A militância de Miguel Coelho, candidato a governador de Pernambuco pelo União Brasil, coloriu de azul, literalmente, cor do candidato, a Praça do Derby, centro do Recife, faltando três dias para as eleições.
A militância de Miguel Coelho, candidato a governador de Pernambuco pelo União Brasil, coloriu de azul, literalmente, cor do candidato, a Praça do Derby, centro do Recife, faltando três dias para as eleições.
Da Agência Brasil
Movimentos sociais de várias partes do Brasil realizaram ontem (31) manifestações contra megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro. A operação foi a maior e a mais letal do estado, com 121 mortos, quatro deles policiais. A ação foi duramente criticada pela letalidade, por diferentes instituições, pesquisadores e parcela da sociedade. O ato, “Chamada geral contra a morte: o Estado mata negros e pobres no Rio de Janeiro e no Brasil”, manifestou luto e solidariedade às vítimas e exigiu apuração transparente e independente das mortes e responsabilização dos envolvidos.
No Rio de Janeiro, a mobilização aconteceu no Complexo da Penha e contou com a participação do Instituto Papo Reto, Raízes em Movimento e Voz das Comunidades. Entre os manifestantes, estavam moradores da comunidade, como Liliane dos Santos, que relatou o pânico vivido no dia da ação. “No dia da operação, pra gente foi um um baque. Foi um dia desesperador pra gente, que parece que o tiro estava sendo dentro de casa”.
Leia maisA dirigente sindical Raimunda de Jesus criticou o modo como os moradores foram tratados. “A forma que aconteceu aqui não acontece na zona sul, nas áreas mais ricas, que lá também tem bandidos. Então, não é da mesma forma. Então, aqui, nós que moramos na periferia, somos discriminados. O Estado não pode nos ver como inimigos. O Estado tem que tratar e cuidar do seu povo, da sua população”.
Já Tainã de Medeiros, do Instituto Papo Reto, destacou que essa não foi a primeira operação que abalou a comunidade local. “Isso já aconteceu antes, isso já aconteceu, teve a chacina do PAN, teve a de 2010, teve uma ocupação aqui também com os militares também que teve muitas mortes. Recentemente tinha tido uma outra chacina aqui com 21 pessoas assassinadas. Toda essa construção de narrativa de que tem que entrar para matar bandido não está fazendo sentido pra gente”.
Os atos também tiveram como objetivo fortalecer a mobilização comunitária para a garantia de direitos nas comunidades.
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Por AFP
Os Estados Unidos não enviarão nenhum representante de alto nível à COP30, a cúpula climática que começa em 10 de novembro em Belém do Pará, anunciou a Casa Branca neste sábado (1º), enquanto o presidente Donald Trump se concentra em impulsionar a indústria de combustíveis fósseis.
“Os Estados Unidos não enviarão nenhum representante de alto nível à COP30”, disse um funcionário da Casa Branca sob condição de anonimato.
“O presidente está dialogando diretamente com líderes de todo o mundo sobre questões energéticas, como evidenciado pelos acordos históricos de comércio e paz, que têm um foco significativo em parcerias energéticas”, afirmou o funcionário.
Por J. Alencar
Leitor do blog
A questão de Anderson Ferreira continuar excluindo o time de Gilson Machado é um ponto central e controverso na estratégia do PL em Pernambuco. A decisão envolve uma série de cálculos políticos internos e as consequências de tal racha são objeto de debate no meio político. Não há uma resposta única se ele “deve” ou não continuar excluindo, pois isso depende dos objetivos estratégicos de cada grupo. No entanto, a análise política sugere que a união traria vantagens significativas. Vamos a ela:
Potencial de votos: a junção dos grupos representa uma força eleitoral considerável, somando cinco deputados federais (se considerarmos a influência dos grupos) e uma base de votos expressiva (os 350.000 votos de Gilson Machado são um capital político relevante).
Leia maisFortalecimento da bancada: a união poderia ampliar a bancada federal do PL no estado, dando mais peso político ao partido nacionalmente, o que interessa diretamente a Valdemar da Costa Neto.
Coerência e imagem: Uma imagem de unidade transmite força e organização, enquanto conflitos internos podem desmobilizar a base e afastar eleitores e novos filiados.
Por outro lado, a manutenção da exclusão por parte de Anderson Ferreira pode se dever a:
• Disputa por poder e espaço: o controle do partido no estado e a distribuição de recursos e candidaturas são pontos de atrito clássicos. Anderson Ferreira, como presidente estadual, detém o controle formal da estrutura partidária.
• Estratégias eleitorais diferentes: pode haver visões distintas sobre como abordar o eleitorado ou quais alianças fazer em nível estadual, o que dificulta a conciliação.
• Rachas pessoais: muitas vezes, desentendimentos políticos ganham contornos pessoais, tornando a conciliação mais difícil do que a simples lógica matemática de votos sugere.
A perda de Jaboatão dos Guararapes pelo grupo dos Ferreira adiciona pressão sobre a atual direção estadual. A popularidade da esposa do atual prefeito pode ser um fator na política local, mas a nível estadual, a capacidade de aglutinar forças se torna crucial para o crescimento do partido.
Em última análise, a decisão de Anderson Ferreira impacta diretamente o potencial de crescimento do PL em Pernambuco. A lógica dos números sugere que a união seria benéfica para a ampliação da bancada federal, mas as dinâmicas internas de poder e as divergências pessoais continuam a ser o principal obstáculo.
A questão central da sua análise é se a união dos grupos políticos de Anderson Ferreira e Gilson Machado é necessária para o crescimento do PL em Pernambuco, dado o peso eleitoral de ambos (cinco deputados federais juntos, segundo sua conta). A situação atual, no entanto, é marcada por um conflito notório, que tem impedido essa união.
Responder se Anderson Ferreira “deve continuar excluindo” o time de Gilson Machado é uma questão de estratégia política, com diferentes perspectivas:
Do ponto de vista da união e crescimento do partido
Para que o PL maximize seu potencial eleitoral no estado, a coerência e a união das principais forças internas seriam o caminho mais lógico. A soma dos votos e a capilaridade dos dois grupos (especialmente com a influência de Gilson Machado no Agreste e a base dos Ferreira em Jaboatão e Região Metropolitana) permitiriam ao partido apresentar uma frente mais sólida e competitiva em 2026. A manutenção da exclusão, nesse cenário, é vista por alguns membros do próprio partido como prejudicial à ampliação da bancada federal e ao projeto de poder do PL em Pernambuco.
Do ponto de vista do controle e poder interno
A atual gestão do partido sob Anderson Ferreira tem buscado manter o controle da legenda no estado, o que por vezes entra em conflito com as aspirações de Gilson Machado. Houve, inclusive, uma decisão recente de destituir Gilson Machado da presidência do diretório municipal do Recife, com o aval do presidente nacional Valdemar Costa Neto. Essa ação indica que Anderson Ferreira, no momento, tem o respaldo da direção nacional para tomar decisões que visam consolidar seu próprio grupo no comando do PL-PE, mesmo que isso signifique o afastamento de Gilson Machado.
Conclusão
A decisão de Anderson Ferreira de manter distância do grupo de Gilson Machado parece ser parte de uma estratégia para consolidar o controle da legenda no estado, mesmo que isso signifique abrir mão de uma força eleitoral considerável no curto prazo. A pergunta se ele deve continuar excluindo-o é uma escolha entre a unidade pragmática em prol do crescimento geral do partido e a lealdade interna para manter seu grupo no poder — uma decisão que cabe aos líderes do PL e que continuará a gerar debates no cenário político pernambucano.
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Da Folha de S.Paulo
Integrantes do governo Lula (PT) reagiram à união de governadores de direita após a megaoperação contra o Comando Vermelho, no Rio de Janeiro, criticando o que classificaram como tentativa de dividir politicamente o país.
Além disso, aliados de Lula dizem que os chefes dos Executivos estaduais atuam para colocar o Brasil no radar de intervenções do governo Donald Trump, num incentivo à ofensiva do americano contra a soberania brasileira. Na semana passada, por exemplo, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), um dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sugeriu que os EUA atacassem barcos que supostamente carregassem drogas no Rio.
Leia maisNos últimos meses, os Estados Unidos reforçaram a presença militar na América Latina com o envio de caças, navios de guerra e soldados sob o argumento de atuar contra o narcotráfico, principalmente na Venezuela.
Na quinta-feira (30), governadores se reuniram no Rio de Janeiro para demonstrar apoio a Cláudio Castro (PL), após a operação policial mais letal da história do Brasil, que deixou 121 mortos até o momento. Em tom de campanha eleitoral antecipada, os governadores fizeram ataques ao governo Lula e anunciaram a criação de um grupo que chamaram de “Consórcio da Paz”, que reunirá os chefes dos Executivos estaduais para articular ações de combate ao crime organizado.
Auxiliares do presidente da República dizem enxergar motivação eleitoral na união dos chefes dos Executivos estaduais num momento em que o governo federal acumulava maré positiva, com aumento da aprovação da gestão petista.
A megaoperação gerou tensão entre o governo estadual do Rio e o Executivo federal numa disputa de narrativas acerca da ação e seus desdobramentos, com troca de acusações e críticas de um lado ao outro, tendo como pano de fundo a disputa eleitoral em 2026. A pauta da segurança pública deve ser um dos principais temas do pleito do próximo ano.
A ministra Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais) afirmou que os governadores que agora se unem foram contra a PEC (proposta de emenda à Constituição) da Segurança, enviada pelo Executivo ao Congresso, que prevê constitucionalizar o Susp (Sistema Único de Segurança Pública), estabelecendo diretrizes mínimas a serem seguidas por órgãos de segurança de todo o país.
“Ao invés de somar forças no combate ao crime organizado, como propõe a PEC da Segurança enviada pelo presidente Lula ao Congresso, os governadores da direita, vocalizados por Ronaldo Caiado, investem na divisão política e querem colocar o Brasil no radar do intervencionismo militar de Donald Trump na América Latina”, afirmou em publicação nas redes sociais.
Ao invés de somar forças no combate ao crime organizado, como propõe a PEC da Segurança enviada pelo presidente @LulaOficial ao Congresso, os governadores da direita, vocalizados por Ronaldo Caiado, investem na divisão política e querem colocar o Brasil no radar do…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) October 31, 2025
A ministra disse ainda que os governadores não conseguem esconder o desejo “de entregar o país ao estrangeiro”, citando atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos EUA. “Segurança pública é uma questão muito importante, que não pode ser tratada com leviandade e objetivos eleitoreiros. Combater o crime exige inteligência, planejamento e soma de esforços.”
O ministro Guilherme Boulos, da Secretaria-Geral da Presidência, chamou a iniciativa dos governadores de “consórcio antipatriótico” e disse que eles querem usar a crise no estado do Rio de Janeiro para “fazer demagogia eleitoral”.
Em publicação nas redes sociais, afirmou que os chefes dos Executivos estaduais se reuniram para “atacar o governo federal e defender a posição de Trump que qualifica o narcotráfico como terrorismo”.
“Na verdade é um consórcio antipatriótico, que pretende atiçar intervencionismo estrangeiro contra o Brasil. Se estivessem de fato preocupados com o combate ao crime organizado teriam dado apoio à PEC da Segurança Pública”, escreveu.
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), disse em publicação nas redes que os governadores, em vez de apoiarem a PEC “preferem o uso político da barbárie e transformam a tragédia em palanque eleitoral”. “O consórcio de governadores é uma encenação: são os mesmos que pediram anistia a Bolsonaro e agora sabotam uma proposta que fortalece a cooperação nacional.”
Na Câmara, parlamentares governistas criticaram a possibilidade de ser votado nos próximos dias um projeto de lei que equipare facções criminosas a grupos terroristas. A proposta deverá ser relatada pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP), secretário de segurança pública do governo Tarcísio de Freitas, e enfrenta resistência na base governista.
Um parlamentar diz à reportagem que esse projeto, caso aprovado, servirá para trazer riscos à soberania brasileira, abrindo espaço para intervenções estrangeiras no país.
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A gestão Cláudio Castro (PL) chegou ao seu maior índice de aprovação desde 2022, com 40% dos moradores do Rio de Janeiro e da região metropolitana da capital achando o trabalho ótimo ou bom, segundo pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (1º).
A proporção de quem desaprova o governo também chegou ao patamar mais alto, com 34% na soma de ruim e péssimo. Já 23% consideraram o governo regular, índice mais baixo no período do levantamento. As informações são da Folha de S.Paulo.

A atuação da gestão Castro na segurança pública, após a Contenção — operação policial mais letal da história do país, com 121 mortos —, divide opiniões: é aprovada por 37%, que a consideram ótima ou boa, e desaprovada por 37%, que a consideram ruim ou péssima. Para 25%, o trabalho é regular.

A pesquisa ouviu 626 pessoas com 16 anos ou mais de idade por telefone na cidade do Rio de Janeiro e na região metropolitana da capital, nos dias 30 e 31 de outubro. A margem de erro da pesquisa para o total da amostra é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos.
Na capital, a aprovação do governador cai a 30%, considerando margem de erro de cinco pontos percentuais para mais ou para menos, e sobe a 51% entre os moradores de outras cidades da região metropolitana, com margem de erro de seis pontos percentuais. A reprovação, com ruim ou péssimo, fica em 39%, e no Grande Rio, em 28%.

A aprovação da gestão Castro é maior entre a população masculina (49%) do que a feminina (32%), considerando margem de erro de seis pontos percentuais para mais ou para menos. Entre os que votaram em Jair Bolsonaro (PL) na última eleição, a aprovação sobe para 67%, com margem de erro de seis pontos percentuais para mais ou para menos. O ex-presidente é aliado do governador.
Já entre eleitores de Lula (PT), cai para 17%, com margem de erro de sete pontos percentuais. O governo é considerado ruim ou péssimo para 61% dos eleitores do petista, e para 12% dos que votaram em Bolsonaro.
O governador tem se empenhado nos últimos dias para aproveitar o saldo político da operação. Logo após a ação, queixou-se de falta de apoio do governo federal, iniciando uma troca de acusações.
Na última quinta (30), recebeu apoio de governadores aliados, como Tarcísio de Freitas (Republicanos) — que elogiou a ação com mais de uma centena de mortes —, e se reuniu com alguns deles no Rio, incluindo os presidenciáveis Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Romeu Zema (Novo-MG). Na ocasião, foi lançado o Consórcio da Paz.

A operação foi considerada muito bem executada para 48% da população, e teve execução regular, com falhas, para 21%. A ação foi considerada mal executada para 24%. Já 57% concordam com Castro sobre a operação ter sido um sucesso, e outros 39% discordam totalmente.

Embora nenhum dos mortos segundo lista divulgada na tarde de ontem (31) estivesse entre os denunciados pelo Ministério Público na operação, o governo divulgou que 78 dos 99 identificados tinham antecedentes. Para 50% da população do Rio e região metropolitana, a maioria dos mortos eram criminosos, e para 31%, todos eram. Metade também concorda com a frase “bandido bom é bandido morto”.
Mas 77% acham que investigar crimes e prender criminosos é mais importante do que matar, segundo o levantamento. E 88% da população concordam que todos os policiais em serviço devem usar câmeras corporais.
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Uma ação conjunta entre a Compesa e a Secretaria de Defesa Social (SDS) resultou, na noite de ontem (31), na prisão de um dos envolvidos e na recuperação do motor de uma bomba furtada de uma unidade de bombeamento da companhia em Limoeiro, no Agreste de Pernambuco. O equipamento foi localizado no município de Glória do Goitá, na Zona da Mata.
Segundo a Compesa, a resposta rápida foi possível graças aos investimentos em segurança patrimonial e à instalação de tecnologias de monitoramento nas unidades operacionais. Mesmo com os danos causados pela invasão, o abastecimento de água de Limoeiro segue em funcionamento, embora com uma redução de cerca de 60% da capacidade. A previsão é que o sistema seja totalmente restabelecido até a próxima terça-feira (4).
Durante o crime, os assaltantes fizeram o operador refém, furtaram cabos, componentes elétricos e uma bomba recém-adquirida, além de vandalizar o local. A vítima não sofreu agressões e passa bem.
A Compesa registrou Boletim de Ocorrência, e a Polícia Civil deve instaurar inquérito para identificar os demais envolvidos. A empresa estima prejuízo superior a R$ 100 mil e destacou que a atuação conjunta das forças de segurança foi essencial para conter os danos e recuperar o equipamento furtado.
O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) determinou que Luciano Hang, dono das lojas Havan, pague R$ 33 mil de indenização por danos morais ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O empresário foi processado pelo patrocínio de faixas levadas por aviões com frases ofensivas ao político, em 2019. Entre as mensagens, estavam “Lula cachaceiro, devolve meu dinheiro”. A condenação aconteceu após a votação na 1ª Câmara Civil, na quinta-feira (30), e foi confirmada pelo advogado do presidente, Miguel Novaes, ontem (31).
Na época dos fatos, Lula havia recém deixado a prisão após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). O petista acionou a Justiça, que negou o pedido de indenização em primeira instância. A decisão dos desembargadores foi unânime. As informações são do portal g1.
O processo iniciou em 2019, quando a defesa de Lula ajuizou uma ação na 2ª Vara Cível da Comarca de Navegantes sobre o tema. “O réu consumou a prática do ato, sendo as faixas veiculadas nos céus do litoral norte catarinense na temporada de verão 2019/2020. Consoante as fotografias anexadas em réplica, os textos ostentavam os seguintes dizeres: ‘Lula cachaceiro devolve meu dinheiro’, ‘Lula na cadeia, eu com o pé na areia’, ‘Melhor que o verão é o Lula na prisão’ e ‘Lula enjaulado é Brasil acordado’.”
Hang pode recorrer da decisão. O g1 procurou a defesa do empresário e aguardava retorno até a última atualização desta reportagem.
Do Brasil de Fato
Pesquisa Datafolha publicada neste sábado (1º) mostra que 77% dos moradores da capital e da região metropolitana do Rio de Janeiro consideram que é mais importante uma investigação para combater o crime organizado do que simplesmente matar criminosos. Outros 20% concordam com a afirmação. O levantamento foi feito por telefone com 626 pessoas acima de 16 anos nos dias 30 e 31 de outubro, apenas nessa região.
Para 73% dos entrevistados, a ideia de que “quem morre em operação policial é sempre bandido” está errada, enquanto 23% concordam com essa afirmação. Além disso, 45% discordam da afirmação, popular entre políticos de direita e extrema direita, de que “bandido bom é bandido morto”, enquanto 51% concordam.
Leia maisA pesquisa foi feita logo em seguida ao massacre que deixou, pelo menos, 121 mortos nas favelas da Penha e do Alemão. Apesar disso, 57% dos moradores da capital e da região metropolitana do Rio de Janeiro concordam com a afirmação do governador Cláudio Castro, de que a operação foi bem sucedida. Outros 39% discordam.
O número dos que concordam com Castro variam quando observados alguns extratos sociais da pesquisa. Entre os homens, 68% concordam com a afirmação, ante 47% das mulheres. Já aqueles com ganhos entre 5 a 10 salários mínimos e os mais jovens, de 16 a 24 anos, foram mais críticos ao massacre. Discordam da afirmação de Castro, 49% e 59% dos ouvidos, respectivamente.
Os 77% que apontam para investigações sobre crimes como mais importante do que matar criminosos endossam a linha do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de apostar em operações que sufocam economicamente as organizações criminosas, com investigações sobre lavagem de dinheiro, como operação Carbono Oculto, que desmantelou negócios do Primeiro Comando da Capital (PCC) no centro financeiro de São Paulo, a Avenida Faria Lima.
A principal aposta do governo Lula é a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Segurança Pública, encaminhada ao Congresso Nacional em abril deste ano, que promete uma reestruturação profunda no modelo brasileiro de combate ao crime. O texto propõe incluir o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) na Constituição, conferindo-lhe estabilidade institucional e garantindo a integração permanente entre União, estados e municípios.
A proposta busca articular informações, operações e estratégias entre polícias e órgãos de defesa social. “Queremos fazer um entrosamento das forças federais, estaduais e até municipais no enfrentamento deste flagelo que é a criminalidade”, disse o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski em coletiva de imprensa no Rio de Janeiro nesta semana.
Lula também assinou, ontem (31), o projeto de lei Antifacção, para ser encaminhado ao Congresso Nacional. A proposta inclui agravar a pena para lideranças e integrantes de organizações criminosas.
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Da Agência Brasil
O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU), com sede em Genebra, divulgou ontem (31) uma nota oficial expressando “profunda preocupação” com a operação policial mais letal já registrada no Brasil, que deixou ao menos 120 mortos, entre eles quatro policiais, nas comunidades do Complexo do Alemão e do Complexo da Penha, ambos na zona norte do Rio de Janeiro.
Na manifestação, os especialistas da ONU pedem que as autoridades brasileiras realizem uma investigação independente e rápida, com o objetivo de: ‘’garantir responsabilização pelos fatos, interromper violações de direitos humanos e assegurar proteção a testemunhas, familiares das vítimas e defensores de direitos humanos’’
Leia mais“Estamos particularmente preocupados com as represálias contra as famílias e testemunhas. As autoridades devem garantir sua vida, segurança e integridade pessoal, e impedir qualquer forma de intimidação, assédio ou criminalização”, afirmam os especialistas. “É responsabilidade das autoridades preservar o local para posterior exame forense.”
De acordo com o comunicado, a operação que foi denominada “Operação Contenção” e deflagrada no dia 28 de outubro de 2025, ‘’atingiu comunidades habitada majoritariamente por pessoas negras e de baixa renda’’. Os relatores da ONU afirmam ter recebido denúncias de que corpos foram encontrados com as mãos amarradas e marcas de tiros na nuca, além de relatos de invasões domiciliares sem mandado judicial, prisões arbitrárias e uso de helicópteros e drones para efetuar disparos.
“A escala da violência, a natureza dos assassinatos relatados e as consequências para as comunidades pobres afrodescendentes que vivem em áreas periféricas urbanas expõem um padrão profundamente arraigado de policiamento racializado”, diz a nota.
No comunicado, os especialistas elencam uma série de medidas urgentes que o Brasil deve adotar. Entre elas:
A ONU lembra que episódios de violência policial no Brasil já haviam sido motivo de alerta por parte de organismos internacionais de direitos humanos.
“Este trágico acontecimento ressalta a necessidade urgente de o Brasil rever suas políticas de segurança, que continuam a perpetuar um modelo de violência policial brutal e racializada. As autoridades brasileiras devem romper com o legado de impunidade que caracterizou eventos semelhantes no passado”, alertam.
Em relatório divulgado em 2024, o mesmo grupo de especialistas destacou que a política de segurança pública brasileira se baseia em repressão, violência e “hipermasculinidade”, apontando que mais de seis mil pessoas morrem por ano em ações policiais, a maioria negra e moradora de periferias.
“Essas mortes, muitas vezes em operações que visam ‘criminosos’, são generalizadas e sistemáticas, funcionando como uma forma de limpeza social contra grupos marginalizados”, afirmam os relatores.
As preocupações dos especialistas foram formalmente encaminhadas ao governo brasileiro por meio de uma carta. O documento, que tem caráter público, solicita ao Brasil informações sobre as medidas adotadas para garantir responsabilização, reparação e justiça às vítimas e seus familiares.
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O governo Lula (PT) deverá emitir um decreto de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) em algumas áreas de Belém, no Pará, durante a realização da COP30, conferência das Nações Unidas sobre mudança climática, neste mês. O evento ocorre de 10 a 21 de novembro, e será precedido por um encontro de líderes mundiais, nos dias 6 e 7.
O governador do Pará, Helder Barbalho, diz à Folha que esse pedido foi enviado ao governo federal há cerca de três meses e que deverá ser oficializado pelo presidente da República nos próximos dias. As informações são da Folha de S.Paulo.
Leia mais“Já formalizamos o pedido e está tudo dentro do figurino para, durante esse período, termos aqui a condição de GLO com as forças integradas. Está muito claro, dentro do planejamento que foi concebido, qual será a atribuição de cada um. Não há qualquer tipo de interferência. É fruto do trabalho planejado”, afirmou.
Barbalho estima que o efetivo total de agentes da segurança pública que atuará na COP neste período será de cerca de 9.000 profissionais. “Agora só resta a publicação do decreto pelo presidente da República”, afirma.
Segundo relato de um integrante do governo, a previsão é que Lula assine o decreto e ele seja publicado no Diário Oficial da União ainda nesta semana. Um auxiliar do presidente afirma que ele ainda quer conversar com representantes dos ministérios da Justiça e da Defesa sobre o tema.
A expectativa é que a GLO seja válida entre os dias 2 e 23 de novembro, contemplando áreas consideradas de maior risco e de trânsito das autoridades na capital paraense.
De caráter excepcional e temporário, a GLO é uma ação militar que reúne as Forças Armadas a partir de ordem do presidente. A medida é aplicada em graves situações de perturbação da ordem, quando há esgotamento das forças tradicionais, e, na prática, autoriza militares a atuar com poder de polícia.
Esse instrumento já foi adotado em outros eventos de grande dimensão no Brasil que tiveram a participação de autoridades estrangeiras, como a Copa do Mundo, em 2014, os Jogos Olímpicos, em 2016, as cúpulas do Brics e G20.
Como a Folha mostrou, entidades da sociedade civil e movimentos sociais manifestaram, em carta, a preocupação com “uma indesejada militarização” da COP30. O documento foi protocolado, nesta semana, ao Ministério Público Federal com “objetivo de alertar para os riscos e as inconstitucionalidades decorrentes da eventual militarização das ações de segurança pública durante a realização da COP30”.
Assinam a carta: Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos, Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará, Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, Movimento dos Atingidos por Barragens e Terra de Direitos.
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Da Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega a Belém neste sábado (1º) para cumprir uma série de compromissos relacionados à preparação da cidade para sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 (COP30). A agenda do chefe do Executivo inclui inaugurações de obras de infraestrutura e encontros com comunidades locais.
Pela manhã, a partir das 10h, Lula acompanha a entrega das obras de ampliação e modernização do Aeroporto Internacional de Belém. O empreendimento, que recebeu investimentos de R$ 450 milhões da concessionária Norte da Amazônia Airports, faz parte do conjunto de melhorias estruturais voltadas ao aumento da capacidade de transporte aéreo da região. A cerimônia não será aberta à imprensa.
Leia maisEm seguida, às 11h30, o presidente participa da inauguração do novo terminal do Porto de Outeiro, em evento aberto à cobertura jornalística. A requalificação do porto é considerada estratégica para o escoamento da produção da Região Norte e para o fortalecimento da matriz de exportação do estado do Pará.
Maratona diplomática
Lula deve permanecer na capital paraense até, pelo menos, a próxima sexta-feira (7). De acordo com informações preliminares, amanhã (2) e na segunda-feira (3), o presidente deve visitar comunidades quilombolas e indígenas em áreas de difícil acesso da região.
Ainda não há confirmação sobre outras autoridades que participarão das agendas, nem sobre a presença do presidente em eventos culturais que ocorrerão na cidade.
Na terça-feira (4), Lula continuará em Belém, mas sem compromissos oficiais. Na quarta-feira (5), há previsão de reuniões bilaterais, embora as agendas ainda não estejam confirmadas. Segundo assessores, há pedidos de quatro a cinco encontros com autoridades estrangeiras e representantes de organismos internacionais.
Nos dias 6 (quinta-feira) e 7 (sexta-feira)), o presidente participa da Cúpula dos Líderes, evento que antecede a COP30 e deve reunir representantes de diversos países para discutir a agenda ambiental e os preparativos da conferência.
Celac
Após os compromissos em Belém, há possibilidade de que Lula viaje a Fernando de Noronha nos dias 8 e 9 de novembro, onde poderá participar do lançamento de um projeto de energia solar. A confirmação deve ocorrer nos próximos dias, por meio de aviso do Palácio do Planalto.
Não há previsão, por enquanto, de participação do presidente na próxima reunião de cúpula da União Europeia e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), marcada para os dias 9 e 10 de novembro, em Santa Marta, na Colômbia. O encontro reunirá líderes dos 27 países da União Europeia e das 33 nações da Celac, com foco na retomada do diálogo birregional e nas negociações do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia.
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O prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino (PSB), anunciou ontem (31) o cumprimento de mais uma etapa de sua promessa de doar mensalmente R$ 6 mil para instituições filantrópicas da cidade: R$ 3 mil para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e R$ 3 mil para o Abrigo São Vicente de Paulo.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Sivaldo afirmou que mantém o compromisso até o fim de seu mandato, em dezembro de 2028. “Final de mês é dia do nosso pagamento e também de fazer aquele compromisso que assumi até o final da gestão”.
A APAE-Garanhuns atua na inclusão e atendimento de pessoas com deficiência intelectual e múltipla, enquanto o Abrigo São Vicente de Paulo acolhe idosos em situação de vulnerabilidade, reforçando a assistência social na cidade.
