Após todas as formalidades de posse como novo presidente da Argentina, Javier Milei começou a colocar em práticas promessas feitas durante a campanha. E assinou o Decreto de Necessidade e Urgência (DNU). Entre as medidas, revogou regra do aliado Mauricio Macri proibindo a nomeação de parentes diretos a cargos públicos.
A modificação se dá para que a irmã do novo presidente, Karina Milei, assuma o cargo de Secretária Geral da Presidência da Nação. A posse dela veio junto à de nove ministros e o Chefe da Casa Civil no Salão Branco da Casa Rosada. As informações são do Metrópoles.
O decreto revogado por Milei vinha de 2018 e havia sido feito pelo ex-presidente Macri, que se tornou seu principal aliado durante as eleições.
“Não poderão ser feitas nomeações de pessoas, sob qualquer modalidade, em todo o Setor Público Nacional que tenham qualquer ligação de parentesco tanto em linha direta como em linha colateral até ao segundo grau com o Presidente e vice-presidente da Nação, chefe de Gabinete de ministros, ministros e outros funcionários com categoria e hierarquia de ministro”, dizia a norma.
À época, ela não veio sem polêmica. Isso porque algumas pessoas afetadas pela regra deveriam se separar, mesmo que tivessem feito concurso público.
Milei é isento de cumprir decreto
O decreto editado agora por Milei mantém a maior parte da norma anterior. Porém, isenta o presidente da República de obedecê-la.
Não houve só essa mudança entre os primeiros atos do novo presidente. Na sua primeira ação administrativa, Javier Milei reduziu pela metade o número de ministérios. Ele assinou um decreto acabando com pastas como Cultura, Educação, Meio Ambiente e Trabalho, reduzindo o total de 18 para nove.
Há mudanças silenciosas que raramente viram manchete, mas alteram a espinha dorsal do Estado. Em 2025, duas normas assim redesenharam o futuro da educação inclusiva no Brasil: o Decreto Federal nº 12.686/2025 e a Resolução nº 296/2025 do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco. Juntas, essas normas instauram um novo regime jurídico que simplesmente não admite aquilo que, por décadas, foi regra em milhares de municípios: improviso, contratações frágeis e cuidadores informais que sustentavam, precariamente, uma política que deveria ser técnica, estável e contínua.
O decreto federal estabelece o padrão nacional de inclusão escolar. Determina que estudantes com deficiência, com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) devem receber apoio especializado dentro da escola regular, com parâmetros mínimos de qualidade e com profissionais devidamente preparados. Não se trata apenas de garantir acesso; trata-se de assegurar aprendizagem, permanência, segurança e dignidade. A inclusão deixa de ser apêndice e passa a ser eixo de organização das redes municipais.
O profissional de apoio escolar – figura central nessa engrenagem – passa a ter perfil técnico definido: formação mínima de 80 horas, domínio de estratégias de mediação e compreensão das necessidades sensoriais e comportamentais de cada estudante. O país, enfim, estabelece um padrão de quem pode e quem não pode exercer uma função tão sensível.
Mas é a Resolução nº 296/2025 do TCE-PE que torna esse padrão possível. Se o decreto descreve o “como deve ser”, o Tribunal de Contas descreve o “como pode ser contratado”. A resolução exige que todo profissional esteja vinculado a cargo criado por lei, determina que concursos observem critérios objetivos e limita o uso de temporários a hipóteses realmente excepcionais. A regra é direta: sem lei municipal criando o cargo de Auxiliar de Desenvolvimento à Inclusão, qualquer contratação é irregular.
E aqui está o ponto que 2026 transformará em divisor de águas. A demanda por inclusão é permanente. Crianças neurodivergentes chegam à escola todos os anos. Não é eventual, não é transitória, não decorre de calamidade. Portanto, o uso de contratos temporários – prática histórica no Nordeste – não encontra mais respaldo jurídico. A resolução proíbe substituição permanente por mão de obra temporária e impõe limite de 30 % de vínculos precários no serviço público, percentual que grande parte das redes ultrapassa quando o assunto é inclusão.
O Manual de Seleções Públicas do TCE reforça que até seleções simplificadas precisam de editais estruturados, critérios objetivos e ampla divulgação. Ficou para trás a era das listas internas, convocações diretas ou renovações automáticas de contratos. A partir de agora, o que antes era tratado como “arranjo administrativo” passa a ser visto como irregularidade.
A mensagem é inequívoca: insistir em cuidadores informais, monitores improvisados ou contratações sem formação mínima deixará de ser tolerado. O secretário que mantiver profissionais sem ensino médio ou sem as 80 horas de formação mínima poderá responder por violação aos princípios da legalidade, da moralidade e da proteção integral da criança. O risco não é teórico. O Ministério Público pode propor ações de improbidade. O TCE pode glosar despesas, determinar devolução de valores, ordenar substituição de profissionais irregulares e rejeitar contas. Famílias poderão acionar judicialmente os municípios por danos decorrentes da ausência de apoio adequado.
E a responsabilidade não recai apenas sobre o secretário. O Controle Interno tem o dever de impedir a continuidade das irregularidades. A Procuradoria Municipal não pode emitir pareceres que validem cargos inexistentes ou vínculos precários. E o prefeito responde solidariamente: quando a irregularidade persiste, a omissão é compartilhada.
É verdade que os municípios continuam à margem de um arranjo federativo desigual. A União define padrões, cobra qualificação, fixa formações, mas repassa recursos insuficientes. Municípios – especialmente nordestinos – arcam com mais de 70 % da educação básica e sustentam a inclusão praticamente sozinhos. Ainda assim, o fato jurídico permanece: a obrigação existe. E, enquanto gestores discutem orçamento, quem sofre são as crianças.
Por isso, a história de Maria – a menina do agreste que se esconde debaixo da mesa quando o mundo pesa demais – permanece como símbolo. Maria não é personagem literário; é diagnóstico. É espelho de milhares de crianças que seguem invisíveis às normas, aos sistemas e às urgências administrativas. Quando o gestor posterga a criação do cargo, adia concursos ou mantém contratações informais, ele não descumpre apenas a lei: prolonga o sofrimento de Maria. Diz a ela, sem palavras, que continuará invisível.
A transição é dura, mas necessária. A era do improviso acabou. Começa a era da responsabilidade – jurídica, administrativa, ética e humana. O momento exige coragem para criar cargos, definir atribuições, estruturar formações, reduzir temporários e cumprir a Resolução nº 296/2025 em sua integralidade.
As crianças brasileiras – especialmente as do Nordeste – não podem mais esperar que a inclusão funcione “como der”. Precisam que funcione como deve ser.
O Sextou desta semana traz um tributo a Dalva de Oliveira, a ‘Rainha do Rádio’. A cantora e compositora paulistana, de ascendência portuguesa, brilhou nas décadas de 40 e 60. Entre as canções eternizadas em sua voz, destaques como ‘Tudo acabado’, ‘Que será’, ‘Estão voltando as flores’, ‘Ave Maria no Morro’, ‘Bandeira Branca’ e ‘Máscara Negra’.
O retrato desta diva da MPB será traçado pela cantora, atriz e escritora carioca Mona Vilardo. Mona faz shows pelo Brasil afora cantando Dalva de Oliveira e é autora de um livro em linguagem infantil – ‘Dalva, minha vó e eu’.
O Sextou vai ao ar na próxima sexta-feira, das 18h às 19h, pela Rede Nordeste de Rádio, que reúne 48 emissoras em Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Bahia, tendo como cabeça de rede a Rádio Folha 96,7 FM, no Recife. Para ouvir pela internet, acesse o link do Frente a Frente no topo desta página ou baixe o aplicativo da Rede Nordeste de Rádio na Play Store.
Numa noite marcada pela alegria e beleza, o prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral, abriu oficialmente, ontem, as festividades natalinas no município. Um cenário especial foi montado na Praça 9 de Julho, que se transformou em um grande cenário cheio de luzes, símbolos e personagens, incluindo uma Árvore de Natal gigante, a casa do Papai Noel, um presépio completo e outras dezenas de elementos, para receber os cabenses e visitantes.
“A iluminação natalina transforma nossa cidade, traz beleza, alegria e reforça o sentimento de alegria e união nesta época tão especial. Queremos que cada família que mora ou visita o Cabo sinta esse clima e tenha orgulho de ver sua comunidade mais bonita e acolhedora”, afirmou Lula Cabral, antes de acionar a chave que acendeu a iluminação da praça.
O coral da Secretaria de Educação abriu a noite com um repertório clássico. A programação seguiu com o auto de Natal Ao Divino Vamos Celebrar, a apresentação das crianças do SCFV do Cras da Charneca e o show da Turma do Sorriso.
Uma sequência de queima de fogos iluminou o céu, anunciando a chegada do personagem mais esperado da noite: o Papai Noel. Ao chegar à casa montada especialmente para a programação, o “bom velhinho” se acomodou na poltrona vermelha e começou a receber as crianças. “Foi a coisa mais linda que já vi”, disse a pequena Jéssica Silva, de 7 anos, sobre a festa preparada pela Prefeitura do Cabo.
Decoração – Este ano, toda a cidade recebeu uma decoração natalina especial nas principais ruas, avenidas e equipamentos públicos. Em Pontezinha, além das luzes instaladas nas áreas centrais, a Prefeitura instalou uma árvore de Natal de 8 metros de altura. Em Ponte dos Carvalhos, o Parque dos Eucaliptos ganhou cor e brilho com elementos temáticos. Bairros como Pirapama, Charneca e o distrito de Juçaral também estão se vestindo de luz, assim como o Palácio da Cultura, que receberá iluminação especial em sua fachada.
Em resposta ao texto divulgado ontem, pelo presidente do Conselho de Administração da Compesa, Alex Machado Campos, sobre os indicadores utilizados na modelagem da concessão dos serviços de saneamento em Pernambuco, a Procompesa, associação de atuação técnica, formada por profissionais de carreira da Compesa, emitiu uma nota. No documento, a entidade reafirma a existência de dados irreais no Edital da Concessão. Confira abaixo a nota na íntegra:
Nota oficial da Procompesa
A Procompesa, associação de atuação técnica, formada por profissionais de carreira da Compesa, que tem por finalidade defender a universalização dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário em Pernambuco, de forma sustentável, diante da nota divulgada pelo presidente do Conselho de Administração da Compesa, Alex Machado Campos, vem a público, por meio desta nota, reafirmar a existência de dados irreais no Edital da Concessão para os índices de atendimento de esgoto em 66 municípios, que gerará um prejuízo de R$ 2,9 bilhões aos cofres públicos.
Com todo respeito ao presidente do Conselho de Administração, não é admissível que a defesa, para um erro desta gravidade e magnitude, se resuma a tecnicidades e retórica, sem qualquer comprovação, que não sustentam a legalidade e a coerência técnica da modelagem.
Ao falar dos erros nos indicadores em 66 municípios, a Procompesa se baseia em dados reais, levantados e confirmados na fase de diagnóstico do projeto do BNDES.
Diagnóstico que, conforme o próprio presidente afirma, teve a participação ativa da Compesa no fornecimento de dados detalhados sobre a realidade operacional e a infraestrutura de cada município. Ainda assim, em prol da verdade, esta associação teve o cuidado de confirmar as informações antes de protocolar a denúncia.
Ao falar da consistência dos dados, o presidente Alex Campos afirma que os estudos se basearam em “fontes oficiais”. Cabe ressaltar que estas fontes de dados são historicamente reconhecidas, por especialistas do saneamento, pela falta de confiabilidade das informações, como veiculado recentemente na matéria da Folha de São Paulo, razão que justifica a necessidade da realização de diagnóstico nos estudos para avaliação em campo da realidade de fato dos serviços nos municípios, como foi feito.
O caso mais emblemático, de Serra Talhada, que apresenta a maior distorção da realidade, nem sequer foi citado na nota do Presidente. Cabe lembrar que para este relevante município, com 92mil habitantes, o Edital adota um índice de atendimento de 86%, enquanto a realidade é de 0%. Esta informação, inclusive, foi confirmada pela prefeitura de Serra Telhada, em apuração realizada pelo jornalismo da Folha de São Paulo, e publicado em matéria veiculada no dia 8/12 pela Folha e por este blog.
Voltamos a afirmar para a sociedade Pernambucana: a realidade de fato é que não há sistema de esgoto em operação em Serra Talhada, nem nos demais 65 municípios, seja pela Compesa ou pelas prefeituras, nos termos da Norma Regulamentadora da ANA. Convocamos qualquer interessado e os órgãos de controle para, em uma simples auditoria, constatar esta afirmativa.
Ademais, cabe esclarecer que a existência de infraestrutura inacabada, fora de operação, nos termos da norma, não pode ser contabilizada no atendimento. Qualquer infraestrutura identificada precisa ser adequadamente inventariada para apuração de seu estado físico e de seu efetivo cumprimento as normas técnicas de implantação e operação, bem como à regulamentação para a prestação dos serviços, e não apenas ser citada sem qualquer referencial técnico que embase a quantificação do atendimento.
Não podemos repetir o erro do Rio de Janeiro, onde as concessionárias já cobram bilhões em compensação pelos mesmos problemas de superestimação de índices de atendimento de esgotamento sanitário.
Não há tempo a perder. A omissão de hoje será o lamento de amanhã, quando milhões de pernambucanos eventualmente se vejam privados de serviços essenciais por conta de decisões administrativas irregulares que podem – e devem – ser impedidas pela atuação vigilante do controle externo.
Anderson Santos Quadros – diretor-presidente da Procompesa
A comunidade católica de Itapissuma recebeu com estranheza os ataques proferidos contra o Padre Neto Feitosa, pároco da Paróquia de São Gonçalo do Amarante. O sacerdote relata que foi alvo de ataques de um possível gabinete do ódio paralelo na cidade. O episódio aconteceu depois de sua fala no encerramento da Festa de Nossa Senhora da Conceição, na última segunda-feira.
Em sua mensagem, o sacerdote pediu por mais respeito, parceria e compromisso com as tradições religiosas que moldam a fé e a identidade do povo itapissumense, por parte da Prefeitura Municipal de Itapissuma. O Padre Neto lembrou que, por muitos anos, Igreja e gestão municipal caminham juntas, mas que recentemente essa parceria tem enfraquecido, trazendo desafios para a realização das festas dos padroeiros.
Após o episódio, o padre passou a ser alvo de mensagens ofensivas e ataques pessoais em redes sociais e grupos de WhatsApp. Para esclarecer os fatos, Padre Neto gravou um vídeo e reafirmou que seu único propósito sempre foi defender sua comunidade, sua paróquia e a fé que move tantos corações em Itapissuma.
Funcionários de três abatedouros mantidos pelo Governo de Pernambuco paralisaram as atividades em greve por falta de pagamento dos salários. Os equipamentos, situados nos municípios de Itambé e de Paudalho, ambos na Mata Norte, e de Escada, na Mata Sul, produzem e forneceram carnes de bovinos, suínos, ovinos e caprinos para dezenas de cidades das regiões.
Os contratos são de responsabilidade do Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa) e da Secretaria de Desenvolvimento Agrário, que, até o momento, não sinalizou quando regularizará a situação. A estimativa é que cada abatedouro realiza o corte médio de 80 a 100 animais por dia.
Com a paralisação das atividades, o temor é que o preço dos produtos suba em virtude da escassez dos alimentos, impactando comerciantes, especialmente as feiras livres, e principalmente os consumidores.
Trabalhadores desses abatedouros regionais alegam que os atrasos nos salários persistem há meses, o que têm ocasionado prejuízos às famílias. Ao todo, mais de 150 funcionários estão sendo afetados com a falta dos pagamentos. Além das queixas sobre as remunerações, também há relatos de corte nos auxílios alimentação e vales-transportes.
Esta não é a primeira que abatedouros públicos mantidos pelo Governo de Pernambuco paralisam as atividades devido à falta de pagamentos dos trabalhadores. Em novembro de 2023, uma greve suspendeu a produção e fornecimento em quatro locais do estado – Itambé, Paudalho, Ribeirão e Escada – prejudicando a cadeia de produção para mais de 90 cidades e afetando mais de 250 funcionários.
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Otto Alencar (PSD-BA), escolheu o oposicionista Esperidião Amin (PP-SC) como relator do projeto de lei que trata da redução de penas aos envolvidos no 8 de Janeiro, o chamado “projeto da dosimetria”. A proposição deverá entrar na pauta da CCJ na próxima semana. As informações são do portal Estadão.
Amin é aliado e amigo do ex-presidente Jair Bolsonaro há 34 anos. Foi ele quem, inclusive, incluiu na votação do Código Eleitoral no colegiado um trecho para permitir o voto impresso. A Câmara aprovou o projeto da dosimetria na madrugada desta quarta-feira, 10, com um placar de 291 a 148. Esse texto, além de favorecer cidadãos que depredaram as sedes dos Três Poderes, também pode beneficiar Bolsonaro.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), disse no Senado nesta terça-feira que logo após a aprovação na Câmara traria a matéria para o plenário da Casa. O presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD-BA) e outros senadores como Renan Calheiros (MDB-AL) protestaram. Alcolumbre acatou aos protestos e enviou a matéria par a comissão.
“Combinei com o senador Davi Alcolumbre porque o Senado não pode, como já foi algumas vezes, ser cartório da Câmara, de aprovar lá e ter uma decisão cartorial referendando o que passou lá. Isso é uma coisa absolutamente inaceitável”, disse Otto.
A redação “concede anistia aos participantes das manifestações reivindicatórias de motivação política” ocorridas entre 30 de outubro de 2022 e a data de entrada em vigor a lei.O prazo extenso compreende desde os acampamentos golpistas erguidos a partir da derrota eleitoral de Bolsonaro e a insurreição que culminou nos ataques aos prédios dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023.
Isto é, a anistia beneficia toda a cúpula que virou ré no STF no julgamento da trama golpista, incluindo generais e ex-ministros do governo Bolsonaro, e os bolsonaristas que acamparam em frente ao QG do Exército e participaram dos ataques na Praça dos Três Poderes.
O presidente nacional do PSB e prefeito do Recife, João Campos, participou da cerimônia de entrega do Prêmio Governador Eduardo Campos de Excelência em Gestão Pública, na tarde de ontem, no Salão Nobre da Câmara dos Deputados.
Por indicação do deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) e após a seleção técnica feita pela premiação, João Campos foi homenageado com um diploma de menção honrosa por sua gestão à frente da Prefeitura do Recife. Em seu discurso, ele destacou o legado de seu pai, Eduardo Campos, quando foi governador de Pernambuco, e pontuou diversas conquistas dele na área de administração pública.
“Eduardo teve uma capacidade imensa de bater todos os recordes que se pode imaginar na área de administração pública dentro de um governo, dentro de um Estado (Pernambuco). Ele tinha a capacidade de traduzir a força política em entrega concreta e real na vida das pessoas, sem nunca perder a essência e ele dizia: meu filho, no dia que a gente perder a capacidade de se indignar com as coisas, a gente não pode estar mais na política. Então a gente precisa trazer essa capacidade para os dias de hoje, de se indignar com algo que está errado, com a injustiça, com a opressão, com algo que é feito para não atender os interesses do povo brasileiro. Que a gente traga esses ensinamentos e aprenda que ele fez tudo isso por meio da política”, disse.
O prefeito destacou que a maior homenagem que pode ser feita a Eduardo Campos é dar continuidade ao seu legado. “Tudo que ele fez é uma história bonita de ser vista, de ser vivida, de ser contada. E a maior homenagem que a gente pode fazer é dar continuidade a isso. Por isso, o nosso partido tem o dever de trabalhar pelo fortalecimento democrático, mas não adianta você defender uma democracia se você não tiver a capacidade de construir uma boa gestão pública com responsabilidade, que entregue serviços de qualidade na ponta, pra quem mais precisa, e é isso que a gente tem que continuar a fazer e continuar a cultuar essa boa gestão”, pontuou.
Além disso, João Campos afirmou estar seguindo os ensinamentos do pai em sua caminhada política como prefeito da capital pernambucana e, principalmente, focado em “inaugurar vida na vida das pessoas”. “Eu tenho tentado fazer isso na cidade do recife, na nossa gestão e temos tido o reconhecimento das pessoas. Meu pai gostava de dizer que, de tantas obras que ele inaugurou, a maior obra que um governante pode fazer é inaugurar vida na vida das pessoas. Então a gente precisa reinaugurar um tempo em que a política tem a capacidade de inaugurar vida na vida das pessoas, que a gente tenha a capacidade de colocar a frequência dos nossos mandatos pra poder tocar a mesma frequência que as ruas clamam, que as pessoas desejam, que as pessoas esperam porque fazendo isso a gente vai inaugurar vida na vida das pessoas e não há nada mais forte na excelência da gestão pública do que inaugurar com esperança”, finalizou.
Prêmio Governador Eduardo Campos de Excelência em Gestão Pública
Instituído em 2024, a premiação homenageia até cinco pessoas ou instituições cujos trabalhos ou ações merecem um especial destaque na gestão pública brasileira. Com periodicidade anual, o prêmio busca valorizar e estimular iniciativas que promovam inovação, efetividade na prestação dos serviços públicos, inclusão e progresso social, contribuindo para o fortalecimento da administração pública e o aperfeiçoamento das políticas públicas no país. A Comissão de Administração e Serviço Público, juntamente com a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, é a responsável pela concessão do prêmio cujas indicações foram feitas seguindo as regras da Resolução nº 13/2024 e no Regulamento nº 1/2024 do colegiado.
Pesquisa Datafolha, divulgada ontem, aponta que 31% avaliam o Congresso Nacional como ruim ou péssimo e 21% como ótimo ou bom. Para 44% dos entrevistados, o trabalho dos deputados federais e senadores é regular.
O levantamento ouviu 2.002 pessoas com 16 anos ou mais em 113 municípios entre os dias 2 e 4 de dezembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Em comparação com o último levantamento, realizado em julho deste ano, a porcentagem de entrevistados que considera o trabalho do Congresso ruim ou péssimo foi de 35% para 31%, dentro do limite da margem de erro. O percentual de ótimo ou bom variou de 18% para 21%.
Dos 25 deputados que integram a bancada federal de Pernambuco, dez votaram a favor do projeto que reduz o tamanho da pena do ex-presidente Bolsonaro e dos demais envolvidos na trama golpista de 8 de janeiro de 23, entre eles Mendonça Filho, do União Brasil, um dos nomes ventilados na chapa de Raquel Lyra (PSD) para disputar o Senado. Confira a lista abaixo:
O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, na madrugada desta quarta-feira (10/12), o PL da Dosimetria, que recalcula e reduz as penas dos condenados por crimes da trama golpista e dos atos de 8 de janeiro de 2023.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também será beneficiado e pode ter a pena em regime fechado reduzida para até 2 anos e 4 meses, de acordo com o relator do projeto, o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP).
A votação foi aberta à 1h38 da madrugada. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou o resultado da votação às 2h25: 291 votos a favor e 148 contrários.
Agora, o projeto será analisado pelo Senado Federal. O presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (UniãoBrasil-AP), afirmou em plenário, nessa terça-feira, que pretende analisar o PL da Dosimetria ainda em 2025.
A aprovação do Projeto de Lei nº 2.162/23, o chamado PL da Dosimetria, é uma meia vitória para a oposição bolsonarista, que orientou voto a favor da proposta, mas que até então tentava articular anistia “ampla e irrestrita” para Bolsonaro e os demais condenados.
Com a falta de apoio ao tema, a oposição recuou e passou a aceitar debater um projeto que apenas reduz as penalidades aplicadas contra os condenados. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), anunciado como candidato do pai à disputa das eleições presidenciais de 2026, chegou a colocar a própria candidatura como moeda de troca para o texto ser aprovado.
Em setembro deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão em regime fechado, por liderar a trama golpista. O ex-presidente está preso na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, desde 22 de novembro. Com a aprovação do projeto de lei, a expectativa é que o ex-presidente fique detido por menos tempo.
Os parlamentares governistas tentaram retirar da pauta a votação do projeto, no entanto, o requerimento foi rejeitado por 294 votos contra 146. Depois, o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias, apresentou requerimento para adiar a votação, que também foi rejeitado.
Ex-ministro Marcelo Queiroga tenta reinventar a história da pandemia no Brasil
Por Larissa Rodrigues – repórter do blog
Ex-ministro da Saúde do Governo Bolsonaro (PL) durante a pandemia de Covid-19, o médico Marcelo Queiroga declarou que “o ex-presidente não deixou faltar nada para o povo brasileiro” no período crítico da doença. Para Queiroga, Bolsonaro ser chamado de “genocida” pelos adversários é apenas uma “retórica”.
Marcelo Queiroga foi o entrevistado de ontem (9) do podcast Direto de Brasília, comandado pelo titular deste blog em parceria com a Folha de Pernambuco. Sobre as mais de 700 mil pessoas que faleceram no Brasil durante o Governo Bolsonaro, vítimas da Covid-19, Queiroga afirmou que “morreram porque a Covid era uma doença grave”, ignorando a postura negacionista do ex-presidente.
“O Brasil teve menos óbitos por milhão de habitantes do que os Estados Unidos, do que o Reino Unido, por conta do Sistema Único de Saúde (SUS)”, comparou. Sobre as declarações de Bolsonaro à época, o ex-ministro minimizou o fato de o ex-presidente ter classificado a pandemia como “gripezinha” e considerou que Bolsonaro cometeu “um errinho ali, outro acolá.”
“O Bolsonaro tem esse jeito espontâneo dele. Mas é uma pessoa que fez todos os esforços para socorrer a população brasileira (na época da Covid-19). Naturalmente que todos cometem erros, né? Se ele não tivesse cometido um errinho ali, outro acolá, nós não estaríamos passando pelo que estamos passando hoje, com o descondenado Lula (presidente eleito em 2022)”, ressaltou Queiroga.
Marcelo Queiroga foi o quarto ministro da Saúde da gestão de Bolsonaro, marcada pelo negacionismo do ex-presidente e pelo atraso na compra de vacinas que poderiam ter salvo milhares de vidas, mesmo que o ex-ministro tente hoje, no final de 2025, emplacar uma narrativa absolutamente inverídica.
É de se questionar se realmente Queiroga acredita que a população brasileira, que viveu aquela época e sobreviveu à pandemia, escuta um discurso desse tipo e engole. Será mesmo que Queiroga acha que ninguém lembra do contexto da compra das vacinas? Que Bolsonaro só se mexeu para adquirir as vacinas depois que o então governador de São Paulo, João Dória, anunciou que começaria a imunizar a população do seu estado?
Muito ligado à família Bolsonaro, sobretudo a um dos filhos do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL), pré-candidato à Presidência da República, Marcelo Queiroga tentou lamentavelmente negar os fatos ocorridos na gestão da pandemia do Brasil e suavizar a postura de Jair Bolsonaro, o que é quase uma agressão aos familiares das vítimas ou aos que escaparam da morte.
Todos os brasileiros e brasileiras que sobreviveram a um dos capítulos mais dolorosos da história do país lembram do ex-presidente defendendo o uso de medicamentos ineficazes contra o vírus, debochando das pessoas que sofriam com falta de ar em decorrência da doença, declarando que não era coveiro e correndo atrás das emas do Palácio da Alvorada com uma caixa de cloroquina nas mãos. Pelo visto, só Marcelo Queiroga não lembra.
Mistura de papagaio com pavão – Um de seus antecessores, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, que deixou a pasta em abril de 2020, logo no início da pandemia, foi alvo de críticas de Marcelo Queiroga durante o podcast Direto de Brasília. “O presidente (Bolsonaro) me disse que precisávamos de eficiência no enfrentamento à pandemia. Porque tinha aquele primeiro ministro (Mandetta) que só falava. Era uma mistura de papagaio com pavão: vaidoso como um pavão e falante como um papagaio. Ele passou um ano só falando e deixando o Bolsonaro ‘p’ da vida, porque ele queria efetividade”, disparou Queiroga.
Relembre a eficiência – Não custa relembrar um pouco da gestão “eficiente” de Jair Bolsonaro durante a pandemia de Covid-19 no Brasil. No dia 23 de julho de 2020, o ex-presidente foi fotografado no Palácio da Alvorada exibindo uma caixa de cloroquina para as emas. A imagem foi capturada por Adriano Machado, da agência Reuters, e a cena virou chacota nas redes sociais. Nesse dia, 80 mil pessoas já haviam morrido infectadas pela Covid-19. Passados três anos do primeiro caso registrado no país, o Brasil alcançou o marco de 700 mil mortes (março de 2023).
Dia de caos na Câmara – O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) foi retirado à força da mesa diretora da Câmara dos Deputados ontem (9). Ele foi retirado por policiais legislativos da Casa. Glauber ocupou a mesa diretora e se recusou a deixar o espaço. Após a declaração do deputado, os policiais legislativos começaram a esvaziar o plenário. Além disso, a TV Câmara cortou a transmissão do plenário. O protesto ocorreu porque o presidente da Câmara, Hugo Motta (RP-PB), anunciou que os deputados devem analisar uma possível cassação de mandato de Glauber, acusado de agressão a um manifestante.
Caso Ana Maraíza – O deputado estadual Waldemar Borges (PSB) voltou a cobrar respostas claras do Governo de Pernambuco sobre o contrato de R$ 31 milhões firmado sem licitação para a implantação de um sistema de computação no Estado. Em pronunciamento na Assembleia Legislativa ontem (9), o parlamentar afirmou que o Executivo enviou uma resposta de mais de 130 páginas ao seu pedido de informações, mas sem esclarecer pontos centrais do questionamento.
O que disse Borges – “Pedimos informações muito simples. Queríamos saber por que essa empresa foi contratada sem licitação, qual a justificativa robusta para esse procedimento e se a secretária de fato viajou e quem pagou por essa viagem. São perguntas básicas.” Segundo ele, a resposta enviada pelo Executivo não trouxe objetivamente nenhum dos esclarecimentos solicitados. “Recebemos um calhamaço de 130 páginas, mas nenhuma resposta clara. Não mostram a exclusividade do sistema, não comprovam a necessidade de inexigibilidade e não dizem, concretamente, se a secretária viajou e à custa de quem”, criticou Borges.
CURTAS
Criticou – Após o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) ser retirado à força da mesa diretora da Câmara, o primeiro-secretário da Casa, deputado Carlos Veras (PT), criticou a condução do presidente Hugo Motta (RP). O parlamentar defendeu a reivindicação de Glauber.
O que disse Veras – “Como é que você pauta o processo do Glauber junto com o da Zambelli, que é uma condenada já pela Justiça? Uma presidiária? Como é que você pauta junto com o do Ramagem? Não tem cabimento”, questionou o deputado.
Cidadão recifense – A Câmara Municipal do Recife aprovou projeto de autoria da vereadora Kari Santos (PT) que concede o Título de Cidadão do Recife ao senador Humberto Costa (PT-PE), que nasceu em Campinas, São Paulo. Costa é médico psiquiatra e jornalista, formado pela UFPE. Ainda jovem, mudou-se para o Recife, onde iniciou sua militância política.
Perguntar não ofende: O que acham os familiares das vítimas de Covid-19 das declarações de Marcelo Queiroga?