Por Cláudio Soares*
Ao completar quase três anos à frente do governo de Pernambuco, Raquel Lyra se vê em uma encruzilhada marcada por estradas esburacadas e promessas não cumpridas. A situação das vias que ligam municípios como Afogados da Ingazeira a Tabira, Sertânia a São José do Egito, e ainda as rotas entre São José do Egito e Itapetim, Riacho do Meio a Santa Terezinha (PE), entre outras, revela um quadro alarmante que reflete a falta de gestão e compromisso com a infraestrutura do Estado.
As dificuldades enfrentadas pelos moradores e motoristas que transitam por essas estradas tornaram-se uma constante no cotidiano, afetando não apenas a mobilidade, mas também a segurança e a economia local. As imagens de buracos e trechos intransitáveis já se tornaram comuns e fazem parte do retrato de um governo que não consegue implementar o básico.
Leia maisRaquel Lyra, ao invés de buscar soluções efetivas, parece confortável em culpar administrações anteriores, especialmente a de Paulo Câmara. No entanto, essa estratégia de olhar pelo retrovisor não é apenas uma tentativa de justificar a inércia; é uma demonstração de falta de capacidade e coragem política para enfrentar os problemas reais que afligem os pernambucanos.
Promessas de melhorias na infraestrutura foram feitas durante a campanha e, até agora, se mostraram infundadas. A expectativa de uma gestão que priorizasse o desenvolvimento e a qualidade de vida da população se dilui a cada dia em que as condições das estradas não são sanadas. O descrédito cresce, e com ele a indignação popular.
Enquanto a governadora mantém seu discurso de progresso, a realidade de quem vive e trabalha nas regiões afetadas torna-se cada vez mais insuportável. Os agricultores veem-se impedidos de escoar suas produções devido ao estado precário das estradas, e os comerciantes locais enfrentam a desistência de clientes que optam por rotas alternativas para evitar danos aos seus veículos.
É imprescindível que a gestão de Raquel Lyra assuma a responsabilidade pela situação das estradas em Pernambuco. Chegou o momento de deixar de lado as desculpas e agir de forma efetiva. A população ofendida exige respostas, não apenas palavras. Expurgar a inação e trazer soluções concretas é o mínimo que se espera de uma governadora que pretende deixar um legado positivo e duradouro.
As promessas de um futuro melhor não podem mais ser adiadas. Pernambuco clama por uma gestão que realmente se importe em resolver os problemas e não em jogar a culpa em governos passados. O tempo para ações efetivas é agora e está quase acabando, sob pena de Raquel Lyra se tornar sinônimo não apenas de promessas vazias, mas de um Estado em ruínas.
*Advogado e jornalista
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