Meu voo 1793, da Gol, atrasou seu pouso em Brasília por 45 minutos, devido a um forte temporal que desabou sobre o Distrito Federal, que estava sem chuva há mais de 150 dias. A aeronave ficou sobrevoando a cidade aguardando a melhora do tempo.
Meu voo 1793, da Gol, atrasou seu pouso em Brasília por 45 minutos, devido a um forte temporal que desabou sobre o Distrito Federal, que estava sem chuva há mais de 150 dias. A aeronave ficou sobrevoando a cidade aguardando a melhora do tempo.
Em despedida da presidência do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE), o conselheiro Valdecir Pascoal destacou, hoje, a boa relação entre a instituição com a Assembleia Legislativa. Durante visita à presidência da Alepe para formalização do convite de posse do novo presidente do tribunal, conselheiro Carlos Neves, Pascoal agradeceu ao presidente da Casa, deputado Álvaro Porto, e aos demais parlamentares pelo empenho em debater e aprovar projetos oriundos do TCE.
“Mantivemos uma excelente convivência neste tempo, com o debate, diálogo e entendimento. Queremos registrar esse agradecimento por estes dois anos (período do mandato na presidência do TCE). E, certamente, vai ser assim também com a chegada do conselheiro Carlos Neves, que deve atuar com o mesmo espírito”, disse, Pascoal.
Leia maisNeves, cuja posse acontecerá no dia 15 de janeiro de 2026, com mandato que se estenderá até o início de 2028, destacou que o TCE seguirá trabalhando em parceria com o Legislativo, colaborando no processo de fiscalização e questões relacionadas à legalidade.
“O tribunal tem produzido e já dispõe de insumos muito relevantes para qualquer deputado que precise fundamentar matérias ou debates nas comissões sobre temas ligados à saúde, educação, políticas voltadas para o autismo, transporte escolar, situação dos aterros sanitários em Pernambuco. Sobre segurança pública, somos o primeiro tribunal de contas do Brasil a fazer um levantamento de índices de segurança nos municípios”, salientou Carlos Neves.
Álvaro Porto, reafirmou que a Assembleia Legislativa permanece à disposição do TCE. “Vamos seguir trabalhando nesta mesma sintonia, trocando ideias, informações e somando forças em favor de Pernambuco”, observou.
Além de Porto, participaram do encontro com os representantes do TCE, o primeiro secretário da Alepe, Francismar Pontes, e os deputados Antônio Coelho, Diogo Moraes, Rodrigo Farias, Dani Portela, Edson Vieira, Mário Ricardo, Alberto Feitosa e Caio Albino. Também marcaram presença o ex-deputado estadual e conselheiro do TCE Rodrigo Novaes e o superintendente parlamentar da Alepe, Álvaro Mendonça.
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Por Larissa Rodrigues – repórter do Blog
Pacientes graves estão sendo submetidos ao calor e às moscas no Hospital da Restauração (HR), no Recife. Em denúncias enviadas a este blog, pessoas que conhecem de perto a realidade da unidade relataram que a sala vermelha do HR, onde ficam os casos mais graves, está fechada com tapumes há cerca de dez dias, para que haja uma reforma no local. Mas o trabalho nunca foi iniciado.
Com a interdição da sala vermelha, os pacientes foram transferidos para as salas vizinhas, as chamadas salas laranja 1 e laranja 2, onde não há refrigeração. A transferência, dizem os denunciantes, foi de maneira improvisada, sem programação, sem que os ambientes fossem preparados para receber pessoas com quadros graves, a maioria intubados.
Leia maisForam relatados casos de enfermeiras abanando os pacientes para espantar as moscas. A situação dos acompanhantes também é precária. Muitos ficam no chão, ao lado dos pacientes, porque não há estrutura para eles. Ainda de acordo com as denúncias recebidas por este blog, o número de óbitos teria aumentado nos últimos dez dias nos quais os doentes estão sendo submetidos ao calor.
Os relatos ainda indicam falta de comprometimento de parte das chefias com a situação. “A superintendente de enfermagem, que assumiu há quatro meses, nunca foi vista na emergência”, relata uma das pessoas que enviou as denúncias.
“As coordenações de enfermagem tratam os funcionários mais antigos de forma autoritária. Ganham gratificação de chefia, mas chegam tarde no hospital e vão embora cedo. Uma das coisas que vai fazer Raquel (Lyra, governadora) perder essa eleição é a saúde”, afirmou o denunciante.
O espaço está aberto para manifestação da Secretaria de Saúde de Pernambuco se manifestar, ou o próprio Hospital da Restauração.
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A Academia Pernambucana de Letras empossou, na tarde de hoje, a sua nova diretoria. A chapa, composta pela professora, advogada, desembargadora e escritora Margarida Cantarelli como presidente e pela escritora Maria Lecticia Cavalcante como vice-presidente, comandará a academia pelos próximos dois anos. As acadêmicas têm um projeto que vai trazer maior dinamismo à atuação da casa.
A equipe de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entrou com um novo pedido, hoje, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que o político passe por uma cirurgia de urgência e seja transferido para prisão domiciliar. Em 9 de dezembro, a defesa do ex-presidente pediu autorização para que ele deixe a unidade prisional e seja internado em um hospital para fazer um procedimento cirúrgico urgente, em razão do quadro de soluços e da piora do diagnóstico de hérnia inguinal. As informações são do portal G1.
Diante do pedido, Moraes determinou que Bolsonaro passe por uma perícia médica para avaliação do quadro, em um prazo de 15 dias. O ministro alegou que os exames enviados para comprovar a situação médica são de três meses antes, portanto, pediu uma nova avaliação. A defesa, então, entrou com um pedido para que ele fosse examinado pelos próprios médicos, dentro da PF. Moraes autorizou o procedimento, realizado ontem. A perícia da PF ainda não ocorreu.
Leia maisDepois do exame, os advogados do ex-presidente afirmaram que ele está com duas hérnias inguinais, e que o quadro demanda uma cirurgia urgente. “O estado de saúde do sentenciado é grave, complexo e progressivamente debilitado. Ocorre que, desde a última manifestação da defesa, houve evolução objetiva e comprovada do quadro clínico, agora amparada por exame de imagem recentemente realizado e por novo relatório médico conclusivo, que impõem atuação imediata”, diz o pedido da defesa, encaminhado nesta segunda.
A hérnia inguinal (também chamada hérnia na virilha) acontece quando os tecidos do interior do abdômen saem por um ponto fraco da parede muscular abdominal formando uma espécie abaulamento no local.
Novo relatório médico
Segundo o documento enviado pela equipe de advogados do ex-presidente nesta segunda, o novo exame médico “reitera a necessidade de realização do procedimento cirúrgico de herniorrafia inguinal bilateral, em regime de internação hospitalar, sob anestesia geral, com tempo estimado de permanência entre cinco e sete dias”.
De acordo com o relato da defesa, sintomas como “dor e desconforto na região inguinal se intensificaram em razão das frequentes crises de soluço”. Os soluços “provocam aumento da pressão abdominal, elevando significativamente o risco de encarceramento ou estrangulamento intestinal – hipóteses que, se concretizadas, demandariam cirurgia de emergência, com riscos exponencialmente maiores”, diz o documento.
Diante da situação médica, os advogados pediram a autorização para a cirurgia, a internação posterior em razão da recuperação e que Bolsonaro seja transferido para prisão domiciliar.
Bolsonaro está detido desde 25 de novembro, cumprindo a pena determinada na condenação pelo Supremo Tribunal Federal. Segundo o julgamento, ele liderou uma organização criminosa acusada de tramar uma tentativa de golpe de Estado no país.
Antes de ser preso para cumprir a pena definitiva, Bolsonaro estava detido em prisão domiciliar, desde 4 de agosto. Ele teve a prisão domiciliar convertida em preventiva após tentar danificar a tornozeleira eletrônica que usava com um ferro de solda, o que foi entendido por Moraes como um indício de tentativa de fuga.
Leia menosDa Zona da Mata Sul de Pernambuco, mais precisamente da cidade de Palmares, para os gramados da Ucrânia. A trajetória de Neverton Martins é daquelas que inspiram e provam que sonhar vale a pena, mesmo quando o caminho parece difícil.
Como muitos jovens do interior, Neverton Martins, hoje com 20 anos de idade, começou com poucos recursos, mas com algo essencial: vontade, disciplina e fé no próprio sonho. Entre treinos, desafios e renúncias, ele seguiu firme, acreditando que o futebol poderia ser mais do que paixão – poderia ser um caminho.
Leia maisSua caminhada no futebol passou por etapas importantes. Antes de chegar a um dos maiores clubes do país, Neverton Martins passou pelas categorias de base do Sport Club do Recife, onde começou a ganhar visibilidade, amadurecer como atleta e fortalecer o sonho de ir ainda mais longe.
O talento e a dedicação o levaram, posteriormente, a uma das maiores bases do futebol brasileiro: o Sub-20 do São Paulo FC, um passo fundamental na sua formação esportiva e pessoal. Ali, aprendeu que o futebol exige muito mais do que habilidade com a bola: exige resistência emocional, foco, disciplina e maturidade.
Hoje, Neverton Martins vive um novo capítulo da sua história no futebol europeu, defendendo o Shakhtar, na Ucrânia. Longe de casa, da família e da sua terra natal, ele representa não apenas a si mesmo, mas também Palmares, a Mata Sul de Pernambuco e tantos jovens que sonham em vencer através do esporte.
Sua trajetória reforça uma mensagem poderosa: a origem não define o destino. Com esforço, perseverança e coragem para recomeçar, é possível atravessar fronteiras e alcançar novos horizontes.
Que a história de Neverton Martins sirva de inspiração para outros jovens: continue treinando, acreditando e insistindo. O sonho é possível.
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Advogadas pernambucanas foram homenageadas em sessão solene na Assembleia Legislativa de Pernambuco, hoje, por iniciativa do deputado estadual Coronel Alberto Feitosa (PL). O momento de reconhecer e apoiar o trabalho dessas mulheres foi um pedido do Movimento Advogados de Direita Brasil. “O papel dos advogados sob o ponto de vista do Sistema de Justiça é fundamental sobretudo nesse momento de turbulência onde o que estão fazendo com a nossa Constituição é de arrepiar”, disse Feitosa.
A advogada Emanuelle Shinozaki foi a representante da OAB/PE no evento. A coordenadora do Movimento, Gessica Almeida, agradeceu a homenagem. “Foi aqui nesta Casa Legislativa que esse movimento surgiu, com o apoio do deputado Coronel Alberto Feitosa. Muito obrigada a Alepe por essa homenagem hoje”, disse Gessica. A advogada Ana Canto de Lima, representou as mulheres homenageadas.
O vereador Bado David (União Brasil) criticou o projeto do governo Raquel Lyra para a recuperação da Barragem Senador Nilo Coelho, em Terra Nova, no Sertão pernambucano, que prevê a redução de um metro na parede do reservatório e, consequentemente, a diminuição da capacidade hídrica da principal barragem do município. O edital, publicado pela Secretaria de Administração, estima em até R$ 5,9 milhões a contratação de empresa de engenharia para executar a obra. Para o parlamentar, o ponto central da proposta — a redução da parede — compromete a função estratégica do reservatório.
Ao blog, Bado David afirmou que a iniciativa representa um retrocesso histórico e ameaça direta à segurança hídrica da região. “Essa barragem foi construída nos anos 1970 e passou por ampliações justamente para aumentar sua capacidade. Hoje ela comporta cerca de 22 milhões de metros cúbicos de água. Diminuir a parede agora é desfazer décadas de luta da população e dos agricultores”, declarou. Segundo ele, a barragem atende Terra Nova e municípios vizinhos, como Cabrobó, e sustenta a base da produção agrícola local.
Leia maisO vereador também criticou a condução do projeto pelo governo estadual e apontou a ausência de garantias concretas para a população. “O governo fala em perenização pelo canal da transposição, mas não apresenta nenhuma garantia real de que isso vá acontecer. Mesmo que venha a acontecer, ainda assim haverá prejuízo, porque comunidades vão perder o reservatório que hoje garante água para produzir e sobreviver”, afirmou. De acordo com ele, a redução da parede afetaria de forma mais severa as áreas conhecidas como mão direita e mão esquerda da barragem.
Bado David destacou ainda que a barragem já enfrenta problemas de assoreamento e que a prioridade deveria ser a recuperação da estrutura sem perda de capacidade. “A engenharia hoje permite reformar a barragem do jeito que ela está. O projeto pode até ficar mais caro, mas é preciso manter a dignidade da população e a estrutura hídrica que garante emprego e renda para centenas de famílias”, disse. Para o parlamentar, o custo financeiro não pode se sobrepor ao impacto social e econômico da obra.
O vereador lembrou que, em anos anteriores, houve discussões para recuperação da barragem sem redução da capacidade e citou o ex-senador Fernando Bezerra Coelho, que, enquanto exerceu cargos no governo federal e no Senado, esteve envolvido em debates e iniciativas relacionadas a recursos hídricos em Pernambuco. Segundo Bado David, à época, a proposta era reformar a barragem preservando sua capacidade original. “O que sempre se discutiu foi a reforma mantendo a capacidade da barragem. O que está sendo apresentado agora é um projeto mais barato, antigo, que sacrifica a estrutura hídrica do município”, afirmou.
Diante do cenário, o vereador disse que pretende ampliar o debate e buscar apoio político para barrar o projeto nos moldes atuais, atribuindo responsabilidade direta à governadora Raquel Lyra pela condução da proposta. “Queremos que a Assembleia Legislativa de Pernambuco entre nesse debate e faça o contraponto a esse projeto da governadora. Reforma, sim. Diminuir a parede, não. Se for preciso, defendemos até a federalização da barragem, para garantir a recuperação sem reduzir a capacidade hídrica”, concluiu.
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O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, confirmou nesta segunda-feira que o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) saiu do Brasil de “forma clandestina”, sem passar por nenhum posto migratório. Segundo Andrei, a investigação está avançando para identificar o “grupo” que ajudou o parlamentar a fugir
— A rota foi clara. Foi via Guiana, saindo clandestinamente do Brasil, não passando por nenhum ponto migratório, embarcando do aeroporto de Georgetown para Miami. Esse foi o caminho, a investigação agora segue para ver se há outros envolvidos e quais são as circunstâncias — disse o diretor-geral. As informações são do jornal O GLOBO.
Leia maisNo último sábado, a PF prendeu o empresário Celso Rodrigo de Mello, filho do dono de garimpos Rodrigo Cataratas, sob suspeita de ter contribuído com o plano de evasão. A determinação partiu do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. O empresário deve prestar depoimento à PF em Roraima nos próximos dias.
— De fato, no curso dessa investigação, tomamos conhecimento dessa saída e a partir do processo de investigação se chegou a esse grupo que teria facilitado a fuga do parlamentar — acrescentou Andrei.
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O presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Otto Alencar (PSD-BA), disse à CNN Brasil que o PL da Dosimetria, da forma como foi aprovado pela Câmara dos Deputados, não deverá avançar no Senado.
“É uma vergonha o que eles aprovaram. Houve falta de cerimônia e de respeito com o povo brasileiro. (…) Da forma como veio, nós vamos derrubá-lo. Essa lei não passa nem na CCJ, nem no plenário”, disse. As informações são da CNN.
Leia maisApesar de admitir que votará contra o projeto, Otto Alencar pautará a matéria na próxima quarta-feira (17) a pedido do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
O presidente da CCJ defende que a matéria aprovada na Câmara deve beneficiar criminosos condenados por crimes graves, a exemplo de estupro e lavagem de dinheiro. Um resumo com críticas ao projeto aprovado na Câmara tem circulado entre os senadores para convencê-los a votar contra o projeto.
“Essa lei que veio da Câmara vai favorecer vários criminosos, inclusive autores de crimes sexuais, estupro, corrupção e lavagem de dinheiro. Nunca imaginei que pudessem fazer algo dessa natureza”, disse.
O resumo que circula entre senadores alerta que o projeto não se limita juridicamente aos crimes do 8 de janeiro, mas sim que altera critérios gerais de dosimetria da pena e alcança crimes de corrupção, sexuais e outros delitos penais, sem distinção.
À CNN Brasil, Otto Alencar avaliou ainda que são injustas as críticas ao Senado nas manifestações de domingo. Ele recorda que o projeto só foi designado à CCJ por pressão de senadores da base, que se colocaram contra intenção de Alcolumbre de levar a proposta diretamente ao plenário.
No Instagram, o cantor Caetano Veloso cobrou Otto pelo engavetamento da proposta, que respondeu ter impedido a votação do PL da Dosimetria, em plenário, na última semana.
Alinhado ao presidente da CCJ contra a dosimetria, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), defende esforço da base para enterrar o PL ainda na Comissão.
“Acho que não devemos apreciar esse texto. Será muito ruim para nossas biografias. A dosimetria já existe na Lei de Execução Penal. Com estudo e trabalho já se reduz a pena. O presidente Davi e Pacheco estão equivocados”, afirmou.
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A trajetória do retorno do Clube Náutico Capibaribe ao Estádio dos Aflitos é tema do livro “Uma Odisseia Alvirrubra, a Volta do Náutico para os Aflitos”, publicado pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe). A obra é assinada pelos ex-presidentes do Conselho Deliberativo Alexandre Carneiro, Gustavo Ventura e Ivan Pinto da Rocha, pelo conselheiro Roberto Selva, com coordenação e edição do jornalista e escritor Álvaro Filho. O livro aborda o período em que o clube atuou fora de sua sede histórica, incluindo a passagem pela Arena Pernambuco, e detalha decisões internas que marcaram esse processo.
A publicação trata ainda de temas como a possibilidade de demolição dos Aflitos e o interesse de um empreendimento comercial pelo terreno, além dos impactos financeiros enfrentados pelo clube. Segundo Álvaro Filho, a obra também contextualiza a disputa judicial envolvendo a Arena Pernambuco, cujos recursos são apontados como fundamentais no Plano de Recuperação Judicial do Náutico, que será analisado em assembleia de credores marcada para a próxima quarta-feira (18). O lançamento do livro ocorre nesta terça-feira (16), às 20h, na sede do Clube Náutico Capibaribe, no bairro dos Aflitos, no Recife.
Por Rudolfo Lago – Correio da Manhã
O advogado e ex-juiz eleitoral Márlon Reis não tem dúvidas. São muito poucos os eleitores brasileiros que compreendem como funciona o sistema proporcional com lista aberta a partir do qual elegemos os nossos deputados, estaduais, distritais e federais. Muito poucos compreendem que em boa parte das vezes votam em determinado candidato para eleger outro.
Há, porém, um seleto grupo que sabe muito bem como tudo funciona. Tão bem que prevê com impressionante precisão quem será eleito. Esse seleto grupo é formado pelos caciques partidários. “Esses dirigentes excluíram o povo da escolha”, afirma Márlon, com segurança. ‘E essa é hoje a raiz dos nossos maiores problemas políticos”.
Leia maisNão transparente
“É um sistema que não é transparente, mas que é totalmente controlado pelos dirigentes partidários”, resume Márlon Reis. Para Márlon, esse controle atingiu tal ponto que os mecanismos existentes de fiscalização na Justiça Eleitoral perderam a sua importância. Isso gera todas as demais distorções.
Verbas
Então, a partir desse controle quase absoluto do processo de eleição dos deputados, toda a discussão passa a girar em torno de distribuição de recursos financeiros. Fundo Partidário. Verbas de emendas parlamentares ao orçamento. Verbas de gabinete. O modelo virou uma usina de escândalos.
Jabuticaba
Márlon não é contrário ao sistema proporcional. “Ele é um grande avanço democrático”, afirma. Mas é totalmente contrário ao sistema proporcional brasileiro. Esse é uma jabuticaba. Nenhum outro país tem o sistema proporcional com lista aberta como é o brasileiro desde 1932.
Ficha Limpa
Com o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), que integra, Márlon foi o idealizador da Lei da Ficha Limpa, um dos maiores avanços legais brasileiros dos últimos tempos. Avanços que tiveram grande recuo recentemente, quando o Congresso alterou pontos da lei reduzindo as possibilidades de inelegibilidade. O MCCE ingressou com Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF).
Mudança
Assim, o MCCE tem uma proposta de mudança. Na verdade, ela foi elaborada ainda antes do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. “A partir daquele momento, congelamos esse movimento porque caímos na necessidade do controle de todos os problemas mais graves que vieram daquele episódio”. Agora, será retomada.
Dois turnos
O sistema proposto pelo MCCE tira a formação da lista das mãos dos caciques. Propõe a eleição para deputado em dois turnos. No primeiro turno, o eleitor votaria somente no partido. E esse voto formaria uma lista inicial de cada partido proporcionalmente ao número de votos obtido.
Decisão do eleitor
Então, os nomes dessas listas partidárias iniciais seriam submetidas ao eleitor em um segundo turno. E, nesse segundo turno, seria o eleitor, e não mais o cacique, quem decidiria quem tem mais votos e seria eleito. O MCCE já obteve um milhão de apoios ao projeto. Irá atrás agora dos outros 500 mil.
Ação tentará retomar a Ficha Limpa
Para além de contestações no texto, a ação ataca um ponto: o Senado modificou o texto que veio da Câmara, e ele não retornou para nova apreciação dos deputados. “Houve uma pressa para aprovar tudo a tempo de valer nas próximas eleições que vai custar caro”, disse Márlon ao Correio Político. “Mas a verdade é que não vamos conseguir corrigir o atual quadro de escândalo de desvio de verbas públicas de emendas parlamentares e outros desmandos sem mexer no sistema eleitoral”, diz ele. E esse deverá ser o próximo passo do MCCE.
“Me dá 10 mil votos”
“Você me dá 10 mil votos que eu te dou uma verba”. Essa frase resume como se dão os acertos dos caciques com prefeitos e outras autoridades. É assim que esses caciques vão tendo o controle absoluto das suas listas partidárias, sabendo com grande grau de precisão quem elegerão em cada estado. “Elegemos pessoas em um modelo extremamente caótico”, diz Márlon Reis.
O senador Esperidião Amin (PP-SC), relator do PL da Dosimetria, afirmou nesta segunda-feira (15) que o Senado fará mudanças na proposta que prevê a redução de penas e do tempo de prisão de condenados por tentativa de golpe.
Em entrevista à GloboNews, Amin afirmou que o texto não será aprovado pelo senadores se a redação aprovada pela Câmara não for modificada. As informações são do g1.
Ele afirmou que o texto aprovado pelos deputados abre margem para que condenados por outros crimes, que não os relacionados ao 8 de Janeiro e à trama golpista, sejam beneficiados com a proposta.
Leia mais“O projeto [da Câmara] abrange outros tipos penais, desde corrupção até exploração sexual. Isso não vai passar. Tenho certeza que nenhum senador declarará seu voto a favor deste outro universo [não relacionado à trama golpista]”, declarou Amin.
“Infelizmente, o texto que veio da Câmara, teoricamente, para reduzir a pena da Débora [que ficou conhecida como Débora do Batom], ou do presidente Jair Bolsonaro, na verdade, ele abrange outros tipos penais”, ressaltou o parlamentar.
Segundo Amin, o projeto da Câmara, se virar lei, poderá reduzir penas de condenados por:
Rufianismo é o crime de tirar proveito financeiro da prostituição alheia, seja participando dos lucros ou se sustentando com o dinheiro ganho por quem se prostitui, caracterizando uma forma de exploração sexual.
O crime de afastamento do licitante ocorre quando alguém usa de violência, grave ameaça, fraude ou vantagem para impedir, atrapalhar ou forçar outro licitante a desistir ou participar de licitações.
Durante a entrevista, Esperidião Amin afirmou que, no relatório, buscará retirar a possibilidade de benefícios a condenados por outros crimes, de uma forma que o projeto não precise voltar para a Câmara.
“Como retirar do projeto [esses pontos], de que forma fazer isso sem que ele volte para a Câmara? É um desafio à criatividade, mas há um esforço com relação a isso”, disse Amin, que é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O relator do projeto disse ainda considerar que as penas aplicadas a condenados pela trama golpista “são muito pesadas e desequilibradas” e que sua prioridade será aprovar um texto que permita a redução do tempo de prisão dessas pessoas.
PL da Dosimetria
Versão alternativa ao projeto que previa a anistia total a condenados pelo 8 de janeiro e por tentativa de golpe, o PL da Dosimetria, em linhas gerais, prevê que:
Se o projeto for aprovado também no Senado, o ex-presidente Jair Bolsonaro – condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por comandar um plano para dar um golpe de Estado – pode ter de passar menos tempo na cadeia.
Segundo cálculos do relator da proposta na Câmara, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), o tempo de prisão do ex-presidente cairia para cerca de 2 anos e meio.
A proposta deve ser analisada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na próxima quarta-feira (17).
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), tem dito que quer concluir a análise do texto na Casa ainda neste ano.
Governistas tentam impedir a votação e o presidente Lula disse que, se o texto for aprovado pelo Legislativo, avaliará a possibilidade de veto.
Neste domingo, manifestantes fizeram atos contra o PL da Dosimetria nas 27 capitais do país.
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