Por Cláudio Soares*
Meu filho Pedro Renan tinha apenas 12 anos quando, em uma ligação que mudaria nossas vidas, me disse: “Papai, quero morar com o senhor em Recife para estudar.” Meu coração se encheu de expectativa e esperança. Enquanto ele vivia em São José do Egito com Gina, sua mãe, eu já residia em Recife.
Não hesitei. Fui buscá-lo imediatamente, ansioso para tê-lo ao meu lado e apoiar a sua educação. Pedro havia terminado a oitava série no renomado Colégio Interativo em São José do Egito, nosso berço, e estava preparado para avançar na jornada acadêmica. Aos professores e à direção do Interativo, meus agradecimentos.
Ao chegarmos ao Recife, a primeira tarefa foi matriculá-lo em uma boa escola. Escolhi o Damas, localizado na Avenida Rui Barbosa, na Zona Norte da capital, uma instituição reconhecida por sua excelência no ensino. Ali, Pedro iniciaria o 2º grau, teria a oportunidade de expandir seus conhecimentos, fazer novas amizades e construir um futuro brilhante.
Leia maisEssa mudança foi um marco não apenas na vida de Pedro, sinto-a também na minha. Juntos, enfrentamos os desafios da nova rotina e celebramos cada conquista, sempre com a certeza de que a educação é a chave para abrir portas e transformar vidas.
A decisão de mudar não foi simples, mas a determinação de Pedro e o apoio mútuo nos ajudaram a superar os obstáculos. Cada dia trouxe novas descobertas, amizades e o aprendizado contínuo que a educação proporciona. Assistir ao seu crescimento e dedicação foi uma das maiores recompensas que eu poderia ter.
Quando Pedro Renan terminou o segundo grau em Recife, decidiu cursar Direito na Unipê, em João Pessoa. Embora tenha sido um dos melhores aprovados no vestibular, não se sentiu satisfeito com o curso. Então, procurou-me e disse: “Papai, eu quero Medicina. Vou estudar mais para prestar vestibular”. Eu o incentivei, lembrando que a escolha era dele, mas que Medicina exigiria muito esforço. Estudar sempre foi uma marca em sua vida.
Pedro dedicava até 14 horas por dia aos estudos. Certa vez, cheguei ao apartamento às 2h da madrugada e o encontrei literalmente agarrado em livros. Ele me pediu ajuda para fazer um curso de redação com Valdenoura, professora renomada em uma escola situada no Meg Shopping daquela cidade.
Após um ano de preparação, Pedro decidiu enfrentar os vestibulares. Primeiro, prestou para faculdades privadas e foi aprovado em quatro delas, incluindo a Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS), na Avenida Mascarenhas de Moraes, em Recife. Fui com ele para fazer a matrícula, pois, se demorássemos, ele perderia a vaga. No entanto, a matrícula custava R$ 7.800,00. Mas tudo certinho.
Enquanto retornávamos para casa, eu o lembrei: “Pedro, a mensalidade é alta, você precisa estudar muito para ser um bom profissional e compensar esse investimento”. Ele me respondeu: “Papai, vou tentar a universidade pública agora”.
E assim foi. Quando chegou a prova do Enem, ele prestou o vestibular e logo sentiu que sua redação o levaria à aprovação. De fato, foi aprovado para cursar Medicina em uma instituição pública. Foi aprovado na UPE. Feliz, fui à FPS buscar meu dinheiro da matrícula de volta, devolvido de imediato.
Os seis anos seguintes foram desafiadores, especialmente com a pandemia em 2020. No entanto, Pedro permaneceu focado, vocacionado e cheio de projetos. Na próxima semana, precisamente no dia 17 de dezembro de 2024, ele receberá seu diploma de médico.
Sou grato a Deus, a Gina, sua mãe, e à sua querida avó, a professora Dasdores Marcinho. E também agradeço à minha mãe e minha família, que sempre oraram por Pedro.
Dia 17 de dezembro de 2024 (terça-feira) entra para a história. Ele já começa a trabalhar em janeiro de 2025. Mas sua jornada acadêmica continua. Ele quer fazer residência e se especializar. Não tenho dúvidas, meu filho vai ser um médico bom e um bom médico.
Pedro Renan aprendeu os ensinamentos divinos. Ele é inteligente, calmo, um bom filho e humilde, sem arrogância ou prepotência. Como Jesus disse: “A humildade é o caminho da sabedoria”. Amém!
*Jornalista
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