Por Cláudio Magnavita
Diretor de Redação do Correio da Manhã
Até o fechamento da edição impressa do Correio da Manhã, às 23h30, a Assessoria de Imprensa da Petrobras não havia negado se a passageira de nome Magda, que foi atendida de urgência no voo da Gol G3 2023, que decolou de Florianópolis com destino ao Galeão, ontem (16), era a presidente da estatal, Magda Chambriard.
A passageira, que foi identificada pelos comissários e reconhecida pela médica que a atendeu como a presidente da Petrobras, desmaiou em pleno voo. Foi socorrida por dois médicos que estavam a bordo, que, por coincidência, estavam sentados próximos.
Leia maisA passageira ficou inconsistente e os médicos realizaram um pronto atendimento. Não conseguiram identificar pulsação e, para desespero de quem acompanhava o caso, no kit de emergência fornecido pela Gol o aparelho de pressão estava quebrado.
Após diversos procedimentos, a paciente recuperou lentamente os sentidos para alívio geral e, especialmente, da filha e de um rapaz, que vestia terno, de aproximadamente 40 anos.
Os médicos preencheram um formulário de atendimento da aérea e a passageira ficou a bordo deixando a aeronave com assistência especial.
Um dos comissários, quando agradeceu a médica, informou que era uma passageira muito importante e que se tratava da Presidente da Petrobras.
Um tratamento vip já havia sido dado após o embarque, quando um dos comissários se dirigiu à mesma passageira que estava no fundo do avião e a conduziu para a fila 2, o espaço com mais conforto, que ficou livre.
No primeiro contato com a Ascom da Petrobras, a coluna foi questionada se “o fato de um passageiro desmaiar a bordo seria notícia?” A resposta era que sim, já que a empresa é pública e com ações na bolsa.
Para um especialista em mercado financeiro, a saúde do CEO de uma companhia gigante como a Petrobras é de interesse público e dos acionistas. O caso ganha contornos mais delicados quando se sabe que durante o período que trabalhou na Assembleia Legislativa do RJ, Magda Chambriard, em viagem de férias ao exterior, teve um problema grave de saúde que a deixou internada por um longo período em UTI. Esta informação nunca foi divulgada.
Na agenda oficial da Presidente da Petrobras, está registrado que ela desembarcou na sexta, 14, às 18 horas, pela KLM retornando de uma viagem à Índia. Para um médico especializado em medicina aeronáutica, o stress de uma viagem de longo curso e o fuso horário poderia causar um mal súbito a um passageiro. Se houve uma ida a Florianópolis, foi por uma agenda pessoal.
Ela estava sendo aguardada no domingo à noite em um Hotel na Costa Verde no Rio, para cumprir agenda com o presidente Lula, nesta segunda pela manhã, em um estaleiro em Angra dos Reis. O pernoite no hotel, no qual já estão hospedados diretores e assessores da estatal, foi cancelado e ela deverá embarcar na Base Aérea de Santa Cruz, no helicóptero da comitiva presidencial.
Até o fechamento da edição, a Ascom não negou que a presidente estava no voo da Gol e que a passageira homônima, com a mesma idade e características físicas era Magda Chambriard.
A fonte da notícia foi um dos profissionais que realizou o atendimento e que recebeu a informação de um dos tripulantes de que se tratava da presidente da Petrobras. O primeiro contato com a Assessoria de Imprensa da Petrobras foi às 18:08. Às 19:17 foi informado que não havia conseguido apurar se ela estava ou não no voo. Às 22:04, fomos informados que ela não havia cancelado a viagem e que sempre viajava com Lula.
Lamentamos que uma uma informação simples, sobre a presença ou não no voo da Gol 2023 não tenha sido dada, principalmente por se tratar de um atendimento de emergência a bordo, de uma pessoa, que há quatro anos, teve problemas de saúde e que esteve internada em uma UTI. Felizmente Magda, de 67 anos, foi atendida a bordo por dois anjos da guarda e como foi registrado no termo da ocorrência, a pedido da própria tripulação, os equipamentos dos kit de emergência não estavam funcionando.
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