A declaração de apoio da prefeita de Sirinhaém, Camila Machado, filiada ao PP, à candidatura de Marília Arraes ao Governo do Estado, caiu como uma bomba no colo da coordenação da campanha de Danilo Cabral. Não porque Sirinhaém seja um município que represente um número de votos considerável, mas pelo simbolismo que este movimento representa.
Sirinhaém está encravada no centro da Zona litorânea da Mata Sul, reduto histórico da esquerda. Alberto Machado, ex-prefeito e pai da atual prefeita, é um arraesista histórico, da executiva raiz do PSB e amigo fraterno de Eduardo Campos. O grupo liderado, hoje, pela prefeita de Sirinhaém, fora preterido pelo PSB nas eleições de 2020 em uma manobra política e partidária endossada por Danilo Cabral.
Leia maisContrariando as projeções dos bastidores políticos, Camila sacramentou uma vitória nas urnas derrotando o grupo liderado pela família Hacker! Algumas sequelas da falta de habilidade dos que hoje comandam o PSB parecem que são irremediáveis! A saída do grupo tem o simbolismo que pode ocasionar em um verdadeiro estouro da boiada de prefeitos “aliados” ao PSB e que hoje não estão mais alinhados a esses acordos de “bastidores e gabinete”.
Essas evidências se confirmam nas pesquisas que a cada dia colocam Marilia em uma posição muito firme e confortável. Deixa Danilo patinando em um dígito, mesmo com todo o esforço do Palácio em promover sua candidatura nos quatro cantos de Pernambuco e beija mão constrangedor a Lula.
Isso só firmou ainda mais a condição de Marilia Arraes como herdeira das forças que fazem Pernambuco ser o Estado mais arredio e politizado do Brasil. O que escuto todo dia são as lamentações. Uma série de prefeitos e lideranças magoados com o tratamento e falta de cuidado do PSB.
Se, nos próximos dias, nenhum fato novo ocorrer que leve o PSB a uma sobrevida, o que poderá ocorrer será uma revoada de pombos do garajau do PSB para o colo de Marilia. Não adianta mais o Palácio inventar “pacotes de bondade” porque hoje já não cola mais. A coragem de Camila Machado pode ser o catalizador deste fenômeno. A história as vezes se repete e parece que 2022 será uma reedição do que ocorreu em 1998 na derrota histórica de Miguel Arraes para Jarbas e em 2010 com o troco histórico de Eduardo contra Jarbas.
O único fato é que Danilo, não tem a coragem de Jarbas nem o carisma de Eduardo Campos. Como diz o ditado popular, fogo morro acima, água morro abaixo e o povo quando quer votar ninguém segura.
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