridão// / Sinto não ter um raio em cada verso/ Para escrever na fronte do perverso: Maldição sobre vós!”.
*Periodista, escritor e quase poeta
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