Por Claudemir Gomes
Botafogo campeão! Estava escrito na estrela solitária. Os números da campanha do alvinegro carioca atestam o que todos haviam previsto: 38 jogos, 23 vitórias, 10 empates, 5 derrotas e um saldo de 30 gols. O novo campeão brasileiro teve um aproveitamento de 69%. Portanto, nada a contestar.
“Vai vencer o melhor!”, profetizou o mestre, José Joaquim Pinto de Azevedo, durante um bate papo que tivemos pela manhã. Lhe falei sobre uma “teoria da conspiração” que rolava nas redes sociais, dando conta de que o São Paulo faria corpo mole para evitar o título do arquirrival Palmeiras.
Azevedo descartou tal possibilidade, mas, após analisar os fatos, me enviou uma mensagem dizendo: “o São Paulo vai jogar normalmente, entretanto, ao mandar a campo um time misto deixou a porta aberta”, enfatizou para em seguida enaltecer a campanha superlativa do Botafogo.
Leia maisNuma competição de pontos corridos, com trinta e oito rodadas, o campeão vir a ser conhecido somente na última partida é pouco provável, fato que enaltece a conquista do título que a torcida aguardava há 29 anos. Para tornar o enredo mais dramático, o gol da vitória aconteceu no minuto final. Gregore foi o herói improvável, ele que foi protagonista de uma lambança histórica, na decisão do título da Libertadores, o que lhe custou uma expulsão no primeiro minuto da partida.
E o herói será sempre lembrado como “o homem do primeiro e do último minuto”. O que dá pra rir, dá pra chorar, principalmente no futebol onde nenhuma verdade chega a ser absoluta. Coisa de um movimento constante, onde tudo muda o tempo todo.
Mas este título do Botafogo parecia real desde o início. Os deuses do futebol resolveram abençoar o futebol arte. O time que durante todo o campeonato mostrou a verdadeira essência do futebol brasileiro. Essência essa que fora derramada, em outras épocas, por um batalhão de craques tão bem representado por Luiz Henrique, que recebeu o prêmio de melhor jogador da competição.
Na prática, o título foi assegurado na 36ª rodada, com a vitória – 3×1 – sobre o Palmeiras, na casa do adversário. Vitória com assinatura de campeão. O que estava por vir era apenas manutenção de uma supremacia que consolidaria a conquista. Foi isso que testemunhamos nas vitórias sobre o Internacional (1×0) e sobre o São Paulo (2×1).
A três partidas do final do campeonato, Botafogo e Palmeiras estavam com a mesma soma de pontos. O time carioca contabilizou 3 vitórias e somou 9 pontos no cumprimento da sua agenda de jogos. Por outro lado, o Palmeiras somou apenas 3 pontos, produto de uma vitória obtida em 3 partidas. Contra números não existem argumentos.
O choro do técnico Artur Jorge se confundiu com o do torcedor na arquibancada do Estádio Nilton Santos. No centro do campo, os jogadores se abraçavam embalados por gritos roucos que traduziam as inúmeras histórias de superação que emolduram a conquista do novo campeão brasileiro. E todos os fantasmas foram exorcizados.
“Vencer é o céu!”.
De braços abertos o Cristo Redentor contempla o BRILHO DA ESTRELA SOLITÁRIA.
Leia menos