Jaboatão dos Guararapes - IPTU 2025

Ato em frente à Prefeitura do Recife cobra políticas públicas para a causa animal

Um ato em defesa da causa animal será realizado nesta terça-feira (16), a partir das 10h, em frente à sede da Prefeitura do Recife. Organizada pelo Fórum Estadual de Bem-estar e Defesa Animal (FEBEMA), a manifestação tem como objetivo denunciar a falta de políticas públicas e cobrar ações concretas do poder público municipal para o enfrentamento do abandono e maus-tratos a animais na cidade.

Entre as principais críticas estão a precariedade do hospital veterinário público, a ausência de iniciativas do Gabinete de Direito dos Animais e o não cumprimento da Lei de Tração Animal, aprovada há mais de 12 anos. “O hospital precisa funcionar 24 horas, com estrutura adequada e especialidades médicas. Já o gabinete, que deveria coordenar essas ações, segue inoperante”, afirmou Cláudio Braga, presidente do FEBEMA.

Os organizadores também destacam a ausência de representatividade da causa animal na Câmara Municipal e a necessidade de orçamento próprio para garantir a continuidade dos trabalhos de ONGs e protetores independentes. “O prefeito João Campos ignora a pauta. A realidade é de promessas não cumpridas e descaso com quem atua diretamente no resgate e cuidado dos animais”, acrescentou Braga.

Dulino Sistema de ensino

Por Ryann Albuquerque
Do Blog da Folha

O deputado estadual Antônio Moraes (PP) criticou a demora da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) em pautar propostas enviadas pelo Executivo, entre elas o pedido de empréstimo bilionário e a indicação de um novo administrador para Fernando de Noronha.

Segundo ele, os prazos para apresentação de emendas já se encerraram, e não há justificativa para manter os projetos parados.

“Já passou o prazo de emendas. O que o presidente da comissão deveria fazer era colocar em pauta. E coloquei à disposição dele também que o secretário da Fazenda e o secretário de Planejamento estão prontos para que o relator, deputado Waldemar Borges (PSB), possa esclarecer todas as dúvidas que tiver”, afirmou durante entrevista à Rádio Folha 96,7, nesta terça-feira (15).

O parlamentar destacou ainda que o papel fiscalizador da Assembleia deve ser exercido com responsabilidade, mas sem impedir o andamento de propostas relevantes para o Estado.

“O governo não tem dificuldade nenhuma em prestar contas. Vai enviar tudo que for solicitado. Agora, o que não pode é deixar os projetos parados enquanto Pernambuco vive um momento de avanço”, completou.

Obras no interior
Moraes também defendeu a atuação da governadora Raquel Lyra (PSDB), destacando o avanço das obras na Mata Norte e no Agreste. Segundo ele, a chefe do Executivo estadual tem promovido melhorias significativas na infraestrutura dessas regiões.

“Ela praticamente, até o fim do governo, vai resolver todas as estradas da Mata Norte. Agora em abril, vai entregar a ligação da BR-408 até a 101, passando por Aliança, Condado e Goiana. Tem também a PE-75, que liga Goiana a Serrinha, uma via fundamental para o comércio com Campina Grande”, ressaltou.

O deputado ainda citou a duplicação da rodovia entre Caruaru e Riacho das Almas, além da execução de acessos a áreas turísticas e distritos estratégicos para a mobilidade regional.

Petrolina - O melhor São João do Brasil

Por Raphael Guerra
Do JC

Nem mesmo a transferência para a Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia, impediu o presidiário Osnir Cândido Urbano, o Osnir Cabeça, de continuar dando ordens para o tráfico de drogas e os homicídios em Pernambuco. Líder do Comando Litoral Sul (CLS), antigo Trem Bala, ele foi um dos alvos da operação Kéfale, deflagrada nesta terça-feira (15) para desarticular a facção que atua sobretudo na praia de Porto de Galinhas, Litoral Sul do Estado.

A operação é resultado de uma investigação conduzida há mais de dois anos pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em Pernambuco (Ficco/PE). Ao todo foram cumpridos, até agora, 53 mandados de prisão preventiva – sendo 14 em presídios federais e estaduais -, além de 49 mandados de busca e apreensão. Sete alvos seguiam foragidos.

Os mandados foram cumpridos em Pernambuco e mais 10 estados: Paraíba, Rio Grande do Norte, Sergipe, Piauí, São Paulo, Mato grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Tocantins e Rondônia.

O delegado federal Márcio Tenório, coordenador da Ficco/PE, explicou que a operação foi possível a partir da apreensão do celular do líder do grupo criminoso. Trocas de mensagens serviram de prova para identificar os integrantes e a forma como eles agiam no crime organizado.

Osnir foi capturado em 2023, em outra operação. “Ele continuou dando ordens ao grupo por meio de recados repassados durante as visitas familiares. A mulher dele, inclusive, passou a morar em Rondônia. Ele foi presa nesta operação”, afirmou Tenório.

Conhecidos pela extrema violência com que age com os rivais, a CLS é apadrinhada pelo Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro, uma das maiores facções do País e que teve origem também no sistema prisional.

O laboratório de lavagem de dinheiro da Polícia Civil de Pernambuco identificou que o CLS movimentou mais de R$ 49 milhões em apenas três anos.

A facção tinha como base Porto de Galinhas, mas já atuava em vários municípios dos litorais Sul e Norte e na Região Metropolitana do Recife.

NÚCLEOS IDENTIFICADOS NA FAÇÃO CLS


“Existiam três núcleos. O primeiro era ligado ao tráfico de drogas, com criminosos cuidando da logística, transporte e venda. Há pessoas que foram presas nesta operação que estão em outros estados, mas atuavam nesse núcleo. O segundo é de segurança para o tráfico e para os integrantes do grupo. O terceiro núcleo é o da lavagem de dinheiro”, contou Márcio Tenório.

Segundo ele, empresas de fachada – nos ramos do transporte, alimentos, ensino e treinamento – eram criadas para a lavagem do dinheiro adquirido pelo tráfico de drogas. “Havia uma movimentação formal, com emissão de notas fiscais, para que o dinheiro circulasse.”

A cocaína e o crack comercializados pelo grupo criminoso chegavam ao País por meio das fronteiras, sobretudo da Bolívia.

MANDADOS CUMPRIDOS NO SISTEMA PRISIONAL
De acordo com o secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização de Pernambuco, Paulo Paes, 14 mandados de prisão preventiva foram cumpridos no sistema prisional, dois deles nas unidades federais.

Em Pernambuco, também foram cumpridos mandados no Presídio de Tacaimbó, Presídio de Igarassu, Complexo Prisional do Curado (detento que antes estava na Penitenciária Barreto Campelo) e no Centro de Observação e Triagem (Cotel).

SECRETÁRIO PROMETE MAIOR PRESENÇA DA POLÍCIA EM PORTO DE GALINHAS
O secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, declarou que ações estão sendo adotadas nas áreas onde a CLS atuava para evitar a ocupação por novos grupos criminosos.

“Sempre que há uma operação semelhante, nós imediatamente fazemos a saturação da área. Haverá uma maior presença da Polícia Militar, com acompanhamento para que outros grupos não tomem a área. O território de Porto de Galinhas tem uma demanda grande por drogas. Isso já é monitorado”, disse Carvalho.

Ipojuca - IPTU 2025 - Vencimento 30 Abril

Por Nicolle Gomes
Do Diario de Pernambuco

Os reitores das universidades federais em Pernambuco fizeram uma alerta, nesta terça (15): não há recursos para cumprir contratos, efetuar pagamentos e garantir a assistência aos estudantes.

Em entrevista coletiva, na sede da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o reitor Alfredo Gomes declarou:
“Se não houver reajustes nos repasses pelo Governo Federal, só temos verbas até agosto. Depois, vamos ter que fazer cortes e atingiremos contratos e assistência estudantil”.

Na Rural, os recursos existentes só cobrem o previsto para oito meses.

Encontro

Além de Gomes, participaram da coletiva da reitora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Maria José Sena, o reitor da Universidade do Vale do São Francisco (Univasf), Télio Nobre Leite, e da Ufap, Airon Aparecido Silva de Melo.

Ainda de acordo com Alfredo Gomes, na UFPE a situação é “de muita dificuldade”.

“O nosso orçamento de 2025 é menor do que o orçamento de 2024, estamos também funcionando à base de 1/18 avos por mês. Ou seja, o recurso que é para, normalmente, ser executado em um ano, está previsto para ser executado em um ano e meio. “Isso é absolutamente inviável para você honrar os contratos e compromissos da universidade para mês a mês”.

Ele divulgou alguns dados sobre o orçamento da instituição e falou sobre as perdas orçamentárias.

“Nesses R$ 8 milhões que perdemos, R$ 2,1 são de assistência estudantil. Também perdemos do funcionamento da universidade, de maneira geral, R$ 4.6 milhões, que é para os contratos. E outras ações, que tem outras rubricas, mais R$ 1,3 milhão”.

Fazendo uma projeção e tomando como base a recomposição pela inflação, Gomes disse que o orçamento da universidade deveria ser hoje, de R$ 395 milhões.

Rural

Reitora da UFRPE, Maria José Sena afirmou há um dado “muito preocupante”: “Daqui a pouco, a gente não vai ter mais como nem abrir a universidade no mês de janeiro e 2026”.

A gestora disse, ainda, que a UFRPE está com aviso de corte de energia. “Nós estamos hoje devendo todos os contratos.”

Sena alertou também que o orçamento só cobre oito meses de despesas. “A gente não consegue fechar o ano de jeito nenhum”, ressaltou.

Atualmente, segundo ela, a Rural tem uma dívida de R$ 7,7 milhões, só de 2024.

A instituição precisa, ao todo, de UFRPE precisa de R$ 32 milhões para quitar as dívidas de 2024 e terminar este ano.

Univasf

Reitor da Univasf, Télio Nobre afirmou que é “desafiador” conseguir dar conta desse débito no próprio orçamento de 2025.

A gente entrou em 2025, reduzindo cerca de 35% desses contratos, com dedicação exclusiva de mão de obra, com a proposta de redução de 10% dos contratos, serviço continuado, como água, energia, por exemplo, gerenciamento da frota, passagens diárias. Buscamos reduzir mais de 40% das demais despesas”, disse.
Ainda segundo o reitor, a instituição só tem recursos para mais quatro a seis meses, entre agosto e setembro.

“As universidades não vão fechar. Os reitores estão comprometidos, mas a situação está piorando. O governo precisa estar atento para aliviar nossa situação”, declarou.

“São os contratos principais: pagamento de serviços terceirizados de mão de obra, de educação exclusiva, vigilância, motorista, limpeza, manutenção. Também os relativos pagamentos de água, energia. Nesse últimos caso, é vão quase 30% do nosso custo”, afirmou Télio.

Ufape

O reitor da Ufape afirmou que, depois de agosto, a situação ficará insustentável. “Não aguentaremos mais”, disparou Airon Melo.

Recomposição

No encontro dos reitores, Gomes ressaltou a importância de apelar ao Ministério da Educação e ao Governo Federal para conquistar a recomposição orçamentária imediata.

Sobre a dificuldade de honrar compromisso, ele afirmou que a UFPE não tem recurso para pagar as revisões de contratos. São R$ 9 milhões.

A universidade tem mais de 60 contratos, ao todo. Somando com a assistência estudantil, os custos chegam a R$ 13 milhões ao mês.
“Nosso orçamento disponível hoje é em torno de R$ 10 milhões. A gente tem que ajustar e negociar, obviamente, para fazer isso”, acrescentou.

Para ele, a situação é “absolutamente insustentável e incompatível com o papel histórico, acadêmico, científico, das universidades federais”.

Gomes disse, ainda, que a reunião desta terça representa um movimento dos reitores do Estado de Pernambuco, que , “dizendo claramente para as universidades também que cheguem junto nesse processo, para a nossa associação e também obviamente para o governo que precisamos atuar fortemente para a recomposição do orçamento”.

Dados

O reitor da UFPE informou que, em 2014, o orçamento da universidade era de R$ 213 milhões. Em 2025, ele é de R$ 170 milhões.

“Temos mais de R$ 40 milhões a menos. De lá pra cá, não apenas melhoramos em termos de qualidade, vocês viram avaliações dos cursos recentemente, mas temos mais graduação, mais custo de graduação, temos mais laboratórios, temos mais progresso pós-graduação e obviamente isso não casa com diminuição do orçamento”.

Por fim, ele declarou: “É preciso crescer o orçamento e crescer de forma responsável, com pré-visibilidade, para que nós possamos atuar obviamente e prestar o serviço de relevância que sempre prestamos aqui no estado e no Brasil”.

Perfil

A UFPE possui 13 centros acadêmicos distribuídos nos três Campi: Recife, Vitória de Santo Antão e Caruaru.

São 109 cursos de graduação, sendo 104 cursos na modalidade presencial e 5 cursos na modalidade a distância.

“Temos 42 mil estudantes, sendo 8 mil de pós-graduação, mestrado, doutorado e 33 mil estudantes de graduação”, afirmou Alfredo Gomes.

Caruaru - São João na Roça

O corpo da bebê Ana Beatriz, que desapareceu com apenas 15 dias de vida, foi encontrado nesta terça-feira (15) no quintal da casa da família na cidade de Novo Lino, no interior de Alagoas. A mãe da criança tinha dado 5 versões sobre o desaparecimento da filha, incluindo que ela havia sido sequestrada.

Não há informação se a menina morreu de causas naturais ou se foi morta. O advogado da família acionou a polícia nesta terça depois de convencer Eduarda Silva de Oliveira, de 22 anos, a dizer onde estava o corpo da filha. O cadáver foi encontrado enrolado em um saco plástico dentro de um pote com sabão em pó, escondido em um armário. As informações são do g1 Alagoas.

A polícia não informou se a mãe da bebê confessou que matou a filha nem se ela foi presa. O g1 tentou localizar a defesa de Eduarda, mas não havia conseguido até a última atualização desta reportagem.

No momento em que a polícia chegou à casa da família após ser informada pelo advogado sobre o corpo, a mãe passou mal e foi levada de ambulância para o hospital da região.

Falso sequestro e versões contraditórias
Ana Beatriz estava desaparecida desde sexta-feira (11). A primeira versão que a mãe deu aos policiais é de que a menina tinha sido sequestrada por volta das 6h15, em um trecho da BR-101, no Povoado de Euzébio, no município de Novo Lino, divisa com Pernambuco.

“Ela deu uma versão de que havia quatro pessoas no veículo, sendo três homens e uma mulher, e que esse veículo teria parado na banqueta da pista e realizado uma abordagem. Dois homens teriam descido, teriam tomado a criança dos braços dela à força e esse veículo teria seguido sentido Pernambuco”, disse o delegado Igor Diego.

O pai da recém-nascida é motorista e estava em São Paulo a trabalho há um mês, por isso não conhecia a filha. Após ser informado do desaparecimento, ele voltou para casa para acompanhar as buscas pela recém-nascida.

Ainda no fim de semana, um homem chegou a ser detido como suspeito no município de Vitória de Santo Antão (PE) depois que a polícia localizou um carro com as mesmas características que a mãe informou. Dentro do veículo havia placas de carros, o que levantou suspeita sobre ele. Contudo, o homem prestou esclarecimentos à polícia e foi descartada a participação dele no crime.

A polícia passou a desconfiar das versões da mãe após os relatos de três testemunhas que contrariavam a teoria do sequestro. Não foi informado o que exatamente as testemunhas disseram aos policiais. Além disso, imagens de câmeras de segurança também contradiziam a mãe.

Na segunda-feira (14), a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros fizeram buscas no perímetro próximo à casa da família, com indicação de buscas até em latas de lixo, mas a criança não foi encontrada.

Em depoimento, os vizinhos da mãe da criança informaram que ouviram a bebê chorar pela última vez na quinta-feira passada, um dia antes do relato do suposto sequestro.

Camaragibe - Cidade trabalho 100 dias

Por Letícia Mendes
Do JC

Nove deputados pernambucanos assinaram a urgência do PL da anistia (2.858 de 2022), que absolve os presos do 8 de Janeiro. O requerimento foi apresentado à Mesa da Câmara, nessa segunda-feira (14), pelo líder do PL na Casa Baixa, Sóstenes Cavalcante (RJ).

Na lista dos deputados pernambucanos, quatro assinaturas foram do Partido Liberal, três do Progressista, uma do União Brasil e do Republicanos (confira lista completa mais abaixo).

Ao todo, a lista tem assinaturas de 264 deputados, de 12 partidos diferentes. União, PP, PSD, Republicanos e MDB, são os partidos que fazem parte de pastas no governo Lula e correspondem a 146 das 262 assinaturas (55,7%).

Na semana passada, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), chegou a pressionar os partidos que integram o governo Lula para não apoiarem a urgência da anistia. Mas não surtiu muito efeito.

Quais são os próximos passos?
Agora, o projeto da anistia poderá ser votada a qualquer momento, dependendo apenas do presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) incluir o requerimento na ordem do dia. Caso aprovado, o texto poderá ser analisado em plenário sem precisar passar por comissões.

Na semana passada, Motta afirmou que não pautaria propostas que pudessem gerar “crises institucionais”.

Hugo Motta de férias
O presidente da Câmara está de férias até o dia 22 de abril. Com isso, Altineu Cortes (PL-RJ), vice-presidente da Câmara, e aliado de Jair Bolsonaro, está no comando da Casa. Segundo O Globo, aliados afirmam que Motta deve estar nos EUA, mas Motta não divulgou sua agenda de viagem.

Além disso, Altineu Côrtes (PL-RJ) não deve dar andamento ao tema neste momento. A princípio, a ideia é esperar que o presidente Hugo Motta retorne da viagem para levar o projeto aos líderes dos partidos.

Confira lista dos deputados pernambucanos que assinaram a urgência da anistia

André Ferreira (PL)
Clarissa Tércio (PP)
Coronel Meira (PL)
Eduardo da Fonte (PP)
Fernando Rodolfo (PL)
Lula da Fonte (PP)
Mendonça Filho (União Brasil)
Ossesio Silva (Republicanos)
Pastor Eurico (PL)

Veja a quantidade de assinaturas por cada partido

União – 40 de 59 deputados
PP – 35 de 48 deputados
PSD – 23 de 44 deputados
Republicanos – 28 de 45 deputados
MDB – 20 de 44 deputados
PL- 90 de 92 deputados
Avante – 4 de 8 deputados
Podemos – 9 de 15 deputados
PSDB- 5 de 13 deputados
Cidadania – 3 de 4 deputados
Novo – 4 de 4 deputados
PRD- 3 de 5 deputados

Cabo de Santo Agostinho - IPTU 2025 prorrogado

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), chamou de “profunda contradição” o apoio de deputados de partidos da base do governo ao projeto de lei que concede anistia a condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, chamado de “PL da Anistia”.

“Além de ser uma profunda contradição apoiar o projeto sendo da base do governo, trata-se de uma grave afronta ao judiciário e à própria democracia”, pontuou. As informações são do portal G1.

Segundo ela, o governo não está numa “operação de retaliação”, mas está sim mostrando aos deputados a “gravidade política, jurídica e institucional que significa apoiar este projeto”. A ministra ainda pontuou que o PL é “para garantir a impunidade de Bolsonaro e de quem mais tentou derrubar este governo”.

Toritama - FJT 2025

Hematologista do Hospital Santa Joana Recife, Cláudia Wanderley chama atenção para o Dia Mundial da Hemofilia, na próxima quinta-feira. “A doença, geralmente hereditária, afeta a produção de fatores que atuam na coagulação do sangue, podendo causar hemorragias internas e externas”, diz. “O tratamento consiste na reposição intravenosa do fator de coagulação deficiente, fabricado de derivados de plasma humano ou produzidos por engenharia genética”, afirma a médica.

Palmares - Pavimentação Zona Rural

A Prefeitura de Araripina, por meio da Secretaria de Cultura, abriu, ontem, o credenciamento de artistas locais para os Festejos 2025. A iniciativa tem como objetivo valorizar e dar espaço aos talentos da terra durante o calendário oficial de eventos do município.

O edital contempla bandas, grupos musicais, quadrilhas juninas, companhias de dança e teatro, artistas plásticos, repentistas, intérpretes de Libras, entre outros, que poderão compor a programação de festas tradicionais como o São João, o Natal Mágico, o Aniversário da Cidade, além de festivais e projetos como o Graffgesso, Capoeira para Todos e Família na Praça.

Com vigência até 31 de dezembro de 2025, o credenciamento segue as diretrizes da nova Lei de Licitações (Lei nº 14.133/2021), permitindo a contratação de atrações locais de forma transparente e organizada, respeitando o princípio do rodízio. Os interessados devem entregar a documentação presencialmente, na sede da Prefeitura, localizada na Rua Coelho Rodrigues, 174 – Centro, no horário das 8h às 14h. Todo o edital está disponível no site oficial da Prefeitura: www.araripina.pe.gov.br.

Durante o período da Semana Santa e Tiradentes, entre os dias 17 e 22 de abril, o fluxo nas rodovias Rota dos Coqueiros e Rota do Atlântico, administradas pela Monte Rodovias, devem receber cera de 152 mil veículos rumo ao litoral sul. A expectativa é de que o tráfego apresente variações ao longo dos dias, com momentos de maior movimentação nos trechos que conectam a Região Metropolitana do Recife, ao interior e às praias.

Os dias de maior fluxo devem ser quinta-feira (17) e sexta-feira (18), quando muitos motoristas seguem viagem para aproveitar o feriado prolongado. Já o retorno deve provocar nova concentração de veículos a partir da segunda-feira (21), marcando o fim do recesso.

Para garantir mais agilidade e segurança nas viagens, a recomendação é utilizar as pistas automáticas nas praças de pedágio. O uso de TAGs evita paradas e contribui para a fluidez do tráfego, especialmente nos períodos de maior movimento. Durante o feriado, os motoristas também poderão aproveitar uma ação especial para ativar TAGs com isenção de mensalidade por 12 meses – promoção válida até a Páscoa de 2026.

Durante todo o período, as rodovias contarão com operação especial. As equipes das concessionárias atuarão em regime reforçado, com monitoramento constante ao longo das vias e suporte do Centro de Controle Operacional (CCO). Além disso, papas-filas estarão em ação nas praças de pedágio para garantir maior fluidez ao tráfego.

Rota do Atlântico

Para quem escolheu curtir os feriados nas praias do Litoral Sul, como Porto de Galinhas e Muro Alto, a expectativa é de alta movimentação na Rota do Atlântico. A partir da quinta-feira (17), o fluxo deve se intensificar entre 6h e 20h, com aumento progressivo durante a tarde – especialmente a partir das 13h, se mantendo elevado até o início da noite.

Na sexta-feira da Paixão (18), a previsão é de tráfego mais intenso nos períodos das 8h às 12h e entre 16h e 18h. Já no Sábado de Aleluia e no domingo de Páscoa, a circulação deve se manter elevada entre 10h e 19h.

Na segunda-feira (21), o retorno de grande parte dos usuários deve gerar tráfego intenso ao longo de todo o dia, com pico estimado entre 14h e 18h, período em que mais de 19 mil veículos devem circular pela rodovia. A movimentação segue significativa na terça-feira (22), principalmente entre 6h e 17h.

Para uma viagem mais tranquila, a recomendação é que os motoristas planejem seus horários de deslocamento, buscando evitar os períodos de maior concentração de veículos.

Rota dos Coqueiros

O fluxo de veículos na Rota dos Coqueiros, que liga o Recife às praias do Cabo de Santo Agostinho, deve começar a se intensificar já na quinta-feira (17), com maior movimento esperado entre 6h e 17h. Na sexta-feira da Paixão (18), a previsão é de um aumento de aproximadamente 11% no tráfego ao longo do dia, em comparação com dias normais.

Para o Sábado de Aleluia, Domingo de Páscoa e segunda-feira (21), a expectativa é de que o trânsito flua normalmente, sem grandes retenções. Já na terça-feira (22), com o encerramento do período prolongado de folga, está previsto um expressivo volume de veículos entre 5h e 19h, marcando o retorno dos motoristas após os feriados.

Daqui a pouco, a partir das 18h, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), concede entrevista exclusiva ao meu podcast em parceria com a Folha de Pernambuco, o ‘Direto de Brasília’. Silvio é o terceiro convidado do programa, que teve na sua estreia o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), e depois recebeu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Esta semana, antecipamos a exibição do programa em um dia, por causa do feriado da Semana Santa.

O ‘Direto de Brasília’ vai ao ar das 18 às 19 horas, com transmissão pelo YouTube da Folha de Pernambuco, do meu Blog e pela Rede Nordeste de Rádio, formada por 48 emissoras em Pernambuco, Alagoas e Bahia, tendo como cabeça de rede a Rádio Folha 96,7 FM. A transmissão também será realizada no Instagram e no Facebook do meu Blog.

Entram como parceiros na transmissão a Gazeta News, do Grupo Collor, em Alagoas, a Rede Mais Rádios, com 25 emissoras, na Paraíba, e a Mais-TV, do mesmo grupo, sob o comando do jornalista Heron Cid. Ainda a Rede ANC, do Ceará, formada por mais de 50 emissoras naquele Estado. Os nossos parceiros neste projeto são a Faculdade Vale do Pajeú, a Autoviação Progresso, o Grupo Antonio Ferreira Souza e a Água Santa Joana.

Um carro com funcionários da Secretaria de Saúde de Afogados da Ingazeira foi assaltado, na madrugada de hoje, nas proximidades do distrito de Albuquerque Né. Eles seguiam para o Recife quando quatro criminosos abordaram o veículo e roubaram celulares, dinheiro e mais de R$ 1.200,00 em outros pertences de valor.

Após o crime, os assaltantes abandonaram as vítimas no meio da rodovia. Eles conseguiram uma carona com um caminhoneiro até o município de Iguaracy. Na manhã de hoje, eles prestaram depoimento na delegacia de Afogados da Ingazeira.

Blog do Luís Torres

Presidente do PP da Paraíba e líder da maioria no Congresso Nacional, o deputado federal Aguinaldo Ribeiro fala pouco, mas não deixa de dar muitos recados. Em entrevista à TV Arapuan, na noite de ontem, ele deu três grandes recados que deixam claríssimas suas posições nas articulações para composição da chapa governista para as eleições de 2026.

O primeiro deles foi cravar que o vice-governador Lucas Ribeiro (PP), seu sobrinho, será o “candidato natural” à reeleição caso o governador João Azevedo (PSB) deixe o governo para disputar uma vaga de senador da República. Afastando com essa fala qualquer especulação de que Lucas poderá ser apenas um “governador tampão” para apoiar a eleição de um outro nome, inclusive o do próprio Aguinaldo, como se especula.

“Esse é o caminho natural. Lucas candidato à reeleição”, declarou, associando a circunstância ao apoio à candidatura à reeleição de João em 2022 e a do prefeito Cícero Lucena em 2024.

Aguinaldo ainda acrescentou na entrevista que Lucas não será “tutelado” por ninguém. “Nem por mim nem pela própria mãe dele, a senadora Daniella”, disse, destacando que o vice-governador tem avançado na experiência como gestor, recebendo a confiança do governador João Azevedo.

Esse recado de Aguinaldo acabou desaguando em outro. A deque o prefeito Cícero Lucena (PP), que está empolgadíssimo em sua pretensão de disputar o governo, só será candidato se João Azevedo ficar no governo. Porque se sair, como registrou, a vez é de Lucas.

Questionando, Aguinaldo foi além neste recado. Se João ficar e Cícero for escolhido como o candidato que seja pelo PP e não pelo PSB. “Creio que se isso acontecer será pelo PP porque o PSB já estaria ganhando a prefeitura de João Pessoa com a posse de Léo Bezerra”, completou.

Para fechar a entrevista, Aguinaldo Ribeiro deu seu recado mais velado. Mas deu. Deixou no ar a expectativa, para não dizer cobrança, de que o governador João Azevedo possa acelerar seu processo de decisão sobre sua posição em 2026 a fim de que os espaços possam ser ocupados pelos demais pretendentes da chapa. “Em política, se você não fecha os espaços vem alguém e ocupa”, declarou.

Mesmo tomando cuidado para não cometer erro algum na fala, Aguinaldo disse tudo o que queria dizer. Se magoou alguém ou não, só o tempo dirá. A entrevista completa pode ser vista ou revista no canal da TV Arapuan no Youtube.

Por Flávio Chaves*

Ninguém ensina a levantar depois de um amor que partiu. Ensinaram a cair. A se jogar sem rede, a amar com os olhos fechados, a acreditar no “pra sempre” como se fosse cláusula contratual. Ensinaram a sonhar com domingos de preguiça a dois, cafés da manhã com riso, abraços que curam. Mas o depois? O depois é terra devastada. É escombro emocional. É ruído de silêncio dentro de casa. É ter que conviver com a ausência como se fosse inquilina.

Você acorda e não sabe o que fazer com os braços que perderam o destino. Com as mãos que antes sabiam o caminho do rosto amado, mas agora só tremem no ar, tentando alcançar o que não está mais. Não sabe onde guardar a voz, o cheiro, as promessas. O corpo ainda dorme virado pro lado de quem já não está. E a cama inteira parece um campo de batalha: de um lado, a lembrança; do outro, o que sobrou de você.

O mundo não para. E é aí que vem o gesto mais brutalmente corajoso: levantar.

Levantar com o peito afundado. Com a alma puxando a coberta pra não sair. Levantar mesmo sem acreditar que algo vai melhorar. Não por força. Por necessidade. Porque o relógio roda, a comida esfria, o trabalho chama, a vida exige presença mesmo quando tudo dentro de você está em greve. Levantar é tomar banho com o rosto encharcado de lágrimas e ninguém saber se é água do chuveiro ou do coração. É engolir o café com gosto de abandono. É sorrir no elevador com os olhos vermelhos da insônia. É responder “tudo bem” com a voz baixa e os dedos trêmulos.

Levantar é organizar a casa sem saber onde guardar a ausência. É abrir a geladeira e ver que o suco que ele gostava ainda está ali. É dobrar uma camiseta esquecida e não saber se guarda ou se cheira mais uma vez. É se obrigar a viver quando tudo dentro implora por um pouco mais de luto.

Mas aos poucos – aos lentos e tortos poucos – a gente reaprende.

Reaprende a respirar sem chorar. A sair sem olhar o celular esperando uma mensagem. A fazer compras sem pegar dois iogurtes por reflexo. A voltar pra casa e não sentir o coração despencar na porta. A cozinhar sem mesa posta pra dois. A dormir sem escutar a respiração do outro dividindo a noite.

E então, de repente, num dia qualquer, você se vê rindo. E essa risada não vem acompanhada de culpa. Nem de comparação. Ela vem limpa. Vem sua. Vem nova. E nesse riso, você percebe: não esqueceu, mas sobreviveu.

E isso já é muito.

Porque levantar depois de amar é o ato mais íntimo de resistência. É declarar ao mundo – e ao espelho – que mesmo ferido, você ainda é capaz de andar. Mesmo estilhaçado, ainda é inteiro o suficiente pra seguir. E continuar, meu amigo, é um milagre sem plateia. É um show pra ninguém. Mas é também o começo de tudo o que pode, um dia, voltar a ser amor – por você mesmo.

*Jornalista

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, ontem, que a “elite brasileira deveria ter vergonha” por não ter proporcionado o acesso dos mais pobres à educação. A declaração ocorreu evento de inauguração do novo campus da Universidade Federal Fluminense, em Campos dos Goytacazes.

“Eu acho que a elite brasileira deveria ter vergonha. Deveria se olhar no espelho e ter vergonha porque precisou um torneiro mecânico, sem diploma universitário, governar este País para ser o presidente que mais fez universidades, institutos federais”, disse. As informações são do portal Estadão.

Antes, Lula disse que a história do Brasil é de poucos investimentos na área da educação, já que a elite não valorizava os brasileiros como cidadãos iguais. “O Brasil só foi ter sua primeira universidade federal em 1920, 420 anos depois da descoberta, o Peru teve a primeira em 1554. Significa que a elite que ocupou este País a partir de Portugal só imaginava que a gente fosse indígena, negro, trabalhador e cortador de cana”, afirmou.

Segundo o presidente, pessoas da área financeira do Brasil apontam como elevados demais todos os gastos voltados à população mais carente. “Neste País, tudo que a gente tenta fazer para o povo, aparece alguém para dizer: ‘é muito gasto. Vai gastar demais’. Tem um pessoal na área financeira deste País que qualquer coisa que a gente fala (aponta): ‘vai gastar demais’. A minha pergunta que não quer calar é a seguinte: ‘quanto custa não fazer as coisas no tempo correto neste País?”, questionou.

No evento, estiveram presentes os ministros Camilo Santana (Educação), Márcio Macedo (Secretaria-Geral) e Renan Filho (Transportes). O prefeito de Campos, Wladimir Garotinho (PSD), filho do ex-governador Anthony Garotinho, foi vaiado. Lula pediu que os presentes respeitassem o prefeito, já que ele estava cumprindo seu papel institucional e que preferências políticas deveriam ser demonstradas nas urnas.

A cerimônia oficializou o repasse de R$ 74,4 milhões à universidade, além de novos anúncios para a educação no Estado do Rio de Janeiro. Uma delas foi o lançamento do edital da Rede Nacional de Cursinhos Populares (CPOP), iniciativa que vai oferecer apoio a cursinhos preparatórios pré-vestibulares.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) segue estável e deve fazer fisioterapia, de acordo com boletim médico, divulgado há pouco, pelo Hospital DF Star, em Brasília, onde Bolsonaro está internado desde o último sábado (12). Não há previsão de alta.

Em suas redes sociais, Bolsonaro postou um vídeo fazendo uma breve caminhada pelos corredores do hospital com a seguinte mensagem: “Sem desistir! Vamos adiante, Brasil!”. Confira!

Por Celso de Mello*

A data de 08 de janeiro de 2023 (“um dia que viverá eternamente em infâmia”, como enfatizou a eminente ministra Rosa Weber, então presidente do STF) representa, por efeito da invasão multitudinária e criminosa nela perpetrada contra os Poderes do Estado, o gesto indigno, desprezível e estigmatizante daqueles que, agindo como delinquentes vulneradores da ordem constitucional, não hesitaram em dessacralizar os símbolos majestosos da República e do Estado democrático de Direito.

Relembrar, sempre, a data de 08/01/2023, para repudiar o ultrajante vilipêndio cometido por mentes autoritárias contra o Estado de Direito – e para jamais esquecê-la –, há de constituir expressão de nosso permanente e incondicional respeito à Lei Fundamental do Brasil e de reafirmação de nossa crença na preservação do regime democrático, na estabilidade das instituições da República e na intangibilidade das liberdades essenciais do Povo de nosso País!

Naquele verdadeiro (e vergonhoso) “dies irae”, a escumalha radical, impulsionada por um inadmissível sentimento de fúria selvagem, invadiu, criminosamente, além das sedes do Congresso Nacional e da Presidência da República, o edifício do Supremo Tribunal Federal, neste provocando atos de vandalismo que SEQUER pouparam o busto de Ruy Barbosa, “Patrono dos Advogados Brasileiros”, contra quem tais delinquentes desferiram golpes que deixaram, em sua fronte, a marca de sua infame agressão!

O Supremo Tribunal Federal, sabiamente, decidiu NÃO restaurar a escultura de RUY, para marcar, para as presentes e futuras gerações – e eterna memória dos fatos (“ad perpetuam rei memoriam”) –, o dia em que a brutalidade vitimou a Justiça e ofendeu o grande patrono dos Advogados brasileiros!!!

Esses gestos de subversão explícita, típicos de uma horda de criminosos cujo primarismo permite reduzi-los ao mais grave nível de irracionalidade e de ausência total de civilidade, deixaram, para eterna e estigmatizante desonra de seus autores, um legado perverso que nos cumpre repudiar e combater: o legado inaceitável da destruição, da mentira, do ódio visceral ao regime democrático, da intolerância, do desapreço pela ideia de liberdade e do culto à barbárie!

A investida criminosa dessa turba insana contra o Supremo Tribunal Federal, ‘sentinela das liberdades’, no dizer de Aliomar Baleeiro, e contra Ruy Barbosa, ‘o construtor da República’, constitui a imagem mais expressiva (e negativa) do espírito destrutivo, pervertido e disruptivo da malta que invadiu (e dessacralizou), no dia 8 de janeiro de 2023, os símbolos augustos (e perenes) do Estado Democrático de Direito!

O grave momento histórico então vivido pelo Brasil revelou-nos que as instituições democráticas de nosso País e as liberdades fundamentais dos cidadãos, porque expostas a ataques dos hunos que as assediaram com o subalterno (e corrosivo) propósito de vulnerá-las, sofreram risco imenso em sua integridade!

Naquele momento delicado vivido pelo Brasil, avizinhou-se, perigosamente, a aproximação de tempos procelosos e nublados, impregnados, por seu efeito desestabilizador, de extrema gravidade e de sérias consequências para o regime democrático!

Tornava-se importante, por tal razão, que aqueles que respeitavam a institucionalidade e que prestavam fiel reverência à nossa Constituição reagissem – e reagissem sempre com apoio e sob o amparo da Lei Fundamental do Brasil — às sórdidas manobras golpistas, às sombrias conspirações autocráticas e às inaceitáveis tentações pretorianas de submeter o nosso País a um novo e ominoso período de supressão das liberdades constitucionais e de degradação e conspurcação do regime democrático!!

A resposta do povo brasileiro às graves (e ameaçadoras) manifestações então promovidas por lideranças golpistas, todas elas indignas da majestosa importância da Lei Fundamental de nosso País, mostrava-se necessária e imprescindível! E essa resposta veio com apoio na “rule of law”, repelindo as tentações autoritárias e as práticas abusivas que degradavam, deformavam e deslegitimavam o sentido democrático das instituições e a sacralidade da própria Constituição!

Superado aquele grave momento em que uma turba insana buscava solapar os alicerces da República e do Estado democrático de Direito, tornava-se imprescindível que a cidadania se pronunciasse, de forma vigorosa e inequívoca, como posteriormente o fez na “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros”, em defesa da intangibilidade do regime democrático e de todos os consectários que lhe são inerentes, repelindo os graves sucessos ocorridos em 08 de janeiro de 2023 e repudiando o comportamento intolerante e audacioso daqueles que insistiram em ignorar o sentido essencial dos valores democráticos e a importância fundamental das instituições da República!

São os períodos de crise que revelam a alma e o caráter das pessoas, como destacava Thomas Paine, no século 18, em seus “The Crisis Papers”!

Foi aquele – como ainda continua a sê-lo – um momento que nos permitiu revelar nosso real compromisso com os valores da República e com os signos legitimadores do Estado democrático de Direito, demonstrando, no que concerne ao Supremo Tribunal Federal, que os seus Juízes, impregnados de autêntico “sentimento constitucional”, agem, como sempre agirão, de modo impessoal, com integridade moral e com inteira autonomia intelectual, fazendo preservar, em momentos nos quais há grave periclitação da estabilidade institucional e de séria lesão à ordem democrática, a supremacia da Constituição e a autoridade das leis do Estado!

Afinal, como assinalava Cícero, já no século 1 a.C., “Somos servos da lei, para que possamos ser livres” (“Servi legum sumus, ut liberi esse possimus”)!!!

Torna-se vital reconhecer que o regime democrático, analisado na perspectiva das delicadas relações entre o Poder e o Direito, não terá condições de subsistir, quando as instituições políticas do Estado falharem em seu dever de respeitar a Constituição e as leis da República, pois, sob esse sistema de governo, não poderá jamais prevalecer a vontade de uma só pessoa, de um só estamento ou de um só grupo!

O sentimento de respeito à Constituição da República, por ser mais intenso, haverá de sobrepujar e neutralizar quaisquer impulsos emanados de mentes autocráticas que se aventurem, criminosamente, lançando-se em ensaios que visem a fragilizar, a desvalorizar e a transgredir a ordem constitucional!

Há que se ter sempre presente a grave advertência do saudoso e eminente ministro Aliomar Baleeiro, do Supremo Tribunal Federal, em manifestação que recordava ao nosso País que, enquanto houver cidadãos dispostos a submeter-se e a curvar-se ao arbítrio e à prepotência do poder, sempre haverá vocação de ditadores.

Daí a significativa e vital importância do Poder Judiciário, cujos magistrados saberão agir com independência e liberdade decisória, dispensando tutela efetiva aos direitos básicos da cidadania e preservando a integridade da ordem constitucional!

Cabe sempre advertir, de outro lado, que o poder militar está sujeito, historicamente, nas democracias constitucionais, ao poder civil, cabendo-lhe, unicamente, as estritas funções institucionais que lhe foram atribuídas pela Constituição!

O poder castrense, que NÃO dispõe de atribuição moderadora nem de função arbitral que lhe permita resolver – como se fosse uma anômala (e estranha) instância de superposição – eventuais conflitos entre as instituições civis do Estado, há de submeter-se, por inteiro e incondicionalmente, à autoridade suprema da Constituição, sob pena de a República democrática – sob cuja égide vivemos – dissolver-se, esmagada pelo peso e deslegitimada pelo estigma de uma estratocracia desestabilizadora da ordem democrática e opressora das liberdades e franquias individuais!

A necessidade do controle civil sobre as Forças Armadas – advertem os estudiosos da matéria (como Eliézer Rizzo de Oliveira, “Democracia e Defesa Nacional: A criação do Ministério de Defesa na Presidência de FHC”, São Paulo, 2005, pág. 84) – busca definir parâmetros e implementar os seguintes objetivos:

“a) O comando inquestionável das Forças Armadas pelo Chefe do Poder Executivo;

b) Garantir a imparcialidade política das Forças Armadas;

c) Estabelecer uma estrutura de ordenamento legal das Forças Armadas que as submeta [aos princípios essenciais do] Estado democrático;

d) Qualquer decisão quanto ao emprego do poder militar deve ter origem exclusiva nas decisões políticas [das autoridades civis]; e

e) Reafirmar o caráter nacional das Forças Armadas.”

Em um contexto de grave crise que afetava e comprometia, de um lado, os próprios fundamentos ético-jurídicos que dão sustentação ao exercício legítimo do poder político e que expunha, de outro, o comportamento anômalo de protagonistas relevantes situados nos diversos escalões do aparelho de Estado, tornava-se perceptível a justa, intensa e profunda indignação e inquietação da sociedade civil perante aquele quadro deplorável de periclitação da ordem democrática e de perversão da ética do poder e do direito!

Em situações tão graves assim, costumam insinuar-se pronunciamentos ou registrar-se movimentos que parecem prenunciar a retomada, de todo inadmissível, de práticas estranhas (e lesivas) à ortodoxia constitucional, típicas de um pretorianismo que cumpre repelir, qualquer que seja a modalidade que assuma: pretorianismo oligárquico, pretorianismo radical ou pretorianismo de massa (SAMUEL P. HUNTINGTON, “Pretorianismo e Decadência Política”, 1969, Yale University Press).

A nossa própria experiência histórica revela-nos – e também nos adverte – que insurgências de natureza pretoriana, à semelhança da ideia metafórica do ovo da serpente (República de Weimar), descaracterizam a legitimidade do poder civil e fragilizam as instituições!

Impunha-se repelir, por isso mesmo, qualquer manifestação de um pretorianismo oligárquico que buscasse sufocar e dominar, com grave lesão à ordem democrática, as instituições da República!

Já se distanciam no tempo histórico os dias sombrios que recaíram sobre o processo democrático em nosso País (1964–1985), em momento declinante das liberdades fundamentais, quando a vontade hegemônica dos curadores militares do regime político então instaurado sufocou, de modo irresistível, o exercício do poder civil.

É preciso ressaltar que a experiência concreta a que se submeteu o Brasil no período de vigência do regime de exceção (1964/1985) constitui, para esta e para as próximas gerações, marcante advertência que não pode ser ignorada: as intervenções pretorianas no domínio político-institucional têm representado momentos de grave inflexão no processo de desenvolvimento e de consolidação das liberdades fundamentais.

Intervenções castrenses, quando efetivadas e tornadas vitoriosas, tendem, na lógica do regime supressor das liberdades que se lhes segue, a diminuir (quando não a eliminar) o espaço institucional reservado ao dissenso, limitando, desse modo, com danos irreversíveis ao sistema democrático, a possibilidade de livre expansão da atividade política e do exercício pleno da cidadania.

Tudo isso é inaceitável porque o respeito indeclinável à Constituição e às leis da República representa, no regime democrático, limite inultrapassável a que se devem submeter os agentes do Estado e as próprias Forças Armadas!

Faça-se também saber, aos que costumam invocar, com certa habitualidade, o valor nobre e elevado do patriotismo, o juízo de reprovação formulado pelo doutor Samuel Johnson (nome expressivo da literatura britânica do século 18), em frase ácida que dirigiu, em veemente tom crítico, a William Pitt, o Velho (“The Elder”), 1º Conde (1st Earl ) de Chatham e Primeiro-Ministro do Reino Unido (“The Patriot Minister”) , em razão do que ele, Johnson, entendia constituir uso abusivo, por esse político britânico, da palavra “patriotismo”!

Por tal razão, vale relembrar, conforme registra James Boswell, biógrafo escocês do doutor Samuel Johnson, a frase célebre por este proferida em 07 de abril de 1775:

“Patriotism is the Last Refuge of a Scoundrel (“O Patriotismo é o último refúgio de um Canalha”).

Não quero nem pretendo atribuir aos que se dizem patriotas, generalizando-o, aquele juízo de desvalor formulado por Samuel Johnson. A menção que fiz busca apenas relembrar que, no curso dos eventos históricos, podem surgir episódios de utilização abusiva da expressão pertinente a quem se atribui, monopolísticamente, com exclusão daqueles que seguem orientação política diversa, a condição privativa de patriota.

A observação que venho de fazer torna pertinente invocar, no sentido por mim exposto, a célebre definição de “Pátria” formulada por Ruy Barbosa em discurso proferido no Colégio Anchieta, em 1903:

“A pátria não é ninguém; são todos; e cada qual tem no seio dela o mesmo direito à ideia, à palavra, à associação. A pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo; é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade.”

Não podemos nem devemos jamais esquecer que, em 08 de janeiro de 2023, os símbolos da República e do regime democrático foram gravemente profanados por delinquentes movidos por um sentimento desprezível e irracional de ódio e de intolerância e que não hesitaram em dessacralizar, com atos criminosos e atentatórios à integridade do Estado de Direito, o sentido mais elevado da supremacia da Constituição e das leis que regem uma sociedade civilizada!

O que pode explicar o comportamento de pessoas retrógradas e despreparadas que se valem da violência política para impor, de modo ilegítimo e autoritário, a sua distorcida concepção de mundo?

Esses agentes do obscurantismo, que se notabilizaram por seu perfil intolerante e visão hostil às instituições democráticas, beneficiaram-se, paradoxalmente, da tolerância, que constitui um dos signos configuradores do próprio regime democrático!

Torna-se importante não desconhecer, neste ponto, a conhecida advertência de Karl Popper quando, ao examinar o tema da sociedade aberta (e democrática) em face de seus inimigos, responde à seguinte indagação: até que ponto a democracia, para autopreservar-se, deve tolerar os intolerantes?

Para Popper, “A tolerância ilimitada leva ao desaparecimento da própria tolerância. Se estendermos a tolerância ilimitada mesmo aos intolerantes, e se não estivermos preparados para defender a sociedade tolerante do assalto da intolerância, então, os tolerantes serão destruídos e a tolerância com eles. (…)!

É inquestionável que uma sociedade fundada em bases democráticas deve ser essencialmente tolerante e, por isso mesmo, cabe-lhe estimular o respeito harmonioso na formulação do dissenso, em respeito aos que divergem de nosso pensamento, de nossas opiniões e de nossas ideias!

Mas não deve nem pode viabilizar a “tolerância ilimitada”, pois esta, se admitida, levará à supressão da própria tolerância, à eliminação dos tolerantes e à aniquilação da própria ideia e sentido de democracia!!!

Neste momento de nosso processo político, revela-se essencial que a cidadania comprometida com o respeito à institucionalidade empenhe-se na defesa incondicional das instituições democráticas de nosso País e na proteção das liberdades fundamentais, para que não voltem a expor-se, como sucedeu em passado recente, a ataques covardes e criminosos dos hunos que as assediaram com o subalterno (e corrosivo) propósito de vulnerá-las e de vilipendiá-las em sua integridade!

Torna-se importante, por tal razão, que aqueles que respeitam a institucionalidade e que prestam fiel reverência à nossa Constituição reajam – e reajam sempre com apoio e sob o amparo da Lei Fundamental do Brasil – às sórdidas manobras golpistas, às sombrias conspirações autocráticas e às inaceitáveis tentações subversivas de submeter o nosso País a um novo e ominoso período de supressão das liberdades constitucionais e de degradação e conspurcação do regime democrático!

Necessário, pois, reagir, com vigor e determinação, sempre sob o império da lei, à ação criminosa de mentes autoritárias e de pessoas infensas ao primado da ideia democrática, que agem movidas por inaceitáveis tentações autoritárias e por práticas abusivas e sediciosas que degradam, deformam e deslegitimam o sentido democrático das instituições e a sacralidade da própria Constituição!

Eis porque a “tolerância ilimitada” (Popper), longe de refletir a essência mesma do espírito democrático, culmina, paradoxalmente, por viabilizar a construção de estruturas autoritárias destinadas, no contexto de um projeto sórdido de poder, ao controle institucional do Estado e ao domínio político da sociedade civil, ensejando frontal transgressão aos postulados éticos e jurídicos que informam e sustentam as bases de uma sociedade livre, aberta, solidária, fraterna e civilizada!

Em uma palavra: são esses os verdadeiros delinquentes da República e marginais da ordem institucional, pessoas desprezíveis sobre quem deve recair, com todo o rigor, a força da lei, respeitando-se, no entanto, quanto a eles, sempre, o postulado inafastável do devido processo legal.

As cenas de selvageria e degradação praticadas por golpistas e radicais imbuídos da vontade (criminosa) e determinação (ilícita) de assaltar as instituições democráticas e de usurpar o poder revelam que os novos bárbaros chegaram, em 08 de janeiro de 2023, à Capital da República, com o objetivo subalterno (e subversivo) de destruir a ordem institucional, de renegar o primado dos mais elevados padrões civilizatórios e de fazer instaurar, contra a vontade majoritária do povo, mediante ações destituídas de qualquer coeficiente de legitimidade, um regime marginal de intolerância, de poder absoluto, de ódio, de violência política e de supressão das liberdades fundamentais!

As instituições democráticas não conseguirão subsistir em um ambiente político e social convulsionado onde a “tranquilitas ordinis” (a que se referia Santo Agostinho) é rompida, a institucionalidade, desrespeitada, as franquias individuais, vilipendiadas, e a autonomia dos poderes do Estado, transgredida!

Sem um Parlamento independente, sem um Poder Judiciário protegido contra indevidas intrusões de outros poderes e sem um Governo capaz de agir, no plano executivo, sem injunções marginais de outros estamentos, instituições e corporações, respeitada, sempre, como expressão própria (e superior) do regime democrático, a primazia do poder civil sobre o poder castrense, não prevalecerá, jamais, uma cidadania livre nem subsistirá, íntegra, a ordem fundada no Estado democrático de Direito.

Esse é o dilema ético e político – civilização ou barbárie – que o assalto brutal, criminoso e inconstitucional aos Poderes da República (Const. Federal, art. 5º., inciso XLIV), verdadeiro “crime contra a nacionalidade”, gerou no espírito dos cidadãos conscientes e responsáveis, comprometidos com a intangibilidade do princípio democrático e com o respeito incondicional à autoridade suprema da Constituição e das leis da República.

Os fatos de 08 de janeiro de 2023, verdadeiro “dies irae”, tornaram necessário proceder-se à escolha consciente e responsável entre civilização e barbárie, entre Eros e Thanatos, entre liberdade e submissão, entre o respeito à ordem jurídica e às instituições democráticas, de um lado, e a desordem generalizada, o caos, a anarquia, a intolerância, o fundamentalismo, o ódio, a violência política e o desapreço total pela democracia constitucional, de outro, provocados pelos novos bárbaros (que transpuseram, então, em gesto atrevido e criminoso, os umbrais da Cidade, conspurcando, com seu gesto indigno, o domínio civilizado do império do Direito e da “rule of law”).

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BUSCA-SE, agora, ANISTIAR as lideranças golpistas (civis e militares) e todos aqueles que, direta ou indiretamente, concorreram para a prática criminosa da tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, em concurso material com outros 4 (quatro) delitos: tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado!

Entendo que tal pretensão encontra obstáculo na própria ordem constitucional.

Conceder anistia a quem perverte a democracia e subverte o Estado de Direito traduz ato que afronta e dessacraliza, uma vez mais, a soberana autoridade da Constituição da República!

O Congresso Nacional NÃO pode exercer seu poder de legislar, em matéria de anistia , (1) naquelas hipóteses pré-excluídas pela Constituição do âmbito normativo desse ato de clemência soberana do Estado (tortura, racismo, tráfico de drogas, terrorismo, crimes hediondos e delitos a estes equiparados, CF, art. 5º., n. 43), (2) nos casos em que o Legislativo incidir em desvio de finalidade, distorcendo ou subvertendo a finalidade dessa modalidade do poder de graça, como ocorreria se a concessão de anistia objetivasse atribuir ao Parlamento a condição anômala (e inadmissível) de órgão revisor das decisões judiciais (as do STF, na espécie), como revela a intenção motivadora do projeto de lei (e de seu substitutivo) ora em curso na Câmara dos Deputados, (3) em situação que caracterize ofensa ao princípio da separação de poderes (vício em que também incide a proposição legislativa acima mencionada) e (4) se a medida tiver por finalidade beneficiar qualquer pessoa que haja ofendido ou desrespeitado os cânones inerentes à democracia constitucional.

O Supremo Tribunal Federal, em importante precedente sobre os limites do poder de graça (que NÃO tem caráter absoluto), firmou orientação no sentido (1) de que atos concessivos do benefício da graça são plenamente suscetíveis de controle jurisdicional, circunstância que legitima, plenamente, a atividade fiscalizadora do STF, a quem incumbe, por expressa delegação da Assembleia Constituinte, o “monopólio da última palavra” em matéria constitucional, (2) de que o órgão competente para agraciar não pode transgredir o postulado da separação de poderes, que traduz dogma protegido por cláusula pétrea explícita, (3) de que esse mesmo órgão (o Congresso Nacional, no caso) não pode exercer tal prerrogativa institucional com desvio de finalidade e (4) de que a concessão da graça, como a anistia, não pode beneficiar quem houver atentado contra o Estado Democrático de Direito, regime político amparado por cláusula pétrea implícita (ADPFs ns. 964/DF, 965/DF, 966/DF e 967/DF, Rel. Ministra Rosa Weber).

No caso do projeto de lei concessivo da anistia, ora em tramitação na Câmara dos Deputados, tal proposição legislativa incide, juntamente com seu substitutivo, em algumas transgressões à Constituição, especialmente (1) porque visa beneficiar quem atentou contra o Estado Democrático de Direito e (2) porque, ao incidir em desvio de finalidade, busca converter o Congresso Nacional em anômalo órgão revisional (ou instância de superposição) em face das decisões do Supremo Tribunal Federal, assim transgredindo o princípio da separação de poderes.

Note-se, portanto, que a proposição legislativa em tela ofende postulados constitucionais protegidos por cláusulas pétreas, tanto de natureza explícita quanto de caráter implícito!

CONCLUINDO: Profanadores da República e conspiradores da democracia constitucional, como todos aqueles que se envolveram no planejamento, no financiamento e na execução dos atos criminosos a que se referem o projeto de lei e o seu substitutivo, apoiados por lideranças políticas que buscam conceder-lhes anistia, não são dignos nem passíveis de merecer esse benefício da clemência soberana do Estado, porque a tanto se opõe a autoridade suprema da própria Constituição!

*Ministro aposentado e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, biênio 1997–1999.