Raquel se reúne com ministros para discutir obras do PAC em Pernambuco

Por Por Anthony Santana
Do Blog da Folha

A governadora Raquel Lyra (PSDB) se reune na manhã desta quarta-feira (27) com os ministros da Casa Civil, Rui Costa (PT), da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Goes (PDT), e a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos (PCdoB), para avaliar os investimentos do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal, em Pernambuco.

O encontro acontece no Palácio Campo das Princesas, e conta com a participação de diversos prefeitos, incluindo o da Capital, João Campos (PSB), as prefeitas de Igarassu, Elcione Ramos (PSDB), de Ipojuca, Célia Sales (PP), de Serra Talhada, Márcia Conrado (PT), e o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Mano Medeiros (PL).

Estão pactuados para Pernambuco R$ 42,9 bilhões em recursos do Novo PAC. O valor é destinado à construção de 1.322 empreendimentos, além de mais de 60 mil unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida.

Logo após a reunião, os ministros seguirão para o bairro de Jardim Fragoso, em Olinda, para vistoriar as obras do Canal do Fragoso, que são tocadas com recursos do PAC.

À tarde, a agenda inclui a visita ao Hospital da Criança, na Zona Oeste do Recife.

Veja outras postagens

Em memorial entregue aos ministros no Supremo Tribunal Federal (STF) antes do início do julgamento das ações que tratam de regras para redes sociais, a Advocacia Geral da União (AGU) defende a responsabilização das plataformas e a retirada do ar de conteúdos ofensivos sem necessidade de decisão judicial.

O STF começa a julgar nesta quarta-feira três processos que tratam do tema. A AGU ingressou como amicus curiae (amigo da corte) em dois deles. Diante da resistência do Congresso em levar adiante o projeto de lei das Fake News, as ações se transformaram na principal alternativa do governo para impor restrições à atuação das plataformas.

A manifestação da AGU foi feita com contribuições do Ministério da Justiça e da Secretaria de Comunicação Social (Secom), o que a transforma em uma posição do governo federal em relação ao assunto. Em linhas gerais, são propostas balizas interpretativas para aumentar a responsabilidade das empresas.

O texto, assinado pelo advogado-geral da União, Jorge Messias, afirma que, sem desconsiderar seus benefícios, “as plataformas digitais se transformaram em instrumentos para a prática de ilícitos de toda sorte, discurso de ódio e ameaça a direitos fundamentais”.

Cita também “o fenômeno da desinformação disseminado por meio de tais serviços”, que ocorreram durante a pandemia de Covid-19, “até chegarmos à integridade eleitoral e aos condenáveis ataques perpetrados contra as instituições democráticas brasileiras no fatídico 8 de janeiro, com tentativa de golpe de Estado, ao lado da crescente prática de atos de extremismo”.

O memorial da AGU também aponta que “recentes episódios de recalcitrância (desobediência) no cumprimento de decisões judiciais de remoção de conteúdo e bloqueio de perfis, por parte de determinados provedores, em evidente afronta à soberania nacional, ratificaram a necessidade de adequada regulação do tema”.

Uma das ações em que AGU se transformou em amicus curiae chegou ao Supremo a partir de um recurso do Facebook. A disputa surgiu em São Paulo, quando uma dona de casa descobriu a existência de um perfil falso na rede social utilizando o nome e a imagem dela para divulgar conteúdos ofensivos. A mulher acionou a Justiça e obteve, em primeira instância, a ordem para a exclusão da página, mas não foi indenizada. Insatisfeita, recorreu da decisão e teve sucesso. A plataforma foi, então, condenada ao pagamento, e tenta reverter a punição na Corte.

O outro trata especificamente do artigo 19 do Marco Civil da Internet, que prevê a “responsabilização por danos decorrentes de conteúdos gerados por terceiros” apenas em caso de a empresa não cumprir determinação judicial para a retirada do conteúdo.

A análise se dará com base em recursos de plataformas que recorrem contra condenações por conteúdos publicados e tem percussão geral.

Ao tratar no texto do artigo 19 do Marco Civil da Internet, a AGU afirma: “Embora o dispositivo tenha por finalidade a proteção da liberdade de expressão e a prevenção da censura, ao exigir ordem judicial específica para remoção, ele não pode ser usado de forma abusiva.” Para o órgão do governo, na prática, as plataformas se transformam em “um escudo para fraudes, ameaças à democracia e discursos extremistas”.

Pela posição da Advocacia Geral da União, a retirada de conteúdos sem necessidade de ordem judicial deveria acontecer em três situações específicas. Na primeira delas, nos casos de fraude, com criação de perfis falsos ou invasão de contas. No segundo, na veiculação de conteúdo impulsionado com teor manifestamente ilegal, inverídico ou ofensivo. A AGU classifica em um terceiro grupo de publicações as que estão sujeitas à aplicação de regras previstas em legislação específica, como a proteção à criança e ao adolescente e a prática de ilícitos, como nazismo, racismo, homofobia e crimes contra o Estado Democrático.

“Nessas hipóteses de manifesta violação à lei, a intervenção judicial prévia deve ser dispensada em prol de uma resposta mais ágil e eficaz, seja por iniciativa própria via mecanismos internos dos provedores, seja por notificação dos ofendidos”, argumenta a AGU.

O memorial defende a interpretação do artigo 19 do Marco Civil da Internete para permitir “que os provedores de aplicação possam ser responsabilizados independentemente de uma ordem judicial prévia, considerando os deveres de prevenção, precaução e segurança”.

Do Jornal O Globo.

Jaboatão dos Guararapes - Matriculas 2025

A Polícia Federal afirma em seu relatório final sobre a tentativa de golpe de Estado que o delegado Alexandre Ramagem sugeriu a Jair Bolsonaro (PL) tirar a autonomia dos delegados federais como forma de controlar as investigações em andamento na corporação contra o então presidente desde 2020.

Anotações encontradas com o hoje deputado federal e então diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) mostram a defesa de uma proposta para que todos inquéritos que tramitassem no STF (Supremo Tribunal Federal) fossem de responsabilidade do diretor-geral da PF.

“O contexto das anotações acima indica que Ramagem sugestiona ao então presidente Jair Bolsonaro que interfira junto a administração da Polícia Federal para restringir a atuação funcional de delegados da Polícia Federal junto a inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal”, diz a PF.

No mesmo documento, Ramagem critica a cúpula da PF por não questionar a escolha de delegados por ministros do STF. O objeto da crítica, nesse caso, era Alexandre de Moraes.

O ministro, após a própria PF indicar a delegada Denisse Ribeiro como responsável para conduzir o inquérito das fake news presidido por ele, atuou para que ela fosse mantida nas outras apurações abertas, como o inquérito dos atos antidemocráticos —que deu origem ao das milícias digitais, no qual, por sua vez, foi desenvolvida a investigação sobre o golpe.

“A PF nunca questionou a indicação de delegados por ministros do STF para investigações, da instauração arbitrária dos inquéritos e de como as diligências estão sendo executadas. A direção-geral e a corregedoria da PF precisam de mais coragem para apenas aplicarem a lei”, disse Ramagem em uma anotação.

À época, os inquéritos cujos alvos eram pessoas com foro por prerrogativa de função eram, em sua maioria, conduzidos na PF pelo Sinq (Serviço de Inquérito Especiais), atualmente chamado de Cinq (Coordenação de Inquéritos nos Tribunais Superiores).

O Sinq estava atrelado à Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Dicor) e seus delegados tinham autonomia para conduzir seus inquéritos sem que eles passassem pelo crivo da direção geral.

A PF não indica a data exata em que o documento foi produzido por Ramagem, mas diz que o arquivo foi criado em 5 de maio de 2020 e editado pela última vez em 21 de março de 2023.

Em abril de 2020, pouco antes da criação do documento, Ramagem havia sido proibido por Moraes de assumir o comando da PF. A justificativa foi que a nomeação tinha como finalidade uma interferência na corporação, já que Bolsonaro e Ramagem eram próximos.

À época, a indicação de Ramagem resultou na demissão do então ministro da Justiça, o ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro.

A anotação do deputado indica que a mudança idealizada por ele causaria reações dentro da PF.

“Inquéritos com trâmite junto ao STF têm que ser presididos pelo próprio Diretor-Geral da PF. Irão espernear, mas o argumento é válido. Similaridade com o MP [Ministério Público], onde o PGR [procurador-geral da República] preside todos os procedimentos em trâmite junto ao STF e outros tribunais superiores”, diz trecho da anotação.

No modelo do Ministério Público, sugerido por Ramagem, todos os inquéritos que tramitam no STF e no Superior Tribunal de Justiça passam por pessoas indicadas e de confiança do procurador-geral da República.

A ideia de dar superpoderes ao diretor-geral da PF foi recauchutada e utilizada pela direção da corporação em maio de 2021, um ano após a criação da anotação por Ramagem.

Como revelou a Folha, também no governo Bolsonaro, sob o comando de Paulo Maiurino, a PF aproveitou o debate sobre a delação do ex-governador Sergio Cabral e sugeriu ao STF a mudança dentro do órgão.

Maiurino, indicado por Bolsonaro para substituir Rolando de Souza, nome de Ramagem após a suspensão de sua nomeação por Moraes, apresentou a proposta no julgamento iniciado pelo STF para anular a delação de Cabral após a Folha revelar que ela citava o ministro Dias Toffoli.

Embora o debate ali fosse sobre o poder da PF fechar acordos de colaboração, Maiurino incluiu a tese de centralizar os inquéritos contra políticos nas mãos do diretor-geral.

Investigadores ouvidos pela reportagem à época disseram ver na proposta um ataque do chefe da polícia às recentes ações do órgão e disseram que se tratava de uma tentativa de controle de apurações por parte do diretor-geral. A PF comandada pelo delegado rebateu e disse que não haveria prejuízo à autonomia de delegados.

O documento assinado por Maiurino dizia que a “direção da Polícia Federal vem estudando a implementação de mecanismos de supervisão administrativa e estruturação organizacional nos moldes daqueles adotados pela Procuradoria-Geral da República”.

A medida seria necessária, escreveu o diretor-geral indicado por Bolsonaro, para a “melhor supervisão das investigações”, de modo a evitar “o ajuizamento de medidas” que refletem “tão somente o posicionamento individual de autoridades policiais”, mas que estão “em dissonância da posição institucional da PF”.

Da Folha de São Paulo.

Conheça Petrolina

O Sextou desta semana é uma celebração à vida e à obra de Clara Nunes, uma das maiores intérpretes da música brasileira. O programa contará com a presença de Vagner Fernandes, jornalista, escritor e autor da biografia Clara Nunes – Guerreira da Utopia, que narra em detalhes a trajetória da artista. Lançada em 2007, a obra é fruto de mais de 400 horas de depoimentos e traz um mergulho profundo na vida da cantora, com imagens inéditas e relatos de quem conviveu com ela.

Vagner Fernandes compartilhará curiosidades sobre o processo de pesquisa que deu origem ao livro, abordará o pioneirismo de Clara, sua transformação do bolero ao samba e o impacto de sucessos como “O Mar Serenou”, “Conto de Areia” e “Você Passa, Eu Acho Graça” na música brasileira.

Além do talento musical, Clara foi uma mulher à frente de seu tempo. Primeira artista feminina a vender mais de 100 mil discos no Brasil, ela marcou história tanto pela qualidade vocal quanto por sua conexão com os ritmos africanos e o samba. Vagner também falará sobre as polêmicas e boatos que cercaram a morte precoce da cantora, aos 40 anos, em decorrência de complicações cirúrgica.

O programa irá ao ar na próxima sexta-feira, das 18 às 19 horas, pela Rede Nordeste de Rádio, formada por 48 emissoras em Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Bahia, tendo como cabeça de rede a Rádio Folha 96,7 FM, no Recife. Se você deseja ouvir pela internet, clique no link do Frente a Frente em destaque acima ou baixe o aplicativo da Rede Nordeste de Rádio na play store.

A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) aprovou o Projeto de Lei Orçamentária Anual 2025 e a revisão do Projeto de Plano Plurianual para o período entre 2024 e 2027. No ano que vem, o estado contará com uma estimativa de receitas e despesas em R$ 56,7 bilhões – o que representa aumento de 16% em relação a 2024.

Já o Plano Plurianual estabelece as diretrizes, objetivos e metas da administração pública. Ele é atualizado anualmente para acompanhar as mudanças nos cenários econômico e social do Estado.

Quanto ao orçamento, os deputados mantiveram a rejeição das 36 emendas parlamentares que buscavam alterar a distribuição de verbas proposta pelo Poder Executivo. A decisão foi criticada pelo deputado Waldemar Borges (PSB). Apesar disso, ele afirmou que o bloco opositor não iria impedir a discussão do texto.

“Nós votaremos o Orçamento. Contrariados porque entendemos que ele podia sair daqui melhor do que entrou. A maioria se valeu da sua supremacia numérica e impediu que isso acontecesse. Nós poderíamos ter também usado do nosso número, que, embora não majoritário, mas suficiente para impedir discussão, mas não vamos fazer. Porque, ao contrário da bancada do Governo, nós não apelamos para a intolerância, para a indisposição do diálogo”, disse.

Segundo a Alepe, outras 1.109 emendas de reserva parlamentar, de caráter impositivo, foram incluídas no PL. Juntas, elas chegam ao valor de R$ 302,6 milhões. Cada um dos 49 deputados pode destinar cerca de R$ 6,2 milhões em verbas.

A presidente da Comissão de Finanças, Débora Almeida (PSDB) avaliou positivamente a tramitação do projeto.

“O sentimento agora é de missão cumprida. Essa comissão ao longo do ano vem fazendo um debate muito importante de várias temáticas e políticas públicas a serem implementadas e o Orçamento é a peça fundamental que autoriza o Poder Executivo e também os demais Poderes a implementar essas políticas públicas na vida das pessoas”, completou.

A 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu por unanimidade, nesta terça-feira (26), habeas corpus ao empresário Rodrigo Carvalheira, réu em um caso e indiciado por estupro de vulnerável em dois processos. A polícia investigava cinco denúncias, mas duas delas prescreveram. Carvalheira está preso desde o dia 6 de junho deste ano.

A prisão do empresário aconteceu após solicitação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que entendeu que Rodrigo Carvalheira estava interferindo nas investigações do caso, por ter telefonado para o tio de uma suposta vítima, em dezembro de 2023.

No julgamento realizado nesta terça pelo STJ, o relator do caso, ministro Otávio de Almeida Toledo, votou pela concessão da liberdade provisória de Rodrigo Carvalheira, mediante medidas cautelares, baseado na tese de que a prisão preventiva deve ter fundamento em fatos ocorridos no tempo presente e não em acontecimentos do passado, mesmo que tenham sido incluídos depois no processo penal.

“Como tese de julgamento, a prisão preventiva deve ser fundamentada em fatos contemporâneos que justifiquem a medida, não sendo suficiente a mera existência de fatos pretéritos, ainda que trazidas ulteriormente aos autos para a sua decretação”, justificou o ministro relator do processo, seguido pelos demais ministros da 6ª Turma do STJ.

Em conversa com o g1 por telefone logo após o encerramento do julgamento, a defesa do empresário disse que “a justiça foi restabelecida”. “A justiça foi restabelecida e vamos provar a inocência dele no decorrer do processo”, disse o advogado Dhyego Lima.

Por meio de nota, em seguida, os advogados argumentaram que “a decisão do STJ reafirma a confiança da defesa no Judiciário como guardião das garantias fundamentais e um freio contra excessos”.

“Não temos dúvidas de que a dignidade do Sr. Rodrigo Dib Carvalheira foi reestabelecida com essa decisão, que corrige uma grave violação aos seus direitos fundamentais. A prisão, decretada sem respaldo em elementos concretos, foi fruto de um estado policialesco que, infelizmente, ainda se presta a interesses obscuros e alheios à justiça. Seguimos confiantes na plena restauração da verdade e no compromisso com a Justiça”, disse a defesa de Carvalheira.

Do g1 Pernambuco.

Por Aline Gouveia
Do Correio Braziliense

Além de apontar o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro e de militares como participantes no plano para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o relatório final da Polícia Federal também cita os generais que se recusaram a aderir à tentativa de golpe de Estado e mantiveram uma “postura legalista”.

Um deles é o general Marco Antônio Freire Gomes, então comandante do Exército. Ele afirmou que inicialmente participou de reuniões no Palácio da Alvorada, após o 2° turno das eleições presidenciais, onde Jair Bolsonaro apresentou hipóteses de utilização de institutos jurídicos como Garantia da Lei e da Ordem, Estado de Defesa e Estado de Sítio.

No entanto, o militar ressaltou que deixou claro ao então presidente da República que o Exército não participaria da implementação desses mecanismos visando reverter o processo eleitoral. Inclusive, Freire Gomes foi chamado de “cagão” pelo general Braga Netto por causa da recusa ao plano.

Outro militar que teria resistido à tentativa de golpe de Estado foi o tenente-brigadeiro Baptista Júnior, então comandante da Força Aérea Brasileira (FAB). Segundo a PF, ele rechaçou qualquer adesão ao intento golpista, reiterando que não concordaria com atos que impedissem a posse do governo eleito.

A Polícia Federal também apontou que o general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, atual comandante do Exército, adotou uma posição institucional, opondo-se a qualquer ação ilícita das Formas Armadas.

A PF ainda cita que o general André Luís Novaes Miranda, que esteve à frente do Comando Militar do Leste até 19 de novembro de 2023, recomendou que militares não participassem de atos no dia 7 de setembro de 2022. O general Guido Amin Naves, que chefiava o departamento de Ciência e Tecnologia da Força Terrestre, também se opôs.

Os militares contrários ao plano golpista foram criticados e expostos nas redes sociais. Em relatório, a PF destacou que o modus operandi da “milícia digital” foi empregado pela organização criminosa para pressionar, atacar e expor os generais contrários ao golpe de Estado.

“Dos dezenove generais, estes cinco canalhas não aceitam a proposta do povo. Querem que Lularapio assuma”, diz uma publicação anexada no documento de 884 páginas.

“Os comandantes se tornaram alvos — os chamados ‘espantalhos’ — passando a serem objeto de disseminação de notícias falsas para a destruição de suas reputações, principalmente no meio militar”, acrescenta o relatório da PF.

Uma organização criminosa envolvida em peculato, crime de responsabilidade, fraude em licitação e lavagem de dinheiro é alvo de uma operação deflagrada, nesta terça (5), pela Polícia Civil pernambucana.

A operação “Metro Quadrado” foi iniciada em janeiro de 2023.

Nesta manhã foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão domiciliar e o bloqueio judicial de ativos financeiros, todos expedidos pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), nas cidades de Itamaracá e Igarassu.

Segundo a PCPE, foram apreendidos R$ 500 mil.

Na execução estão sendo empregados 50 (cinqüenta) Policiais Civis, entre Delegados, Agentes e Escrivães. As investigações foram assessoradas pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Pernambuco (DINTEL) e pelo Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (LAB/LD), contando ainda com o apoio operacional do Corpo de Bombeiros Militar (CBMPE).

A “Metro Quadrado” é a 63ª Operação de Repressão Qualificada do ano da Polícia Civil de Pernambuco.

Do Diario de Pernambuco.

Mensagens e documentos obtidos pela Polícia Federal revelam detalhes do planejamento de uma ruptura do estado democrático articulado durante o governo Jair Bolsonaro. Entre as discussões dos indiciados há, inclusive, menções ao golpe militar de 1964, que culminou em décadas de ditadura.

Apesar de o decreto que visava anular as eleições de 2022 ter sido preparado e despachado para análise, a falta de apoio do Alto Comando do Exército impediu a concretização do plano.

As investigações indicam que o movimento golpista encontrou resistência de militares-chave, inviabilizando a assinatura e execução do documento.

“Fomos covardes, na minha opinião”, disse o tenente-coronel do Exército Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros.

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, concorda. “Fomos todos, do PR [possivelmente uma abreviação do presidente da República] e os Cmt F [comandantes das Forças]”.

Logo depois, Cid lembra o golpe de 1964. “Em 64, não precisou ninguém assinar nada”.

Por Bruno Boghossian
Da Folha de São Paulo

Jair Bolsonaro ouviu “não” dos comandantes do Exército e da Aeronáutica mais do que uma única vez. O relatório final do inquérito do golpe mostra que o então presidente buscou quatro vezes a adesão da dupla. Em certo momento, ele tentou driblar os chefes militares para seguir adiante com a trama.

O brigadeiro Baptista Júnior contou que, até 14 de novembro de 2022, o então presidente parecia “resignado com o resultado das eleições”. Naquela data, Bolsonaro convocou os comandantes para apresentar o relatório contratado pelo PL para pedir a anulação das eleições.

O primeiro “não” foi ouvido ali. O chefe da Aeronáutica relatou ter dito a Bolsonaro que o estudo “não tinha embasamento técnico”. Baptista Júnior e o general Freire Gomes, comandante do Exército, afirmaram que o então presidente sabia que a auditoria do Ministério da Defesa não havia encontrado sinais de fraude nas urnas.

Mesmo sabendo que os militares não endossariam a tese da eleição roubada, Bolsonaro não desistiu. Freire Gomes e Baptista Júnior relataram ao menos dois encontros no Palácio da Alvorada, em 7 de dezembro e numa data não informada, em que o capitão apresentou o decreto que concretizaria o golpe de Estado. O chefe do Exército disse que, numa das reuniões, ameaçou prender Bolsonaro se ele fosse adiante.
Houve uma nova tentativa em 14 de dezembro. Os comandantes foram chamados pelo ministro da Defesa para analisar uma nova versão do decreto, “enxugada” por Bolsonaro dias antes. Os dois chefes afirmaram à PF que se recusaram a avaliar o texto.

No meio do caminho, Bolsonaro ainda testou as chances de uma traição dentro da caserna. No dia 9 de dezembro, chamou o comandante de Operações Terrestres do Exército e perguntou se ele poria as tropas na rua. O general Estevam Theophilo topou, de acordo com a PF.

Numa das muitas conversas emblemáticas descobertas pela PF, um coronel reformado reclama, quase no final de dezembro, da resistência dos comandantes ao golpe e sugere a organização de “uma reunião petit comité”. “Esse pessoal acima da linha da ética não pode estar nessa reunião. Tem que ser a rataria”, afirma.

A rataria sempre esteve dentro do Palácio da Alvorada e em postos de comando: desde Theophilo, os militares que elaboraram um plano terrorista e o comandante da Marinha (que ofereceu apoio ao golpe) até o presidente da República e os generais Braga Netto e Augusto Heleno.

O relatório da Polícia Federal (PF) que indiciou 37 pessoas por golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito aponta que o almirante Almir Garnier anuiu com a articulação golpista, colocando as tropas à disposição do então presidente Jair Bolsonaro. Garnier é almirante-de-esquadra e à época dos fatos investigados exercia o comando da Marinha do Brasil.

De acordo com o relatório, mensagens apreendidas no celular do tenente Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, mostram conversa em que um contato chamado “Riva” diz: “O Alte Garnier é PATRIOTA. Tinham tanques no Arsenal prontos”. Em resposta, o interlocutor diz que o “01”, referindo-se a Bolsonaro, deveria ter “rompido” com a Marinha (MB), que o Exército e Aeronáutica iriam atrás. O print dessa conversa foi encaminhado pelo coronel Sérgio Cavaliere a Mauro Cid.

Segundo a Polícia Federal, os comandantes do Exército e da Aeronáutica se posicionaram contrários a aderir a qualquer plano que impedisse a posse do governo legitimamente eleito. Já o comandante da Marinha, almirante Garnier, colocou-se à disposição para cumprimento das ordens de Bolsonaro.

“Os elementos de prova obtidos, tais como mensagens de texto e depoimentos dos então Comandantes da Aeronáutica e do Exército prestados à Polícia Federal evidenciam que o então comandante da Marinha do Brasil, almirante Almir Garnier, foi o único dentre os três a aderir ao plano que objetivava a abolição do Estado Democrático de Direito”

Conforme as trocas de mensagens entre investigados e adeptos do golpe de Estado descritas ao longo do relatório, a adesão de Garnier serviu para organização criminosa pressionar ainda mais o Alto Comando do Exército a aderir ao plano que objetivava a abolição do Estado Democrático de Direito. Há registros de que o então comandante da Marinha foi reconhecido como “patriota”.

Em nota, a defesa de Garnier reiterou a inocência do investigado.

Da Agência Brasil.

O Projeto de Lei 1366/2023, que proibia e punia a prática de “surfe” nos ônibus, de autoria do deputado estadual Júnior Tércio (PP), foi vetado na íntegra pela governadora Raquel Lyra (PSDB), em publicação no Diário Oficial de ontem (26). Após a aprovação na Assembleia Legislativa de Pernambuco (PSDB), o texto foi duramente criticado pelos rodoviários, que chegaram a realizar protestos em Recife e Olinda.

Na justificativa do veto, Raquel Lyra ressaltou que alguns pontos previstos na proposta poderiam causar riscos à integridade física dos motoristas e dos usuários do transporte. De acordo com o texto, se a prática fosse percebida, o condutor deveria parar o veículo imediatamente para ordenar a descida. E se houvesse resistência, também caberia ao motorista acionar a Polícia Militar.

“É inegável reconhecer que exigir do motorista de ônibus o combate efetivo à pratica de surf ou morcegamento nos ônibus pode significar – a depender do local, do horário, das pessoas envolvidas em tais atos e das demais circunstâncias – sujeitar os motoristas de ônibus e todos os passageiros do coletivo a riscos pessoais e em sua integridade física, já que, não raro, tais práticas indevidas são realizadas por grupos de pessoas que agem violentamente e mediante (grave) ameaça às pessoas presentes”, afirmou.

Ainda segundo a governadora, o “surfe rodoviário” já é proibido pelo Código de Trânsito Brasilerio e pelo Código Penal. E dar aos rodoviários mais uma função seria contrariar a Constituição Federal.

“A segurança pública é dever do Estado e direito de todos, não sendo razoável que o próprio motorista de ônibus tenha parte na obrigação de enfrentamento desses crimes”, disse.

Com o veto, o Projeto de Lei retorna à Alepe, que deve manter ou derrubar segundo deliberação dos deputados. O cenário indica manutenção.

Júnior Tércio (PP)

Segundo o deputado estadual Júnior Tércio, o veto da governadora à sua proposta foi construído em conjunto.

“Após ouvir as queixas dos rodoviários, optamos por apresentar, na Alepe, um novo projeto, mais robusto, para avançar nesta pauta mediante diálogo com a categoria”, afirmou.

De acordo com o Consórcio de Transporte Metropolitano (CTM), o “surfe nos ônibus” é mais comum aos domingos, feriados e nos dias de partidas de futebol na capital pernambucana. Acima do coletivo, os grupos, formados principalmente por jovens, ouvem música, dançam e tiram fotos enquanto tentam se equilibrar.

Da CBN Recife.

Enfim, emendas salvam caixas dos prefeitos

Enfim, uma boa notícia para os prefeitos que estão se despedindo do poder municipal: o presidente Lula sancionou, ontem, sem vetos, o projeto de Lei Complementar com as novas regras para a execução das emendas parlamentares. Em pouco tempo, as emendas pendentes que os prefeitos esperavam para concluir obras estarão em seus caixas.

A proposta foi aprovada pela Câmara na terça-feira passada, véspera do feriado da Consciência Negra. Angustiados, os prefeitos em fim de gestão estavam roendo as unhas de tão ansiosos, porque contam com os recursos dessas emendas. A expectativa da sanção da lei era sexta-feira passada, mas por lei o prazo se encerraria hoje. As novas regras obedecem a uma determinação do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal.

Ele suspendeu os pagamentos e determinou novos critérios de transparência para os repasses. A decisão foi mantida pelo colegiado do STF em agosto deste ano. No texto aprovado pelo Congresso, os parlamentares retiraram a possibilidade de o governo bloquear recursos das emendas, caso haja uma queda da arrecadação federal.

A proposta manteve apenas a possibilidade de contingenciamento desses recursos, que é um corte temporário. A mudança implica novas regras de transparência para as chamadas emendas Pix, que eram transferidas diretamente sem necessidade de se informar objeto e valor. Pelas novas regras, o parlamentar que optar por esse tipo de emenda terá que explicar como o dinheiro será aplicado, além de dar preferência para obras inacabadas ou situação de calamidade pública.

PRINCIPAL MUDANÇA – A sanção ao projeto destrava a tramitação do orçamento no Congresso. As emendas de bancada estadual só poderão destinar recursos a projetos e ações estruturantes para a Unidade da Federação representada pela bancada. Fica vedada a individualização de ações e de projetos para atender demandas ou indicações de cada integrante. Serão apresentadas e aprovadas por bancada estadual até oito emendas.

Procedimento para emendas individuais – As emendas individuais passam a seguir regras mais rígidas de execução, incluindo a identificação precisa do objeto e a preferência por projetos prioritários, especialmente em situações de calamidade ou emergência. O autor da emenda deve informar o objeto e o valor da transferência no momento da indicação do ente beneficiado, com destinação preferencial para obras inacabadas de sua autoria. O beneficiário das emendas individuais impositivas deverá indicar no sistema Transfere Gov.br, ou em outro que vier a substituí-lo, a agência bancária e a conta corrente específica em que serão depositados os recursos para que seja realizado o depósito e seja possibilitada a movimentação do conjunto dos recursos. 

Emendas impositivas – O texto também resolve o impasse envolvendo as emendas impositivas, que tiveram a liberação suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A nova lei atende às exigências da Corte ao estabelecer um sistema de rastreabilidade, transparência e controle social. Além disso, o projeto define áreas prioritárias para as emendas, como saneamento, habitação, saúde, transporte, segurança, agropecuária, ciência e tecnologia, reafirmando o compromisso do Legislativo e do Executivo em direcionar recursos para setores essenciais ao desenvolvimento socioeconômico do País.

Protesto contra anistia – O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Sérgio Nobre, convocou os apoiadores para um ato contra a anistia aos presos do 8 de janeiro de 2023, quando militantes bolsonaristas invadiram e depredaram os prédios do Congresso, Planalto e do STF (Supremo Tribunal Federal).  A manifestação será em 10 de dezembro em todas as capitais brasileiras, com a presença de movimentos sociais e sindicais. “Esta história de anistia para golpistas tem que acabar, porque é uma afronta à democracia brasileira. Todos que tramaram o golpe contra o Estado brasileiro têm que ser punidos de forma exemplar”, dizem os líderes da entidade, em nota.

Desmonte em Salgueiro– O prefeito não reeleito de Salgueiro, Marcones Sá (PSB), está sendo acusado pela oposição de promover um verdadeiro desmonte da administração pública municipal. Segundo o que vazou, demitiu servidores de diversas secretarias, incluindo o secretário de Cultura e Esportes, Rickson Bruno. Suspendeu obras de pavimentação, dispensou estagiários da Faculdade de Ciências Humanas do Sertão Central (Fachusc) e suspendeu serviços importantes, como terapias para crianças neuro divergentes.

CURTAS

SHOW CANCELADO – Demonstrando ressentimento, o prefeito de Salgueiro não fez a decoração de Natal e ainda cancelou até um show que a dupla Marcelo & Rayane havia doado para a Prefeitura, agendado para o dia 23 de dezembro, data do aniversário do município. O único evento programado para esse dia é a tradicional Corrida Raimundo de Sá.

NOMEAÇÕES – Marcones Libório também teria convocado mais de 100 participantes do concurso público realizado pela Prefeitura este ano, sem avaliar o impacto financeiro que essa atitude provocará na nova gestão, que será comandada por Fabinho Lisandro a partir de 1° de janeiro de 2025.

CAOS PELA FRENTE – Todas essas ações em Salgueiro teriam paralisado a gestão atual, com consequências danosas para o prefeito eleito. Ao assumir, Fabinho terá muitos desafios e o primeiro deles será regularizar a situação financeira da Prefeitura.

Perguntar não ofende: Quantos prefeitos em Pernambuco estão sem cumprir a lei da transição administrativa?