Do UOL
A Interpol incluiu na difusão vermelha oito suspeitos foragidos de uma megaoperação deflagrada na quinta-feira (28) contra o PCC.
Medida permite que foragidos sejam localizados pelas polícias dos 196 países que integram a Interpol. Com a inclusão na lista, os suspeitos passam a ser considerados foragidos internacionais. A difusão vermelha é um banco de dados com nome, foto, nacionalidade, descrição das características físicas e crimes aos quais o foragido responde na Justiça.
Leia maisNomes foram encaminhados à Interpol pela Polícia Federal brasileira. A relação de foragidos inclui figuras como Mohamed Hussein Mourad, o “Primo”, apontado como epicentro do esquema criminoso, e Roberto Augusto Leme da Silva, o “Beto Louco”, que também teria papel central nas fraudes.
Veja abaixo a lista de foragidos:
1. Mohamad Hussein Mourad, conhecido como “João”, “Primo” ou “Jumbo”, é apontado como “epicentro” do esquema. Ele foi preso em flagrante em 2010 por tentativa de subornar policiais civis. Na ocasião, foram encontradas com ele munições de metralhadora .50;
2. Roberto Augusto Leme da Silva, o “Beto Louco”, considerado “colíder” do esquema;
3. Daniel Dias Lopes, considerado “pessoa chave” no esquema por ter ligação com distribuidoras de combustíveis do Mohamad;
4. Miriam Favero Lopes, esposa de Daniel e sócia de empresas ligadas às fraudes;
5. Felipe Renan Jacobs, empresário do setor de combustíveis;
6. Renato Renard Gineste, empresário do setor de combustíveis;
7. Rodrigo Renard Gineste, dono de varejista de roupas;
8. Celso Leite Soares, dono de empresa que cultiva cana-de-açúcar, no interior de São Paulo.
Promotores do MP-SP suspeitam que a operação tenha sido vazada para os alvos. Os investigados abandonaram suas casas ainda de madrugada, antes de a polícia chegar. Por outro lado, o vazamento não atingiu os endereços mais importantes da investigação, como a sede do BK Bank.
Ao todo, a Justiça Federal expediu 14 mandados de prisão preventiva na operação. Apenas seis suspeitos foram presos na quinta.
Batizada de “Carbono Oculto”, a operação é considerada a maior da história feita contra o crime organizado no país. Ao todo, uma força-tarefa composta por 1.400 agentes da Polícia Federal, da Receita Federal e do MP-SP (Ministério Público de São Paulo) cumpriu 200 mandados de busca e apreensão contra 350 alvos em dez Estados do País.
A megaoperação investiga um esquema criminoso bilionário no setor de combustíveis, comandado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). As investigações apontam sonegações de até R$ 7,6 bilhões em impostos federais, estaduais e municipais. A Receita Federal afirma que algumas empresas envolvidas no esquema movimentaram R$ 52 bilhões para o PCC.
Esquema também utilizava fundos de investimentos para ocultar patrimônios de origem ilícita e tem indícios de ligação com o PCC. Segundo a PF, eram feitas transações de compra e venda de imóveis e títulos entre empresas do mesmo grupo.
A Receita identificou 40 fundos de investimentos, com patrimônio de R$ 30 bilhões, controlados pelo PCC. As operações aconteciam no mercado financeiro de São Paulo, através de membros infiltrados na Avenida Faria Lima.
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