Comecei o dia de trabalho, hoje, com o meu fogão estampado no coração. Por pouco, o Glorioso não foi campeão do Brasileiro ontem. O Palmeiras, ao ganhar do Cruzeiro, adiou a nossa festa, que virá domingo frente ao São Paulo.
Comecei o dia de trabalho, hoje, com o meu fogão estampado no coração. Por pouco, o Glorioso não foi campeão do Brasileiro ontem. O Palmeiras, ao ganhar do Cruzeiro, adiou a nossa festa, que virá domingo frente ao São Paulo.
Com o objetivo de prestar contas de quase 12 meses de mandato e ampliar o diálogo com a população, o prefeito de Salgueiro, Fabinho Lisandro (PSD), concedeu entrevistas a diversos programas de três rádios do município entre os dias 12 e 18 de dezembro. Nas participações, falou sobre obras e ações já executadas ou em andamento e respondeu a questionamentos dos ouvintes.
Durante a série de entrevistas, realizada após mais uma viagem a Brasília, o prefeito destacou que Salgueiro teve propostas habilitadas para a captação de até R$ 100 milhões do Fundo de Investimento em Infraestrutura Social (FIIS) do Governo Federal. Fabinho também frisou a articulação com o DNIT para a construção de um viaduto no cruzamento da Avenida Major Antônio Rufino com a Audísio Rocha Sampaio, sobre a BR-232, e afirmou que segue buscando o credenciamento da UPA 24h junto ao Ministério da Saúde para viabilizar investimentos federais.
Ao tratar das ações realizadas em 2024, Fabinho ressaltou iniciativas nas áreas de saúde e educação, apontadas como pilares da gestão. Entre os destaques estão a inauguração do Centro de Proteção Animal, com ativação do CastraMóvel; a requalificação e reinauguração da Policlínica Municipal; a entrega de seis novas ambulâncias; a inauguração do Ambulatório Municipal de Fisioterapia; o aumento dos investimentos em saúde para mais de 29% do orçamento; além de mais de R$ 300 mil aplicados na reforma da UPA 24h. Na educação, citou ordens de serviço para a construção de uma escola padrão FNDE no bairro Santa Margarida e de duas quadras de areia em unidades da rede municipal.
O prefeito também mencionou obras de infraestrutura, como asfaltamento de vias, incluindo ruas do entorno do Hospital Regional Inácio de Sá e da feira livre, além do calçamento de 20 ruas já licitadas. Para os próximos meses, listou projetos como novos asfaltamentos, urbanização de canais, melhorias na iluminação pública, ações voltadas à zona rural e um estudo de desenvolvimento econômico em parceria com Sebrae e Senac. Ao lembrar que herdou o município com restos a pagar, afirmou: “Nós não baixamos a cabeça, não desanimamos e fizemos muito em pouco tempo, com muito esforço, com uma equipe coesa”. Com aprovação de 81%, segundo o Instituto DataTrends, Fabinho atribuiu os resultados às parcerias institucionais e concluiu: “É dessa forma que a gente vem fazendo muito e ainda tem muita a se fazer”.
Os médicos do ex-presidente Jair Bolsonaro detalharam, em uma nota divulgada neste domingo (21), a cirurgia a que o político será submetido para corrigir uma hérnia inguinal bilateral, após exames clínicos e de imagem confirmarem o problema. Segundo o texto assinado pelo cirurgião geral Claudio Birolini e pelo cardiologista Leandro Echenique, Bolsonaro deve ficar internado para a realização do procedimento.
O ex-presidente está preso desde 22 de novembro na Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal”, onde cumpre a pena de 27 anos e três meses de prisão que recebeu do STF por uma tentativa de golpe de Estado. As informações são do jornal O Globo.
Leia maisDe acordo com os médicos, os exames mostraram que parte do intestino estava se projetando para fora da parede abdominal durante a chamada manobra de Valsalva, que aumenta a pressão interna do abdômen.
“Diante dos achados clínicos e de imagem, ele será submetido ao tratamento cirúrgico denominado herniorrafia inguinal bilateral”, explica a nota.
Além da cirurgia, os médicos programaram um procedimento chamado “bloqueio anestésico do nervo frênico”, responsável pelo movimento do diafragma. A medida busca controlar soluços persistentes, que não responderam ao tratamento medicamentos.
“Considerando a presença de soluços persistentes e refratários ao tratamento medicamentoso instituído, está programado, durante o período de internação hospitalar, a realização de bloqueio anestésico do nervo frênico, com a finalidade de atenuar as crises de soluços”, informam.
A nota não informa a data exata da cirurgia nem o tempo previsto de internação, mas indica que Bolsonaro ficará hospitalizado para os dois procedimentos.
A realização da cirurgia foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes na última sexta-feira, depois que uma perícia da Polícia Federal apontou a necessidade da realização da intervenção médica.
A perícia da PF concluiu que Bolsonaro precisa passar pela cirurgia “o mais breve possível”, mas apontou que o procedimento precisa ser feito “em caráter eletivo”. Por isso, Moraes considerou que não havia urgência e determinou que os advogados sugerissem uma data.
Os peritos concluíram que o ex-presidente ficou com uma lesão em um nervo do tronco decorrente de um procedimento cirúrgico, o que está provocando o soluço frequente. É preciso reparar essa área machucada para interromper as crises de soluço.
A hérnia inguinal ocorre quando uma parte do intestino ou tecido abdominal se projeta por um ponto fraco ou abertura na parede muscular da virilha, formando uma protuberância.
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Morreu no início da manhã deste domingo (21), aos 73 anos, Edmilson Soares, vereador de João Pessoa e ex-deputado estadual. Ele estava internado em um hospital particular da capital paraibana, e a morte foi confirmada nas redes sociais pelo filho, o deputado estadual Tanilson Soares (PSB). A causa não foi oficialmente divulgada. Em nota de pesar, a Direção Estadual do PSB da Paraíba lamentou a morte do parlamentar e destacou sua trajetória política e contribuição para o desenvolvimento de João Pessoa e do estado.
Veja nota de pesar na íntegra:
Leia maisPARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO (PSB)
Diretório Estadual da Paraíba
NOTA DE PESAR
A Direção Estadual do PSB da Paraíba manifesta público pesar pela morte do vereador e ex-deputado estadual Edmilson Soares, um companheiro cuja atuação parlamentar contribuiu relevantemente com o desenvolvimento de João Pessoa e da Paraíba.
Professor de formação, Edmilson fez da política um pedagógico instrumento de inclusão social e cidadania e viu no PSB uma trincheira de lutas e conquistas, contribuindo de forma significativa com o crescimento e consolidação do nosso partido como força motora das grandes mudanças experimentadas nos últimos anos por pessoenses e paraibanos.
O PSB expressa a irrestrita solidariedade aos familiares e amigos de Edmilson Soares e reconhece esse seu legado, guiado pelos valores da humildade e espírito coletivo, marcas da vida pública desse valoroso filiado que nos deixou da mesma forma como sempre viveu: lutando e sem perder a esperança em dias melhores e mais generosos.
João Pessoa, 21 de Dezembro de 2025
Direção estadual do PSB-PB
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A ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner se recupera neste domingo (21) depois de passar por uma cirurgia de apendicite realizada no sábado (20), em Buenos Aires.
Segundo um boletim médico obtido pelo jornal argentino La Nación, ao ser admitida no hospital Otamendi, localizado no bairro da Recoleta, os médicos diagnosticaram a ex-presidente com “apendicite com peritonite localizada” e a operaram horas depois. Não houve complicações pós-operatórias, mas ainda não há previsão de alta. As informações são do Poder360.
Leia mais“Informamos que a Dra. Cristina Fernández de Kirchner deu entrada em nossa instituição apresentando dores abdominais compatíveis com síndrome apendicular aguda. O diagnóstico foi confirmado pelos exames correspondentes. A paciente foi submetida, durante a tarde, a uma cirurgia laparoscópica, que confirmou o diagnóstico de apendicite com peritonite localizada, evoluindo até o momento sem complicações pós-operatórias”, declarou o hospital.
Esta foi a primeira vez que a ex-presidente deixou sua casa desde 18 de junho, quando o 2º Tribunal Federal Oral da Argentina determinou que ela deveria cumprir sua pena de 6 anos em prisão domiciliar. Ela foi internada no ontem (20) depois de apresentar um quadro de dores abdominais.
Nas últimas décadas, a peronista já havia enfrentado alguns problemas de saúde:
• 2012 – retirou a glândula tireoide;
• 2013 – foi internada por causa de hematoma na cabeça;
• 2021 – passou por uma cirurgia para tratar um pólipo uterino.
Prisão de Kirchner
A Suprema Corte de Justiça da Argentina determinou em 10 de junho a prisão da ex-presidente por desvio de dinheiro público. O caso envolve o direcionamento de fundos públicos para licitações vencidas por um amigo e sócio da família Kirchner, destinadas à construção de estradas na Patagônia. O esquema causou cerca de US$ 1 bilhão em prejuízos aos cofres públicos argentinos.
Apesar de não poder sair de casa, a ex-presidente manteve uma agenda política movimentada. Recebeu em sua casa líderes políticos e ex-presidentes. O presidente do Brasil, Lula (PT), visitou Kirchner em 3 de julho.
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Por Agência Brasil
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu na última sexta-feira (19) suspender parte da norma do Ministério da Fazenda que impede o cadastro de beneficiários de programas sociais em sites de apostas eletrônicas, conhecidas como bets.
O ministro atendeu ao pedido liminar da Associação Nacional de Jogos e Loterias e determinou o desbloqueio de contas ativas e a reativação das contas que foram encerradas após a publicação da norma, que proibiu o cadastro de beneficiários do Bolsa Família e Benefício de Prestação Continuada (BPC) nas plataformas.
“Considerando a iminência do recesso forense e o risco de irreversibilidade de atos concretos praticados sob a égide dos citados atos normativos, defiro parcialmente o pedido cautelar”, decidiu o ministro.
Com a medida, a proibição continua valendo somente para novos cadastros ou aberturas de novas contas. O ministro marcou uma audiência de conciliação para o dia 10 de fevereiro de 2026.
No momento em que o PL vive um impasse sobre o apoio a Ciro Gomes (PSDB) no Ceará, uma pesquisa do instituto Ipsos-Ipec divulgada na última sexta-feira (19) mostra o ex-governador e ex-ministro na liderança na disputa pelo governo.
O levantamento aponta Ciro com 44% das intenções de voto, contra 34% do atual governador, Elmano de Freitas (PT), e 7% do senador Eduardo Girão (Novo). Outros 10% dos entrevistados disseram que votariam branco ou nulo e 5% não souberam responder. Na simulação de segundo turno, Ciro venceria Elmano: 49% a 39%, com 8% de votos nulos e 4% de indecisos. As informações são da CNN Brasil.
Leia maisA pesquisa foi realizada entre os dias 13 e 16 dezembro e ouviu 800 pessoas. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
O senador Girão lidera no quesito rejeição — 51% — seguido de Elmano — 31% e Ciro — 21%. Os números reforçam a pressão sobre o PL por um acordo para apoiar Ciro no estado.
A aliança havia sido costurada pelo deputado André Fernandes (PL-CE), mas foi desautorizada publicamente pela ex-primeira dama Michelle Bolsonaro (PL), que apoia Girão.
O acordo está em compasso de espera.
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O presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto (PSDB), e seu filho Gabriel Porto, pré-candidato a deputado federal, promoveram, ontem, a maior confra política do Estado. Estive lá com minha Nayla e quando cheguei tomei um susto: o cenário, com uma enorme tenda aberta no alto da sua fazenda em Canhotinho, mais se assemelhava a um comício no interior.
João Campos chegou cedo, ao lado da sua Tabata e do irmão Pedro, após cumprir agenda no município de Jupi e destacou a importância de construir diálogo tanto no Recife quanto no interior. “Isso é fundamental, porque na política você tem que ter união de forças e de projeto para ter uma caminhada que seja vitoriosa. Gosto de fazer política, de reconhecer o trabalho das pessoas, e estou feliz de chegar aqui e ver que mais que um grupo político, uma força de palanque, é saber que há compromisso com a população”, destacou.
Entre os que foram abraçar Álvaro e Gabriel estavam o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), o ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho (UB), a ex-deputada Marília Arraes (Solidariedade), além de deputados federais e estaduais de diferentes partidos. Também marcaram presença prefeitos de municípios do Agreste, Mata Sul e outras regiões, além do prefeito de Ipojuca, Carlos Santana (PSB).
Para Álvaro Porto, a confraternização cumpriu o papel de celebrar o ano, mas a participação do prefeito do Recife trouxe um “impacto político-eleitoral inevitável”. Álvaro lembrou ainda que, no mesmo local, há quatro anos, reuniu lideranças em apoio à atual governadora, de quem foi aliado. “Agora estamos aqui, no mesmo lugar, para pedir desculpas aos pernambucanos, dizer que erramos ao apoiar um projeto que não deu certo e reafirmar nosso apoio a João, que faz política com competência, junto do povo”, afirmou.
O Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, tornou-se o primeiro hospital de excelência do Brasil fora do Sistema Unimed a conquistar a certificação HIMSS Nível 7, o mais alto reconhecimento internacional em maturidade digital em saúde. O anúncio foi feito por Paulo Magnus, CEO da empresa de tecnologia em saúde MV, com sede no Rio Grande do Sul e planta operacional em Recife (PE), que participou diretamente do processo de modernização digital da instituição.
A certificação HIMSS Nível 7 atesta que o hospital opera com sistemas clínicos totalmente integrados, prontuário eletrônico avançado, uso intensivo de dados para apoio à decisão médica e elevados padrões de segurança do paciente. Segundo Magnus, a conquista é resultado de uma estratégia iniciada há mais de 20 anos, após contato com o modelo de saúde digital da Kaiser Permanente, nos Estados Unidos, e confirma o impacto da tecnologia na qualificação da assistência e da gestão hospitalar.
Num post, ontem, registrei que a governadora Raquel Lyra (PSD) esteve em Arcoverde, sexta-feira passada, quando a cidade curtiu, numa emoção incrível, com três mil pessoas pelas ruas, o primeiro festival de serestas, mas não deu o ar da sua graça por lá para fazer uma surpresa aos participantes.
Vindo de Ibimirim, preferiu jantar, na companhia de dois assessores, no restaurante Cantana. Fui informado por um leitor. A princípio, não acreditei, até porque o prefeito Zeca Cavalcanti (Podemos), o anfitrião, é aliado e amigo. E ficaria muito feliz em receber uma visita-surpresa dela no evento.
Muita gente também não acreditou, achando ser fake. Mas consegui o registro da governadora no restaurante. Está aí!
Da Agência Brasil
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu na última sexta-feira (19) anular parte da apuração da Polícia Federal (PF) que investigou o governador do Acre, Gladson Cameli.
Com base nas acusações, o governador virou réu no Superior Tribunal de Justiça (STJ) pelos crimes de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e fraude a licitação.
Leia maisDe acordo com as investigações da PF, as empresas contrataram outras firmas, que tinham familiares do governador como sócios e realizavam os desvios. Cerca de R$ 11 milhões teriam sido desviados, conforme a investigação.
Votos
O colegiado formou placar de 4 votos a 1 para aceitar recurso da defesa e reconhecer que houve irregularidades na apuração contra o governador. A votação virtual foi concluída hoje.
Os advogados alegaram que a investigação foi marcada pela requisição irregular de relatórios do Coaf e outras medidas sem autorização judicial.
Prevaleceu no julgamento o voto de Mendonça. O ministro citou que as irregularidades ocorreram no início das investigações, quando foram solicitados pela PF relatórios financeiros do Coaf.
As suspeitas começaram a ser investigadas em 2019. Somente nos anos seguintes, o caso foi enviado ao STJ, tribunal responsável pelo julgamento de governadores.
“Dou provimento parcial ao recurso para reconhecer, no tocante ao paciente, a usurpação da competência do STJ nas investigações realizadas entre 25/05/2020 e 12/01/2021. Assim, voto para declarar a nulidade das provas produzidas contra o paciente e encartadas no período, bem como das provas delas diretamente derivadas”, votou Mendonça.
O entendimento foi seguido pelos ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Nunes Marques, que, apesar de seguir os demais colegas, apresentou uma divergência.
O ministro votou para retirar do processo o relatório de inteligência do Coaf, mas não anulou parte da investigação.
O relator, Edson Fachin, ficou vencido e votou contra o recurso da defesa do governador.
Julgamento
Em paralelo ao recurso da defesa no STF, a Corte Especial do STJ iniciou na quarta-feira (17) o julgamento da ação penal contra o governador.
No voto proferido durante a sessão, a ministra Nancy Andrighi, relatora, votou pela condenação de Cameli a 25 anos de prisão e ao pagamento de R$ 11 milhões de indenização. A ministra também determinou que o governador deve perder o cargo.
Em seguida, o ministro João Otávio de Noronha pediu vista do processo.
Devido ao recesso de fim de ano, o julgamento será retomado em 2026.
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Por Dorrit Harazim
Do jornal O Globo
Tem sido difícil pinçar algo apaziguante sobre o amanhã à nossa espera — o futuro chegou muito antes de 2025 se esvair, e coisa boa não é. Veio a galope, sem pruridos de atropelar a cosmologia anterior. Para o veterano analista Alastair Crooke, ex-agente do serviço de inteligência britânico MI6 e fundador do Fórum de Conflitos com sede em Beirute, o pensamento populista conservador ocidental já conseguiu criar raízes como algo mais bruto, coercivo e radical.
— Kaputt o modelo de uma ordem internacional baseada em regras (se é que alguma vez existiu para além da narrativa) — escreve Crooke no ensaio “Uma nova era de domínio coercivo”.
A guerra pelo poder futuro já é travada — sem regras, sem direito, poucos limites e em ostensivo desdém pela Carta das Nações Unidas. Segundo Crooke, a tática adotada pelos aspirantes a donos do futuro é deixar seus adversários atônitos e imobilizados, figuras congeladas no tempo e na ação. São tempos de transgressão deliberada com o propósito de chocar, mover-se depressa e, no caminho, destruir a (des)ordem anterior. Os Estados Unidos de Donald Trump e o Israel de Benjamin Netanyahu acreditam ser a vanguarda da derrocada do liberalismo global e de suas ilusões.
Leia maisO ensaísta político Giuliano da Empoli, autor do estupendo romance “Mago do Kremlin”, inspirado na história real da eminência parda de Putin, Vladislav Surkov, pisa mais fundo na sua visão do nosso amanhã. Em novo livro intitulado “The hour of the predator: encounters with the autocrats” (ainda sem edição brasileira), sai de cena toda uma classe política de tecnocratas (tanto de direita como de esquerda), mais ou menos indistinguíveis entre si, que governavam seus países com base em princípios de democracia liberal, em conformidade com as regras de mercado e modulados por algumas considerações sociais, formando o Consenso de Davos. Na pena cortante de Da Empoli, o conchavo anual realizado na Suíça entra para a História como lugar onde a política se reduzia a uma competição entre apresentações em PowerPoint, e o gesto mais transgressor que alguém podia ter era usar uma malha de gola alta preta em vez de camisa azul-clara à hora de bebericar.
As novas elites tecnológicas mundiais — os Musks, Zuckerbergs e Sam Altmans — nada têm em comum com os tecnocratas de Davos. A filosofia de vida desses barões da IA não se assenta na gestão da ordem existente, mas, pelo contrário, num desejo irreprimível de tudo chacoalhar. Ordem, prudência e respeito pelas regras são anátemas para quem chegou depressa à fama e fortuna, quebrando coisas, como dizia o lema original do Facebook.
No incendiário comício londrino que chocou o establishment britânico meses atrás, Elon Musk anunciou a “próxima chegada da violência” e conclamou a todos:
— Ou vocês reagem, ou morrem.
Seu ostensivo e inabalável apoio a movimentos de extrema direita, dos bolsonaristas no Brasil à AfD na Alemanha — não se deve apenas a excentricidades de um bilionário nascido na África do Sul. Segundo Da Empoli, ele revela algo mais fundamental, que ultrapassa em muito as preferências de um único oligarca tecnológico. As palavras de Musk são, diz ele, apenas a ponta de algo muito mais profundo: uma batalha entre elites de poder pelo controle do futuro.
Por natureza e trajetória, os senhores da alta tecnologia atual têm mais em comum com líderes nacional-populistas de extrema direita — os Trumps, Mileis, Bolsonaros e chefes de movimentos semelhantes europeus — que com os políticos que há décadas governaram as democracias liberais ocidentais. Tal como os primeiros, são quase sempre personagens excêntricos que tiveram de violar regras para prosperar. E, como eles, também desconfiam das elites, dos saberes de especialistas, de tudo o que encarna o Velho Mundo. Também estão convencidos de que podem moldar a realidade de acordo com seus desígnios de que a viralidade (e, de lambuja, também a virilidade) prevalece sobre a verdade, a velocidade é posta a serviço do mais forte. Um sólido desprezo por servidores públicos e pelo Estado Democrático de Direito é outro denominador comum.
Tal abordagem revela-se sedutora para uma opinião pública inclinada a considerar o sistema institucional cego, surdo e mudo às aflições populares e convencida de que votar neste ou naquele político faz pouca diferença para a vida como ela é. Da Empoli teme que grandes e pequenas democracias liberais corram o risco de ser varridas como as pequenas repúblicas italianas do início do século XVI.
“Se, na teologia, um milagre corresponde à intervenção direta de Deus, que contorna as regras normais da existência terrena para produzir um acontecimento extraordinário, a lógica de Trump e de outros líderes nacional-populistas é semelhante”, escreve ele. “Quebrar as regras (e, muitas vezes, as próprias leis) para intervir nos problemas que afligem seus eleitores: essa é a promessa do milagre político.”
Xô, melhor não acreditar em milagres.
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Minha relação com o Governo Raquel Lyra (PSDB), objeto de questionamentos de leitores vez por outra, não é diferente de nenhum outro que a antecedeu. Com Paulo Câmara (PSB), seu antecessor, as dificuldades foram de igual intensidade. Sequer me dava entrevistas. Já Eduardo Campos (PSB), um dos mais explosivos na relação, chegou a ficar sem falar comigo por mais de dois anos, mas antes de perder a vida numa fatalidade reatou um convívio civilizado.
Foi dele que ganhei o apelido de “Maligno”. Jarbas Vasconcelos, que antecedeu Eduardo, na sua primeira gestão perdeu a estribeira, chegando a fazer uma carta de próprio punho cortando completamente qualquer possibilidade de um convívio harmonioso. Miguel Arraes era de altos e baixos. Como contei numa postagem por ocasião do aniversário do habilidoso Adilson Gomes, já me expulsou de um evento.
Leia maisJoaquim Francisco, a quem assessorei num primeiro momento na sua campanha ao Governo do Estado, em 1990, vindo a ser por um ano seu secretário de Imprensa, brigou comigo e orientou todo o Secretariado a não me passar informações. Seu antecessor Carlos Wilson, que governou o Estado por 11 meses, também teve um forte atrito comigo não apenas no seu Governo, mas na CPI dos Precatórios.
Políticos no Brasil em geral, especialmente quando chegam ao poder, têm enormes dificuldades de conviver com a crítica. Só querem elogios. Uma curta nota na coluna é suficiente para mudar o humor deles. Nunca fiz jornalismo adocicado. Tenho meu estilo próprio. Sempre foi assim e será para o resto da minha vida.
Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade, aprendi com Cláudio Abramo, um dos mais influentes jornalistas e grande referencial nos bancos universitários, que se orgulhava de duas coisas: ser autodidata e ter sido testamenteiro de Oswald de Andrade, de quem foi amigo. É dele também a frase: “O jornalismo é, antes de tudo e sobretudo, a prática diária da inteligência e o exercício cotidiano do caráter”.
Mas não é só político que não sabe conviver com a crítica. Ayrton Senna no auge da sua carreira perdeu o humor e declarou: “Se depender de mim, vocês, jornalistas, irão esgotar os adjetivos do dicionário”. Chamo jornalismo a tudo que transforma, que revoluciona. O jornalismo é a grande trincheira da sociedade. Sem ele, não há revolução.
Com Eduardo Campos, tive um solavanco histórico, revelado no meu livro “Histórias de repórter”. Começou em Petrolina, na área externa das instalações na TV Grande Rio, e acabou em Araripina, já tarde da noite, no circuito “Governo nos municípios”. A briga me custou caro. Não é fácil brigar com o poder, nem muito menos com os poderosos. Nunca conheci um governante que soube usar com tamanha intensidade as suas prerrogativas.
Quando deixei a Secretaria de Imprensa do Governo Joaquim Francisco, a quem servi apenas no primeiro ano, em 1991, meu amigo Antônio Camelo, de saudosa memória, me recebeu de braços abertos de volta ao Diário de Pernambuco. Passei a assinar uma coluna e fazer entrevistas. José Jorge, ministro aposentado do Tribunal de Contas da União, perdeu o cargo de secretário de Educação no Governo de Joaquim, simplesmente porque me deu uma entrevista exclusiva.
Ao invés de chamar Jorge e a ele explicar as razões, Joaquim mandou o então secretário Luiz Alberto ligar para ele dizendo que estava precisando do cargo. Inacreditável? José Jorge está aí, vivinho da silva, para confirmar!
Na eleição histórica de 1986, a volta de Miguel Arraes ao poder, campanha com o mote “Ele vai voltar pela porta que saiu”, o velho cacique foi eleito e puxou os dois senadores — Mansueto de Lavor e Antônio Farias. Com menos de um ano de mandato, Farias sofreu um infarto fulminante, assumindo o primeiro-suplente Ney Maranhão, que havia sido indicado para a chapa por Jarbas Vasconcelos, a quem era extremamente ligado.
Lúcio Costa era editor-geral do Diário de Pernambuco e me escalou para cobrir a chegada de Ney ao Senado, a quem não conhecia. Informou apenas tratar-se de uma figura engraçada. Produzi uma página inteira no velho DP que deixou o senador boiadeiro, como assim se referia a ele o então colunista José Adalberto Ribeiro, lelé da cuca.
No dia seguinte, fui fazer uma entrevista com ele sobre seu primeiro dia de senador e levei a pior. Trancou-me no seu gabinete, desligou o ar-condicionado e revelou toda a sua faceta violenta, passando um revólver na minha venta. Mais tarde, o episódio foi superado, Ney virou uma das melhores fontes como líder da tropa de choque do então presidente Fernando Collor.
Já José Mendonça Bezerra, pai do deputado federal Mendonça Filho, foi um dos políticos mais habilidosos que convivi, desde que não pisasse no seu calcanhar. Perdi as contas de quantas vezes fui agredido por ele. Corria o mês carnavalesco de fevereiro de um ano que não lembro mais, recebi um grosso telefonema dele dizendo que não ia naquele dia a uma famosa prévia extremamente concorrida, onde se divertiam políticos e jornalistas, para não me esbofetear.
A razão? Uma notinha sobre o filho — nem lembro o assunto — que o havia tirado do sério. Mas diferente da maior parte dos políticos que perdem a cabeça, Mendonção se arrependia, pedia perdão e fazia juras de amor. Era bonachão e divertido. Só não aceitava bombardeios em direção ao amado Mendonça Filho, seu herdeiro na vida pública.
Já na Câmara dos Deputados, que cubro desde que me entendo por gente, o então deputado José Carlos Vasconcelos, cunhado do ex-senador Marcos Freire, me insultou no restaurante do décimo andar também por causa de uma nota na coluna. Não chegamos às vias de fato graças a coleguinhas que presenciaram a cena.
O ex-deputado Nilson Gibson, por sua vez, muito amigo de Arraes, me ligou para dizer que não aparecesse na Câmara dos Deputados num determinado dia, bufando de raiva por causa de uma matéria minha no DP, porque também iria me bater.
Baixinho e adepto desse tipo de comportamento, Gibson levou um murro de Ricardo Fiúza no plenário da Casa, mas por outro motivo.
Por fim, o deputado Inocêncio Oliveira, quando ainda não era famoso, integrante do baixo clero na Câmara, me convidou para editar o jornal dele em Serra Talhada. Não gostou das mudanças na linha editorial, me chamou de comunista e ainda me expulsou aos gritos da sua fazenda no dia do nosso acerto de contas.
Com o tempo, virou uma boa fonte e até me levou para almoçar no Palácio do Planalto quando presidente da República interino.
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