Recebi, há pouco, de uma fonte em Caruaru, este vídeo que mostra como foi verdadeiramente gigantesca a carreata que os aliados de Bolsonaro promoveram, ontem, na capital do Agreste, com a presença do ex-presidente.
Recebi, há pouco, de uma fonte em Caruaru, este vídeo que mostra como foi verdadeiramente gigantesca a carreata que os aliados de Bolsonaro promoveram, ontem, na capital do Agreste, com a presença do ex-presidente.
Um dos temas que mais geraram desgastes para os governos do PT foi a importação de médicos cubanos para o programa Mais Médicos. Instituído em 2013, a iniciativa gerou um grande desgaste do partido com os profissionais da saúde brasileiros, embora também tenha recebido elogios. Para o deputado federal Allan Garcês (PP-MA), que atuou no Ministério da Saúde no governo de Jair Bolsonaro (PL), a iniciativa foi uma “forma do Brasil incrementar a ditadura de Cuba”.
“Eu era diretor de Articulações Interfederativas, atuava com os conselhos nacionais de secretários de Estado e secretários municipais. Fiquei encarregado de desenvolver uma avaliação dos médicos cubanos. Bolsonaro fechou a porta para a entrada deles no Brasil, diferentemente do governo Lula, que abriu e vieram 13 mil médicos cubanos para cá. Bolsonaro fechou para criar o programa Médicos pelo Brasil, fui até eu que dei esse nome. Assim substituiu o Mais Médicos, só no nome, mas a gente também incrementou esse programa, e detectamos que realmente muitos médicos cubanos também eram de baixa qualidade”, revelou Garcês, em entrevista ao podcast Direto de Brasília.
Leia maisO parlamentar, que também é médico, negou preconceito com os profissionais estrangeiros e ainda denunciou que a iniciativa encobria a exploração feita com o grupo. “Existia essa exploração dos médicos cubanos, um regime de semiescravidão. Eles ganhavam R$ 10 mil, mas ficavam apenas com R$ 2 mil. Os outros R$ 8 mil iam para o governo de Cuba. Ou seja, cerca de 20% do salário era desses médicos e 80% era para o governo. Era uma forma do Brasil também incrementar a ditadura de Cuba”, disparou.
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Por Larissa Rodrigues – Repórter do blog
Os deputados da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) derrubaram, na votação em Plenário, na tarde desta terça-feira (16), a alteração no projeto enviado pelo Governo do Estado que poderia turbinar as remunerações dos procuradores estaduais, incluindo a governadora Raquel Lyra (PSD).
O texto original do Projeto de Lei Complementar nº 3681/2025, do Poder Executivo, apenas prorrogava para o final de 2026 a volta dos recursos do fundo da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) relativos a 2025 para o Tesouro Estadual.
Leia maisMas havia uma emenda que autorizava a PGE a utilizar recursos do fundo para pagar verbas indenizatórias aos procuradores por meio de “ato normativo do Procurador-Geral do Estado, observada a disponibilidade orçamentária e financeira do Fundo”.
A emenda era de autoria da própria Comissão de Constituição e Justiça (CCLJ) da Alepe, em articulação dos procuradores com os parlamentares. Mas, segundo apurou este blog, a governadora Raquel Lyra era contra essa manobra, por isso a líder da bancada do Governo, deputada Socorro Pimentel (UB), orientou a base a votar contra a emenda no Plenário. Foram 23 votos contrários. Apenas o texto original foi aprovado.
O Sindicato do Grupo Ocupacional Administração Tributária do Estado de Pernambuco (Sindifisco-PE) havia questionado o Projeto 3681/2025, argumentando que ele causava “discrepância em relação às demais categorias, posto que cria benefício exclusivo para a classe dos procuradores com percentuais superiores ao pactuado com o Governo do Estado” (veja aqui).
Com isso, o Sindifisco também tentou articular uma emenda ao texto do Projeto de Lei Complementar liberando o uso do fundo dos fazendários para verbas aos auditores, mas a proposta também foi rejeitada na Alepe, por orientação do governo.
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Nos últimos anos, o Brasil viu um grande número de cursos de medicina sendo implantados. São atualmente 436, dos quais 64% pertencem a instituições privadas de ensino superior. Embora a falta de profissionais para a área seja uma carência histórica no país, a preocupação agora é com o tipo de formação que os estudantes vêm recebendo. Em função disso, o deputado federal Allan Garcês (PP-MA) apresentou um projeto de lei que cria o exame de proficiência médica, nos moldes rigorosos da prova aplicada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
“Esse exame foi motivado pelo cenário atual que a gente está vivendo no Brasil. Nos últimos anos, foram abertas inúmeras escolas médicas, muitas sem as mínimas condições de oferecer um curso de formação médica, de capacitação para uma profissão extremamente importante. E, com isso, vieram profissionais mal formados, e isso foi sendo detectado pelo Conselho Federal de Medicina. Então, reunido com o deputado Doutor Luizinho (PP-RJ), elaboramos esse projeto, a gente sentiu essa necessidade. Estava no momento. Acho que pode ser semelhante ao que acontece com a OAB”, afirmou Garcês, em entrevista ao podcast Direto de Brasília, apresentado por este blogueiro.
Leia maisO parlamentar reforçou que o exame não visa impedir a abertura nem solicitar o fechamento dos cursos, por ser uma prerrogativa do Ministério da Educação (MEC). Mas Garcês acusou a pasta de não cumprir seu papel, o que prejudica a população.
“O MEC tem esse controle, só que não está fazendo nada quando detecta que determinada escola está formando mal o egresso. O MEC tem três ferramentas: o Enade, que foi a primeira ferramenta para avaliar as escolas médicas; tem o Enare, que não avalia especificamente a escola, mas o aluno para uma residência médica. E agora veio o Enamed, que avalia o aluno e o curso também, e que foi criado depois que o nosso projeto de lei começou a tramitar na Câmara Federal. Então é como se o governo federal estivesse tomando alguma atitude para descredibilizar essa ferramenta que propomos, que é do Conselho Federal de Medicina e que avalia o aluno”, disparou.
“Uma coisa é importante. O MEC é que tem a prerrogativa de avaliar o curso, de fechar e abrir cursos. A prerrogativa do Conselho Federal de Medicina é de promover um médico bem formado, a qualificação, a qualidade desse médico na sua formação. Então o exame de proficiência médica é para avaliar as competências, as técnicas, o conhecimento e a habilidade médica, não para avaliar o curso. O conselho não vai propor fechamento de curso com as notas dos médicos que não conseguirem passar no exame. Isso é prerrogativa do MEC, que tem um raio-x das universidades, das escolas privadas que estão deficientes, mas não toma posição. Não existe restrição de abertura das escolas médicas, pelo contrário. Abriram a porteira e foi exatamente nessa abertura desenfreada onde as escolas médicas estão sem cumprir as mínimas condições, como hospital escola, laboratório, centro cirúrgico, leitos”, completou Garcês.
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Se o leitor não conseguiu assistir a exibição ao vivo do podcast ‘Direto de Brasília’ com o médico e deputado Allan Garcês (PP-MA), coautor do Projeto de Lei (PL) 785/2024, que institui o Exame Nacional de Proficiência em Medicina como requisito obrigatório para o exercício da profissão no Brasil, clique no link abaixo e confira. Está imperdível!
Em Brasília, a convite do presidente Lula para participar do anúncio de investimentos no metrô do Recife, o prefeito João Campos exaltou, nesta terça-feira (16), a liderança do Governo Federal na recuperação do sistema, que contará com mais de R$ 4 bilhões nos próximos anos, mediante compromisso de não haver aumento de tarifa e da preservação dos empregos públicos dos trabalhadores metroviários. Segundo João Campos, o ato representa uma mudança histórica na forma de encarar o transporte público e vai beneficiar cerca de 180 mil pessoas que usam o modal diariamente no Grande Recife.
“Dia histórico aqui em Brasília. O presidente Lula acaba de anunciar uma solução definitiva para o metrô do Recife e da Região Metropolitana. São mais de 70 quilômetros de linhas e 37 estações que serão completamente requalificadas. Serão mais de R$ 4 bilhões de reais de investimento federal, com garantia de preservação dos empregos da CBTU e sem aumento da passagem para a população. É uma solução que, se não fosse o presidente Lula, não teria saído do papel”, afirmou o prefeito.
Leia maisAinda durante o evento, João Campos ressaltou que o metrô do Recife passa a ter futuro com um projeto estruturado, acompanhado pelo BNDES, pelo Ministério das Cidades e pela Presidência da República. Para o prefeito, os aportes federais anunciados levarão o sistema a uma mudança significativa de patamar, já que, atualmente, em vez do foco em projetos de expansão, o metrô tem padecido com a falta de capacidade até mesmo para manter o funcionamento básico e com transtornos gerados aos usuários em situações de problemas mecânicos, degradação da frota e atrasos na oferta do serviço.
O BNDES será o responsável por liderar os estudos técnicos, audiências e a modelagem da concessão, prevista para até 2027. Além da concessão futura, a proposta prevê um investimento emergencial de R$ 150 milhões já em 2025 para garantir o funcionamento do sistema ao longo do próximo ano, com ações de recuperação da rede aérea, estações e a compra de 11 novos trens (novos ou seminovos em boas condições). A operação da rede segue sob responsabilidade da União até a assinatura do contrato de concessão, que será gerenciado pelo Governo de Pernambuco com apoio técnico do BNDES.
João Campos também destacou o impacto social e a importância do transporte público como política de desenvolvimento. “O Recife sabe o valor do metrô. Ele não é apenas trilho e trem: é dignidade, é tempo de vida devolvido a quase 180 mil pessoas todos os dias. Durante muito tempo, o Brasil deixou de enxergar o transporte público como prioridade, e isso teve consequências graves. Estações degradadas, rede comprometida, perda de conforto e segurança. Foi preciso o presidente Lula voltar à Presidência para o Brasil voltar a ser olhado por inteiro. Agora temos uma mudança real de perspectiva: o metrô do Recife volta a ter futuro”, declarou.
O prefeito também reforçou que todo o processo será conduzido com foco na população. “O foco é no cidadão, é no usuário. Ele precisa ter um transporte público digno, moderno e seguro. Esse é o Brasil que cuida das pessoas, que planeja e realiza. O que cabia ao Governo Federal está sendo feito com responsabilidade. Agora é entrar no VLT do futuro com energia, inovação e vontade de fazer Pernambuco e o Recife andarem mais rápido”, concluiu.
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Na tarde desta terça-feira (16), o presidente Lula (PT) recebeu a governadora Raquel Lyra e o prefeito do Recife, João Campos, além do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho e a bancada federal pernambucana para anunciar investimentos para o metrô do Recife.
O anúncio, que também contou com a presença do ministro Jader Filho (cidades), contempla um robusto cronograma de desenvolvimento e sustentabilidade, que prevê a estadualização e a concessão dos serviços como eixo central da recuperação do metrô. As informações são da CBN Recife.
Leia maisO processo terá início em dezembro de 2025, com a abertura formal da estadualização e da modelagem da concessão. Até fevereiro de 2026, o projeto passará por consulta e audiência pública. Em seguida, até julho de 2026, ocorrerá a análise pelos tribunais de contas da União (TCU) e de Pernambuco (TCE-PE). A licitação da concessão está prevista para ocorrer até dezembro de 2026, com a assinatura do contrato e a conclusão do processo de estadualização até março de 2027.
A modelagem da concessão prevê um contrato com duração de 30 anos e investimentos da ordem de R$ 4 bilhões, a serem realizados pela União, por meio do Ministério das Cidades, nos cinco primeiros anos após a assinatura do contrato. Os recursos serão destinados à requalificação completa da infraestrutura ferroviária do metrô do Recife.
Entre as principais ações previstas estão a aquisição de 18 novos trens e quatro VLTs, além da reforma e requalificação das 37 estações do sistema, garantindo acessibilidade, modernização de escadas rolantes e elevadores, reparos estruturais, recuperação de coberturas e melhorias nos sistemas hidráulicos, elétricos e de telecomunicações. O pacote também inclui a recuperação das condições de tráfego das vias permanentes, a modernização da sinalização, dos sistemas de controle e da rede de energia, além da execução de obras voltadas à segurança das operações.
Além do planejamento de longo prazo, o Governo Federal anunciou investimentos imediatos para enfrentar os problemas mais urgentes do sistema. Até dezembro de 2026, serão aplicados R$ 57 milhões em obras civis, recuperação de coberturas e contratação de serviços para melhorar as condições de conforto e segurança nas estações.
Paralelamente, a CBTU reforçará a frota com a incorporação de 11 trens, adquiridos ou transferidos de outras praças, assegurando melhores condições de operação durante o período de transição até a concessão.
O anúncio conjunto simboliza a articulação entre os governos federal, estadual e municipal, além da bancada federal, em torno de uma pauta estratégica para a mobilidade urbana da Região Metropolitana do Recife.
A expectativa é que os investimentos devolvam ao metrô o papel de eixo estruturador do transporte público, com mais segurança, conforto e dignidade para a população pernambucana.
Após o anúncio, Silvio Costa Filho destacou o caráter estratégico da iniciativa para o desenvolvimento urbano e social da Região Metropolitana do Recife.
“Estamos falando de um investimento estruturador, que vai transformar a mobilidade urbana e melhorar, de forma concreta, a vida de milhares de pernambucanos que dependem diariamente do metrô para trabalhar, estudar e acessar serviços. Cuidar do metrô é cuidar das pessoas”, afirmou o ministro Silvio.
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No podcast Direto de Brasília de daqui a pouco, uma parceria deste blog com a Folha de Pernambuco, a temática da instituição de uma prova para o médico requerer seu registro no Conselho Regional de Medicina (CRM), antes de ingressar na profissão, da mesma forma como se dá com advogado na OAB, entra em pauta. O nosso convidado é o médico e deputado Allan Garcês (PP-MA).
Ele é coautor do Projeto de Lei (PL) 785/2024, que institui o Exame Nacional de Proficiência em Medicina como requisito obrigatório para o exercício da profissão no Brasil. Allan Quadros Garcês é médico, professor da Universidade Federal do Maranhão e deputado federal, filiado ao Progressistas (PP). Assumiu o seu primeiro mandato com a ida de André Fufuca para o Ministério do Esporte em 13 de setembro de 2023.
Ele é coautor do Projeto de Lei (PL) 785/2024, que institui o Exame Nacional de Proficiência em Medicina como requisito obrigatório para o exercício da profissão no Brasil. Allan Quadros Garcês é médico, professor da Universidade Federal do Maranhão e deputado federal, filiado ao Progressistas (PP). Assumiu o seu primeiro mandato com a ida de André Fufuca para o Ministério do Esporte em 13 de setembro de 2023.
O ‘Direto de Brasília’ vai ao ar das 18h às 19h, com transmissão pelo YouTube da Folha de Pernambuco e do meu blog, e também em cerca de 165 emissoras de rádio no Nordeste. Retransmitem ainda o programa a Gazeta News (Grupo Collor) em Alagoas; a Rede Mais Rádios, com 25 emissoras na Paraíba; a Mais-TV, sob o comando do jornalista Heron Cid; e ainda a Rede ANC, no Ceará, com mais de 50 emissoras, além TV LW, de Arcoverde.
Entram como parceiros na mídia institucional o Grupo Ferreira, de Santa Cruz do Capibaribe, a Autoviação Progresso, o Grupo Antonio Ferreira Souza, a Água Santa Joana, a Faculdade Vale do Pajeú e o grupo Grau Técnico.
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O senador por Sergipe Laércio Oliveira (PP) participou da sessão solene em homenagem aos 200 anos do Diario de Pernambuco, realizada por iniciativa do deputado federal Augusto Coutinho (Republicanos). Pernambucano de nascimento, Laércio destacou a trajetória do veículo, fundado em 1825, e sua atuação ao longo dos principais momentos da história do Brasil. “Participar de uma homenagem aos 200 anos do Diario de Pernambuco é vivenciar a própria história do Brasil, desde o Império”, afirmou o senador, ao ressaltar a importância de uma imprensa livre e duradoura para a democracia.
Durante o discurso, Laércio Oliveira também relatou sua relação pessoal com o jornal desde a infância. “O Diario de Pernambuco nunca saiu da minha vida. Meu pai chegava do trabalho todos os dias com o jornal debaixo do braço, colocava sobre a mesa, e ali eu comecei a entender o mundo e o que acontecia no Brasil”, declarou. Segundo o senador, o contato diário com o jornal teve papel formativo em sua trajetória. “Fui acalentado e formado por aquelas notícias, cadernos e reportagens. O jornal era levado para casa como instrumento de educação minha e dos meus irmãos”, afirmou.
Por Anthony Santana – Blog da Folha
Os deputados estaduais aprovaram o aumento das emendas parlamentares para 1,55%, na sessão plenária desta terça-feira (16). A proposta, considerada polêmica, esteve paralisada na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) por falta de entendimento entre o Executivo e o Legislativo.
A proposta inicial estabelecia o aumento já para 2027, o que gerou discordância do governo estadual. Num acordo costurado entre os dois Poderes para votar as pautas travadas na Casa, ficou acertado que o aumento será feito de forma escalonada, chegando a 1,30% em 2028 e 1,55% em 2029.
Leia maisO reajuste do percentual da Receita Corrente Liquida (RCL) do estado destinada às emendas visa equiparar o Legislativo estadual ao que é praticado na Câmara dos Deputados, onde os parlamentares têm direito a uma fatia de 1,55% da receita da União.
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Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta terça (16) mostra que 54% acham que Lula e o PT se saíram melhor no embate do tarifaço e 24% acham que foi Bolsonaro e aliados. As informações são do g1.
Veja os números
Na última pesquisa, realizada em setembro, 49% achavam que Lula e PT tinham se saído melhor e 27% achavam que tinha sido Bolsonaro e aliados.
O levantamento ouviu 2.004 pessoas, entre 11 e 14 de dezembro, com margem de erro de dois pontos percentuais e nível de confiança de 95%.
Os entrevistados também foram questionados se achavam que Lula foi importante para Trump voltar atrás nas tarifas comerciais aplicadas contra o Brasil. Para 43%, o presidente brasileiro foi muito importante e 28% disseram que foi importante, mas nem tanto. Outros 23% responderam que Lula não foi importante.
Veja os números
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, criticou o Projeto de Lei da Dosimetria, que pode reduzir as penas dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. Em entrevista ao Bastidores CNN, Dias defendeu que o Congresso Nacional não deve atuar como revisor das decisões do Poder Judiciário.
“Não se trata de quem é governo e quem é oposição, aqui se trata de quem sustenta o processo democrático ou não. Temos uma situação de pessoas condenadas, que passaram por um processo de ampla defesa, respeito à lei e o julgamento se deu a partir de provas e a condenação também, portanto aqui é preciso um respeito à Constituição e à lei vigente”, afirma Wellington Dias. As informações são da CNN.
Leia maisAcrescentando: “Não é razoável que se tenha o Congresso Nacional como uma casa revisora do Judiciário. O Congresso Nacional tem um papel, o Judiciário tem outro papel e o Executivo também. É essa harmonia, é essa integração, mas cada um respeitando o seu espaço que sustenta a democracia”.
Wellington Dias argumentou que as condenações relacionadas aos ataques às sedes dos Três Poderes seguiram o devido processo legal, com ampla defesa e baseadas em provas. “Nós temos uma situação de pessoas condenadas, pessoas que ali passaram por todo um processo de ampla defesa, o respeito à lei e o julgamento se deu ali a partir de provas, a partir de substância”, explicou.
Defesa da democracia e respeito à legislação
O ministro destacou que os eventos de 8 de janeiro representaram uma tentativa de ruptura democrática. “Ali havia claramente, como as provas foram capazes de mostrar, uma intenção de romper com o processo democrático e implantar um sistema autoritário e feito à base da força”, ressaltou.
Dias defendeu a rejeição da proposta legislativa, argumentando que a legislação brasileira já estabelece penas adequadas para cada tipo de crime. “Eu defendo que a gente tenha o respeito à legislação e, portanto, que se mantenha. Eu defendo a rejeição da proposta, compreendendo que a legislação brasileira coloca uma dose adequada para o tipo de crime que é praticado em cada área”, disse.
O ministro também mencionou que qualquer alteração legislativa deve estar em sintonia com a vontade popular. “Qualquer coisa fora disso tem que passar por um processo legitimamente em sintonia com a vontade do povo. Aliás, a vontade do povo que, em todas as pesquisas, mostra que quem cometeu o crime deve pagar”, concluiu Wellington Dias.
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A oposição no Senado aceitou fazer uma alteração no projeto que permite a redução de penas de Jair Bolsonaro (PL) e outros condenados pelos crimes de 8 de janeiro de 2023. Com a mudança, o texto que já havia sido aprovado pela Câmara pode precisar passar por nova análise dos deputados, com o risco de deixar a votação final apenas para 2026.
O motivo para as modificações foi a constatação de que a proposta que teve aval dos deputados pode permitir que condenados por outros crimes também tenham penas relaxadas por causa das mudanças previstas no projeto. O relator do texto na Câmara, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), nega haver essa possibilidade. As informações são da Folha de S. Paulo.
Leia maisAliados do governo Lula (PT), que são contrários à redução das penas, têm usado a possibilidade de benefício a condenados de outras áreas como argumento contra o projeto.
O Senado quer votar o texto nesta quarta (17). Se houver a mudança, há a possibilidade de uma corrida no Legislativo para concluir a aprovação do projeto ainda neste ano. O recesso dos congressistas começa oficialmente na terça (23), mas as deliberações devem acabar nesta semana.
O projeto está tramitando na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). O presidente do colegiado, Otto Alencar (PSD-BA), propôs uma alteração no projeto para restringir os benefícios aos processos relacionados ao 8 de janeiro.
“Ou nós encapsulamos o assunto no processo do 8 de janeiro ou não tem condição de aprovar”, disse à Folha o relator do projeto, Esperidião Amin (PP-SC). O senador é de um partido de oposição ao governo Lula e defende uma anistia completa para os condenados pelo 8 de janeiro, não só a redução de penas.
“Aquela emenda do Otto Alencar é a base de qualquer possibilidade de acordo”, disse Amin. O senador relatou que Sergio Moro (União Brasil-PR), outro integrante da oposição, fez sugestões no mesmo sentido.
Mais cedo, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), deu uma declaração no mesmo sentido. “A gente está tentando ver como é que faz alguma alteração ali para evitar que esse benefício seja dado a marginais de verdade, marginais perigosos de verdade, na carona da votação desse projeto”, disse.
Flávio deu a declaração a jornalistas em Brasília, na frente da sede da Polícia Federal, onde seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, está preso. “Espero que aprove esse projeto de dosimetria ainda esse ano, seja qual for a redação”, disse o senador.
Um dos senadores que acompanha mais de perto o projeto de redução de penas, Alessandro Vieira (MDB-SE) vê três possibilidades para a proposta.
“As alternativas na mesa são rejeição e posterior aprovação do mesmo ato em um projeto do Senado já corrigido. Correção por emendas do texto da Câmara e devolução para a Câmara dos Deputados. Ou uso de emendas de redação para tentar corrigir o problema, o que me parece muito difícil”, disse Vieira. O senador não se alinha automaticamente à oposição nem ao governo.
As emendas de redação mencionadas por Vieira são alterações redacionais que não alteram o mérito de projetos. Se a mudança no texto for classificada como uma emenda de redação, ele não precisa de nova análise pela Câmara.
Técnicos legislativos ouvidos pela Folha, porém, avaliam que alteração proposta por Otto Alencar configura mudança de mérito e não pode ser classificada como emenda de redação.
Eles ressalvam que essa é uma análise do ponto de vista regimental, e que, às vezes, há acordos políticos para mudanças de mérito serem interpretadas como mudança de redação para projetos serem aprovados mais rápido.
Esperidião Amin, porém, afirma que a correção pode sim ser feita por meio de uma emenda de redação. Ele argumenta que toda a discussão do projeto foi em torno de reduzir penas relacionadas ao 8 de Janeiro.
“Uma emenda para deixar isso claro não é uma emenda que muda o sentido. É uma emenda de redação que garante o sentido desde seu início”, declarou. Por esse raciocínio, seria possível enivar o projeto à sanção depois de ser aprovado pelo Senado.
Sergio Moro sugeriu uma forma diferente da de Otto Alencar para restringir os benefícios apenas aos condenados pelo 8 de Janeiro. Ele argumenta que a brecha deixada pela Câmara foi um equívoco, e que sua correção não implica em alteração de mérito. “A emenda não altera o conteúdo material da proposição, mas aprimora sua clareza redacional e sistemática”, escreveu ele.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), quer que a proposta seja deliberada o quanto antes. Otto Alencar, porém, liderou um movimento de pressão para que a proposta tivesse análise prévia da CCJ antes de ir ao plenário do Senado para a deliberação final.
A Câmara aprovou o texto na semana passada. Se entrar em vigor na forma como os deputados aprovaram, o projeto poderá, em tese, reduzir o tempo que Bolsonaro passará no regime fechado de cumprimento de pena para algo entre dois anos e quatro meses e quatro anos e dois meses, dependendo da interpretação.
Se as regras vigentes hoje forem mantidas, a estimativa é que o ex-presidente fique de 6 anos e 10 meses a pouco mais de 8 anos em regime fechado. A condenação total foi a 27 anos e 3 meses.
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