Henrique Brandão participa de evento do Minc em Recife

O poeta, cantor e produtor cultural Henrique Brandão participou, nos últimos dias 12 e 13 de março, do evento CNIC Itinerante, promovido pela CNIC (Comissão Nacional de Incentivo à Cultura), órgão vinculado ao Ministério da Cultura. O evento foi realizado no auditório do Sebrae e teve como parceiro, além do Sebrae, a Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco.

Durante o evento o Minc realizou o lançamento do programa Rouanet Nordeste, que vai contemplar projetos na região Nordeste e inscritos por proponentes do Nordeste. O investimento será de aproximadamente 50 milhões de reais e a previsão de lançamento do edital é para o primeiro semestre. Os produtores Henrique Brandão e Jackson Fagner estiveram presentes, levando as demandas e reivindicações do Sertão do Pajeú e representando os municípios de Serra Talhada e Santa Terezinha, através da Associação Serra Cultural e Associação dos Forrozeiros de Serra Talhada.

Segundo Henrique Brandão presidente da Associação Serra Cultural, o Pajeú tem um grande potencial com esta ferramenta que é a Lei Rouanet, visto que além de termos inúmeros fazedores de cultura, também tem grandes empresas com potencial de parceria que elevaria a produção cultural na região. Para Jackson Fagner, Secretário Geral da Associação dos Forrozeiros de Serra Talhada, o Pajeú precisa andar em bloco, e promover urgentemente a integração entres as cidades, para elevar o patamar de produção cultural.

A lei Rouanet é a lei de incentivo à cultura mais antiga do Brasil, criada em 1991. Segundo estudo da FGV, cada R$ 1,00 aplicado pela Lei Rouanet gera R$ 1,66 na economia. Em 2023 o setor cultural gerou 577 mil empregos, segundo o IBGE. A título do comparação em 2020, o PIB da economia criativa foi de 230,14 bilhões de reais, o que representa 3,1 do PIB nacional, já a indústria automobilística representou 2,1% do PIB nacional. Os dados são do Observatório Itaú Cultural.

Veja outras postagens

Por Tavares Neto

Do blog do Tavares Neto

O dramaturgo e jornalista pernambucano Nelson Rodrigues fez duras críticas ao arcebispo de Olinda e Recife, Dom Hélder Câmara. Em entrevista concedida à revista Veja, publicada em 1º de junho de 1969, Nelson afirmou que Dom Hélder representava um cristianismo sem transcendência:

“Ele é um cristão sem vida eterna. É o cristão marxista. É o cristão sem o sobrenatural. Esqueceu tanto a letra do Hino Nacional como o Pai-Nosso e a Ave-Maria. É, portanto, um falsário.”

O escritor também ironizou o fato de Dom Hélder manter o uso da batina, sugerindo que sua escolha não era motivada pela fé, mas por conveniência:

“Ele não abandona a batina, não por motivos de fé, não por nenhum arroubo místico, não porque isso lhe seja vocacional. Ele não abandona a batina porque não pode usar terno, não pode ser almofadinha, não pode ser um janota, porque nenhum cachorro vira-lata o acompanhará. Dom Hélder de terno será líder de coisa nenhuma.”

A entrevista gerou grande repercussão na época, refletindo o clima de polarização política e ideológica do Brasil durante a ditadura militar. Dom Hélder Câmara, conhecido por sua atuação em defesa dos mais pobres e por seu posicionamento contra o regime, era frequentemente alvo de críticas por parte de setores mais conservadores.

Jaboatão - Combate Dengue

Do g1

O presidente dos EUA, Donald Trump disse ter ordenado, no último sábado (15), ataques aéreos contra rebeldes Houthis, grupo apoiado pelo Irã no Iêmen e mandou um aviso a Teerã (veja mapa mais abaixo).

Pelo menos 31 pessoas morreram e 101 ficaram feridas nos ataques americanos, de acordo com o Ministério da Saúde administrado pelos rebeldes.

Ameaça ao transporte marítimo global

Em outubro de 2023, após o início da guerra entre o Hamas e Israel, o grupo rebelde começou a atacar navios militares e comerciais em um dos corredores de navegação mais movimentados do mundo. Os alvos eram embarcações de Israel e de seus aliados — em especial os Estados Unidos e o Reino Unido —, alegando solidariedade aos palestinos.

Desde então, mais de 100 ataques foram realizados contra navios mercantes e militares. Dois deles afundaram, e quatro marinheiros foram mortos. As ofensivas foram interrompidas com o atual cessar-fogo em Gaza, que entrou em vigor em janeiro.

Mas, na quarta-feira (12), os Houthis anunciaram que voltariam a abrir fogo, depois de Israel interromper a ajuda humanitária a Gaza para pressionar o Hamas durante as negociações do cessar-fogo.

A ofensiva focaria nos mares Vermelho e Arábico, pelo Estreito de Bab al-Mandab e pelo Golfo de Áden, rotas que vão da Índia até o Egito e ligam a Ásia à África.

“Esses ataques incessantes custaram aos EUA e à economia mundial bilhões de dólares enquanto, ao mesmo tempo, colocavam vidas inocentes em risco”, disse Trump no sábado ao anunciar os ataques aéreos em uma postagem nas redes sociais.

O avanço dos Houthis contra navios americanos tem provocado os combates mais intensos da marinha americana desde a Segunda Guerra Mundial.

Os Estados Unidos, sob a administração de Joe Biden, assim como Israel e o Reino Unido, já haviam atacado áreas controladas pelos Houthis no Iêmen em ocasiões anteriores. Mas um oficial dos EUA afirmou que a operação mais recente foi conduzida exclusivamente pelos EUA.

Trump afirmou que os ataques visavam “proteger o transporte marítimo americano, os ativos aéreos e navais, e restaurar a liberdade de navegação”.

O foco de Trump nos Houthis e em seus ataques sucessivos chamou a atenção para o grupo, que enfrenta pressões econômicas e políticas em meio à guerra no Iêmen, estagnada há mais de uma década e que devastou a nação árabe mais pobre do mundo.

Pressão contra os iranianos

Com esse contra-ataque aos Houthis, Trump também tem o objetivo de pressionar o Irã, que é um dos principais financiadores e apoiadores dos rebeldes, assim como faz com o Hamas e outros aliados no Oriente Médio.

Trump prometeu responsabilizar o Irã “totalmente” pelas ações dos Houthis.

O Departamento de Estado americano, no início de março, reinstaurou a designação de “organização terrorista estrangeira” para os Houthis, que traz sanções e penalidades para quem fornecer “apoio material” ao grupo.

Essas medidas ocorrem em meio à tentativa de Trump de negociar um acordo sobre o programa nuclear iraniano. Segundo o presidente americano, uma carta foi enviada ao presidente do irã, Masoud Pezeshkian, sobre o tema.

Na terça-feira, Pezeshkian disse que não negociaria com os Estados Unidos enquanto estivesse sendo ameaçado ou forçado a isso, segundo a mídia estatal do país. Posição reforçada pelo líder supremo, aiatolá Ali Khamenei.

O programa nuclear do Irã é motivo de preocupação de países do Ocidente, como os EUA e Israel. O país do Khamenei vem enriquecendo urânio ao longo dos últimos anos e aumentando a capacidade do país para produzir armas nucleares. O Irã insiste que seu programa nuclear é pacífico.

Em 2018, Trump retirou de forma unilateral os Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã. Agora, voltou a dizer que não permitirá que o programa iraniano continue operando.

O presidente dos EUA também impôs novas sanções ao Irã como parte de sua campanha de “pressão máxima”, enfatizando que ainda acredita na possibilidade de um novo acordo nuclear entre as partes.

Quem são os Houthis?

Os Houthis pertencem ao chamado “Eixo de Resistência”, uma rede de organizações simpáticas ao Irã e hostis ao Estado de Israel, que inclui o Hezbollah libanês, o Hamas e o regime sírio deposto de Bashar al Assad.

A organização surgiu em 1990 para combater o governo do então presidente Ali Abdullah Saleh. Liderados por Houssein al Houthi, os primeiros integrantes do grupo eram do norte do Iêmen e faziam parte de uma minoria muçulmana xiita do país, os zaiditas.

Os Houthis ganharam força ao longo dos anos, principalmente após a invasão do Iraque liderada pelos Estados Unidos em 2003. Clamando frases como “Morte aos Estados Unidos”, “Morte a Israel”, “Maldição sobre os judeus” e “Vitória ao Islã”, o grupo não demorou para se declarar parte do “eixo da resistência” liderado pelo Irã contra Israel e o Ocidente.

Houthis e Guerra do Iêmen: 10 anos de conflito

  • A guerra do Iêmen começou em 2014, quando os Houthis saíram do norte do país e tomaram a capital, Sanaa, forçando o governo reconhecido internacionalmente a fugir para o sul e depois para o exílio.
  • A Arábia Saudita entrou na guerra em 2015, liderando uma coalizão militar com os Emirados Árabes Unidos e outras nações árabes. O grupo, apoiado pelos Estados Unidos, realizou uma campanha de bombardeios destrutivos e apoia as forças governamentais e as milícias no sul do território iemenita.
  • Com o passar do tempo, o conflito se tornou uma guerra indireta entre Arábia Saudita e Irã e seus respectivos apoiadores. Por exemplo, de acordo com um relatório publicado em janeiro de 2023, armas fornecidas pelo Reino Unido e pelos Estados Unidos e usadas pela coalizão mataram dezenas de pessoas no conflito.
  • Há anos, nenhum dos lados obtém ganhos territoriais: enquanto os Houthis mantêm seu controle sobre o norte, Sanaa, e grande parte do oeste densamente povoado, o governo e as milícias controlam o sul e o leste, incluindo as principais áreas centrais, onde estão a maior parte das reservas de petróleo iemenitas.
  • A guerra no Iêmen foi classificada pela ONU como o mais grave desastre humanitário da atualidade, com deslocamento interno de mais de 4,5 milhões de pessoas e 80% da população vivendo na pobreza. As mais afetadas são as crianças: cerca de 11 milhões delas vivem em situação desesperadora e precisam de ajuda, segundo as Nações Unidas.
Conheça Petrolina

Por Bela Magale

Do jornal O Globo

Um dos principais defensores da anistia aos condenados no 8 de janeiro no Congresso Nacional, o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) não compareceu hoje ao ato com Jair Bolsonaro em Copacabana, no Rio de Janeiro.

Gayer chegou a ter o nome incluído na lista de autoridades com presença confirmada no evento, na sexta-feira. Ao longo da semana ele também se reuniu com colegas parlamentares para tratar do ato e confirmou que compareceria.

Questionado pelo motivo de sua ausência no ato da anistia, Gayer não respondeu à coluna. O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que o deputado não foi por causa do falecimento de uma pessoa próxima. Gayer afirmou a aliados que está de luto porque a mãe de uma assessora e amiga morreu na quinta-feira passada.

Gayer passou a enfrentar uma crise no Congresso Nacional nos últimos dias, após fazer postagens com ataques à ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. O deputado usou a fala misógina do presidente Lula de que teria escolhido uma “mulher bonita” para melhorar a articulação do governo com o Congresso para atacar a petista. Em uma de suas postagens, que depois foi apagada, ele disse imaginar um possível “trisal” entre Gleisi Hoffmann, Lindbergh Farias e o presidente do senado, Davi Alcolumbre.

Alcolumbre afirmou que irá acioná-lo na Justiça e no Conselho de Ética da Câmara e o presidente da Casa, Hugo Motta, ligou para Gayer para lhe passar uma reprimenda.

Dulino Sistema de ensino

Do Estadão Conteúdo

O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou neste domingo (16) durante ato pela anistia aos bolsonaristas presos e condenados pelo 8 de Janeiro, que pedirá urgência na tramitação da proposta que perdoa os crimes pelos quais respondem no Supremo Tribunal Federal (STF).

“Estou assumindo compromisso com vocês. Nesta semana, na reunião de colégio de líderes, vamos dar entrada com 92 deputados do PL e de outros partidos, para podermos pedir urgência do projeto da anistia para entrar na pauta na semana que vem”, afirmou.

A bancada do PL é composta, segundo informação da Poder Legislativo, por 92 deputados. Os bolsonaristas presos foram condenados por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa armada.

Os manifestantes pró-anistia estão reunidos em Copacabana, no Rio de Janeiro, desde a manhã deste domingo. Participam do ato o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo) e Cláudio Castro (Rio de Janeiro), senadores e deputados.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) puxou coro de “Lula, ladrão” contra o atual presidente da República. Para o parlamentar, a anistia será aprovada. “Vamos aprovar a anistia muito em breve”, afirmou.

Ipojuca No Grau

O deputado estadual de Pernambuco, Júnior Tércio (PP), se envolveu em uma confusão no início do ato pró-anistia promovido neste domingo (16), em Copacabana, no Rio de Janeiro. No vídeo gravado pela equipe do portal Metrópoles, o parlamentar tenta dar um soco na mão de um dos seguranças que o contém e logo em seguida avança com o dedo em riste. “Eu sou deputado, rapaz! Eu sou deputado!”, gritou Tércio. A discussão aconteceu durante a chegada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As informações são do Blog Cenário.

É possível perceber que o deputado estadual e a esposa, a deputada federal Clarissa Tércio (PP), são impedidos de seguir para a área onde Bolsonaro estava. O vídeo acaba mostrando Clarissa ao lado do marido, tentando conversar com outros seguranças que buscaram acalmar Júnior Tércio.

Sobre o ocorrido, o Blog Cenário entrou em contato com a assessoria do parlamentar e aguarda retorno. O espaço segue aberto.

Caruaru - IPTU 2025

No dia 16 de março de 1990, Fernando Collor de Mello anunciava o Plano Collor, um pacote econômico que confiscou a poupança dos brasileiros e mergulhou o país em uma crise profunda. Trinta e cinco anos depois, a história desse período ganha uma nova perspectiva com a estreia do podcast “Trapaça”, uma reportagem em oito episódios que investiga os bastidores da ascensão e queda do primeiro presidente eleito após a ditadura militar.

A produção original da Plataforma Brasília é baseada no livro “Trapaça – Saga Política no Universo Paralelo Brasileiro”, do jornalista Luís Costa Pinto. O roteiro e a direção ficam por conta de Gabriel Priolli, enquanto a edição, mixagem, desenho sonoro e trilha foram desenvolvidos por Kléber Araújo e Luís Santiago Málada, da Tímpano Produções.

O podcast estreia em 25 de março e estará disponível no Spotify, YouTube Podcasts, Apple Podcasts e Deezer. Para não perder nenhum episódio, os ouvintes podem seguir a página e ativar as notificações nas plataformas de áudio.

Camaragibe Cidade do Trabalho

Da Agência O Globo

Enquanto o PSDB discute seu futuro com a possibilidade de fusão com quatro partidos, o governador do Rio Grande do Sul, o tucano Eduardo Leite, se vê diante de uma encruzilhada para viabilizar seu projeto presidencial em 2026. Anteontem, pela primeira vez, ele admitiu a possibilidade de deixar o partido.

— Tenho 24 anos de PSDB, com muito orgulho, mas a gente tem que encontrar o caminho que nos dê a capacidade de contribuir. Se estreitar o caminho através do PSDB, vamos ter que procurar aquele que melhor me permita a participação — disse o governador, durante almoço com empresários.

O tucano — assim como a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, que concluiu o movimento — recebeu convite para se filiar ao PSD, mas resiste. No partido de Gilberto Kassab, ele não teria legenda para disputar o Planalto, já que a sigla tende a lançar a candidatura própria do governador do Paraná, Ratinho Júnior, ou apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Essa decisão depende dos movimentos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que, mesmo inelegível, mantém-se como figura central na articulação da direita.

Plano mantido

Entre os partidos que negociam se unir ao PSDB, Republicanos e MDB dificilmente apoiariam uma candidatura presidencial de Leite. Já Podemos e Solidariedade indicam que poderiam apoiar o governador. A presidente nacional do Podemos, deputada Renata Abreu (SP), tem bom relacionamento com Leite e interesse em aderir a um projeto avesso à polarização.

Nos bastidores, o Podemos tem feito sucessivos acenos aos tucanos, em uma tentativa de mostrar fidelidade. Integrantes do partido afirmam ter facilitado a saída de dois senadores, Oriovisto Guimarães e Styvenson Valentim, que se filiaram ao PSDB. Os tucanos negam relação entre os episódios.

Apesar de ter assumido que pode deixar o PSDB, aliados de Leite asseguram sua fidelidade partidária e descartam uma saída da legenda. Por enquanto, a sigla e o governador mantêm publicamente a defesa de sua candidatura ao Planalto em 2026. Ao GLOBO, o presidente nacional, Marconi Perillo, afirmou que o projeto “Eduardo Leite presidente” tem sido apresentado aos demais partidos como uma prioridade:

— A candidatura própria de Eduardo, que representa o centro democrático, é prioridade. Estamos colocando como central (nas negociações).

Já em vídeo publicado nas redes sociais esta semana, Leite destacou o papel do PSDB na construção de um “futuro melhor” para o Brasil.

— Os brasileiros querem mais solução e menos briga política. O PSDB tem coragem e competência para colocar o país nos eixos. A gente já fez uma vez, e vai fazer de novo — afirmou o gaúcho.

Aliados do governador afirmam que o projeto presidencial é “inegociável”. Leite não tem interesse, segundo eles, em concorrer ao Senado.

Além das indefinição em relação ao seu futuro, Leite ainda não decidiu quem será seu candidato à sucessão no governo do Rio Grande do Sul. Seu vice, Gabriel Souza (MDB), manifesta intenção de disputar, mas enfrenta resistência interna. Tucanos sugerem outros nomes, como o do secretário da Casa Civil, Artur Lemos, e da prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, considerada próxima a Leite.

Reunião com o Republicanos

Após perder espaço em eleições recentes, o PSDB negocia uma fusão ou federação com partidos como Podemos, Solidariedade, Republicanos e MDB. A estratégia é um esforço para a legenda, que já comandou o Planalto e historicamente polarizou o debate nacional com o PT, se recuperar após sucessivas derrotas eleitorais.

Caciques tucanos se reuniram com dirigentes do Republicanos anteontem para debater um possível acordo. A conversa foi vista como positiva dentro do PSDB, mas a prioridade, no momento, é uma costura com Podemos e Solidariedade. Um eventual apoio a Eduardo Leite em 2026 não foi colocado à mesa.

Nas eleições passadas, o PSDB não disputou pela primeira vez a Presidência. A sigla se aliou a Simone Tebet (MDB) e indicou sua vice, a senadora Mara Gabrilli. A aliança foi definida após o próprio Leite desistir de ser candidato, assim como o ex-governador de São Paulo João Doria. A depender de com qual sigla decida se unir, o PSDB pode acabar fora da disputa mais uma vez.

Pesa contra os tucanos o mau desempenho nas urnas na eleição presidencial de 2018. Na ocasião, o hoje vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) tinha a maior coligação e o maior tempo de TV, mas obteve só 4,64% dos votos, ficando em quarto lugar.

Além disso, o partido também viu sua capilaridade minguar nos últimos anos. O número de prefeitos eleitos no ano passado representa menos de um terço do alcançado em 2000, enquanto a bancada na Câmara caiu de cem para 13 desde 1998.

Cabo de Santo Agostinho - IPTU 2025

Do jornal O Globo

O ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Praia de Copacabana, hoje, contou com a participação de 18,3 mil manifestantes, segundo cálculo feito com base em imagens aéreas pelo grupo de pesquisa “Monitor do debate político” do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), coordenado por Pablo Ortellado e Márcio Moretto, da Universidade de São Paulo (USP), e pela ONG More in Common. Isso significa que a mobilização foi bem menor do que a de outros atos do bolsonarismo no Rio. A margem de erro do levantamento é de 2,2 mil pessoas para mais ou para menos.

Em 7 de setembro de 2022, também na Praia de Copacabana, o mesmo grupo de pesquisadores da USP e do Cebrap calculou um encontro de 64,6 mil manifestantes, um patamar que é cinco vezes maior do que neste domingo. Já em abril do ano passado, foram 32,7 mil participantes.

— Essa foi uma manifestação pequena para os padrões de mobilização do bolsonarismo — afirma Ortellado.

Veja manifestação de 2022

Na avaliação do pesquisador, no entanto, ainda é preciso haver mais manifestações com esse patamar menor de mobilização para afirmar que a oscilação é sinal de enfraquecimento político do bolsonarismo no Rio. De acordo com ele, o conflito entre os organizadores sobre o apoio ou não ao pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode ter atrapalhado a convocação.

— Essa foi uma manifestação cuja mobilização foi muito tumultuada — afirmou.

Além disso, ele defendeu que oscilações desse tipo são normais. Ortellado afirmou que as manifestações contra a então presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, também chegaram a registrar públicos menores e depois voltaram a crescer.

Veja manifestação de 2024

Para o cálculo deste domingo, foram tiradas fotos da praia de Copacabana em quatro diferentes horários (10:00, 10:40, 11:30 e 12:00), totalizando 66 fotos. O pico do encontro foi ao 12h, quando o grupo selecionou seis fotos que cobriam toda a extensão da manifestação, sem sobreposição.

Depois disso, um software é usado para identificar e marcar automaticamente as cabeças das pessoas. Usando inteligência artificial, o sistema localiza cada indivíduo e conta quantos pontos aparecem na imagem. Segundo os pesquisadores, esse processo garante uma contagem precisa, mesmo em áreas densas.

O método atualmente possui uma precisão de 72,9% e uma acurácia de 69,5% na identificação de indivíduos. Na contagem de público, o erro percentual absoluto médio é de 12%, para mais ou para menos, em imagens aéreas com mais de 500 pessoas.

Veja o público das manifestações bolsonaristas:

  • 18,3 mil em 16/03 de 2025 – O ato deste domingo mirou na anistia aos presos do 8 de Janeiro e ocorre após a denúncia de Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe de Estado.
  • 45,7 mil em 7/09 de 2024 – Protesto de apoiadores de Bolsonaro na Av. Paulista, em São Paulo. O ato pediu o impeachment de Alexandre de Moraes e teve público abaixo do esperado.
  • 32,7 mil em 21/4 de 2024- Ato em Copacabana no feriado de Tiradentes. Foi marcado por falas de cunho religioso e ataques a Lula.
  • 185 mil em 25/02 de 2024 – Ato na Av. Paulista. Evento foi em apoio a Bolsonaro, em meio às investigações da PF por suposta tentativa de golpe.
  • 32,6 mil em 7/09 de 2022 – Manifestação na Av. Paulista convocada por Bolsonaro para impulsionar a campanha à reeleição ao Planalto.
  • 64,6 mil em 7/09 de 2022 – Manifestação em Copacabana, no Rio. O ato em homenagem ao Bicentenário da Independência virou evento de campanha à reeleição.
Toritama - Prefeitura que faz

Da Folha de S.Paulo

Se a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trouxe de volta a normalidade institucional ao Planalto, o mandatário atual compartilha com o anterior uma retórica preconceituosa sobre o sexo feminino.

“Por isso eu coloquei essa mulher bonita para ser ministra de Relações Institucionais, é que eu não quero mais ter distância entre vocês”. A fala, proferida por Lula na última quarta (12), foi direcionada aos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado.

Gleisi Hoffmann é a ministra cujos atributos intelectuais e trajetória política foram diminuídos em prol de sua aparência física na declaração do presidente, que não é a primeira desse naipe.

Lula já disse que nenhuma mulher quer namorar ajudante geral e que mulher com profissão não precisa de ajuda do pai para comprar batom. Relatou que perguntou a uma mãe de cinco filhos quando ela iria “fechar a porteira”; ao comentar sobre a violência contra mulheres após jogos de futebol, disse que “se o cara for corintiano, tudo bem”.

No caso do petista, tais falas, mais do que gafes, são expressões de machismo arraigado na política brasileira, assim como são as falas ainda mais escandalosas de Jair Bolsonaro (PL).

O ex-presidente disse que petistas são feias e “incomíveis” e que, para as mulheres, notícia boa é beijinho e presente. Defendeu o turismo sexual, desde que não praticado por gays: “Quem quiser vir aqui [ao Brasil] fazer sexo com uma mulher, fique à vontade”. Foi condenado a pagar indenização à repórter Patrícia Campos Mello, da Folha, por um ataque verbal com conotação sexual.

Apesar dos avanços nos direitos das mulheres, o machismo se espraia pela sociedade, independentemente da ideologia política, e homens de mais idade tendem a manifestá-lo sem amarras.

Contudo o cargo de chefe de Estado exige contenção do ocupante, e as brasileiras merecem respeito num país que enfrenta grave desigualdade de gênero.

No Global Gender Gap, ranking do Fórum Econômico Mundial que avalia paridade entre os sexos em 146 países, o Brasil saiu da 94ª posição em 2022 para a 57ª em 2023, mas caiu para 70ª no ano passado. Somos superados por vizinhos como Chile (21ª), Argentina (32ª) e Peru (40ª).

Dentre os quatro setores analisados (economia, educação, saúde e política), o Brasil tem a pior avaliação no último. Está longe de satisfatório o nível de participação feminina na seara do poder público. E falas como a de Lula sobre a ministra de Relações Institucionais não contribuem para ampliar esse espaço.

Palmares - Outlet

Do jornal O Globo

Em seu discurso durante ato em Copacabana, neste domingo, o ex-presidente Jair Bolsonaro se defendeu da acusação de golpe, da qual pode se tornar réu ainda este mês, fez comparações entre seu governo e do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva e disse ter angariado apoios na Câmara dos Deputados para aprovar a anistia aos condenados pelo 8 de janeiro de 2023. A liberação dos presos é a principal pauta da manifestação de hoje na Zona Sul do Rio, em que o líder do PL reuniu governadores, deputados e apoiadores.

— Há poucos dias, tinha um velho problema e resolvi, com o (Gilberto) Kassab em São Paulo. Ele está ao nosso lado com a sua bancada para aprovar a anistia em Brasília — afirmou. — Todos os partidos estão vindo.

Procurado, Gilberto Kassab não respondeu. Em busca de apoio ao projeto de anistia, Bolsonaro deixou de lado os ataques a Kassab e teve uma conversa reservada com o presidente do PSD, no mês passado. Em março do ano passado, o ex-presidente havia atacado o cacique em uma lista de transmissão do WhatsApp por ter três ministérios no governo Lula. A aproximação entre os dois também tem como pano de fundo a sucessão do governo de São Paulo: caso Tarcísio de Freitas tenha a benção de Bolsonaro para se candidatar à presidência no ano que vem, Kassab, que é secretário de Governo, é um dos cotados na corrida para a vaga.

Em seu discurso, Bolsonaro citou casos de pessoas presas pelos ataques antidemocráticos de 2023 e levou para o palco a família de Cleriston Pereira da Cunha, conhecido como “Clezão”, que morreu em novembro de 2023, após um mal súbito no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Sua defesa havia pedido a conversão da pena em prisão domiciliar, mas a análise ainda não havia sido feita pelo STF.

— Quem é ou foi a liderança dessas pessoas? Não tiveram. Elas foram atraídas para uma armadilha — afirmou Bolsonaro.

Em 8 de janeiro de 2023, grupos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro furaram um bloqueio montado pela Polícia Militar na Esplanada dos Ministérios e invadiram as sedes dos três Poderes — Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF). Os invasores depredaram o interior do Congresso, do Planalto e do STF, em ações registradas e transmitidas pelas redes sociais. No entorno do Planalto, os bolsonaristas entraram em conflito com a polícia e subiram a rampa, uma semana após a cerimônia de posse de Lula no mesmo local.

O ex-presidente também voltou a questionar sua derrota nas urnas, em 2022. Alegou que enchia manifestações “até maiores que essa”, que “estava com o agro 100% fechado” e que aumentou os valores do Bolsa Família para R$ 600.

— Nosso governo fez seu trabalho. Por que perdeu a eleição?

Discursos

Neste domingo, também houve no carro de som com críticas ao STF, ao ministro Alexandre de Moraes e em defesa de Bolsonaro como candidato em 2026. Os discursos eram embalados por efeitos sonoros que tentavam ressaltar a gravidade das falas ou criar um clima emocionante.

Govenador de São Paulo e cotado para substituir Bolsonaro nas urnas, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) afirmou que é “correto garantir a anistia para aqueles que nada fizeram”.

— Qual a razão de afastar Jair Bolsonaro das urnas? É medo de perder a eleição? Eles sabem que vão perder. Estamos aqui para exigir a anistia dos que receberam penas desarrazoadas — disse.

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) também criticou o STF e citou o ministro Alexandre de Moraes, que, neste momento, foi vaiado pelo público. Ele afimou que o magistrado “não tem um voto” e “tem decidido a vida de pessoas”.

— Esse não é país de ministro do STF, nem é da esquerda — afirmou o deputado, que teve o maior tempo de discurso antes de Bolsonaro.

Já o pastor Silas Malafaia, organizador do evento e pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, chamou o ministro Alexandre de Moraes de “criminoso”. Ele disse ainda que o STF “tem sido o supremo tribunal da injustiça e da politicagem barata”

— A partir do inquérito das fakes news, Alexandre de Moraes cria o crime de opinião e estabelece a censura. Ele rasga várias leis. Ele, por exemplo, não pode presidir esse inquérito porque ele é vítima.

Presidente do PL, Valdemar da Costa Neto não tocou no tema da anistia. Ele focou seu discurso na economia.

— Tenho fé que Bolsonaro vai ser o candidato de 2026. A gasolina está cara? A carne está carne? Por isso Bolsonaro tem que voltar.

Na última sexta-feira (28), a justiça espanhola negou o pedido de prisão preventiva do jornalista Oswaldo Eustáquio, solicitado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. A decisão ocorreu após uma Manifestação Oficial enviada por um grupo de 21 parlamentares brasileiros, liderados pelo deputado Coronel Meira (PL-PE), às autoridades espanholas, pedindo que a extradição e a prisão preventiva do jornalista fossem negadas.

Para Coronel Meira, Eustáquio é um perseguido político por emitir sua opinião. “Somamos esforços em mostrar isso às autoridades espanholas. Essa perseguição é absurda. Agradeço aos 20 deputados que assinaram a manifestação junto comigo. Vivemos um momento delicado em que a nossa liberdade está em vias de ser censurada e o mundo precisa saber disso tudo. Essa é a primeira derrota internacional de Moraes, que seja a primeira de muitas”, afirmou.

O mandado de prisão foi encaminhado pelo Itamaraty e solicitado dentro do contexto de um processo que visava garantir a prisão de Eustáquio para responder ao processo de extradição. Moraes havia acusado o jornalista de desobedecer a ordens ao continuar utilizando redes sociais, o que, segundo a defesa, não ocorreu, uma vez que Eustáquio não está utilizando redes sociais no Brasil.

“Prevaleceu a Justiça e a verdade. Esse meu périplo pela liberdade custou caro, custou tudo, mas está sendo ferramenta para mostrar ao mundo que o Brasil passa por uma crise no Judiciário, a ajuda do deputado Coronel Meira e dos outros 20 parlamentares foi fundamental para essa vitória. Os ventos estão mudando e a verdade pouco a pouco aparecendo”, disse Eustáquio.

O advogado de defesa, Ricardo Vasconcellos, protocolou um pedido de paralisação do processo de extradição até que se julgue o pedido de asilo político que ele fez no país. A base do pedido, segundo informou, é o Decreto Real 12/2009, que diz que a solicitação de asilo político deve paralisar o processo de extradição em qualquer etapa. “Até o momento, não há uma condenação contra Eustáquio, sequer uma acusação formal”, afirma.

Para o ato em Copacabana, no Rio, em favor da anistia para Bolsonaro, o PL de Pernambuco enviou uma Delegação, à frente o deputado federal Coronel Meira (PL/PE). Ainda o deputado estadual Abimael Santos (PL/PE) e o vereador de Olinda, Sarmento (PL/PE).