Deu náuseas passar os olhos sobre esta foto que ilustra a postagem: a família Queiroz, adversária histórica da governadora Raquel Lyra (PSDB), em Caruaru, representada pelo ex-deputado federal Wolney Queiroz (PDT), celebrando a chegada do PDT ao Governo do Estado. Dizem que a política é podre.
Mas não é verdade. Podre é o caráter dos que não a dignificam. Triste, mas verdadeiro. A pocilga da política, infelizmente, é assim: eles conseguem conviver com a podridão dos seus atos sem tapar o nariz, como se fosse perfume com sabor de água cristalina.
Leia maisCaruaru deve estar indignada! Pensei que os Queiroz, pai e filho, fossem diferentes, mas são como a maioria dos que vendem sua alma para o capeta para estar à sombra do poder. Os empregados [políticos] são assim mesmo: guardam segredos [sigilo] do patrão [povo] e agem na surdina.
A desfaçatez na política, chego tristemente à conclusão, é apenas uma consequência das escolhas do povo. Cada vez mais eu dou razão ao meu avô: “Eu odeio toda a política. Eu não gosto de nenhum partido político. A pessoa não deve pertencer a eles – deve ser um indivíduo, de pé no meio”, dizia ele.
O mais triste dessa história toda é Zé e Wolney Queiroz passarem uma borracha em tudo que disseram sobre a então adversária em troca de uma pasta correspondente a um quinto escalão, que não serve para nada. Nem para fazer política, a política suja.
Há uma chocante corrosão de valores na vida pública. A má política, essa do abraço de tamanduá de Raquel em Wolney, é a política da arte de escolher entre o desastroso e intragável. Já li, não lembro o autor, que pior que a velha política do “rouba, mas faz” é o desgoverno que rouba e nada faz, tudo corrompe, atrasa, precariza ou destrói. É a política de terra arrasada”.
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