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Por Geraldo Eugenio*
Falar em cactos é fazer lembrar as regiões áridas e semiáridas do mundo. Os de maior idade lembram dos filmes de cowboy rodados no sul dos Estados Unidos, quando índios, bandidos e mocinhos andavam nas áreas secas da Califórnia, Novo México, Arizona e Texas em paisagens povoadas de plantas plenas de espinhos.
Aqueles que acompanharam as peripécias de Pica-Pau também ao verem o famoso cavalo Pé-de-Pano, com seu dono desprovido de qualquer traço de caráter, cavalgar por trilhas plenas de plantas de cactos assemelhados ao mandacaru e xique-xique.
Leia maisEntre nós, idem, os cactos simbolizam um nordeste pobre, dependente de chuvas, propenso às secas. Dentre as plantas da família Cactácea, dois gêneros se destacam por seu uso econômico. O primeiro é o Opuntia, no qual está classificada a palma conhecida como Orelha de elefante mexicana. Esta espécie faz parte da história dos povos pré-Aztecas, Maias e Incas. Para o México a palma é tão importante que em sua bandeira está a águia devorando uma serpente sobre um pé de palma do gênero Opuntia. Neste país o uso principal da palma, conhecida como Nopal é na alimentação humana. Seja como salada, frita, processada, o fato é que são milhares de hectares cultivados como alimento humano.
Uma segunda espécie, do gênero Nopalea, o que demonstra claramente de onde vem, também conhecida como palma miúda ou doce, tem seu cultivo diretamente ligado à produção animal no Agreste de Pernambuco, de Alagoas e da Paraíba, sendo um dos principais suportes forrageiros para a pecuária de leite.
O interessante é que dois titãs da indústria nordestina, os empresários Arthur Lundgren e Delmiro Gouveia, ambos notabilizados como pioneiros na indústria têxtil, em seus passatempos como pecuaristas vislumbraram na palma forrageira uma opção estratégica para o semiárido e nos anos vinte do século passado, isto é, há cem anos, em iniciativas distintas promoveram importações de palma forrageira da Califórnia visando o cultivo como forrageira. Não há registro de que as coleções foram aproveitadas de forma sistemática, mas não deixa de ser algo louvável a visão desses dois homens.
Não é clara a conexão com Arthur Lundgren e Delmiro, mas o fato é que desde os anos 30 do século passado campanhas de promoção de cultivo da palma forrageira foram adotadas pelo governo de Pernambuco. Neste primeiro momento, a palma era considerada como espécie para salvação do rebanho nas épocas de secas intensas e, portanto, deveria ser cultivada nas áreas menos férteis e mais pedregosas das propriedades, o que a tornava algo próximo do extrativismo. O interessante é que, apesar da relativa pouca importância, o Instituto Agronômico de Pernambuco foi pioneiro em organizar uma agenda de pesquisa e desenvolvimento tecnológico com a palma, constando em seus acervos trabalhos publicados de forma contínua desde 1957.
Um fato considerado marcante na história do cultivo da palma forrageira se deu em 1995, quando o deputado federal por Pernambuco, Ricardo Fiúza, voltando de uma viagem ao México procurou o governador Miguel Arraes de Alencar para expressar seu entusiasmo com o cultivo adensado da palma forrageira e instigando o governador Arraes a solicitar do IPA que começasse a adotar o adensamento da cultura em seus experimentos, inclusive informando que ele havia tomado a decisão de utilizar deste método em sua fazenda no município de Custódia. O governador, um pouco cético sobre o relato de Fiúza, pediu ao IPA para que colocasse em campo alguns experimentos com este tal de adensamento, deixando claro que, se metade do que o deputado Fiúza lhe passou fosse verdade, havia uma revolução em curso para a pecuária nordestina. Não sem pouco questionamento, já quem seria Fiúza para sugerir uma agenda de pesquisa para um grupo que trabalhava com o cultivo da palma há décadas, aceitaram conduzir uma série de experimentos nas estações experimentais de Caruaru, Arcoverde, São Bento do Una, Sertânia e Serra Talhada. O fato é que o sucesso foi tal que mudou radicalmente a forma de cultivo da palma no Nordeste.
A natureza é sábia. Enquanto o monocultivo certamente traria ganhos de produtividade, os insetos que para a palma seriam pragas festejaram o banquete que lhes haviam preparado. Um deles, a cochonilha do carmim, um inseto sugador com uma carapaça branca aveludada, mundialmente conhecido pela produção do corante carmim, usado na coloração de tecidos aproveitou-se e, contando com a ganância de produtores que achavam que na produção do carmim estaria a salvação da lavoura, multiplicou-se nos plantios de forma tão assustadora que em questão de dois anos havia dizimado quase toda a palma gigante cultivada na Paraíba e Pernambuco.
A sucumbência da palma do gênero Opuntia promoveu uma corrida louca por se identificar uma forma de combate a praga. Testou-se de tudo quanto era possível em termos de inseticidas, óleos minerais, detergentes, mas todos os métodos se apresentavam pouco eficazes e de difícil adoção. Foi aí que uma equipe do IPA liderada pelo pesquisador Djalma Cordeiro dos Santos soube que em uma propriedade no estado da Bahia um produtor contava com uma palma que não era atacada pela cochonilha do carmim. Palma esta que foi denominada Orelha de elefante mexicana. Provavelmente fruto das introduções primeiras ou do trabalho de pesquisadores da Embrapa Semiárido que nos oitenta haviam fornecido uma coleção de genótipos de palma com aproximadamente vinte acessos, dentre esses um conhecido como Orelha de elefante mexicana.
Este genótipo que também pode ser identificado como um clone ou uma variedade rapidamente foi adotada e em pouco tempo os governos estaduais iniciavam uma ampla campanha de difusão desse material, retomando-se o cultivo da palma na devida intensidade. O fato é que logo após a descoberta de um tipo resistente à praga e a sua difusão entre os produtores, o Nordeste foi submetido a uma seca que durou entre 2012 e 2018. Considerando o histórico de secas, seria uma catástrofe, mas por incrível que pareça a presença da palma forrageira fez com que na maioria dos estados nordestinos não houvesse redução da produção leiteira e, em alguns, a exemplo do Ceará, até um acréscimo durante este período.
Este relato é base para o relato sobre uma visita realizada esta semana à Estação Experimental do IPA, em Araripina, onde dois experimentos estão sendo conduzidos para ver como se adapta os novos genótipos de palma forrageira em diferentes regiões do estado, provenientes do programa de melhoramento genético liderado pelo pesquisador Djalma Cordeiro dos Santos, do IPA de Arcoverde que tem contado com a estreita colaboração do Programa de Melhoramento Genético Vegetal da UFRPE-UAST, de Serra Talhada.
Pode parecer pedantismo, mas sem sombra de dúvida o programa ao qual me refiro é o mais importante projeto de pesquisa para o semiárido dependente de chuvas no país. Ele demonstra maturidade, qualidade, visão estratégica, sendo a ponte entre o passado e o futuro da pecuária regional.
*Professor titular da UFRPE-UAST em Serra Talhada
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O primeiro trem de carga comercial da Ferrovia Transnordestina chegará a Iguatu, hoje, trazendo da cidade de Simplício Mendes, no Piauí, um carregamento de milho exclusivo para a empresa Tijuca Alimentos, uma das maiores empresas avícolas do Ceará. Após chegar a Iguatu, o milho será transportado, em caminhões, para as fábricas de rações da Tijuca localizadas na Região Metropolitana de Fortaleza.
Essa viagem inaugural tem significativa importância para a Transnordestina Logística, empresa que constrói a estrada de ferro que, quando estiver concluída, ligará os campos de produção agrícola, industrial, agroindustrial e mineral do Piauí, Bahia, Pernambuco e Ceará ao Porto do Pecém.
Leia maisO trecho Simplício Mendes-Iguatu está pronto há alguns meses, mas só agora está autorizado a funcionar graças à licença ambiental de operação emitida pelo Ibama.
Em Iguatu há grande expectativa que a movimentação da Transnordestina traga também um crescimento econômico para o município. Iguatu terá o primeiro porto seco em operação do Ceará e muitas empresas já estão de olho no município.
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O município de Arcoverde, no Sertão do Moxotó, promove, hoje, a partir das 19h, o 1º Festival Arcoverdense de Seresta e Serenata (FASS). A programação tem início na Câmara de Vereadores e inclui uma serenata itinerante pelas ruas da cidade, com paradas em três estações, seguindo até o Coreto, onde ocorrerá o encerramento com apresentações musicais.
O festival contará com show de Lila, conhecida como Rainha da Seresta, além do grupo Sertão Seresteiro e artistas locais. A iniciativa presta homenagem a Jair Pacheco Freire e é realizada pela Câmara Municipal de Arcoverde, em parceria com a Prefeitura, por meio da Secretaria de Turismo, Esportes e Eventos.
Leia maisAlém do principal homenageado Jairo Pacheco, outras seis personalidades da cultura musical local também serão lembradas: Beto da Oara, Dão Novaes, Hugo Araújo, Lima Ferreira, Jarbas Freire e Luiz Lopes. Artistas e músicos tradicionais da cidade também farão parte das apresentações, reforçando o caráter afetivo e comunitário do evento.
Com a realização do FASS, Arcoverde reafirma seu compromisso com a valorização das tradições locais e com a construção de políticas culturais que aproximam a população de sua própria identidade. O evento celebra a união entre o Legislativo e o Executivo, dois pilares fundamentais para promover iniciativas que fortalecem a história, a cultura e o sentimento de pertencimento da cidade.
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O deputado federal Pedro Campos (PSB) teceu duras críticas à privatização da Compesa, anunciada ontem, pela governadora Raquel Lyra (PSD). De acordo com um vídeo postado em sua página no Instagram, o parlamentar afirma que pode acontecer com Pernambuco o mesmo que está acontecendo no Rio de Janeiro, após a privatização do serviço de esgoto, uma cobrança absurda para um serviço ruim.
A Polícia Federal (PF) apreendeu cerca de R$ 400 mil em espécie no flat do deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), em Brasília, segundo informações obtidas pela TV Globo. Segundo investigadores, o dinheiro estaria dentro de um saco preto, em um armário no flat do deputado, na capital federal.
Sóstenes foi alvo de mandados de busca e apreensão no âmbito da operação Galho Fraco, que investiga suposto desvio de cotas parlamentares por meio de contratos falsos com uma locadora de veículos. A operação foi deflagrada nesta sexta-feira (19), autorizada pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A Polícia Federal (PF) deflagrou, hoje, a operação Galho Fraco, com objetivo de aprofundar as investigações sobre um esquema de desvio de recursos públicos vindos de cotas parlamentares. A TV Globo apurou que os deputados Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do partido na Câmara dos Deputados, e Carlos Jordy (PL-RJ) são alvos de mandados de busca e apreensão.
Segundo as investigações, os deputados são suspeitos de desviar verba pública para empresas de fachada, entre elas, uma locadora de veículos. De acordo com o blog da Camila Bomfim, a PF chegou aos parlamentares após análise do material colhido em operação que mirou assessores deles, em 2024. Mensagens de celular, depoimentos e quebras de sigilo levaram aos indícios contra os parlamentares.
Leia maisCota parlamentar é um valor mensal em dinheiro que deputados e senadores recebem do orçamento público para cobrir despesas ligadas diretamente ao exercício do mandato, como passagens aéreas, hospedagens, alimentação, manutenção de escritório e contratação de consultorias, por exemplo. É um recurso extra, além do salário.
O deputado Carlos Jordy publicou nas redes sociais que é vítima de “perseguição”, e que a empresa citada é usada por eles desde o início do mandato. De acordo com as investigações, agentes políticos, servidores comissionados e particulares teriam atuado de forma coordenada para o desvio dos valores do orçamento público e posterior ocultação de verba pública.
A ação desta sexta é um desdobramento da operação Rent a Car, deflagrada em dezembro do ano passado, e apura os crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Policiais federais cumprem sete mandados de busca e apreensão, expedidos pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), no Distrito Federal e no Rio de Janeiro.
Outro lado
O deputado Carlos Jordy (PL-RJ) publicou um vídeo nas redes sociais nesta manhã, confirmando ser alvo dos mandados da PF e alegando que é vítima de perseguição. Ele negou qualquer irregularidade com a empresa citada nas investigações.
Jordy alegou que, além de endereços ligados a ele, a PF também cumpriu mandados em endereços de familiares. “Eles dizem que chama muita a atenção o número de veículos dessa empresa, dizendo que as outras empresas tem mais de 20 veículos na sua frota, e que a empresa de veículos que usamos tem apenas cinco, por isso, seria uma empresa de fachada”, afirmou.
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No último ano do levantamento do Opinião para a disputa das duas vagas ao Senado em Pernambuco, a liderança permanece com o senador Humberto Costa (PT), com 27,4% das intenções de voto. Em segundo lugar, o deputado Eduardo da Fonte (PP), com 22,3%, seguido por Miguel Coelho (UB), com 17,6%.
Abaixo de Miguel, o ministro dos Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho (Republicanos), com 15,9%, seguido por Gilson Machado Neto (PL), com 12,1%. Por último, o senador Fernando Dueire (MDB), com apenas 3,8%. Brancos e nulos somam 45% e indecisos 55,9%. Esses números dizem respeito à soma do primeiro com o segundo votos.
Leia maisPara o primeiro voto, Humberto aparece com 18,4%, Eduardo vem em seguida com 12,4%, tecnicamente empatado com Miguel Coelho, que teve 10,5%. Gilson aparece na sequência com 7,5%, Silvio Costa Filho tem 6% e por fim Dueire com 0,9%. Para o segundo voto, Eduardo da Fonte aparece em primeiro com 9,9%, seguido por Silvio Filho, com o mesmo percentual, Humberto 9%, Miguel 7,1%, Gilson 4,6% e Dueire 2,6%.
No cenário em que é testado o ex-deputado Anderson Ferreira (PL) no lugar de Gilson Machado, o quadro permanece o mesmo: Humberto leva a dianteira, com 27%, seguido por Eduardo da Fonte (20,8%), mais uma vez empatado tecnicamente com Miguel Coelho (18,7%), Silvio Costa Filho (13,1%), Anderson Ferreira (9,8%) e Fernando Dueire (3,9%). Brancos e nulos somam 46,6%, e indecisos, 60,1%.

A pesquisa foi a campo entre os dias 12, 13, 14 e 15 últimos, sendo aplicados dois mil questionários em 80 municípios das mais diversas regiões do Estado. O intervalo de confiança estimado é de 95,5% e a margem de erro máxima estimada é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra.
As entrevistas foram feitas presencialmente. A modalidade adotada envolveu a técnica de Survey, que consiste na aplicação de questionários estruturados e padronizados a uma amostra representativa do universo de investigação.
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Como em outros estados, concessão da Compesa deve aumentar tarifa
A concessão de parte dos serviços da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), sacramentada, ontem, em São Paulo, tem levantado preocupações sobre um eventual aumento na tarifa de água e esgoto em Pernambuco. Embora a gestão da governadora Raquel Lyra (PSD) indique que não haverá reajuste imediato e que a Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe) ficará a cargo da fiscalização dos contratos, a experiência adotada em outros estados que já privatizaram serviços similares demonstra o caminho que os pernambucanos poderão ter pela frente.
No Amapá, após a concessão dos serviços de saneamento, a tarifa de água acumulou três aumentos expressivos em poucos anos. No Amazonas, o reajuste em vigor desde o início deste ano chegou a 12,32%, gerando críticas de usuários e ações judiciais. Já em municípios paulistas atendidos por concessionárias privadas, como Limeira, o realinhamento tarifário mais recente, de junho, chegou a 5,72%, também acima da inflação.
Leia maisMesmo em São Paulo, onde a privatização da Sabesp foi defendida sob o argumento de eficiência e moderação tarifária, há previsão de reajustes nos próximos ciclos, ainda que apresentados como reposição inflacionária. O histórico mostra que, independentemente do modelo, a entrada do setor privado costuma vir acompanhada de pressão por aumentos, seja para financiar investimentos, seja para manter o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos.
Em Pernambuco, onde a renda média da população é inferior à de estados do Sudeste, o impacto de reajustes pode ser ainda mais drástico. Desde 2023, quando a concessão da Compesa passou a ser aventada, deputados de oposição e sindicalistas alertaram para a desigualdade econômica e social inerente ao modelo pensado, que não garante qualidade do serviço e tarifas acessíveis em municípios considerados deficitários e menos atraentes para as futuras concessionárias.
RECEIO DE AUMENTO – O maior receio dos consumidores da Compesa, a partir da privatização consumada, ontem, que o Governo qualifica como concessão, diz respeito ao aumento das tarifas. Em todos os Estados que antecederam Pernambuco, houve reajuste absurdo de contas dos serviços de fornecimento de água. Servidores da estatal que se mobilizaram contra a concessão garantem que o Governo blefa ao afirmar que a conta de água no final não virá mais salgada.

Sem risco de reajuste – Em entrevista, ontem, ao Frente a Frente, o presidente do Conselho da Compesa, Alex Campos, ex-presidente da estatal, garantiu que está fora de possibilidade qualquer reajuste nas tarifas em razão da concessão dos serviços de distribuição de água com o leilão de ontem. “Pelo contrário, há um compromisso de redução de 5% nas tarifas sociais”, disse. Alex acompanhou todo o processo de concessão da Compesa e fez questão de estar presente ontem ao leilão em São Paulo.
Resultado do leilão – O leilão de concessão dos serviços de distribuição de água e coleta e tratamento de esgoto da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) vai render R$ 4,2 bilhões em valor de outorga. Dividido em dois blocos, o certame aconteceu, ontem, na Bolsa de Valores B3, em São Paulo. O primeiro bloco, denominado MRAE1, que compreende o Sertão, incluindo Petrolina, foi arrematado pelo fundo de investimentos Pátria, que ofereceu a outorga de R$ 720 milhões. Já o segundo bloco, que compreende a Região Metropolitana do Recife (RMR) e o Sertão do Pajeú, identificado como MRAE2, foi arrematado pelo Consórcio Pernambuco Saneamento, formado pelas empresas BRK Ambiental e Acciona. O grupo ofertou mais de 3,5 bilhões pela exploração dos serviços de saneamento. O valor mínimo exigido no edital do leilão era de R$ 2,2 bilhões.
Promessa de investir R$ 19 bilhões – Os grupos Consórcio Pernambuco Saneamento e a Pátria Investimentos, que apresentaram as propostas vencedoras, vão investir, juntos, R$ 19 bilhões na distribuição de água e na coleta e tratamento de esgoto, enquanto a Compesa continuará sendo responsável pela produção e tratamento de água. A governadora Raquel Lyra (PSD) participou do certame ao lado de secretários e aliados políticos. Ela lembrou as dificuldades de abastecimento de água enfrentadas pelo estado, citando a falta de água no Agreste e nas áreas de morro do Recife, que fizeram o estado figurar na posição de segundo pior racionamento de água do País.

Dupla cassação – O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) decidiu cassar, ontem, o mandato dos deputados Alexandre Ramagem (PL-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A decisão recebeu aval da maioria dos integrantes da Mesa Diretora – Elmar Nascimento (União Brasil-BA), Altineu Côrtes (PL-RJ) e Sergio Souza (MDB-PR)- não assinaram a medida. O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) perdeu o mandato por ultrapassar o limite permitido de faltas. Eduardo está nos EUA desde fevereiro. Já Ramagem teve o pedido de cassação determinado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) depois de ser condenado por tentativa de golpe.
CURTAS
VETO 1 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, ontem, que vetará o PL (Projeto de Lei) da Dosimetria, aprovado no Senado, na quarta-feira e que reduz as penas dos condenados por tentativa de golpe de Estado. Em café com jornalistas, o petista afirmou que o Congresso “tem o direito de derrubar o veto”, mas defendeu que os condenados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) devem pagar pelos crimes cometidos contra a democracia.
VETO 2 – “As pessoas que cometeram crime contra a democracia brasileira terão que pagar pelos atos cometidos. Nem terminou o julgamento ainda, tem gente sendo condenada e o pessoal já resolve diminuir as penas. Com todo o respeito que tenho pelo Congresso Nacional, a hora que chegar na minha mesa, eu vetarei. Depois eles têm o direito de derrubar ou não o meu veto”, disse o presidente.
SEM ACORDO – Sobre o acordo feito entre os congressistas governistas e de oposição para a aprovação, Lula afirmou que não foi informado. “Se o presidente não foi informado, não houve acordo”, declarou. O projeto propõe a adoção do concurso formal, isto é, considera-se somente a pena do crime mais grave e adiciona-se uma fração, que pode variar de 1/6 até metade do tempo da pena.
Perguntar não ofende: Como o Congresso vai reagir ao veto de Lula ao projeto da dosimetria ?
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Barack Obama compartilhou, nesta quinta-feira (18.12) em suas redes sociais, suas preferências musicais e cinematográficas. O ex-presidente dos EUA também listou seus livros favoritos.
Entre os filmes, está “O Agente Secreto”, estrelado pelo ator brasileiro Wagner Moura. “À medida que 2025 chega ao fim, continuo a tradição que comecei durante o meu tempo na Casa Branca: partilhar as minhas listas anuais de livros, filmes e música favoritos. Espero que encontre algo novo para desfrutar – e por favor envie quaisquer recomendações para eu conferir!”, escreveu Obama na legenda do post. As informações são da Revista Vogue.
Leia maisOs demais listados entre seus filmes favoritos são: “One batte after another”, “Sinners”, “It Was Just na Accident”, “Hamnet”, “Sentimental Value”, “No Other Choice”, “Train Dreams”, “Jay Kelly”, “Good Fortune” e “Orwell: 2=2=5”.
Vale lembrar que desde a estreia no Festival de Cannes, o longa já soma mais 20 prêmios em diversos países.
Prêmios de “O Agente Secreto”
Rui Costa convocou os ministros da Previdência, Wolney Queiroz, e da CGU, Vinícius de Carvalho, para uma reunião de emergência para discutir a resposta do governo a operação da PF que prendeu o secretário-executivo do Ministério da Previdência e mirou o senador Weverton (PDT-MA).
Os três estão reunidos neste momento no Palácio do Planalto. A previsão é que, desta conversa, saia o posicionamento oficial do governo. As informações são do jornal O GLOBO.
O leilão de concessão dos serviços de água e esgotamento sanitário da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), realizado nesta quinta-feira (18) na B3, em São Paulo, foi celebrado pelo Governo de Pernambuco como um marco rumo à universalização do saneamento. Os dois blocos regionais ofertados foram arrematados, com a promessa de R$ 18,4 bilhões em investimentos e impacto direto em mais de 7,5 milhões de pessoas, distribuídas em 175 municípios do estado.
O Bloco 1 do Sertão ficou com a Pátria, que ofereceu outorga de R$ 720 milhões, com ágio de 727%. Já o Bloco 2, que engloba a Região Metropolitana do Recife, o Pajeú e Fernando de Noronha, foi arrematado pelo consórcio formado por BRK Ambiental e Acciona, com outorga de R$ 3,5 bilhões, 5% de desconto tarifário e 60% de ágio. As informações são do blog Plural.
Enquanto o discurso oficial ressalta o volume de investimentos, a geração de empregos e o avanço rumo às metas de 2033, a escolha de uma das vencedoras reacende um debate sensível: o histórico de reclamações, sanções e questionamentos enfrentados pela BRK Ambiental em diferentes regiões do Brasil.
Leia maisQuestionamentos institucionais em Maceió
Na capital alagoana, onde a BRK atua na concessão dos serviços de saneamento, o desgaste com o poder público municipal é explícito. Com a assinatura dos 27 vereadores da Câmara Municipal de Maceió, foi protocolado o Requerimento nº 001/2025, de autoria do vereador Galba Netto (MDB), solicitando à Prefeitura a reavaliação do contrato firmado com a empresa. O documento chega a sugerir a criação de um Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), o que, na prática, colocaria em xeque o modelo de concessão atual.
Durante sessão ordinária, Galba Netto afirmou que a Câmara convive com um volume constante de reclamações da população sobre a qualidade dos serviços, sobretudo no saneamento básico e no tratamento de esgoto. As críticas foram endossadas pelo presidente da Casa, Chico Filho (MDB), que também subscreveu o requerimento e anunciou reunião com o Ministério Público Estadual para discutir a atuação da concessionária.
Outro parlamentar, Rui Palmeira (PSD), apontou falta de transparência e relatou que foi necessária uma Ação Civil Pública da Defensoria Pública para garantir acesso ao mapa de saneamento — informação que, segundo ele, deveria ser pública desde o início do contrato. Levantamentos feitos por vereadores ainda indicaram falhas estruturais no projeto, como a ausência de estações elevatórias em determinados bairros, comprometendo o funcionamento do sistema.
Reclamações recorrentes em Aparecida de Goiânia
Em Aparecida de Goiânia (GO), onde a BRK atua como subdelegatária da Saneago desde 2013, a empresa também foi chamada a prestar esclarecimentos à Câmara Municipal diante de reclamações recorrentes da população. Durante sessão ordinária, vereadores exibiram vídeos e relataram problemas como extravasamento de esgoto, demora no atendimento, buracos abertos sem recomposição adequada do asfalto e bairros ainda sem cobertura da rede.
Embora a direção da BRK tenha apresentado números robustos de investimentos — R$ 1,2 bilhão ao longo da concessão e a alegação de que a universalização teria sido alcançada antes do prazo legal —, parlamentares questionaram a efetividade desses resultados no cotidiano da população. Houve pedidos formais de revisão contratual, maior fiscalização da agência reguladora, aplicação de multas e até a possibilidade de rescisão do contrato caso os problemas persistam.
Ao final, foi proposta a criação de uma comissão especial para acompanhar de perto a execução do contrato e avaliar as demandas dos moradores, sinalizando que a insatisfação extrapola episódios pontuais.
Multa por interrupção de água em Palmas
Em Palmas (TO), as críticas ultrapassaram o campo político e resultaram em penalidade administrativa. A Agência de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos (ARP) aplicou multa de R$ 195.888,00 à BRK Ambiental por descontinuidade injustificada no abastecimento de água em diversos bairros da região norte da cidade.
A infração, classificada como “gravíssima”, foi motivada por relatos de moradores que ficaram mais de 20 dias sem fornecimento regular de água potável. A situação levou a manifestações públicas, com bloqueio de vias. Para a agência reguladora, o cenário foi considerado de “dimensão crítica” e incompatível com a natureza essencial do serviço de abastecimento.
O contraste com o discurso do leilão
Durante o leilão da Compesa, representantes do setor privado e autoridades destacaram o fortalecimento do marco legal do saneamento e a entrada de novos players como sinais de maturidade do mercado. A diretora-presidente da Associação Brasileira das Empresas de Saneamento (ABCON), Christianne Dias, afirmou que o certame representa um avanço histórico e uma esperança de futuro mais digno para milhares de pessoas.
A governadora Raquel Lyra (PSD), presente à B3, celebrou o resultado e afirmou que o saneamento não deve ser visto apenas como negócio, mas como política pública essencial para garantir dignidade e saúde à população.
No entanto, o histórico recente de uma das empresas vencedoras do leilão revela que o desafio vai além de cifras bilionárias e metas contratuais. Reclamações recorrentes, questionamentos sobre transparência, falhas operacionais e penalidades aplicadas por órgãos reguladores em outros estados acendem um alerta importante para Pernambuco.
À medida que a concessão avança, cresce também a expectativa e a necessidade de fiscalização rigorosa, transparência e participação social, para que os erros apontados em outras regiões não se repitam. Afinal, quando se trata de água e saneamento, o impacto de uma má gestão não aparece apenas nos balanços financeiros, mas no dia a dia, na saúde e na dignidade da população.
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O ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Floriano de Azevedo Marques, anulou a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco que cassou os mandatos do prefeito de Custódia, Manoel Messias (PSD), e da vice-prefeita Anne Lira (MDB). Eles tinham sido condenadões em primeira instância por abuso de poder econômico e político, em julgamento realizado no primeiro semestre deste ano pela juíza eleitoral Vivian Maia Canen e, na última terça (16), o TRE-PE, em segunda instância decidiu manter a cassação.
A dupla é acusada de ter sido beneficiada por contratação massiva de de temporários pela gestão anterior, além do uso de recursos públicos para pagar “militância” que pressionar servidores do município. No mesmo julgamento, o ex-prefeito do município, Manuca, que hoje é secretário de Desenvolvimento Profissional Empreendedorismo de Pernambuco, teve os direitos políticos cassados, ficando inelegível por 8 anos, numa votação de 4×2. As informações são do blog Cenário.
Leia maisDe acordo com a decisão desta quinta (18), prefeito e vice podem permanecer nos cargos até o trânsito em julgado. O documento não cita Manuca.
“Por essas razões, nos termos do art. 36, § 7º, do Regimento Interno do Tribunal Superior Eleitoral, defiro o pedido formalizado na tutela cautelar antecedente formulado por Manoel Messias de Souza e Anne Lúcia Torres Campos de Lira, a fim de suspender os efeitos do acórdão proferido no Recurso Eleitoral 0600192-60.2024.6.17.0065, apenas até o esgotamento da instância ordinária. Comunique-se ao Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco. Após as medidas de praxe, voltem os autos conclusos, para os fins do art. 3º da Res.-TSE 23.598”, escreveu o ministro.
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