Filha do prefeito de Vitória de Santo Antão, Iza Arruda, segundo especialistas em projeções eleitorais, tem vaga garantida na Câmara Federal a partir de 2023. O que se diz é que se o seu partido, o MDB, eleger um federal, será ela.
Filha do prefeito de Vitória de Santo Antão, Iza Arruda, segundo especialistas em projeções eleitorais, tem vaga garantida na Câmara Federal a partir de 2023. O que se diz é que se o seu partido, o MDB, eleger um federal, será ela.
Instagram político que mais cresce no Nordeste, o deste blog, atingiu, há pouco, a casa dos 100 mil seguidores, uma façanha e tanto, sem nenhum tipo de artifício, apenas pela qualidade do noticiário, o mais completo, o mais atual, o mais veloz, o que deixa o leitor por dentro dos principais fatos da cena nacional política e também regional.
Se você ainda não nos segue no Instagram nem nas demais redes sociais, faça isso agora:
Na manhã deste sábado (6), o deputado estadual Nino de Enoque (PL) esteve em Manassu, Jaboatão dos Guararapes, para esclarecer junto aos moradores os motivos pelos quais a prometida construção do posto de saúde da localidade ainda não foi realizada, apesar dos recursos já terem sido destinados para a Prefeitura do município.
Durante a visita, o parlamentar reforçou seu compromisso com a população local e explicou que já havia feito sua parte enquanto deputado. “Destinei R$600 mil de emenda parlamentar para a Prefeitura de Jaboatão executar a obra, e o deputado federal André Ferreira destinou mais R$ 1 milhão. Ou seja, o recurso necessário foi enviado, mas infelizmente, até agora, o posto não foi construído”, explicou.
A ausência de um posto de saúde próximo tem gerado transtornos e prejuízos à população de Manassu, que precisa se deslocar para outras localidades em busca de atendimento médico.
“A minha parte como deputado foi feita. Meu compromisso com os moradores de Manassu foi assumido e será mantido. O povo de Manassu sabe que pode contar comigo e com meu apoio sempre”, afirmou o parlamentar durante o encontro com os moradores.
Do g1
O ex-deputado Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias, movimentou a partir de 2021 grandes quantias de reais e até de dólares em espécie. Cálculos do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e da Polícia Federal avaliam que o grupo do ex-deputado movimentou R$ 140 milhões em 5 anos.
A ostentação era tanta que TH se deixava fotografar junto a grande quantidade de dinheiro. A polícia suspeita que essas fotos ocorressem na casa de Gabriel Dias Oliveira, o Índio, ou em sua própria residência. Em uma das imagens, TH está deitado na cama junto a notas de reais que cobrem todo móvel. Os policiais acreditam que ele esteja com R$ 5 milhões do traficante. Em outro momento, ele está em outro ponto da casa segurando maços de dinheiro. TH foi preso pela Polícia Federal na quarta-feira (3).
Leia maisPara a Polícia Federal, TH, Dudu e Índio patrocinaram um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro: “Os elementos probatórios reunidos nos Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs) revelam um esquema sofisticado de lavagem de dinheiro, caracterizado pela movimentação de grandes volumes de dinheiro em espécie, operações de câmbio no mercado paralelo, uso de “laranjas” e empresas aparentemente legítimas para ocultar a origem ilícita dos fundos, e transferências financeiras incompatíveis com a renda declarada dos investigados, tudo visando consolidar e expandir as operações do crime organizado”
Investigação da Delegacia de Repressão à Entorpecentes, da Polícia Federal e do Ministério Público Federal mostra que um dos beneficiados no esquema de TH foi o traficante Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, também chamado de “mano”. Para o criminoso que está foragido há mais de uma década, reais foram convertidos em dólares. De acordo com a investigação, TH enviou para Pezão, em dois meses, abril e maio de 2024, US$ 1,7 milhão.
Na ação de abril de 2024, TH cuidou, segundo a PF, de converter R$ 5 milhões de Pezão em US$ 1 milhão. O traficante Índio fotografou o dinheiro junto a uma parede de sua casa. A foto aconteceu em 16 de abril de 2024.
Os policiais federais descobriram que foi montada uma verdadeira operação entre TH e Dudu, a pedido de Índio, para converter os reais de Pezão em dólares. Em 17 de abril de 2024, TH buscou, segundo a PF, o dinheiro na casa de Índio, no Complexo do Alemão.
Do total, pouco mais de R$ 1 milhão foram enviados a Dudu em Copacabana para o câmbio, enquanto o restante ficou com “TH Joias”, que levou o dinheiro para sua casa na Barra da Tijuca. Parte do dinheiro foi trocado por US$ 60 mil com um doleiro em 17 de abril. E o restante ao longo dos dias seguintes.
A devolução dos dólares começou dois dias depois:
Em maio, Pezão entregou a TH R$ 4 milhões e recebeu US$ 750 mil. Como TH apresentava a Índio taxas de conversão mais altas do que as cobradas por doleiros, os investigadores acreditam que ele embolsava o lucro.
A investigação mostra que Pezão voltou ao Alemão em 2022. Estava há anos fora da favela fugindo da polícia. Em 2023, a polícia descobriu Índio comunicando TH de que precisava enviar dinheiro a Pezão. Em uma das ocasiões, Índio, segundo a PF, enviou R$ 55 mil em espécie a Pezão pelo pagamento de bazucas antidrones.
Para a Polícia Federal, esse grande número de dinheiro em espécie é uma tentativa de evitar o sistema de controle bancário: “A materialização dos crimes de lavagem de capitais perpetrados pela organização criminosa investigada fica ainda mais evidente ao se analisar a vultosa e constante movimentação de valores em espécie, prática intrinsecamente ligada à ocultação e dissimulação de recursos de origem ilícita. Ao longo da apuração, descortinou-se que os investigados transacionam rotineiramente centenas de milhares e até milhões de reais em dinheiro vivo, como forma de evitar o sistema de controle financeiro e branquear os proventos do crime”.
A defesa de TH Joias considera “absurdas as acusações”. A seguir, a nota:
“A defesa do deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva considera absurdas as acusações que vêm sendo reiteradas contra ele. Sobre as fotos expostas, a cenografia das imagens representa o público de sua joalheria que consiste em jogadores, artistas do rap e do funk brasileiro.
Existe um claro movimento de perseguição política a um representante legítimo do povo do Rio de Janeiro. Reafirmamos nosso compromisso em esclarecer todos os pontos e demonstrar a total inocência do deputado.”.
As defesas de Dudu e Índio não foram encontradas para comentar o caso.
Leia menosUma empresa da mulher e dos filhos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o Lex Instituto de Estudos Jurídicos, está no centro das discussões no governo Donald Trump sobre estender ou não aos familiares as sanções da Lei Magnitsky adotadas contra ele no fim de julho. O instituto é dono de 11 imóveis cujos valores declarados somam R$ 12,4 milhões, incluindo a residência de Moraes em São Paulo, a sede do escritório de sua mulher, a advogada Viviane Barci de Moraes, e apartamentos em Campos do Jordão (SP).
A ampliação das sanções é uma reivindicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do ex-apresentador da Jovem Pan Paulo Figueiredo, que estão em campanha nos Estados Unidos contra o Supremo e o julgamento de Jair Bolsonaro, e nos últimos dias tiveram conversas com secretários e diplomatas da gestão Trump na Casa Branca e no Departamento de Estado. As informações são do blog da Malu Gaspar, do jornal O Globo.
Leia maisAliados de Bolsonaro familiarizados com as discussões sobre a Magnitsky têm tratado o avanço das sanções sobre a mulher de Moraes, Viviane, como algo iminente. De acordo com fontes que acompanham as negociações, o Lex tem sido tratado nos bastidores pelos bolsonaristas como o grande trunfo para destravar as sanções ainda antes do final do julgamento do chamado “núcleo crucial” da trama golpista, previsto para terminar no próximo dia 12. O argumento deles é que as sanções já aplicadas contra Moraes não terão efeito caso não incluam os familiares e o Lex.
Segundo a listagem, à qual a reportagem teve acesso, além do apartamento no bairro nobre do Jardim Europa, em São Paulo, e da sede do escritório Barci de Moraes, que tem Viviane à frente como sócia-administradora, o Lex é dono de dois apartamentos em Campos do Jordão e várias outras propriedades no estado.
Até o ano passado, o instituto também era dono de um apartamento de 387 m² em um condomínio de alto padrão no Guarujá (SP), o Tortugas, com vaga para barcos, mas o imóvel foi vendido por R$ 1,26 milhão segundo o registro do cartório e a vaga, por R$ 140 mil.
Os americanos também tentam levantar possíveis propriedades em nome do ministro, da mulher, dos filhos e do instituto Lex em outros estados do Brasil.
O Globo conferiu as certidões dos imóveis e constatou que 11 deles foram transferidos para o Lex ao longo de 2014. Outros dois foram adquiridos pelo próprio instituto no mesmo ano e em 2025 diretamente de uma construtora. São apartamentos de cobertura contíguos em um condomínio de um bairro nobre de Campos do Jordão, que segundo o registro oficial foram comprados por R$ 4 milhões cada um.
O Lex não tem registro público do exercício de cursos ou outras atividades jurídicas. Já a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) do instituto é de “treinamento em desenvolvimento profissional e gerencial”.
Há apenas uma página do Lex no Instagram. Criada em setembro de 2017, quando Moraes já estava no Supremo, ela não é atualizada desde dezembro do mesmo ano. No curto período de atividade, foram publicados apenas memes e um único conteúdo relacionado à doutrina do Direito.
“Advogado especialista em Direito Processual Civil pelo IPD [sic], vem falando sobre a dinamização do Ônus da prova!!! É excelência Jurídica! É Instituto Lex!!!”, diz a legenda do vídeo que vem a ser o último post feito pelo perfil.
A descrição do Lex no Instagram destaca como objetivos o preparatório para concursos públicos e para o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) através de aulas presenciais e remotas.
O instituto foi fundado em 2000 pelo próprio ministro, mas desde 2013 pertence apenas a Viviane e aos filhos Alexandre, Giuliana e Gabriela. A sede do Lex fica no mesmo endereço do escritório Barci de Moraes, controlado por Viviane. Lá também funcionou o escritório de Moraes, que deixou a advocacia privada após ser nomeado secretário de Segurança Pública de São Paulo em 2015. Fotos disponíveis na internet demonstram que nem o visual da sala comercial foi alterado.
Há ainda várias outras residências e lotes no estado de São Paulo transferidas do casal Moraes para o instituto em questão desde 2014, além de carros registrados no CNPJ do Lex. Entre as propriedades estão quatro terrenos em São Roque (SP) comprados por Moraes nos anos 2000 que entraram no regime de comunhão parcial de bens do casal e acabaram no nome do Lex.
Carreira em governos
As transferências de patrimônio para o instituto se concentraram em 2014 – quando Moraes, que se filiaria ao PSDB no ano seguinte, cogitava disputar um cargo eletivo em São Paulo.
Ele já tinha então sido secretário de Justiça do então governador Geraldo Alckmin – cargo que ocupou de 2002 a 2005, quando assumiu um mandato de dois anos no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Em 2007, tornou-se uma espécie de supersecretário de Transportes do então prefeito Gilberto Kassab (DEM). Deixou o cargo em 2010 e se dedicou à advocacia privada até 2015, quando foi novamente chamado para ser secretário de Alckmin, eleito novamente governador. Passou a chefiar a Segurança Pública de São Paulo.
Foi neste período que sua mulher, Viviane, assumiu o CNPJ do escritório do marido e o rebatizou de “Barci de Moraes” no mesmo imóvel controlado pelo Lex.
Pouco mais de um ano depois, durante o impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), Moraes foi convidado por Michel Temer (MDB) para assumir o Ministério da Justiça de seu governo. A nomeação para o Supremo viria menos de 12 meses depois, por indicação de Temer, após a morte do ministro do STF Teori Zavascki em um acidente aéreo.
Procurado por meio da assessoria de imprensa do STF, o ministro Alexandre de Moraes mandou informar que não se manifestaria sobre as propriedades repassadas ao Instituto Lex e nem sobre o mapeamento realizado pelo governo americano.
Leia menosAo lado da governadora Raquel Lyra, o ex-prefeito de Vertentes, Romero Leal, comemorou a assinatura da ordem de serviço da 1ª etapa do Projeto de Urbanização da Vila Canaã, em Caruaru. A intervenção terá R$ 35,3 milhões já garantidos, dando início a uma transformação aguardada há décadas pela comunidade.
Durante o ato, também foi anunciada a licitação da 2ª etapa, que contará com mais R$ 67,8 milhões em obras, ampliando ainda mais o pacote de investimentos que promete garantir infraestrutura de cidade grande e mais qualidade de vida aos moradores.
Romero Leal sempre teve a Vila Canaã como uma de suas principais bandeiras, junto com seu filho, o ex-vice-prefeito de Toritama Romero Filho (Romerinho). Pai e filho se reuniram em diversas ocasiões com a governadora Raquel Lyra e o prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro, para cobrar avanços e acelerar os investimentos, que começaram a se concretizar desde 2023, com uma emenda de R$ 400 mil articulada junto ao deputado federal Mendonça Filho.
Por Mariana Sanches
Do UOL
De um “certo desconforto” a um “superconstrangimento”, ao menos seis empresários ou representantes setoriais brasileiros relataram ao UOL incômodo e surpresa com a presença do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do comentarista político Paulo Figueiredo no hotel em que parte da delegação da Confederação Nacional da Indústria (CNI) que veio a Washington tentar negociar tarifas se hospedou.
Na manhã da quinta-feira (4), Eduardo e Figueiredo conversaram com um empresário supostamente do setor da pesca no café do hotel. No entanto, a Abipesca, que compõe a comitiva de cerca de 130 pessoas, negou à reportagem que algum de seus representantes tenha convidado Eduardo para uma conversa ou se encontrado com ele. Nos grupos de WhatsApp, os empresários especulavam quem seriam os “anfitriões” de Eduardo – mistério que permanecia até o início da noite na capital americana.
Leia mais“Não foi a CNI que nos chamou. Foram cinco empresários, encontramos com alguns ontem e fizemos um café da manhã menor. Mas não faz sentido dizer quem são, não vamos expor”, afirmou Figueiredo à coluna. Segundo ele, Eduardo teria sido convidado por interlocutores a falar para um público de vários empresários, mas condicionou a conversa a conhecer previamente a lista de quem estaria presente, o que não foi entregue ao deputado. No fim, a conversa ficou restrita a um pequeno grupo de empreendedores que ele já conhecia previamente.
Eduardo e Figueiredo fazem há meses uma campanha junto à administração de Donald Trump por sanções ao Brasil que, segundo eles, possam levar à aprovação de uma anistia a Jair Bolsonaro e seus aliados. Na carta em que determinou o tarifaço de 50% sobre o Brasil, Trump ecoa os argumentos da dupla ao chamar de uma “caça às bruxas” o processo judicial por golpe de Estado contra Bolsonaro.
“É algo que não tem nem sentido, né?! Não foi ele [Eduardo] quem criou o problema? Agora vai aparecer aqui para vender solução?”, questionou à reportagem um dos representantes de industriais do Sudeste. Outro qualificou a situação como “estranhíssima”. Todos falaram reservadamente por temor de retaliação política. Nenhum integrante da comitiva ouvido defendeu a presença de Eduardo entre o grupo.
Segundo Ricardo Alban, presidente da CNI, a delegação empresarial foi cuidadosamente planejada para excluir o fator político do discurso. Por isso, não foram admitidos parlamentares ou mesmo quadros técnicos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), que expressaram desejo de participar da comitiva. O próprio Alban foi pego de surpresa pela presença de Eduardo. O deputado admite abertamente que está em Washington em busca de novas sanções ao Brasil, enquanto seu pai, Jair Bolsonaro, é julgado por tentativa de golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal.
“Por que é que nós vamos perder a razão, para quê vamos misturar alhos com bugalhos? A visita dos senadores [brasileiros, há algumas semanas] era política, queríamos fazer uma visita empresarial”, disse Alban, sobre a tentativa de blindagem política do grupo. “Eu sei que a CNI não convidou [Eduardo], mas não sei se alguém convidou porque tem relação pessoal”, completou.
CNI acena a Trump com minerais e etanol, mas política trava negociação
A questão política, porém, foi colocada como “prioritária” para o governo dos EUA em todas as reuniões com autoridades que a comitiva da CNI teve. O grupo foi recebido no Departamento de Estado, no Departamento de Comércio e no Representante Comercial dos EUA (USTR, na sigla em inglês).
“Ficou claro que a dimensão política é muito importante, uma espécie de chave para que possamos desenvolver soluções concretas [para o tarifaço]”, afirmou o embaixador Roberto Azevêdo, atual consultor da CNI e ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio. Segundo ele, em todos os encontros a carta de Trump foi citada — e a redução global das taxas não parece provável em um horizonte próximo.
Na missiva a Lula, o líder da Casa Branca lista o processo contra Bolsonaro e as decisões do STF sobre big techs como motivos para a imposição das tarifas. Desde o início da crise, uma efetiva mesa de negociação entre representantes dos dois governos não foi estabelecida. Os americanos condicionam o diálogo à negociação sobre esses dois pontos. O governo Lula afirma que não aceita negociar com a independência do Judiciário e a soberania nacional.
“Há uma certa frustração dos empresários com o fato de que os canais oficiais não estão funcionando a contento”, reconheceu Azevêdo, sobre o atual estado diplomático das relações bilaterais.
Para tentar atrair os norte-americanos para a mesa de negociação, a CNI apresentou a eles a possibilidade de explorações comerciais em parceria em três diferentes áreas: a mineração de terras-raras, o mercado de etanol e a construção de data centers. A estratégia, segundo Alban, teria sido adotada com a anuência do MDIC. O vice-presidente Geraldo Alckmin, que comanda a pasta, lidera no governo brasileiro as tentativas de negociação.
As terras-raras estão na lista de minerais críticos para os EUA, que atualmente têm uma forte dependência da China para abastecer seu mercado interno. O Brasil possui reservas significativas dos materiais e haveria oportunidades para iniciar mineração. Quanto ao etanol, o Brasil se mostrou disposto não apenas a abrir seu mercado, como a trabalhar conjuntamente no desenvolvimento do Combustível Sustentável de Aviação (SAF), à base de etanol.
Por fim, a delegação acenou aos americanos com um grande potencial de produção de energia elétrica de fontes renováveis para a instalação de data centers para treinamento de Inteligência Artificial no Brasil — a questão está na ordem do dia para a administração Trump: entre maio de 2024 e o mesmo mês de 2025, o preço da energia subiu quase 7% no país, puxada pela demanda desses centros de supercomputadores.
“Eles querem que sejamos ousados e propositivos. É um governo que pensa fora da caixinha, então nós também temos que pensar”, afirmou Alban.
Já Azevêdo reconheceu que “entraves políticos” e a própria lista de prioridade e capacidade burocrática do Executivo dos EUA impede que um diálogo como esse se aprofunde agora.
“Eu fiz a pergunta a eles: ‘Quais são as áreas de interesse de vocês?’ E essa resposta não foi muito clara”, afirmou o ex-diretor da OMC, que seguiu: “Eles estão assolados de coisas pra fazer, estão negociando acordo comercial com o mundo inteiro, estão usando o tempo deles para estudar outros países com negociação mais avançada, não pararam para se debruçar sobre o que poderia ser feito com o Brasil”.
Leia menosDo g1
Um elevador despencou do quinto ao segundo andar do Hospital da Restauração (HR), no bairro do Derby, área central do Recife. O incidente aconteceu na manhã deste sábado (6) e a ascensorista, que ficou presa entre dois andares, foi resgatada pelo teto do equipamento por colegas de trabalho. Ela não se feriu.
O acidente aconteceu logo no início do plantão, no trajeto até o térreo. De acordo com o hospital, o incidente “não alterou a rotina da assistência aos pacientes” e que técnicos da empresa terceirizada responsável pela manutenção dos equipamentos foram acionados para fazer o conserto.
Leia maisO HR é o maior hospital público de Pernambuco e tem a maior emergência das regiões Norte e Nordeste. A ascensorista que ficou presa, que tem 49 anos, trabalha há 16 anos na unidade de saúde.
Imagens registradas por outros profissionais do hospital mostram o momento em que a ascensorista é retirada através do teto do elevador por colegas de trabalho. O resgate foi realizado por técnicos de enfermagem e de farmácia.
Ela passou cerca de 20 minutos presa no local. A ascensorista estava sentada em uma cadeira no elevador e, com o impacto, caiu no chão, mas não se feriu.
Pessoas que trabalham no hospital contaram que essa não foi a primeira vez que a mulher sofreu um acidente em elevadores do hospital. Há cerca de 10 anos, fraturou a perna em outro equipamento da unidade, na área da emergência.
Por causa disso, por segurança, os ascensoristas costumam apertar o botão de andares intermediários como forma de frear o equipamento e evitar que ele despenque de andares mais altos.
Procurada, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) disse que “está atuando na melhoria do transporte vertical do HR” e que, entre as medidas adotadas, está a dispensa emergencial de licitação para substituição de dois dos elevadores do HR, “já com empresa definida e em fase de contratação”.
Uma licitação também foi iniciada para renovar os demais equipamentos da rede estadual de saúde.
Hospital em reforma
Atualmente, o Hospital da Restauração está passando por um processo de reforma. A manutenção, anunciada em setembro de 2023 pela governadora Raquel Lyra (PSD), previa a recuperação do quarto, quinto, sexto e oitavo andares do prédio com um investimento de R$ 20 milhões.
Na última segunda-feira (1º), a governadora anunciou mais R$ 10 milhões em investimentos para a reforma da fachada do hospital.
Apesar dos investimentos, o presidente do Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE), deputado estadual Gilmar Júnior (PV), disse que os elevadores estão sucateados e que os problemas são constantes. Segundo ele, muitos profissionais evitam utilizar os equipamentos.
“Teve casos de a gente [enfermeiros] precisar transportar incubadora. A gente transportou a incubadora pelas escadas, recém-nascido em situação grave. As mães também, com pré-eclâmpsia, em situação grave, sendo transferidas por escada. Isso é um trabalho que não cabe à enfermagem fazer. […] Sobrecarrega o profissional, tem adoecimento mental, medo”, disse o presidente do Coren-PE.
O g1 procurou a Secretaria Estadual de Saúde e o Hospital da Restauração para saber se, nas reformas pelas quais a unidade está passando, há previsão de melhoria para os elevadores e como é realizada a manutenção, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
Leia menosA comunidade de São João e São Paulo, em Camaragibe, recebeu na manhã deste sábado (6) o médico inglês Dr. Matthew Harris, que atuou no posto de saúde local entre 1999 e 2003 e replicou o programa municipal de atenção primária em saúde em cidades da Inglaterra. O prefeito Diego Cabral recepcionou a comitiva britânica e elogiou o médico. “Ele deixou um legado de profissionalismo e humanização na comunidade”. A secretária de Saúde, Ana Perez, também agradeceu ao médico por levar o programa de atenção básica em saúde adiante.
Dr. Matthew explicou que, após seu período em Camaragibe, levou o aprendizado para o Reino Unido, atuando atualmente na Community Health and Wellbeing Worker, com cerca de 200 agentes comunitários de saúde. “Estou muito feliz em retornar a Camaragibe, onde tive uma experiência profissional e de vida muito rica”, disse o médico. Durante a visita, moradores e profissionais recordaram momentos marcantes, incluindo peças de teatro sobre conscientização em saúde básica que contaram com a participação da comunidade na época, cujo roteiro foi elaborado pelo próprio médico.
Por Jorge Cosme
Do Diário de Pernambuco
O Ministério Público Federal em Pernambuco (MPF-PE) instaurou um procedimento administrativo para investigar a dificuldade de acesso do público à Praia de Muro Alto, em Ipojuca, Grande Recife, causada por empreendimentos de luxo na orla.
Segundo a investigação, em alguns pontos de Muro Alto – como em frente ao resort Nannai Residence e aos flats do Ekoara Residence –, a maré alta cobre toda a faixa de areia e impossibilita a passagem de pedestres. Muros de contenção em imóveis vizinhos também contribuiriam para a obstrução.
Leia maisO procedimento do MPF é resultado de uma apuração preliminar, iniciada em 2017, sobre suposta irregularidade de um muro, construído em área de faixa de praia, do empreendimento Nannai Resort & Spa. Desde então, novas obras na região teriam provocado outros impactos ambientais e criado mais dificuldade para que o público chegue à praia.
Em setembro de 2024, uma equipe técnica da Superintendência do Patrimônio da União em Pernambuco (SPU-PE) realizou uma vistoria em Muro Alto para avaliar os pontos de acesso. Para o MPF, alguns dos problemas encontrados pela equipe técnica violam a Lei Estadual de Gerenciamento Costeiro.
Vistoria
Ao instaurar o procedimento, o procurador Antônio Nilo Rayol Lobo registra que a distância entre os acessos da praia “varia significativamente”. “Embora muitos intervalos sejam de aproximadamente 180 a 200 metros, foram identificadas distâncias consideravelmente maiores: cerca de 910 metros entre os acessos 7 e 8, 750 metros entre 8 e 9, 600 metros entre 9 e 10, e 350 metros entre 15 e 16”, diz.
De acordo com o procurador, os acessos de ao menos quatro ruas em Muro Alto também “encontram-se parcialmente obstruídos por aterros, vegetação plantada desordenadamente ou crescimento desordenado de vegetação”. Para ele, esse cenário acaba “dificultando ou impedindo o acesso direto à praia”.
A vistoria identificou ainda controle de veículos para estacionamento nos acessos 5 e 6 – o que poderia configurar uma tentativa de privatização do espaço público.
Para instaurar o procedimento, o procurador considerou que a primeira investigação já “se arrasta” há quase uma década, mas também concluiu que o tema não seria de “resolução de curto prazo”. “É evidente que o problema dos acessos à Praia de Muro Alto é complexo e demanda ações contínuas”, diz.
“A questão dos acessos à praia envolve múltiplas partes e requer um monitoramento constante das ações implementadas e dos estudos propostos”, afirma. “A instauração de procedimento de acompanhamento não impede, em futuro, o ajuizamento de ação civil pública ou outro desdobramento judicial possível, caso as medidas adotadas se mostrem insuficientes ou a cooperação das partes cesse”.
Propostas
Questionada pelo MPF, a Prefeitura de Ipojuca informou que tem atuado de forma integrada com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), desde a instalação do Grupo de Atuação Conjunta Especializada (Gace) Praias. A resposta foi encaminhada ao órgão no dia 11 de julho.
Em paralelo, a Prefeitura diz que analisa as situações individuais de empreendimentos instalados na orla. Segundo afirma, já foi verificada a ausência de licenciamento, licenças vencidas e inconformidades construtivas. As informações teriam sido compartilhadas com MPPE para subsidiar as ações corretivas cabíveis.
Para sanar a irregularidade do espaçamento dos acessos, a Secretaria de Meio Ambiente e Controle Urbano de Ipojuca (Semac) elaborou duas propostas de reposição dos acessos públicos ausentes, com três novas alamedas distribuídas no trecho analisado.
“Além disso, está sendo avaliada a possibilidade de formalização de Termos de Compromisso Ambiental (TCA) com os empreendimentos lindeiros, os quais estão atualmente em processo de regularização, a fim de viabilizar a abertura das alamedas como medida compensatória obrigatória”, diz a portaria do MPF.
Outra proposta discutida é para que os empreendimentos cedam, no mínimo, 2 metros de seus limites norte e sul, garantindo os 4 metros de largura mínima exigidos por lei para cada alameda a ser implantada.
A Prefeitura de Ipojuca deverá especificar ao MPF a situação das análises individualizadas dos empreendimentos na orla, encaminhar os módelos gráficos relacionados à proposta de elaboração de reposição dos acessos públicos ausentes e informar a situação das tratativas para formalização de Termos de Compromisso Ambiental com os empreendimentos.
Em nota, o Nannai Muro Alto declara que atua de forma responsável e em conformidade com a legislação, sem limitar o acesso à praia. “As situações apontadas resultam de fatores naturais ou de intervenções alheias ao empreendimento”, declara ao Diario de Pernambuco.
O empreendimento acrescenta que tem prestado informações pertinentes aos órgãos competentes. A reportagem não conseguiu contato com a administração do Ekoara Residence ou com a Prefeitura de Ipojuca.
Leia menosA ex-prefeita de Itaíba e pré-candidata à Assembleia Legislativa de Pernambuco, Regina da Saúde, anunciou neste sábado (6) o apoio do vereador Neto Tavares, de Águas Belas, ampliando sua base política na região. Com a adesão, Regina fortalece sua pré-candidatura, que já conta com apoios de prefeitos, ex-prefeitos, vereadores e lideranças do Agreste e Sertão.
Do Diário de Pernambuco
Um homem de 25 anos foi preso em Arcoverde, no Sertão de Pernambuco, após fazer um comentário criticando a Polícia Militar (PM) em postagem nas redes sociais na quinta-feira (4). “Aqui em Arcoverde tem mais policiais do crime doq bandido msm kkk (sic)”, escreveu Rafael de Alcântara Rocha na mensagem. Ele deve responder por injúria.
O comentário foi feito em uma postagem do Portal Panorama sobre a prisão de três policiais militares do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRV), na quarta-feira (3), por suspeita de cobrarem propina durante abordagens em Arcoverde, Buíque e outras cidades do Sertão.
Leia maisSegundo boletim de ocorrência, ao qual o Diario de Pernambuco teve acesso, o Núcleo de Inteligência do Sertão (NIS) informou a uma equipe do 3º Batalhão de Polícia Militar (BPM) quem seria o autor do comentário em rede social. Rafael Alcântara foi abordado em frente a sua residência.
Conforme o boletim, o comentário dele “veio a generalizar acusação a todos os policiais desta cidade [Arcoverde], sejam militares, civis, bombeiros, penais, etc”. Rafael foi encaminhado à Delegacia da 156ª Circunscrição, em Arcoverde. O celular dele foi apreendido. O comentário foi excluído da publicação.
Segundo a Polícia Civil, o caso foi registrado como injúria. “O fato aconteceu por meio da internet. As investigações foram iniciadas e seguem até o esclarecimento do caso”, diz a instituição em nota. A Polícia Militar (PM) foi procurada, mas não respondeu até a publicação da reportagem.
Por Ronaldo Nóbrega*
Na política, às vezes a metáfora ajuda mais que o discurso direto. E, olhando a cena paraibana, é impossível não enxergar a aeronave do governo João Azevêdo em pleno ar sem comandante firme no manche e com um copiloto jovem, franzino na imagem pública, que ainda não convenceu ninguém. Lucas Ribeiro, vice-governador da Paraíba, pode ocupar a função de chefe do Executivo local após o afastamento de João Azevêdo para a disputa ao Senado.
O fato é que o comandante Azevêdo não pavimentou o caminho para que Lucas Ribeiro o sucedesse. Em seu segundo mandato consecutivo, trouxe consigo um estilo de governar diferente, mas parece flertar perigosamente com um velho erro de políticos que se julgam maiores do que a engrenagem que os sustenta: desprezar os aliados que detêm o ativo mais valioso da política, o voto.
Leia maisA cena que se desenrolou na Granja Santana é um retrato dessa turbulência. Cícero Lucena, pré-candidato ao governo e atual prefeito de João Pessoa, foi até o governador anunciar, sem meias palavras, que será candidato ao governo, ainda que continue a apoiá-lo para o Senado. No manual da liderança seria o inverso. Um líder de verdade chamaria o soldado ao quartel para dar explicações. Aqui, a hierarquia se inverteu e a aeronave ficou ainda mais sem rumo.
O fato é que hoje a candidatura de Cícero ao governo e de Veneziano ao Senado é uma realidade consolidada. Até a oposição, acostumada a observar de fora, ficou tonta com a manobra. E no meio desse voo cabe a pergunta: quem tem mais peso político, Lucas Ribeiro na Paraíba ou ACM Neto na Bahia, herdeiro de um avô, um tio e de toda uma linhagem que moldou a história política baiana? Neto, que já foi cotado como presidenciável, hoje parece reduzido a um ensaio de retorno em 2026 à Câmara Federal. Se o destino de ACM Neto é este, o que esperar de Lucas?
Enquanto isso, na cabine de manutenção, Adriano Galdino, presidente da Assembleia da Paraíba, Nabor Wanderley e outras lideranças assistem de camarote, mas sabem que em política a gravidade não perdoa.
O desfecho pode ser apenas um. O comandante João Azevêdo continuará na cabine até 31 de dezembro, tentando evitar um desastre aéreo sem sobreviventes. O problema é que a confiança na tripulação se esvai a cada dia. E como todo passageiro de voo turbulento sabe, o silêncio da cabine só aumenta o pânico no fundo da aeronave.
Recordo, quando era presidente do antigo PSL na Paraíba, de ter presenciado uma conversa do saudoso ex-governador José Maranhão com uma liderança política. Maranhão recomendou: chegou a hora do piloto puxar o trem de pouso. Pelo que vejo, o comandante João Azevêdo, cercado de assessores, não consegue enxergar o trem de pouso.
*Jornalista e memorialista
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