Viajo todas as semanas a Brasília, para ancorar o meu podcast em parceria com a Folha de Pernambuco, que vai ao ar sempre às terças-feiras. Embarco pela manhã, no raiar do dia, para chegar cedo, horário em que raramente encontro políticos a bordo.
Hoje, no voo da Gol, de cinco da matina, estava a bordo a governadora Raquel Lyra (PSD), com três secretários, entre eles, Túlio Vilaça, da Casa Civil, Dani Brito, de Imprensa, e Cícero Moraes, da Agricultura. Em quase três anos de gestão, foi a primeira vez em que estive numa mesma aeronave com a gestora. Já sabia que ela não usa jatinhos nos deslocamentos para Brasília.
Leia maisO Estado não tem jatinhos nem pequenas aeronaves, segundo Túlio. Raquel quebra uma tradição e dá um bom exemplo. Miguel Arraes, Jarbas Vasconcelos e Eduardo Campos, quando governadores, não andavam em aviões de carreira. O Estado tinha um contrato anual de aluguel de modernos e confortáveis jatinhos com a Weston.
Joaquim Francisco, de quem fui secretário de Imprensa, começou sua gestão como Raquel, enfrentando filas em aeroportos, mas logo desistiu dos aviões de carreira. Alegou que se perdia muito tempo e, para chefe de Estado, tempo é ouro, não se desperdiça.
Tem lá suas razões. Agenda de governador em Brasília não tem hora para acabar, muda muito e é extremamente corrida. Por isso, os governadores que antecederam Raquel preferiam jatinhos. Como secretário, já peguei jatinhos com Joaquim de madrugada, meia-noite, logo cedo, enfim, a qualquer hora, porque, diferente das aeronaves domésticas, com seus horários pontuais, jatinhos ficam nos seus hangares a disposição de quem aluga para decolar a qualquer instante.
Túlio me contou, no deslocamento, já em terra, na chegada a Brasília, que Estados mais pobres do que Pernambuco, como a Paraíba, possuem uma frota de aeronaves, inclusive jatinhos.
Pernambuco, com Raquel, na expressão de Túlio Vilaça, nunca se dará a esse luxo.
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