“O povo sente que estamos aqui por eles”, diz Gilson Machado na Festa do Morro

Neste domingo (08), data dedicada à celebração de Nossa Senhora da Conceição, o ex-ministro do Turismo Gilson Machado e o vereador eleito do Recife, Gilson Filho (PL), marcaram presença na tradicional subida ao Morro da Conceição, na Zona Norte do Recife.

Segundo Gilson Machado, o evento deste ano foi marcado pela recepção calorosa dos fiéis, que paravam para cumprimentá-los e “enviar mensagens de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro”. A caminhada também contou com a presença do deputado estadual Coronel Alberto Feitosa.

“O povo sente que estamos aqui por eles, para lutar por seus valores e pela reconstrução de um Brasil que respeite Deus, pátria, família e liberdade”, destacou Gilson Machado durante o percurso.

Por Claudemir Gomes

Botafogo campeão! Estava escrito na estrela solitária. Os números da campanha do alvinegro carioca atestam o que todos haviam previsto: 38 jogos, 23 vitórias, 10 empates, 5 derrotas e um saldo de 30 gols. O novo campeão brasileiro teve um aproveitamento de 69%. Portanto, nada a contestar.

“Vai vencer o melhor!”, profetizou o mestre, José Joaquim Pinto de Azevedo, durante um bate papo que tivemos pela manhã. Lhe falei sobre uma “teoria da conspiração” que rolava nas redes sociais, dando conta de que o São Paulo faria corpo mole para evitar o título do arquirrival Palmeiras. 

Azevedo descartou tal possibilidade, mas, após analisar os fatos, me enviou uma mensagem dizendo: “o São Paulo vai jogar normalmente, entretanto, ao mandar a campo um time misto deixou a porta aberta”, enfatizou para em seguida enaltecer a campanha superlativa do Botafogo.

Numa competição de pontos corridos, com trinta e oito rodadas, o campeão vir a ser conhecido somente na última partida é pouco provável, fato que enaltece a conquista do título que a torcida aguardava há 29 anos. Para tornar o enredo mais dramático, o gol da vitória aconteceu no minuto final. Gregore foi o herói improvável, ele que foi protagonista de uma lambança histórica, na decisão do título da Libertadores, o que lhe custou uma expulsão no primeiro minuto da partida.

E o herói será sempre lembrado como “o homem do primeiro e do último minuto”. O que dá pra rir, dá pra chorar, principalmente no futebol onde nenhuma verdade chega a ser absoluta. Coisa de um movimento constante, onde tudo muda o tempo todo.

Mas este título do Botafogo parecia real desde o início. Os deuses do futebol resolveram abençoar o futebol arte. O time que durante todo o campeonato mostrou a verdadeira essência do futebol brasileiro. Essência essa que fora derramada, em outras épocas, por um batalhão de craques tão bem representado por Luiz Henrique, que recebeu o prêmio de melhor jogador da competição.

Na prática, o título foi assegurado na 36ª rodada, com a vitória – 3×1 – sobre o Palmeiras, na casa do adversário. Vitória com assinatura de campeão. O que estava por vir era apenas manutenção de uma supremacia que consolidaria a conquista. Foi isso que testemunhamos nas vitórias sobre o Internacional (1×0) e sobre o São Paulo (2×1).

A três partidas do final do campeonato, Botafogo e Palmeiras estavam com a mesma soma de pontos. O time carioca contabilizou 3 vitórias e somou 9 pontos no cumprimento da sua agenda de jogos. Por outro lado, o Palmeiras somou apenas 3 pontos, produto de uma vitória obtida em 3 partidas. Contra números não existem argumentos.

O choro do técnico Artur Jorge se confundiu com o do torcedor na arquibancada do Estádio Nilton Santos. No centro do campo, os jogadores se abraçavam embalados por gritos roucos que traduziam as inúmeras histórias de superação que emolduram a conquista do novo campeão brasileiro. E todos os fantasmas foram exorcizados.

“Vencer é o céu!”.

De braços abertos o Cristo Redentor contempla o BRILHO DA ESTRELA SOLITÁRIA.

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), subiu o Morro da Conceição, na Zona Norte do Recife, para participar da missa solene que encerra as homenagens à Nossa Senhora da Conceição, na noite deste domingo (8).

Vestido em tom discreto de azul, a cor da padroeira afetiva da capital pernambucana, João foi tietado durante o trajeto por diversos devotos e entrou no Santuário sob aplausos. Ele chegou à celebração por volta das 18h.

Ainda antes da missa, o prefeito fez um discurso curto, em que celebrou a Imaculada Conceição e desejou “Feliz Natal” aos moradores do Recife, da Região Metropolitana e “de fora”.

“(Quero) pedir sabedoria, para seguir trabalhando pelo povo e por quem precisa, e fazer bem feito. Viva Nossa Senhora da Conceição, nossa padroeira”, disse.

“Desejar um feliz Natal a todos do Recife, de fora, da Região Metropolitana… Que Deus abençoe e que tenham um Natal de muita luz e esperança, com Deus no coração e com a certeza de um futuro próspero.”

A segunda edição do Festival Mulherar a Política, iniciativa da startup Quero Você Eleita em parceria com o escritório Gabriela Rollemberg Advocacia, reunirá, nesta terça-feira, lideranças femininas do Distrito Federal para debater o tema “Que pontes existem entre mulheres progressistas e conservadoras?”. O evento, exclusivo para convidados, visa fomentar um espaço de diálogo que permita a construção de consensos e avanços políticos com a participação da sociedade civil.

Entre as confirmadas estão a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, e as deputadas Erika Kokay (federal), Jaqueline Silva, Dayse Amarílio e Doutora Jane (distritais). A proposta do encontro é a criação de um fórum permanente para o alinhamento de estratégias conjuntas entre mandatos e a população, fortalecendo a presença feminina no debate político e social.

A programação também contará com o lançamento da obra “Lugar de Fala: um retrato das campanhas femininas no Brasil”, que traz relatos sobre a experiência de mulheres candidatas nas eleições de 2024. Outro destaque será a apresentação do projeto “Bancada Feminina na COP30”, que propõe formar prefeitas de diversos biomas para liderar pautas climáticas na conferência global. O encerramento será marcado por uma apresentação artística da cantora Joana Duah, às 20h30.

Por Andreza Matais
Do UOL

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse à coluna que, enquanto o governo não liberar as emendas parlamentares, não irá indicar o relator das proposta do pacote fiscal para redução de gastos públicos.

“Não temos apoio nem da Câmara nem do Senado sem resolver o impasse do projeto votado e sancionado”, disse, neste domingo (08).

Na última semana, a Câmara aprovou urgência na discussão das medidas, o que significa pular o debate nas comissões (o que pode arrastar a discussão por meses ou, até mesmo, colocá-la numa gaveta e jogar as chaves fora) e votar diretamente no plenário da Câmara.

O movimento, contudo, deve parar na urgência. Sem relator no plenário, a votação não pode prosseguir. É o relator quem faz a primeira análise do texto, recomendando aprovação na íntegra ou alterações no texto.

O governo aposta no pacote para evitar uma crise fiscal diante do descontrole dos gastos públicos.

Embora tenha anunciado a liberação dos recursos após o ministro Flávio Dino (Supremo) autorizar a volta dos pagamentos com restrições, nada saiu do caixa do governo.

O Congresso ainda foi surpreendido na última semana com um ofício da SRI (Secretaria de Relações Institucionais) que, na interpretação do Congresso, descarta a liberação das emendas Pix que estão represadas. A orientação é que os parlamentares devem direcionar as emendas para ministérios como emendas individuais.

Na prática, significa que terão de abrir mão de enviar os recursos às suas bases eleitorais como emenda Pix (dinheiro que cai diretamente nas contas das prefeituras e governos estaduais) e usar o caminho mais burocrático das emendas individuais, começando o processo do zero.

No “modelo tradicional” das emendas individuais, é preciso preencher relatórios indicando o que deve ser feito com o dinheiro e os ministérios analisam o passo a passo.

A medida inflamou ainda mais a relação do Congresso com o governo.

Líderes de partidos aliados já informaram ao Planalto que irão paralisar também a votação da lei orçamentária para 2025, o que significa para o governo entrar o ano sem dinheiro novo em caixa.

O comando do Congresso também não gostou de descobrir pelo DOU (Diário Oficial da União) que o governo bloqueou R$ 1,3 bilhão de emendas de comissão. Nenhum dirigente da Casa foi informado com antecedência da medida.

As emendas de comissão são usadas pelo Congresso para garantir aos líderes partidários um extra para enviarem às suas bases eleitorais. No parlamento, é vista como uma “recompensa” por se desgastarem em votações impopulares que atendem aos interesses do governo.

O ministro Flávio Dino determinou que, a partir de agora, as emendas devem conter a identificação de qual parlamentar a indicou e foi explícito que não são de uso restrito dos líderes.

A coluna apurou que o núcleo político do governo foi informado de que, prevalecendo essa medida, o governo terá dificuldades em garantir a governabilidade a partir de 2025. Ouviu a promessa de um acordo informal de que nada mudaria nesse caso. O ofício da SRI, contudo, indicou que o acordo apalavrado não será cumprido. Procurada, a SRI não ligou de volta.

O que também gerou desconfiança sobre um outro combinado. O núcleo palaciano tem sinalizado que, em troca da votação do pacote fiscal, irá liberar recursos extras para o Congresso enviar às bases eleitorais no ano pré-eleitoral de 2025. Antes da criação do orçamento secreto, funcionava assim. O que é conhecido na política como toma-lá-dá-cá.

Por Muciolo Ferreira*

Quando o poeta, compositor e boêmio Vinícius de Moraes imortalizou a frase “as feias que me perdoem, mas beleza é fundamental”, certamente se referia ao seu time do coração, o Botafogo de Futebol e Regatas. Isso a julgar pelo fato de que, antes mesmo da conquista do seu primeiro brasileiro nos gramados em 1968, ao levantar a Taça Brasil, o time da Estrela Solitária de General Severiano já era Tricampeão.

“Como assim?”, questionaria o mais cético dos torcedores. Simples, os títulos não saíram dos dribles desconcertantes das pernas tortas de um tal Mané Garrincha. Tampouco das cobranças das faltas certeiras do Didi “folha seca”, ou dos pés de Nilton Santos, Zagallo, Amarildo ou Túlio Maravilha.

O Glorioso foi Tricampeão nacional na Passarela da Beleza, no templo sagrado do Maracanãzinho, o irmão mais novo do Maracanã, numa época em que o concurso de Miss Brasil era tão aguardado e popular quanto uma final de Copa do Mundo de Futebol. Chegou a rivalizar com esse esporte, reunindo famílias que disputavam o melhor lugarzinho na sala da casa diante do televisor com imagens em preto e branco, as cores do “Fogão”.

O time foi campeão em 1958, com Adalgisa Colombo, que usou de esperteza ao driblar os jurados jogando em todo o corpo Óleo de Peroba para deixar a pele mais brilhosa no desfile de maiô. Em 1960, com Gina MacPherson, conquistava o bicampeonato, e o tri com Maria Raquel de Andrade em 1965.

Não é à toa que dizem que “os que levam a Estrela Solitária ao peito são Escolhidos “. Até porque, torcer pelo time de Beth Carvalho, da popstar Anitta, das atrizes Regina Casé e Maitê Proença, de Flávio Dino, Ministro do STF, do sambista Zeca Pagodinho e dos apaixonados e fanáticos torcedores pernambucanos Magno Martins e Ricardo Guerra é estar de bem com a volta do bom e moleque futebol arte que há muito não se via nos gramados.

É rir, comemorar e festejar juntos, com os 6 milhões e 200 mil torcedores do Glorioso espalhados pelo país, conforme dados do Atlas Intel.

Quiseram os deuses do futebol que o Palmeiras virasse o placar de 2×1 contra o Cruzeiro aos 42 minutos do segundo tempo no Mineirão, adiando para hoje a conquista do Tricampeonato do Glorioso. Isso estava “escrito nas estrelas”, pois a comemoração teria um gostinho especial de religiosidade e com bolo de aniversário.

Até porque o Campeão da Libertadores e do Brasileirão de 2024 completa nesse domingo seu aniversário. Fundado como Clube de Regatas em 01/07/1894, e como clube de Futebol em 12/08/1904, a fusão de ambas modalidades se deu em 08 de dezembro de 1942, tendo Nossa Senhora da Conceição como padroeira.

São os mistérios que só o Divino reserva à humanidade.

Do Oiapoque ao Chuí, tu és eterno, Botafogo.

Jornalista*

O Paço do Frevo, localizado na Praça do Arsenal, no Bairro do Recife, será palco do “Natal do Paço”, um espetáculo emocionante que promete encantar o público com música, dança, luzes e poesia. O evento acontece nos dias 20 e 21 de dezembro, a partir das 18h30, em frente ao museu e centro de referência dedicado ao frevo.

A programação conta com apresentações do Coral Edgard Moraes, do Bonde Bloco Carnavalesco Lírico, do Grupo Matulão de Dança, além de participações especiais de Paz Brandão, Cid Cavalcanti e Leila Nascimento. O Maestro Marco Cezar e sua orquestra também marcarão presença, garantindo um repertório que une a magia do Natal à tradição cultural pernambucana.

E chegou glorioso! Batendo o São Paulo por 2 X 1. Viva a nação do Glorioso!

Após 29 anos, o Botafogo retorna ao topo do futebol brasileiro, coroando uma temporada histórica com a conquista inédita da Libertadores, há 8 dias, e, agora, do Brasileirão.

O próximo desafio alvinegro será no cenário internacional: a disputa do título Intercontinental, no Catar. O Botafogo estreia na competição enfrentando o Pachuca, do México, na próxima quarta-feira (11), às 14h.

A circulação de novas sublinhagens do coronavírus no Ceará tem provocado aumento expressivo de casos em vários municípios. Desde a última semana de novembro, já foram confirmados 5.140 casos no Estado. Quatro a cada dez (40,7%) testes feitos nos últimos 7 dias deram positivo, de acordo com os dados disponibilizados pelo Integra SUS, da Secretaria da Saúde (Sesa), até a última sexta-feira (6).

As infecções pelo coronavírus voltaram a crescer no mês passado, e já representam, de lá para cá, mais de um terço dos casos registrados no ano. Na semana epidemiológica 46 (10 a 16/11), foram 268 casos, subindo para 752 na semana 47 (17 a 23/11). Na seguinte, a 48 (24 a 30/11), foram mais de 3 mil testes positivos.

Nos primeiros dias de dezembro, a alta se mantém: entre o dia 1º e essa quinta-feira (5), já foram confirmados 2.034 casos. Em 2024, mais de 14,3 mil testes deram positivo no Ceará. Todos os números devem passar por alterações, já que estão em atualização pela Sesa.

As cidades com maior incidência de casos a cada mil habitantes – ou seja, a proporção de infecções de acordo com a população – nas últimas quatro semanas foram: Fortim (122 casos), Pindoretama (116 casos),
Aracati (366 casos), Mulungu (52 casos), Beberibe (253 casos).

Considerando todo o ano de 2024 até aqui, a capital, Fortaleza, lidera em número absoluto de casos confirmados, com 4.704 testes positivos. Em seguida, aparecem Russas (400), Maracanaú (389), Sobral (367) e Aracati (366).

Do Diário do Nordeste.

Por Luiz Fernando Vianna
Especial para O Globo

Tom Jobim brincava (ou nem tanto) que o Brasil não gosta de quem faz sucesso, dos que têm muito talento. Trinta anos após sua morte, completados neste domingo (8), o compositor prova que, ao menos no seu caso, estava errado. Perto de ser uma unanimidade, é devidamente reconhecido aqui e no exterior. Está vivo na música e também na memória dos que lhe foram próximos.

— Falo com ele todo dia — afirma a viúva, Ana Lontra Jobim, que cuida dos direitos autorais relativos à obra do marido. — Minha cabeça não vive sem referências dele. Na hora de tomar decisões, penso no que ele gostaria.

‘Um dos maiores criadores de canções’
O violonista, crítico e escritor Arthur Nestrovski, que realizou com a cantora Paula Morelenbaum uma série de seis vídeos sobre o maestro para a revista piauí e está lançando o álbum “Jobim canção”, diz que “o mínimo que dá para dizer é que é um dos maiores criadores de canções de todos os tempos e todos os repertórios”.

— Ponho as canções de Tom Jobim na mesma estante das de Schumann, Schubert ou quem você quiser. Talvez um pouco mais alto, dependendo da canção — exalta ele.

Paula integrou a Banda Nova, que acompanhava Tom, de 1984 até a morte dele. Diz que foram dez anos que mudaram a sua vida. Aprofundou-se na obra jobiniana ao lado do próprio autor, que gostava de lhe escalar para solos.

Na hora de montar o repertório de “Jobim canção” com Nestrovski, quis incluir apenas músicas que nunca gravara em seus próprios discos, como “Caminhos cruzados”, “Wave” e “Eu não existo com você” (em duo com José Miguel Wisnik).

— Não posso me repetir com um repertório tão vasto. Tom Jobim jamais pode ser lugar-comum. Não quero me sentir confortável — justifica ela, que está em uma turnê pela Ásia interpretando, em grande parte, canções de seu amigo-ídolo. — É o grande compositor brasileiro. E outros carregam Tom nas suas músicas, como Edu (Lobo) e Chico (Buarque).

‘A morte foi um choque’
Danilo Caymmi também fez parte da Banda Nova pela década que ela existiu. Cantava e tocava flauta. Neste domingo (8), às 20h, apresenta no Vivo Rio o show “Um Tom sobre Jobim” ao lado da cantora americana Stacey Kent. Ressalta a simplicidade do maestro enquanto lembra histórias que viveu.

— Ele praticamente me descobriu como cantor. Logo me delegou “Samba do avião” e “A felicidade”. Quando eu perguntei por que ele não cantava esses dois clássicos, veio com uma daquelas: “Tenho a voz meio abafada ao alho” — conta Danilo, filho mais novo de Dorival, grande amigo de Tom.

O compositor repetia, com ironia, uma pergunta que ouviu por mais de três décadas: “Tom Jobim, o que é a bossa nova?”. Gostava da resposta do baterista Paulo Braga: “É a euforia controlada”. E complementava: “Na bossa nova não se pode suar”. Ao fim de um ensaio, dizia para a banda: “Bossa nova, descansar!”.

— Vi muita coisa ser feita, como “Querida”, que me pareceu uma canção que falava da finitude — diz Danilo, pensando em versos como “Longa é arte/ Tão breve a vida”. — Ele escondeu da gente o processo da doença. A morte foi um choque.

Depois de gravar o que seria seu último disco, “Antonio Brasileiro”, o compositor se queixou ao seu médico de problemas urinários. Em 2 de dezembro, passou por uma cirurgia no hospital Mount Sinai, em Nova York. Enquanto se recuperava, teve embolia pulmonar e a parada cardíaca. Morreu no dia 8.

Stacey Kent vivia em Nova York quando, aos 14 anos, em 1979, escutou o disco “Getz/Gilberto” e ficou fascinada por João Gilberto. Logo percebeu que a maioria das músicas era de um tal Antonio Carlos Jobim. Começava uma paixão que nunca arrefeceu.

— Quando descobri a música de Jobim e a voz e o violão de João Gilberto, descobri a minha sensibilidade. Eu era emocional, sem ser dramática, e otimista, mas um pouco melancólica. São as mesmas características daquelas músicas. Pensei: “Eu sinto essa música. Eu sou essa música” — recorda Stacey.

Várias canções de Tom estão em seus álbuns. Com facilidade para aprender línguas (domina latim, francês, italiano e alemão), fala bem português e canta no idioma. Mas seu maior sucesso é uma versão em francês de “Águas de março”, com mais de 60 milhões de plays no Spotify.

— Mesmo sem compreender a letra, é possível entender o que essa música simboliza — acredita. — Fala do nada, de coisas pequenas e também de coisas grandes. Explica a vida. Dá vontade de a gente compartilhar.

Ela garante que o show deste domingo — que terá a participação do flautista e saxofonista Jim Tomlimson, marido de Stacey, e no repertório canções como “Luiza”, “Gabriela”, “Por causa de você” e “Estrada do sol” — não será nada triste, apesar de marcar 30 anos de morte:

— Vamos festejar a vida e o universo de Jobim.

Preparativos para o centenário
Embora muito satisfeita com as homenagens feitas ao marido, Ana Jobim também diz preferir celebrar a vida de Tom. No caso, o centenário de nascimento dele, a ser completado em 25 de janeiro de 2027. Está preparando uma fotobiografia com imagens feitas por ela mesma e por outros fotógrafos.

Na lista de celebrações do compositor está a exposição “Tom Jobim: discos solo”, que reúne informações e vídeos sobre 12 álbuns no Instituto Antonio Carlos Jobim, no Jardim Botânico, com curadoria de Aluísio Didier.

Também está em cartaz, no Teatro Casa Grande, no Leblon, a peça “Tom Jobim musical”, com texto de Nelson Motta e direção de João Fonseca.

E, além de “Jobim canção”, há outra novidade fonográfica: “Minha alma canta”, que reúne 14 participações de Tom em songbooks feitos por Almir Chediak, chegou anteontem às plataformas de áudio.