Por Kiko Nogueira
Do Diário do Centro do Mundo
Eliane Cantanhêde pôde errar, exagerar, distorcer e mentir sobre Lula, Dilma e os governos petistas durante os seus 15 anos como comentarista da GloboNews. Conservadora, nunca foi alvo de cobranças internas por suas opiniões — até cruzar a linha proibida: a crítica ao governo de Israel.
A jornalista foi demitida ontem, semanas após comentar, de maneira factual, a assimetria de mortes no conflito entre Israel e Irã. Sua fala contrariou o dogma de blindagem irrestrita ao apartheid israelense.
Leia maisCantanhêde questionou por que os mísseis disparados por Israel em Gaza resultavam em centenas de mortos, enquanto os lançados pelo Irã causavam baixas ínfimas em território israelense. Foi o bastante.
A retratação pública imposta à jornalista beirou o vexame: colegas de bancada passaram a ler, ao vivo, notas que sugeriam que ela teria cometido “erro grave”, insinuando “antissemitismo”. Foi linchada pelas pessoas com quem dividiu noitadas memoráveis.
A verdade é que Eliane ousou contrariar a versão imposta pelo lobby sionista que comanda o noticiário sobre o assunto na mídia. Outros jornalistas da casa já defenderam ações indefensáveis, como Jorge Pontual, que chegou a justificar ataques israelenses a ambulâncias em Gaza.
Nenhum deles sofreu reprimenda pública ou foi coagido a retratar-se. Cantanhêde, no entanto, teve de ajoelhar no milho, calar a boca e engolir o choro.
Entre outros absurdos, Demétrio Magnolli garantiu que, durante a pandemia, as pessoas tinham “o direito” de se aglomerar no Réveillon. Grosseiro, brigou virtualmente com todos os demais apresentadores. Ele é “polêmico” — mas foge de Israel.
Eliane foi demitida porque, mesmo sem intenção, não suportou mais justificar o genocídio israelense. A coisa saiu como num vômito. Foi atacada, logo depois, pelo porta-voz do Exército sionista nas redes sociais em termos bolsonaristas. Dias depois, o sujeito foi tratado a pão de ló na GloboNews por Daniela Lima e uma outra moça cujo nome ninguém sabe.
➡️ Eliane Cantanhêde pede desculpas após fala polêmica sobre guerra
— Metrópoles (@Metropoles) June 23, 2025
Após questionar por que mísseis iranianos não matam em Israel, Eliane Cantanhêde disse que buscava entender capacidade bélica dos países
Leia: https://t.co/K5lPFKlu2Q pic.twitter.com/kVt8VWQtNU
Se suas amigas de emissora tivessem vergonha, protestariam. Desnecessário dizer que isso jamais acontecerá. Fica o recado para quem se meter, na Globo, a contar o que o mundo está vendo na Faixa de Gaza.
NÃO VOMITEM! @DanielaLima_ se diverte muito com o carniceiro israelense ” Torço para que vcs fiquem em segurança” “As portas estão sempre abertas para vocês” “Vamos falar sobre futebol,sou Botafogo”! As crianças queimam em Gaza,eles riem delas! @GloboNews NEWS NAZISMO! pic.twitter.com/pvquVCx8sk
— Vel Andrade 🇵🇸🚩 (@VAndradeLula) June 23, 2025
Leia menos🚨RETRATAÇÃO: ELIANE CANTANHÊDE PEDE DESCULPAS APÓS FALA POLÊMICA
— Bastidor TV (@OBastidorTV) June 23, 2025
Um comentário feito pela jornalista Eliane Cantanhêde durante o programa Em Pauta, da GloboNews, gerou forte repercussão nas redes sociais. Ao questionar a baixa letalidade dos mísseis iranianos em comparação aos… pic.twitter.com/mXHp0TRqwd
Por Marcelo Tognozzi
Do Poder360
Debruçado no Mediterrâneo, no Cap d’Antibes, Riviera francesa, está o Hotel Du Cap, um dos mais luxuosos do sul da França, símbolo de glamour e sofisticação. A região de Antibes era a preferida do escritor britânico e Prêmio Nobel Somerset Maugham (1874-1965), um bon vivant frequentador assíduo da região e que morreu ali ao lado, em Nice. Naquele final de agosto de 1990, pleno verão europeu, o embaixador Paulo Tarso Flecha de Lima curtia merecidas férias, quando um garçom veio até ele com um telefone sem fio pousado numa bandeja de prata: “Chamada para o senhor, urgente”.
Ele era embaixador do Brasil em Londres e do outro lado da linha estava o diplomata brasileiro encarregado de negócios em Bagdá, pedindo sua ajuda junto ao governo de Saddam Hussein, para liberar brasileiros retidos no Iraque. Paulo Tarso contou essa história em entrevista concedida a mim em janeiro de 2021 para o portal Poder360.
Leia maisNa sequência, ele falou com o seu colega Marcos Azambuja, então secretário-geral do Itamaraty. Os dois mestres da diplomacia diante de um caso espinhoso: 450 brasileiros estavam retidos, chamados de hóspedes pelo governo de Saddam Hussein, atolado na Guerra do Golfo depois de invadir o Kuwait. Enfrentava uma coalizão de 30 países liderada pelos Estados Unidos.
Paulo Tarso seguiu para Bagdá via Amã, na Jordânia, porque não havia outra rota segura. O embaixador levava uma carta do então presidente Collor ao ditador iraquiano, guardada para ser usada no caso de necessidade. A missão foi um teste para a diplomacia brasileira daqueles tempos, exemplo de profissionalismo, neutralidade e foco nos interesses do país.
A mesma diplomacia capaz de, em plena ditadura militar, fazer do Brasil o primeiro a reconhecer a independência de Angola levada a cabo pelo MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), comandado por comunistas apoiados pelos cubanos. Tudo por obra e graça do chanceler Azeredo da Silveira. Foi ele também quem negociou o acordo nuclear com a Alemanha e o estabelecimento de relações diplomáticas com a República Popular da China. Silveirinha, ministro do governo militar, não praticava diplomacia ideológica, mas pragmática.
Foi a ausência desta verdadeira diplomacia o combustível da crise com os EUA. Imperou o improviso. Desde que tomou posse em janeiro deste ano, Trump fez chegar à Brasília um recado: trataria o Brasil como uma questão pessoal. Portanto, a crise anunciada seria mera questão de tempo, algo para estar no radar da nossa diplomacia, especialmente nestes tempos conturbados, regidos pelo imponderável.
Trump e Lula não se gostam, falam mal um do outro abertamente. O fato de o demônio laranjinha cometer este tipo de erro, não libera nosso guia para repeti-lo. Trump anunciou um pacote de tarifas sem que ninguém tenha se dado ao trabalho de procurar a Casa Branca em busca de negociação que favorece o Brasil. Lula chama Trump de nazista e Trump chama Lula de ladrão. É muita baixaria.
Quando as tarifas foram anunciadas por Trump naquela carta fatídica, virou um Deus nos acuda. Senadores foram para os Estados Unidos sem agenda, sem assessoria internacional, no improviso total. Não conseguiram falar com ninguém importante, o Congresso em recesso de verão. O senador Jacques Wagner, líder do governo no Senado e ex-governador da Bahia, foi pedir ajuda ao ex-presidente Bush. Ignorou que Bush e Trump são inimigos e que a filha dele fez campanha para a democrata Kamala Harris. Tinham de ir direto ao vice-presidente J.D. Vance, que preside o Senado. Voltaram para casa com a lição: sem diplomacia é difícil.
O Brasil resolveu esticar a corda e bater palma para maluco dançar, enquanto os demais países apostaram na diplomacia profissional. A Índia, informa o repórter Assis Moreira do Valor, bloqueia nos Brics a renovação da Estratégia para Parceria Econômica para o período 2025-2030. Quer esfriar a fervura. Narendra Modi, informam fontes da diplomacia indiana, disse para Trump que foi de Lula a ideia de romper a hegemonia do dólar como moeda internacional. Serguei Lavrov, chanceler russo, também contou a mesma história. Até os chineses, principal alvo da guerra tarifária de Trump, resolveram conversar ao invés de estressar.
Por que russos e indianos tiraram o corpo fora da desdolarização? Por que o governo de esquerda da Inglaterra negociou? E a Europa? Terá sido Ursula von der Leyen, chefe da União Europeia, seduzida por Trump, ou todos os europeus são frouxos, entreguistas das suas soberanias? Por que será que eles usam a diplomacia e o Brasil não? Porque a ordem no Itamaraty é fazer corpo mole. Perdemos a iniciativa diplomática. Apertem os cintos, a diplomacia sumiu.
Quem aposta numa derrota de Trump nas eleições de meio de mandato pode ir colocando as barbas de molho. Claro que num tempo em que o imponderável comanda a orquestra tudo pode acontecer, mas a última pesquisa publicada pelo respeitado “Wall Street Journal” em 25 de julho, mostra os democratas enfrentando a pior rejeição dos últimos 35 anos. Só 8% dos eleitores são muito favoráveis aos Democratas enquanto 19% apoiam os Republicanos, uma diferença de 11 pontos percentuais.
O mesmo “Wall Street Journal” publicou outra pesquisa em 28 de julho, na qual 62% dos eleitores apoiam a política do atual governo de deportação de imigrantes ilegais. Para quem anda sonhando com impeachment de Trump, melhor não brigar com a realidade. Ele não tem tido vida fácil por causa da inflação, mas também não está no inferno.
O poder de retaliação dos norte-americanos é imenso. Hoje, o Brasil tem uma crescente parceria com a Rússia. Pois os senadores brasileiros descobriram o que muita gente já sabia: o Congresso está prestes a votar uma lei criando sanções para os parceiros comerciais dos russos, considerados financiadores indiretos da guerra contra a Ucrânia.
Os russos vendem 60% do diesel importado pelo Brasil. Compramos da Rússia uma enormidade de fertilizantes para as nossas supersafras: 40% do potássio e 20% da ureia. São US$ 3,7 bilhões. Importamos da Rússia, Marrocos, Canadá e China 85% dos fertilizantes que consumimos. O agro é movido a diesel e fertilizantes. Sem diesel, tratores e colheitadeiras param.
Importamos diesel e fertilizantes, porque os governos petistas decidiram não investir em ampliação do refino e nem permitir refinarias privadas. O resultado é que exportamos petróleo e importamos gasolina e diesel. Os governos Temer e Bolsonaro fecharam as fábricas de fertilizantes da Petrobras sem que outras fossem colocadas no lugar.
Num eventual boicote aos russos, sem estes insumos faltará comida para exportar e para abastecer a mesa dos brasileiros. Não se produz carne bovina, porco e frango sem milho e soja. É uma ilusão achar que tudo vai ficar bem porque os produtores venderão para o mercado interno.
O Brasil é uma potência agrícola que não pode explorar suas minas de fertilizantes, porque as ONGs, os ambientalistas e os defensores dos povos originários não permitem. É assim que se financia o discurso da sustentabilidade e da Amazônia intocada.
O governo Lula trata a crise com os EUA como um ativo político, quando na realidade tirou o urso para dançar. Celso Amorim é um senhor de 82 anos. Envelheceu sem ficar sábio, age como um menino de 20 anos em pleno diretório estudantil da universidade pública, deslumbrado com o Psol. Quebrou o Itamaraty, jogou toda nossa inteligência diplomática de dois séculos no lixo. Não vamos chegar a lugar algum com este senhor comandando a política externa.
A soberania nacional não será defendida com narrativas, esticando a corda, apostando no quanto pior melhor. Soberania é atitude, é inteligência e pragmatismo. A conta desta diatribe chegará. E bem cara.
Paulo Tarso enxergava longe. Nas suas mãos o setor de comércio exterior do Itamaraty deu um salto. Conseguiu viabilizar exportações de veículos e de serviços, como o de empreiteiras para a construção de infraestrutura no Oriente Médio.
Foi por isso que recorreram a ele quando o tempo fechou e os 450 brasileiros ficaram retidos no Iraque. Chegou a Bagdá com dona Lúcia e mais dois ou três assessores. Negociou com todo seu talento e inteligência. Não sossegou enquanto não tirou todos de lá sem um arranhão.
Partiu para o aeroporto de Bagdá num Mercedes-Benz da embaixada. Quando o carro arrancou, o diplomata René Loncan apertou o play e a trilha sonora inundou o carro no coro dos hebreus da ópera Nabuco de Verdi. Hino à liberdade, à escapada, também hino da vitória da determinação, eficiência e competência da era de ouro da nossa diplomacia. Paulo Tarso é um dos símbolos de uma época em que, como observou Somerset Maughan, “se você se recusa a aceitar qualquer coisa que não seja o melhor, frequentemente acaba conseguindo.”.
Leia menosPor Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou na noite de ontem, em uma postagem nas redes sociais, que segue aberto ao diálogo com os Estados Unidos (EUA), em meio a imposição de tarifas comerciais e sanções contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), e que a prioridade é reduzir os impactos econômicos e sociais das medidas unilaterais adotadas pelos norte-americanos.
“Sempre estivemos abertos ao diálogo. Quem define os rumos do Brasil são os brasileiros e suas instituições. Neste momento, estamos trabalhando para proteger a nossa economia, as empresas e nossos trabalhadores, e dar as respostas às medidas tarifárias do governo norte-americano”, escreveu Lula.
A declaração ocorre horas após o presidente dos EUA Donald Trump afirmar que pode conversar com Lula em qualquer momento que o brasileiro quiser.
Na passagem pela BR-232, em direção ao Recife, o hotel-fazenda Monte Castelo, em Gravatá, lá no alto da montanha, já impressiona. Tenho uma relação antiga com Gravatá, vez por outra vou curtir o seu friozinho no hotel-fazenda Portal, da família Cavalcante, à frente meu amigo Eduardo Colorau, como era conhecido desde quando o conheci no Governo Joaquim Francisco, de quem foi muito próximo.
Mas nunca tive a curiosidade de conhecer o Monte Castelo, o que estou fazendo neste fim de semana, em razão de uma festa de aniversário de um amigo. Minha Nayla e eu adoramos. Embora localizado quase no topo de uma serra, encontrei uma área sem ladeiras para correr meus 8 km diários hoje.
Aos que não conhecem o Monte Castelo, faço a indicação desde já. Não encontramos disponibilidade no hotel, mas na área de flats, bons e aconchegantes. Com 48 metros quadrados, acomoda até cinco pessoas, sendo uma cama de casal na suíte e uma cama de casal e uma cama de solteiro no mezanino (ambos com ar-condicionado).
Têm ainda outros tipos de flats, com uma suíte, um mezanino, cozinha americana, sala e varanda. Adequados para família com cinco pessoas, dois quartos. Aceita pets.
Há também bangalôs modernos, decorados com elegância e requinte, adequados para hóspedes que gostam de conforto e tranquilidade. Os quartos da categoria superior são no térreo e primeiro andar com 20m² até 24m², dispõe de cama box Queen Size e cama extra ou berço mediante solicitação, com vista para o jardim tropical e uma varanda com cadeiras e mesinha.
Na ampla área do hotel, a criançada se diverte com passeios a cavalo e charretes, além de piscina aquecida. Para os que apreciam uma boa mesa, no restaurante o cardápio é bem variado, inclusive fondues e uma boa carta de vinhos.
Serviço
Hotel Fazenda Monte Castelo
Endereço: BR-232, Sairé – PE, 55695-000
Telefone: (81) 98814-9403
https://www.instagram.com/hotelmontecastelo/
Do Metrópoles
Morreu, na madrugada deste sábado (2), aos 82 anos, o jornalista José Roberto Dias Guzzo, mais conhecido como J. R. Guzzo. O jornalista teve um infarto e não resistiu, segundo informações da Revista Oeste, da qual foi um dos fundadores e integrante do conselho editorial.
Guzzo iniciou a carreira no jornalismo em 1961, como subsecretário da edição paulista e repórter no jornal Última Hora, em São Paulo (SP). Também foi diretor de redação da Revista Veja, entre 1976 e 1991, e integrante do Conselho Editorial da Abril.
O jornalista ainda atuou como correspondente internacional, com passagens por Paris e Nova Iorque. Além disso, foi colunista do Metrópoles e, mais recentemente, escreveu para a Veja, o Estado de S. Paulo, a Gazeta do Povo e a Revista Oeste.
Até a mais recente atualização desta reportagem, não haviam sido divulgadas informações sobre o velório de Guzzo.
Por Patrícia Raposo
Da Folha de Pernambuco
A permanência de Danilo Cabral na superintendência da Sudene está por um fio. E sua saída representará uma grande derrota política para Pernambuco diante das pressões que partem do Ceará. Indicado pelo senador Humberto Costa (PT-PE), o ex-deputado federal tem enfrentado forte pressão para deixar o cargo por parte do governador cearense, Elmano de Freitas (PT), e da concessionária da ferrovia Transnordestina (TLSA), que executa as obras no trecho cearense.
A justificativa para a crise federativa, apontada por alguns blogs locais, seria a defesa que Danilo Cabral vem fazendo da execução do ramal da Ferrovia Transnordestina em Pernambuco. A Sudene é a patrocinadora do evento Conexões Transnordestina, promovido pelo portal Movimento Econômico e que teve início em Salgueiro, mês passado. No entanto, o fator de pressão é outro: a suposta lentidão na liberação de recursos para a continuidade das obras da ferrovia no trecho cearense.
Leia maisO tensionamento político cresceu com a proximidade das eleições de 2026. O governador Elmano culpou a Sudene publicamente durante visita do presidente Lula a Missão Velha (CE), no dia 18 de julho, por atraso nos repasses para a obra da TLSA em solo cearense.
No entanto, desde que Lula assumiu o governo, uma articulação envolvendo Sudene, TCU, Casa Civil e Ministério da Integração Nacional viabilizou a liberação de R$ 3,6 bilhões para a ferrovia, com recursos do FNDE, divididos em parcelas anuais: R$ 1 bilhão por ano, mais uma parcela R$ 600 milhões ao final do período. Na época, esse anúncio causou inclusive inquietação entre os pernambucanos, que ainda esperam pelo trecho Salgueiro-Suape.
Portanto, a narrativa construída de que a Sudene estaria dificultando a liberação não é verdade. As liberações de 2024 já foram executadas – foram R$ 400 milhões em janeiro e outros R$ 600 milhões em junho, totalizando o R$ 1 bilhão previsto para aquele ano. Já os repasses de 2025, porém, aguardam a comprovação de execução da obra.
E tem outro detalhe: a liberação de R$ 800 milhões que faltavam do contrato anterior só foi possível graças a uma grande articulação entre a Sudene, a Casa Civil, o TCU e o Ministério da Integração, justamente porque não havia comprovação de execução das obras.
Debêntures da ferrovia
Como se não bastasse, a TLSA pleiteia ainda a liberação imediata de outros R$ 800 milhões em debêntures do FDNE. A empresa tem feito forte pressão por esses recursos sobre o governador cearense e sobre a Sudene. O atraso na liberação dessa verba – que é referente a participação societária da Sudene na obra -, não ocorreu porque o Ministério da Integração Regional e o Tesouro Nacional não tinham um modelo definido de como operar contabilmente essa compra de ações, e o processo ficou “embolado”, segundo uma fonte do Ministério.
A empresa faz pressão sobre Elmano de Freitas alegando que, caso a verba não seja liberada, interromperá as atividades nos canteiros de obras — onde estão empregados cerca de 8 mil trabalhadores. É um desgaste que governador nenhum quer enfrentar às vésperas das eleições.
Há também um outro componente político: o desejo antigo de setores do Ceará de assumir o comando da Sudene e, com isso, ter influência direta sobre a definição das diretrizes do FNE — cujo orçamento em 2024 soma R$ 47,3 bilhões. Desde a nomeação do ex-governador pernambucano Paulo Câmara (PSB-PE) para a presidência do Banco do Nordeste, historicamente comandado por cearenses, o incômodo político aumentou. Colocar um cearense na superintendência da Sudene passou a ser visto como uma compensação estratégica.
Empresários mobilizados
A notícia de que o Ceará está pressionado para tirar Danilo Cabral da Sudene mobilizou os empresários locais. Halim Nagem, presidente do Grupo Atitude PE, disse que seus associados estão reagindo e travando interlocuções com a esfera federal para conter o movimento contra Danilo. Os presidentes de FIEPE, Bruno Veloso, e do CREA-PE, Adriano Lucena, também confirmaram que atuam na mobilização em torno da defesa de Danilo, e assinaram, junto com o LIDE-PE e a CIEPE, nota de posicionamento em defesa do superintendente.
Se Danilo Cabral for afastado da Sudene será uma derrota política gigante para Pernambuco, independentemente de colorações partidárias. Num momento de retomada da ferrovia no estado, substituir um pernambucano por um cearense eleva o risco de que essa ferrovia realmente se torne uma lenda. Se o presidente Lula concordar com essa mudança estará tratando Sudene como o fez o ex-presidente Bolsonaro, que de tanto trocar os superintendentes não permitiu que a autarquia fizesse praticamente nada pelo Nordeste em quatro anos de gestão. Um retrocesso. Não tem outra palavra.
Leia menosPor Letícia Mendes
Do Jornal do Commercio
O deputado federal Pedro Campos (PSB) reforçou, ontem, sua oposição ao governo Raquel Lyra (PSD) e declarou que a prioridade do partido é assegurar uma chapa com Lula e Geraldo Alckmin novamente na vice nas eleições de 2026.
A declaração foi dada durante o videocast Cena Política, no JC Play, conduzida pelo jornalista Igor Maciel, com a participação de Fernando Castilho, que assina a coluna JC Negócios.
Leia maisCríticas ao governo Raquel Lyra
O deputado federal criticou a condução do governo estadual e avaliou que Pernambuco vive um período de promessas não cumpridas. “O estado passou dois anos se lamentando, chorando as pitangas de um suposto estado quebrado. E agora, nos últimos seis meses, começou a prometer. Então, está vivendo um pouco de promessa. Isso é o que a gente tem visto”, afirmou.
“O que a gente está vendo é que as coisas que foram prometidas, mais importantes, não estão acontecendo”, completou citando obras no Hospital da Restauração, câmeras de segurança e creches.
João Campos candidato em 2026?
Questionado sobre uma possível candidatura do seu irmão e atual prefeito do Recife, João Campos (PSB), ao governo de Pernambuco, Pedro não confirmou, mas disse que João “ainda vai fazer muito pelo Brasil”.
“Eu acho que [João] é uma das lideranças jovens mais promissoras do nosso país, tem feito um bom trabalho na prefeitura do Recife”, disse. “Busco ajudar muito ele. Ajudar o povo recifense trazendo recursos para a cidade”, completou.
Aliança com Lula e Alckmin será mantida?
Ao comentar sobre os rumos nacionais do PSB, Pedro Campos reafirmou o compromisso da legenda com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
“O PSB tem um compromisso com Alckmin. No congresso no partido, iremos defender a continuidade da chapa Lula/Alckmin e dessa aliança PT e PSB. Isso está definido”, disse.
O deputado ressaltou, ainda, o papel que Alckmin tem desempenhado no governo federal, especialmente nas relações internacionais e com o setor produtivo:
“Ele vai ser soldado eleitoral do partido, não tem dúvida. Em São Paulo, por exemplo, ele ajuda muito. Esse protagonismo que ele assumiu na negociação com os Estados Unidos, e com os bons resultados que já começam a aparecer nessa negociação, isso fortalece mais ainda”.
Divergências dentro do PSB
O parlamentar reforçou a identidade política do PSB como uma legenda comprometida com os valores democráticos da esquerda e disse que a diversidade interna é uma característica do partido.
“Na verdade, o PSB surge da esquerda democrática. Então é natural, sim, que o PSB surja de uma tradição de esquerda. O PSB sempre acreditou em uma esquerda dentro de uma democracia”, afirmou.
“Como em todo partido, dentro do PSB tem gente que tem um posicionamento mais à esquerda e tem gente que tem um posicionamento mais ao centro”, completou.
Sobre Eduardo Bolsonaro: ‘Ele é um réu confesso’
O pessebista também se posicionou sobre a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em defesa de sanções contra o Brasil no exterior. “Ele está indo lá para trabalhar contra o Brasil. Ele tem dito isso. Ele é réu confesso […] Você, como agente público, ir para outro país para pedir sanções econômicas contra o seu próprio país é crime”, frisou.
Em relação às ameaças de sanções dos Estados Unidos contra o Brasil e membros do Judiciário, Pedro Campos defendeu a atuação do governo federal.
“Você aceitar que um juiz seu, da Suprema Corte, que a princípio está cumprindo o seu papel, ele vá ser sancionado pelos Estados Unidos, isso não é bom”, disse. “Na história do Brasil e do mundo, onde os Estados Unidos quis se meter demais, terminou atrapalhando mais do que ajudando”, complementou.
Tarifaço de Trump
Durante o programa, Pedro Campos também comentou sobre o cenário internacional, especialmente no contexto das tensões recentes envolvendo o governo dos Estados Unidos, o ex-presidente Donald Trump e possíveis sanções contra o Brasil. Segundo ele, o país tem adotado uma postura adequada diante do cenário.
“Eu acho que o Brasil está agindo certo quando, através de Lula, mostra ali que a gente precisar estar de cabeça erguida e a gente não pode baixar a cabeça”, comentou.
“Alckmin está cumprindo bem o papel dele que é dialogar com o setor produtivo. Manter a calma, a tranquilidade para poder negociar. Eu acho que já está ficando claro que essa parte das tarifas vai ser resolvido pragmaticamente. O Trump não vai aumentar em um centavo de dólar o custo de vida americano para poder tirar Bolsonaro da prisão”, afirmou.
Leia menosDo Jornal do Commercio
A imposição de uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras para os Estados Unidos, anunciada pelo governo norte-americano no último dia 9 de julho, pode provocar perdas severas para a economia de Pernambuco. Estudo técnico realizado pela Federação do Comércio de bens, serviço e turismo do estado de Pernambuco (Fecomércio-PE) estima que, o cenário de aumento de preços decorrente da tarifa, o valor exportado do estado para os EUA poderá cair de uma projeção inicial de US$ 227,8 milhões para apenas US$ 44,1 milhões em 2025 — uma retração de 80,6%.
A medida tarifária, que entra em vigor em 6 de agosto de 2025, foi justificada por autoridades norte-americanas com base em desequilíbrios comerciais e tensões políticas internas do Brasil. O levantamento da Fecomércio-PE considera diferentes cenários de sensibilidade da demanda e projeta impactos com base em elasticidade-preço, câmbio, frete e paridade do poder de compra.
Leia mais“O comércio internacional é um canal sensível a decisões políticas e mudanças tarifárias. Essa nova tarifa imposta pelos Estados Unidos, um dos principais parceiros comerciais de Pernambuco, afeta diretamente a competitividade dos nossos produtos”, afirmou Bernardo Peixoto, presidente do Sistema Fecomércio-PE. “É necessário que o país adote uma estratégia diplomática e econômica para preservar o espaço conquistado pelos nossos produtores no mercado externo”, concluiu.
Exportações pernambucanas
Segundo o estudo, em 2024, as exportações pernambucanas para os EUA totalizaram US$ 205 milhões, com destaque para produtos agropecuários e industriais. Os principais itens exportados foram açúcar de cana, uvas frescas, torres de ferro, coque de petróleo e plásticos PET. O setor agro, no entanto, demonstra alta sensibilidade aos preços: um aumento de 10% pode reduzir o valor exportado em US$ 20,8 milhões; já com alta de 25%, a perda pode atingir US$ 67 milhões. No cenário mais extremo, com 50% de aumento nos preços — correspondente à nova tarifa —, o valor exportado cairia para menos de 20% da previsão original.
“A elasticidade-preço da demanda para os nossos principais produtos, especialmente os agrícolas, é elevada. Isso significa que aumentos de preço, mesmo que moderados, provocam quedas acentuadas na quantidade comprada pelos Estados Unidos”, explica Rafael Lima, economista da Fecomércio-PE. “O estudo identificou uma elasticidade média de -1,92, ou seja, a cada 1% de aumento no preço, há uma queda de quase 2% na quantidade exportada. Em um ambiente global competitivo, esse efeito tende a excluir nossos produtos da preferência internacional”, finalizou.
Leia menosEnquanto Governo do Estado silencia, Humberto e Teresa trabalham para segurar Danilo na Sudene
Por Larissa Rodrigues – Repórter do blog
A possível saída de Danilo Cabral da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), articulada pelo Governo do Ceará e com o apoio do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), pode até acontecer, mas não sem reação do PT de Pernambuco.
Os senadores Humberto Costa e Teresa Leitão trabalham juntos para “evitar essa injustiça”, usando as mesmas palavras de Teresa. Já Humberto afirmou que tem tido conversas permanentes com a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e outros membros do governo para destacar a importância da atuação de Cabral.
Leia mais“Em um cenário marcado por anos de desmonte e esvaziamento das políticas públicas voltadas para o desenvolvimento regional, Danilo foi fundamental para resgatar o papel estratégico da Sudene na promoção de iniciativas estruturantes para o Nordeste”, declarou Costa, por meio de nota.
Danilo foi uma indicação do próprio Humberto Costa ao presidente Lula (PT) e sabe que a saída dele da superintendência seria uma derrota não só do PT local, mas de Pernambuco, por perder um espaço estratégico de estímulo ao desenvolvimento do Estado. Cabral vem defendendo o trecho estadual da ferrovia Transnordestina, o que irritou os cearenses.
Nos bastidores, porém, comenta-se que o Ceará nunca engoliu o protagonismo pernambucano nessa terceira gestão de Lula, ficando também com o Estado a presidência do Banco do Nordeste (BNB), sob a administração do ex-governador Paulo Câmara.
O que se vê é a atuação do Estado do Ceará em prol de seus próprios interesses. O mesmo não acontece em Pernambuco. Diante da ofensiva cearense, não se tem informação do Governo do Estado sobre a tentativa de manter um pernambucano à frente da Sudene, mesmo se tratando de alguém que não integra o campo político da governadora Raquel Lyra (PSD). Essa divergência não deveria ter valor neste momento.
Coube aos senadores petistas, aos deputados federais, às entidades da iniciativa privada, aos deputados estaduais e até ao prefeito do Recife, João Campos (PSB), o movimento de defesa desse espaço importante para Pernambuco.
Se vai ter luta de alguns para segurar Pernambuco à frente da Sudene, por parte do Poder Executivo assistimos a um profundo desprezo pela questão. Mais uma oportunidade que a governadora perde de demonstrar altivez e comprovar que os interesses dos pernambucanos estão acima das disputas políticas.
Deputados federais em defesa de Danilo – Coordenadores da bancada de Pernambuco no Congresso Nacional, os deputados federais Augusto Coutinho (SD) e Carlos Veras (PT) reafirmaram apoio conjunto ao trabalho de Danilo Cabral na Sudene. Segundo eles, há interferências políticas não só do Ceará, mas da Bahia e do empresário Benjamin Steinbruch, responsável pela construção do trecho cearense da Transnordestina. Os dois deputados assinaram nota na qual ressaltam que o trabalho de Danilo deve continuar.
O que disseram Coutinho e Veras – “Ao longo dos últimos dois anos, Danilo tem tido forte atuação na busca pelo desenvolvimento do Nordeste. Prova disso é que a Superintendência já aplicou R$ 5,6 bilhões na implantação da Transnordestina. Também sob sua regência, a Sudene aprovou R$ 1,5 bilhão em incentivos fiscais para a região, somente no ano de 2024, e definiu a aplicação de R$ 50 bilhões em crédito às empresas nordestinas para 2026. Cientes de que este trabalho precisa continuar, rechaçamos a pressão do empresário Benjamin Steinbruch e de certos agentes públicos cearenses e baianos, visando influenciar uma desnecessária e descabida mudança no órgão”.
Deputados estaduais também na batalha – O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Álvaro Porto (PSDB), anunciou, na noite de ontem (1º), um movimento de parlamentares estaduais para manter Danilo Cabral à frente da Sudene. “Diante das especulações recentes na imprensa sobre uma possível substituição do atual superintendente da Sudene, Danilo Cabral, os deputados estaduais da Alepe expressam preocupação com o fato. A atual gestão da Sudene, sob a liderança de Danilo Cabral, representou um divisor de águas para uma autarquia que há anos vinha sendo esvaziada e relegada à irrelevância”, declarou.
Iniciativa privada – Pelo menos cinco instituições privadas com atuação em Pernambuco estão mobilizadas pela permanência de Cabral à frente da Sudene. Juntas, divulgaram nota, ontem, na qual elogiam o trabalho desenvolvido pelo superintendente. Destacaram as parcerias que Danilo Cabral tem estabelecido não só para Pernambuco, mas para todo o Nordeste, desde que foi nomeado, em junho de 2023, “estimulando a economia da região e dando vida a um órgão que estava praticamente esquecido”. Assinaram: Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe); Centro das Indústrias de Pernambuco (Ciepe); Grupos Atitude PE; Lide Pernambuco; Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE).
João usou as redes – Nas redes sociais, o prefeito do Recife, João Campos, defendeu: “Danilo Cabral tem feito um trabalho sério e estratégico à frente da Sudene. Resgatou o protagonismo do órgão e tem atuado com competência para fortalecer o desenvolvimento do Nordeste. Sua permanência é fundamental para que a região siga avançando com planejamento e justiça social”.
CURTAS
Keko candidato – O presidente do Diretório Progressistas do Cabo de Santo Agostinho (Grande Recife), Keko do Armazém, oficializou, na noite de ontem, sua pré-candidatura a deputado federal. O anúncio foi feito durante reunião com o deputado federal e presidente estadual da Federação União Progressista e do Partido Progressistas, Eduardo da Fonte, e com o deputado estadual Jeferson Timóteo.
Boulos no Recife 1 – O deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) desembarca no Recife na próxima quinta-feira (7). O parlamentar chega para mobilizar a “Caravana Contra-Ataque”, que visa fortalecer a esquerda para enfrentar a ofensiva conservadora no Brasil. Pernambuco é o primeiro destino da Caravana Contra-Ataque no Nordeste. A ideia é, além de dialogar com um público mais amplo da esquerda, mobilizar movimentos sociais, sindicais e populares.
Boulos no Recife 2 – A agenda pública de Boulos começa às 14h, no Centro de Educação da UFPE, com uma aula magna. No início da noite, Boulos fará o lançamento de seu livro Pra Onde Vai a Esquerda?, na Livraria do Jardim, na Avenida Manoel Borba, bairro da Boa Vista. A articulação tem o objetivo, ainda, de preparar o terreno para as eleições de 2026.
Perguntar não ofende: Qual PT Lula vai atender na “questão Danilo”, o do Ceará ou o de Pernambuco?
Leia menosO presidente da Compesa, Alex Campos, cumpriu agenda no município de Caruaru, ontem (31) e hoje (1), onde vistoriou duas importantes obras relacionadas à Adutora do Agreste e Transposição do Rio São Francisco. Acompanhado do diretor de Produção e Planejamento Operacional da Compesa, Flávio Coutinho, engenheiros e técnicos da empresa, o titular da estatal visitou o canteiro da obra do Lote 4B, da Adutora do Agreste, em execução na Rua João Valdevino Torres, bairro do Salgado, e a nova Estação de Tratamento de Água (ETA) Bela Vista.
“Essas duas ações são essenciais para socorrer as 13 cidades atendidas pelo Sistema Jucazinho, cuja barragem está em situação crítica de armazenamento e, por isso, exige um esforço concentrado das equipes da Compesa e empresas contratadas para acelerar as intervenções para a água chegar à casa das pessoas”, pontua Alex Campos.
A Barragem de Jucazinho, em Surubim, está atualmente com apenas 2,57% da sua capacidade devido à escassez de chuvas na região e sem perspectiva de precipitações pluviométricas para os próximos meses. “Nossos técnicos monitoram diariamente o volume do manancial, e as previsões são que a água armazenada chegue até janeiro, o que tem nos preocupado e nos levado a acelerar o ritmo das obras para atender essas cidades”, ressalta Campos.
Leia maisO trecho da obra do Lote 4B envolve o assentamento de 66 quilômetros de tubulações. Já foram executados 63 quilômetros, restando três quilômetros para conclusão. “É preciso garantir o cumprimento do cronograma e concluir essa etapa da Adutora do Agreste, o trecho Caruaru/Santa Cruz do Capibaribe, passando por Toritama, em novembro, quando será iniciada a fase de testes, para que possamos contar com a água do Rio São Francisco na substituição a Jucazinho e continuar atendendo os municípios que hoje dependem exclusivamente da barragem desse sistema”, afirmou o gestor.
A segunda vistoria da agenda do presidente em Caruaru foi na Estação de Tratamento de Água (ETA) Bela Vista, que está em construção no bairro Encanto da Serra e faz parte do Programa Águas de Pernambuco, onde estão sendo investidos quase R$ 5 milhões. A obra tem o objetivo de trazer flexibilidade operacional ao Sistema de Abastecimento de Água de Caruaru e suporte às ações pela redução dos impactos da crise do sistema Jucazinho.
A unidade tem previsão de entrega para outubro e se soma aos esforços da Compesa, que já aumentou a vazão da Adutora do Agreste para Caruaru, que passou de 200 para 600 litros por segundo, a partir da chegada das águas do Velho Chico na cidade. “Com a conclusão da Adutora do Agreste, os trechos Caruaru/Toritama/Santa Cruz do Capibaribe e Caruaru/Bezerros, mais a produção da ETA Bela Vista, chegaremos a uma vazão de 1.200 litros de água por segundo da Transposição do Rio São Francisco para atender a cidade e região, explicou Campos.
Leia menosPor Blog da Folha
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) chegará em Recife na próxima quinta-feira (7), como mais um dos destinos da Caravana Contra-Ataque, que objetiva fortalecer a esquerda para enfrentar a ofensiva conservadora no Brasil.
A agenda pública inicia às 14h, no Centro de Educação da UFPE, com uma aula magna. Já às 18h30, Boulos fará lançamento de seu livro “Pra Onde Vai a Esquerda?”, na Livraria do Jardim, localizada na Avenida Manoel Borba, na Boa Vista.
Leia maisPernambuco é o primeiro destino da Caravana Contra-Ataque no Nordeste. A ideia é, além de dialogar com um público mais amplo da esquerda, mobilizar movimentos sociais, sindicais e populares. Também visa promover o engajamento popular e preparar o terreno para as eleições de 2026.
Leia menosA Gerdau, um dos gigantes da siderurgia brasileira, informou nesta sexta-feira (1º) que já demitiu cerca de 1,5 mil funcionários desde o início deste ano, em meio a um cenário considerado “assustador” no setor.
A informação foi divulgada pelo CEO da companhia, Gustavo Werneck, em conversa com jornalistas. Segundo o executivo, as demissões se concentraram nas unidades da Gerdau nas cidades de Pindamonhangaba (SP) e Mogi das Cruzes (SP). As informações são do Metrópoles.
Leia maisNa entrevista coletiva, o CEO da Gerdau confirmou ainda que a empresa está em processo de redução de investimentos no Brasil e que há possibilidade de mais demissões nos próximos meses.
“Vamos promover adequações de capacidade, porque a importação segue crescendo aqui. Esperávamos que o governo implementasse medidas mais duras para o aço importado”, afirmou Werneck.
“Desde o início do ano até agora, nós já promovemos o desligamento de cerca de 1,5 mil pessoas, que têm as suas famílias, que têm um impacto muito grande na sociedade”, lamentou o presidente da companhia.
Ainda segundo Werneck, “assim que o governo federal colocar medidas de defesa comercial, imediatamente a gente pode voltar com essas usinas”.
“Estávamos segurando algumas demissões até a reunião do Gecex [Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior] sobre importados”, relatou Werneck. A reunião aconteceu no dia 24 de julho.
Tarifaço
De acordo com o CEO da Gerdau, a empresa, em princípio, não é tão atingida pelo tarifaço comercial de 50% anunciado pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o aço do Brasil.
Como a companhia produz aço nos EUA e não opera como exportadora nesse caso, o impacto deve ser bem menor.
“Produzimos aço diretamente nos EUA e, em tese, não seríamos afetados pela tarifa. Em território americano, operamos como se fôssemos uma empresa americana”, disse Werneck.
Na quinta-feira (31/7), Trump assinou um decreto que amplia as chamadas “tarifas recíprocas” aplicadas a dezenas de países. A medida, que eleva os encargos sobre produtos estrangeiros que entram no mercado norte-americano, é justificada pelo governo como uma resposta a desequilíbrios comerciais e, em alguns casos, a questões de segurança pública.
As novas tarifas, que variam entre 10% e 41%, começarão a ser aplicadas no dia 7 de agosto, e não mais neste dia 1º, como prometido anteriormente. No entanto, mercadorias embarcadas para os EUA antes dessa data e que cheguem ao país até 5 de outubro estarão isentas da nova tributação.
O Brasil manteve a alíquota base de 10% estabelecida em abril. No entanto, com o novo decreto, que impõe sobretaxa de 40% a partir da primeira semana de agosto, com exceção de quase 700 produtos, a maior parte das exportações brasileiras passará a enfrentar tarifas efetivas de até 50%.
Leia menos