Os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, confirmaram ao blog que Lula preferiu adiar o anúncio do nome de Jorge Messias como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) para sua volta da viagem à Ásia.
Lula embarcou na manhã desta terça-feira (21) para visitas oficiais na Indonésia. Em seguida, parte rumo à Malásia, onde vai participar da reunião da cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). Há expectativa de um encontro com Trump durante a viagem. As informações são do g1.
Leia maisInicialmente, o anúncio de Messias como substituto de Barroso estava previsto para esta terça.
Lula, no entanto, se reuniu com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), por volta das 20h de segunda, conforme apurou a TV Globo. O encontro teria durado até tarde, de acordo com senadores que foram informados da reunião.
Depois da reunião, Lula decidiu conversar com mais senadores e candidatos à vaga antes de formalizar o nome de Messias. Por isso, o adiamento do anúncio.
Alcolumbre confirmou a reunião com Lula no Palácio da Alvorada ontem à noite, mas disse que não iria comentar um encontro reservado apenas entre os dois.
Interlocutores de Alcolumbre disseram, porém, que o presidente do Senado reiterou o apoio a Rodrigo Pacheco como um nome da Casa, que teria aprovação rápida e fácil.
Alcolumbre disse, no entanto, reconhecer que essa é uma prerrogativa do presidente da República, mas que ele precisava negociar melhor a indicação de Messias para garantir a aprovação.
Bastidores da reunião
Segundo interlocutores de Lula, o presidente do Senado aconselhou que, antes de formalizar a indicação, ele deveria conversar com os outros dois candidatos, Rodrigo Pacheco e Bruno Dantas, para explicar os motivos de sua escolha.
Além disso, ter mais conversas no Senado para garantir uma aprovação rápida e com boa folga na votação do nome do advogado-geral da União.
Alcolumbre estava contrariado com Lula por não ter sido chamado antes para conversar sobre a indicação para o STF. Ele ficou no fim de semana aguardando um convite do petista, que acabou não vindo.
O convite só foi feito ontem, para uma conversa à noite. Segundo interlocutores de Alcolumbre, ele estava se sentindo desprestigiado por ser informado de última hora para um anúncio que seria feito na manhã do dia seguinte.
Alcolumbre insistiu em Pacheco, diz líder
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou nesta terça-feira (21) que Davi Alcolumbre defendeu a Lula a indicação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga de Luís Roberto Barroso no STF.
Jaques esteve com o petista na manhã desta terça, pouco antes de o presidente da República embarcar para a Ásia. No encontro, segundo o líder, Lula detalhou como havia sido a reunião com Alcolumbre na noite de segunda.
O parlamentar relatou que, na agenda entre os presidentes, Alcolumbre voltou a defender o nome de Pacheco. Para Jaques Wagner, no entanto, Lula tem “convicção firmada” em torno da escolha de Jorge Messias para a cadeira.
“Eu que agendei a conversa [entre Lula e Alcolumbre]. Era o que eu esperava: ele [Alcolumbre] foi defender o nome do Pacheco. Se o presidente [Lula] disse se já escolheu ou não escolheu [o indicado], eu não sei. Não gosto de me precipitar. Acho que ele [Lula] está com a convicção firmada”, disse.
Antes de Lula formalizar a indicação ao Supremo, o líder do governo no Senado afirmou que o petista deve se reunir com Rodrigo Pacheco. Na última semana, Pacheco disse que havia conversado com o presidente da República antes de Barroso anunciar que deixaria o STF.
De acordo com Jaques Wagner, apesar das movimentações de Alcolumbre, o presidente Lula “continua convencido” de que Rodrigo Pacheco deve ser candidato a governador de Minas Gerais em 2026. O petista já defendeu a candidatura publicamente.
“É pública a torcida dele [Alcolumbre] pelo Rodrigo [Pacheco]. Acho absolutamente normal. O presidente continua convencido de que o melhor nome para disputar o governo de Minas é o Rodrigo”, declarou.
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