Por Dércio Alcântara*
A melhor definição do que é política é a comparação com as nuvens do céu, que você olha e está de um jeito, pisca e está de outro. A coisa instantânea do jornalismo real time dos tempos modernos fotografa quadro a quadro o moído da política.
Se antigamente Gonzaga Rodrigues, Nonato Guedes, Otinaldo Lourenço, Aguinaldo Almeida e Biu Ramos, entre outros craques da crônica política, tinham até meia noite para fechar a coluna com os fatos do dia anterior, hoje a narrativa fez do jornalista um storyteller cuja timeline nunca para e o que for publicado agora, daqui a pouco ganha novos detalhes para não caducar nunca.
Leia maisNecessário nervos de aço e neurônios para fazer a leitura correta de cada lance, minuto a minuto. Se antecipar aos fatos leva alguns bons profissionais para o caminho perigoso das ilações. João Azevedo voltou a pensar em ficar até o fim do governo. Digo sem medo de errar que sim. Sobra em João as boas qualidades de gestor. Falta-lhe o jogo de cintura e traquejo do jogo bruto.
Aos 74 anos e realizado, um dos melhores governadores que a Paraíba já teve tem pensado em ser tão inteligente quanto Pelé e parar no auge, por cima. A chapa está quente, os partidos de sua base em crise e uma cama de gato armada para lhe deixar no mato sem cachorro. É a Operação PET.
Cícero pode desistir, me diz um. Ele não tá sabendo jogar o jogo, me diz outro. Religioso, o Caboquinho estaria acendendo velas demais e para dois santos. Ou um ou outro, diz a crônica política. São narrativas de uma história que acontece e vai se corrigindo em tempo real e, quem tiver o melhor Forrest Gump (marqueteiro) levará vantagem por ser o melhor contador de histórias.
João e Cícero são candidatos? Romperam ou estão em um jogo de cena para dar um troco em quem armou uma cama de gato? Miau! Particularmente, digo que romperam. Como diria Caetano, “quem lê tanta notícia…”
*Jornalista
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