Flávio Dino joga parado

Por Marcelo Tognozzi

Colunista do Poder360

Faltando pouco mais de um ano e meio para a campanha de 2026, um ator político relevante vem marcando posição de forma discreta, porém eficaz. O ministro Flávio Dino foi para o Supremo em 2024, depois de comandar o Ministério da Justiça. Entre os 11 integrantes do STF, ele é de longe o mais bem preparado para o exercício do poder. Tem no DNA aquilo que Maquiavel define como “virtú” (talento para conquistar e manter o poder). Seu apetite é imenso.

Dino começou a carreira na política estudantil da Universidade do Maranhão e participou da campanha de Lula em 1989, coordenando a jovem guarda. Foi filiado ao PT, ao PC do B e ao PSB. Aprovado em 1º lugar no concurso de juiz federal em 1994, ficou na magistratura até ser candidato a deputado federal em 2006, eleito com mais de 120 mil votos. Em 2014, foi eleito governador e reeleito em 2018. Depois, eleito senador em 2022, ministro da Justiça e, agora, ministro do Supremo.

Sabe tudo de poder o doutor Flávio, cuja família está na política há 200 anos. Dono de uma habilidade incomum para seduzir e comandar, foi indicado por Lula como sendo o primeiro comunista a ocupar uma cadeira no Supremo. Um comunista de sangue azul, de uma família tradicional na política maranhense, cujo patriarca Manoel Antônio Monteiro Tapajós, rico proprietário de terras, combateu a revolta da cabanagem ao lado das tropas do então governo imperial comandado pelo regente Diogo Antônio Feijó.

Ao derrotar os líderes da cabanagem, revolta que explodiu no Pará em 1835 e durou até 1840, Tapajós angariou enorme prestígio na Corte e era chamado de herói por Feijó. Dino tem no DNA essa mesma capacidade de comando e de exercício da força. Não é pouca coisa.

Adversário figadal da família Sarney no Maranhão, ele encontrou na esquerda o espaço para crescer que não teria no centro ou na direita. Antes dele, Edson Vidigal, ex-ministro do STJ, tentou um caminho pelo PSB até o Palácio dos Leões e acabou em 3º lugar, atrás de Jackson Lago e Roseana Sarney.

Dino foi construindo sua rota até o poder tijolo por tijolo. Eleito deputado federal em 2006, foi candidato a prefeito de São Luiz em 2008 e perdeu para João Castelo, oriundo do grupo de Sarney. Em 2010, derrotado por Roseana Sarney na disputa pelo governo, ganhou de Dilma a presidência da Embratur como prêmio de consolação. Nesta época, perdeu um filho adolescente, morto depois de passar mal na escola. A dor imensa não passou nunca.

Em 2014, finalmente chegou ao governo do Maranhão, derrotando o grupo da família Sarney. A partir desta eleição, foi consolidando seu poder no Estado, ocupando a pista toda, como é do seu feitio.

Neste mesmo ano, depois de deixar o Senado e a vida pública, o ex-presidente Sarney montou um escritório no Setor Hoteleiro Norte, em Brasília. Era um local até modesto para o tamanho e a importância política de Sarney. Correu forte o boato de que Dino mandou alugar uma sala ao lado, na qual teria montado escutas para monitorar o ex-presidente. Verdade ou não, o fato é que Sarney mudou seu escritório para um shopping algumas quadras adiante.

Dino enfrenta problemas de saúde causados pela obesidade e tem procurado se cuidar mais desde que assumiu sua cadeira no Supremo. Assim que Lula bateu o martelo para sua nomeação, tratou de procurar o ex-presidente José Sarney a quem pediu apoio. Sarney, cuja sabedoria é um ativo valioso, deu sinal verde a Dino. De adversário, passou à condição de credor.

Nesta semana, políticos da esquerda e do centro com bom trânsito no Congresso e na Faria Lima, mencionaram Dino como potencial candidato que joga parado de olho na Presidência. Desde que chegou ao STF, o ministro tem se pautado pela discrição e atuação firmes. Numa rara derrapada, se meteu no caso das tarifas dos cemitérios de São Paulo, miudeza incompatível com seu tamanho.

Nascido em 1968, em 30 de abril completará 57 anos. Ninguém no Supremo tem seu currículo ou talento semelhante para o exercício do poder, como reconhecem até seus adversários mais robustos. Ele quer ser candidato, deseja, sonha, mas em silêncio. Seu timing depende de uma definição de Lula. Nesta semana, ouvi de deputados da esquerda que essa história de candidatura é espuma fabricada pelo próprio Dino.

Creio ser improvável que, nesta altura do calendário, ele esteja dedicado a esse tipo de movimento. Dino sabe que o presidente Lula enfrenta uma crise, tem perdido popularidade e soltar balões de ensaio sobre sua possível candidatura pode ser visto, no mínimo, como traição. Diferentemente da intriga, o ministro é leal ao presidente.

A realidade política tem mostrado um Lula com popularidade claudicante, sem o encanto dos mandatos anteriores, como escrevi aqui outras vezes. Por toda sua trajetória, o presidente não merece destino semelhante ao de Joe Biden, defenestrado pela realidade.

Também não estou defendendo a candidatura do ministro Flávio Dino, embora reconheça seus méritos como profissional do direito e homem público. Creio que o mais provável é Lula manter sua candidatura à reeleição, mesmo que para isso tenha de fazer das tripas coração ou escolher Dino seu vice.

A esquerda tem enfrentado um problema crônico de renovação, embora tenhamos alguns oásis como o prefeito João Campos (PSB), a deputada Tabata Amaral (PSB) ou Camila Jara (PT). A renovação na esquerda se tornou urgente, porque seus quadros estão cada vez mais velhos e menos conectados com o eleitorado jovem, diferentemente da direita.

Lula quer e pode tentar um quarto mandato. Terá 81 anos na eleição de 2026. Se agora, prestes a completar 80 anos em outubro, demonstra pouca ou nenhuma paciência para o dia a dia da política, imagine daqui a dois anos. Qualquer um depois dos 80, sabe que cada dia a mais de vida é lucro. São raros líderes como Konrad Adenauer. Chegou ao poder com 73 anos, em 1949, governou até os 87 e morreu aos 91 reverenciado como o grande líder do pós-guerra.

No atual cenário, Dino é o quadro mais qualificado da esquerda, o único a transitar nos 3 Poderes. Por isso, é difícil imaginá-lo como carta fora do baralho da sucessão. Numa conversa há poucos dias, um político experiente opinou que dificilmente o PT abriria mão da cabeça de chapa e que, se candidato fosse, Dino teria de sair pelo PT. Não vejo problema nisso, porque ele já foi filiado ao PT antes de ir para o PC do B. Seria como voltar para suas origens.

Por enquanto, uma eventual candidatura de Dino é tratada como mera especulação. Mas qualquer observador razoavelmente atento enxerga que o ministro joga parado, tem ocupado espaço positivo na mídia, não deixa de ser lembrado e segue fazendo política no Maranhão, sua fonte primária de poder.

Em fevereiro Dino mostrou ao governador Carlos Brandão (PSB), eleito com seu apoio, quem é que manda. Brandão esboçou desafiar o poder de Dino e perdeu três vezes.

Não conseguiu nomear um advogado seu amigo para o Tribunal de Contas e amargou uma decisão de Dias Toffoli, que suspendeu o foro privilegiado para diretores da Assembleia Legislativa, entre eles o irmão do governador, Marcus Brandão. Na sequência, o ministro Alexandre de Moraes suspendeu a nomeação de Marcus para o cargo de secretário de Assuntos Legislativos do Maranhão.

Ao colocar Brandão no seu devido lugar, Dino mostrou que continua firme e forte jogando o jogo do poder.

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Por Bernardo Mello Franco

Do jornal O Globo

Às vésperas de virar réu, Jair Bolsonaro tenta mostrar que ainda está vivo. O capitão convocou a tropa para um comício fora de época. Quer exibir força para a classe política e para os ministros que vão julgá-lo no Supremo Tribunal Federal.

O ex-presidente está inelegível, mas insiste em repetir que será candidato ao Planalto. A estratégia cumpre dois objetivos: manter sua ascendência no campo da direita e impor condições a quem buscar seu apoio.

Em 2018, Bolsonaro martelava que Fernando Haddad era candidato com a missão de tirar Lula da cadeia. Em 2026, só pedirá votos a quem prometer recompensá-lo com um indulto.

O discurso pela anistia para os fanáticos do 8 de Janeiro é conversa fiada. O capitão nunca ligou para os seguidores que cantavam o hino para pneu e tomavam chuva na porta dos quartéis. A única bandeira capaz de mobilizá-lo é a própria impunidade. Como o Supremo não parece disposto a salvá-lo, resta apostar na caneta do próximo presidente.

Bolsonaro sabe que a elite econômica já tem outro favorito para enfrentar Lula. Por isso se esforça para mantê-lo no cabresto. “Nós dois seremos candidatos. Ele vai para reeleição e eu para presidente”, declarou na terça-feira, em entrevista ao lado de Tarcísio de Freitas.

O governador de São Paulo se empenha para não contrariar o padrinho. Depois de hospedá-lo mais uma vez no Palácio dos Bandeirantes, deve dar outra prova de obediência neste domingo, ao subir no palanque montado na Praia de Copacabana.

No início da semana, Bolsonaro anunciou que reuniria um milhão de apoiadores na Avenida Atlântica. Dois dias depois, reduziu a expectativa pela metade e disse esperar “pelo menos 500 mil pessoas”. Ainda que o público de verde e amarelo não chegue nem perto disso, o ex-presidente tem grandes chances de conseguir a foto que deseja.

“Chega de órfãos de pais vivos no Brasil”, bradou, em vídeo para divulgar a manifestação em causa própria. Deve ter pensado no Zero Um, no Zero Dois e no Zero Três.

O intocável

A prometida reforma ministerial não deve mexer no principal foco de queixas na equipe de Lula: a Casa Civil. O petista Rui Costa ostenta o título de figura mais impopular do governo. É acusado de travar projetos, sabotar colegas e semear intrigas no entorno do presidente.

Em solenidade na quarta-feira, Lula falou sobre a rixa pública que opõe o ex-governador da Bahia ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Quando tiver briga entre os dois, eu sou o separador”, gracejou.

Haddad pode ser o alvo mais famoso, mas não é o único a reclamar das botinadas de Rui. Nas rodas de Brasília, outro ministro influente costuma chamar seu gabinete de “Casa Covil”.

Jaboatão - Combate Dengue

Do jornal O Globo

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reúne, na manhã de hoje, apoiadores na praia de Copacabana em ato pela anistia dos envolvidos no 8 de janeiro de 2023. Entre as presenças esperadas estão os filhos do ex-mandatário, Eduardo e Flávio, e os governadores do Rio de Janeiro e São Paulo, Cláudio Castro (PL) e Tarcísio de Freitas (Republicanos).

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se ausentou por ter passado por uma cirurgia estética há duas semanas e ainda estar com pontos. Apesar de ausente, a filha mais velha de Michelle, Letícia, e seu irmão de consideração, Eduardo Torres foram à manifestação.

Castro e Tarcísio irão discursar. A lista de oradores prevê o próprio Jair Bolsonaro, seu filho Flávio, o líder nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, o pastor Silas Malafaia e a vice-presidente do PL Mulher, Priscila Costa, que representa Michelle no evento. Entre os parlamentares, discursarão o senador Magno Malta (PL-ES) e os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG), Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Rodrigo Valadares (União-SE), relator do PL da anistia.

A movimentação no bairro, em função da manifestação, começou logo cedo. Comerciantes posicionados nas ruas próximas ao evento oferecem, principalmente, bandeiras do Brasil e roupas verdes e amarelas. As cores também aparecem nos leques vendidos por ambulantes, que aproveitam a atual mania nacional e chamam atenção através do som produzido com eles. Apoiadores de Bolsonaro, que chegam a pé, saem do metrô ou em excursões de ônibus, também trazem seus próprios apetrechos.

A anistia para os réus do oito de janeiro é o principal mote da manifestação, que reúne familiares dos envolvidos, à exemplo dos parentes de Cleriston Pereira da Cunha, conhecido como “Clezão”. Ele faleceu em novembro de 2023, após um mal súbito no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Sua defesa havia pedido a conversão da pena em prisão domiciliar, mas a análise ainda não havia sido feita pelo STF. Com tom religioso, louvores bolsonaristas são tocadas junto a comparações dos réus com Jesus Cristo, que foi crucificado.

Pouco antes do ato, em entrevista à imprensa, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) subiu o tom contra o ministro Alexandre de Moraes.

— Não tenho dúvida que esse é um passo importante (a manifestação) para nós começarmos a derrotar o alexandrismo, que é o que ele está fazendo. Algo inimaginável há poucos anos no Brasil, que um ministro da Suprema Corte fosse rasgar a Constituição desse jeito, fosse inventar o seu próprio Código Penal e condenar as pessoas injustamente por vinganças.

Já no trio elétrico, antes do início do ato, o líder da oposição, Zucco (PL-RS), puxou gritos de “Lula ladrão”.

— Não tem STF, esquerda, nós somos a maioria — disse o deputado, entre aplausos.

Também antes do ato, o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, tocou os jingles de Bolsonaro das eleições de 2022 na sanfona.

Cartazes com os nomes dos condenados são exibidos, com pedidos de liberdade. No caso de Nubia Tavares, sentenciada a 17 anos, a frase escolhida foi “Ainda estou aqui”, em alusão ao filme sobre o período da ditadura militar que ganhou o Oscar de melhor longa estrangeiro este ano.

Apesar da concentração em torno da anistia, referências ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e Elon Musk também foram feitas pelos apoiadores.

A manifestação em Copacabana é a quarta convocada por Bolsonaro desde que deixou a presidência e a quarta organizada pelo pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. No ano passado, Malafaia realizou outras passeatas em apoio ao ex-mandatário.

A estrutura do ato de hoje é a mesma da manifestação de abril do ano passado: os carros de som estão na altura da rua Bolívar com a Avenida Atlântica e até o tema se repete. O pedido de anistia para os envolvidos no 8 de janeiro também fez parte do discurso de Bolsonaro em 2024.

Ao lado de Valdemar

A manifestação deste domingo é o primeiro grande evento com Bolsonaro e o dirigente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.

— Estamos muito animados (com o reencontro). Hoje mesmo vou para Brasília para fazermos uma reunião e discutir tudo — afirmou Valdemar.

Em seu discurso, Valdemar afirmou que “tem fé” na participação de Bolsonaro nas próximas eleições e focou na questão econômica.

— A gasolina está cara? A carne está cara? Então, volta Bolsonaro!

Por serem investigados no inquérito da trama do golpe, os dois passaram um ano e um mês sem contato, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Moraes revogou as medidas cautelares contra Valdemar na última terça-feira, permitindo sua ida à manifestação.

Em abril do ano passado, o presidente do PL veio ao Rio, mas discursou antes do início do ato e ficou em um hotel diferente do Bolsonaro.

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Da Agência Brasil

Convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, uma manifestação marcada para este domingo (16), no Rio de Janeiro, defenderá a anistia aos réus processados por atos antidemocráticos em Brasília, em 8 de janeiro de 2023. O protesto busca impulsionar a tramitação de projetos de lei no Congresso Nacional que propõem a extinção da punição aos envolvidos nas invasões e depredações às sedes dos três poderes há dois anos.

Juristas ouvidos pela Agência Brasil consideram que anistiar crimes contra a democracia é preocupante. Para Gustavo Sampaio, professor de Direito Constitucional da Universidade Federal Fluminense (UFF), a anistia seria um mau exemplo para o país.

“Com democracia não se brinca. Se houve crimes contra a democracia, e todas as provas demonstram cabalmente que esses crimes aconteceram, não é razoável a esses criminosos que lhes seja dado o perdão da anistia. Isso será o mesmo que conceder um mau exemplo ao Brasil, um mau exemplo a essas pessoas de que poderão se articular novamente contra o Estado Democrático de Direito, acreditando que receberão o perdão”.

Além disso, de acordo com o professor a proposta de anistia não vem em um bom momento. “Essas pessoas, que são autoras de crimes contra o Estado Democrático de Direito, precisam receber severas sanções para que assim fique o bom exemplo e que ninguém se articule novamente para obrar contra a democracia brasileira”, explica o professor.

Segundo ele, a democracia “é valor maior, é cláusula pétrea do sistema constitucional, é princípio da ordem institucional do Estado brasileiro e com isso não se pode, evidentemente, transigir. É um valor que devemos defender, de maneira que o projeto de lei de anistia não vem num bom momento e não dá um bom sinal político para a democracia brasileira”.

A professora de Direito Penal da Fundação Getulio Vargas em São Paulo (FGV) Raquel Scalcon afirma que é difícil sustentar a legitimidade de uma anistia a pessoas que atentaram contra o Estado Democrático de Direito.

“No fundo, estamos falando de crimes que querem, pelo menos em tese, implodir o próprio sistema democrático, o sistema constitucional. Eu não acho que nunca nada possa ser anistiado, só me preocupa o fato de que nós estamos tratando de discussões que envolvem crimes contra o Estado Democrático de Direito”.

Golpe na democracia

Para o professor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) Vitor Schirato, a anistia representaria um golpe na democracia brasileira. “É um enfraquecimento enorme da democracia brasileira. É mais uma fragilização na democracia brasileira, sem dúvida nenhuma”, destaca.

Segundo ele, “é absolutamente despropositado imaginar um parlamentar democraticamente eleito, que exerce a sua função por causa do Estado Democrático de Direito, possa anistiar quem tentou acabar com o Estado Democrático de Direito”.

Em nota divulgada em fevereiro deste ano, a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) afirmou que “a anistia aos golpistas é um desrespeito à memória de todos aqueles que lutaram pela democracia em nosso país e foram mortos. É fundamental que todos se unam, exigindo que nossos representantes ajam com responsabilidade na proteção dos valores democráticos”, diz a nota. “Não admitiremos anistia! Nosso país precisa caminhar com Memória, Verdade e, sobretudo, Justiça!”.

O 8 de janeiro

Uma semana após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 1º de janeiro de 2023, manifestantes que estavam acampados em frente ao Quartel General do Exército Brasileiro, em Brasília, se reuniram com militantes de outros locais na Esplanada dos Ministérios e avançaram, sem ser impedidos pela Polícia Militar do Distrito Federal, contra os prédios da Praça dos Três Poderes, invadindo as sedes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário.

Criminosos promoveram atos de vandalismo que destruíram mobiliário, obras de arte e objetos históricos, além de gabinetes, vidraças, equipamentos eletrônicos e outros bens que encontraram pelo caminho.

A destruição foi transmitida ao vivo pela imprensa e causou choque e indignação em autoridades e na sociedade civil. Mais de 1,4 mil pessoas foram presas, e o Ministério Público Federal ofereceu denúncias contra 1,7 mil envolvidos nos ataques.

Até dezembro de 2024, 370 pessoas já haviam sido condenadas pelos crimes relacionados ao ataque, entre eles golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e dano qualificado. Além disso, mais de 500 pessoas haviam assinado acordos na Justiça. No último dia 7, mais 63 pessoas foram condenadas a penas que chegam a 14 anos de prisão.

A Polícia Federal e a Procuradoria Geral da República afirmam que o atentado fez parte de uma tentativa de golpe de Estado articulada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, que foram indiciados e denunciados à Justiça.

Segundo o relatório da PF e a denúncia da PGR, o episódio se insere em uma cronologia que incluiu a deslegitimação das urnas eletrônicas, os acampamentos em frente a quartéis para mobilizar as Forças Armadas, ataques nas redes sociais a comandantes que não apoiassem o golpe e até mesmo planos para assassinar o presidente da república, o vice e o ministro do STF Alexandre de Moraes. 

Quando a denúncia foi revelada, o advogado de defesa de Jair Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, divulgou nota na qual afirma que o ex-presidente “jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam”. Segundo ele, nenhum elemento que conectasse minimamente o presidente à narrativa construída na denúncia foi encontrado. “Não há qualquer mensagem do então presidente da República que embase a acusação”.

Projetos de lei

Os projetos de anistia que tramitam na Câmara dos Deputados foram unidos ao Projeto de lei 2.858/2022, de autoria de major Vitor Hugo (PL-GO), que anistia os processados por crimes relacionados a manifestações contra o resultado da eleição presidencial de 2022, ocorridas a partir do segundo turno do pleito, em 30 de outubro daquele ano, o que inclui os atos de 8 de janeiro do ano seguinte.

No Senado Federal, tramitam outros projetos, como o PL 5.064/2023, de autoria de Hamilton Mourão (Republicanos/RS), que anistia os envolvidos nos atos de 8 de janeiro das condenações pelos crimes de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Outro, de autoria de Márcio Bittar (União/AC), além de anistiar todos os crimes, restaura os direitos políticos de cidadãos declarados inelegíveis por atos relacionados às eleições de 2022.

Os defensores da anistia alegam que há perseguição política aos réus e denunciados por golpe de Estado. Autor do projeto de lei que tramita na Câmara, o ex-deputado federal e hoje vereador em Goiânia, major Vitor Hugo escreveu em suas redes sociais, na semana passada, que “cidadãos honestos” estão sendo tratados como “inimigos da democracia só porque pensam diferente”.

O senador Márcio Bittar divulgou em suas redes sociais também na semana passada, vídeo em que diz que “brasileiros condenados injustamente precisam da nossa ajuda”.

Já o senador Hamilton Mourão afirmou que seu projeto de lei de anistia foi pensado para “barrar a injustiça decorrente das condenações desproporcionais de homens e mulheres detidos em decorrência dos atos de 8 de janeiro” e que a anistia não representa impunidade, mas a luta contra penalidades desproporcionais aplicadas”.

Constitucionalidade

Os juristas ouvidos pela Agência Brasil explicaram que a Constituição Federal dá poder ao Congresso Nacional de conceder anistia a pessoas condenadas no Brasil. No entanto, há controvérsias, no meio jurídico, sobre se seria possível anistiar pessoas envolvidas em crimes contra o Estado Democrático de Direito.

“A anistia se caracteriza como um perdão concedido pelo legislador, que é diferente do perdão concedido pelo Poder Executivo no indulto. O perdão concedido pelo legislador é muito mais amplo, é concedido por lei e extingue o crime, porque quem tem autoridade para legislar é o Congresso Nacional”, explica Gustavo Sampaio.

Segundo ele, no entanto, o poder de anistiar crimes não é ilimitado. Há, segundo Sampaio, uma divisão de entendimento no meio jurídico em relação à anistia a crimes contra a democracia.

Entre os que defendem a possibilidade de anistia, a justificativa é que a Constituição Federal diz apenas que a ação de grupo armado contra a ordem constitucional e o Estado Democrático é “crime inafiançável e imprescritível”, mas não define, de forma explícita, que seja insuscetível a anistia.

Entre aqueles que consideram a impossibilidade da anistia estão juristas que consideram que a Constituição impõe uma “limitação implícita” e que anistiar um crime contra a democracia é incoerente.

“O Congresso Nacional, a quem é dado o poder de conceder a anistia, é a casa de representação do povo. Ele é eleito pelo povo. Eleito pelo povo porque temos uma democracia em que o povo pode eleger os seus representantes. Então, essa parte da doutrina diz que seria contraditório que o Congresso Nacional pudesse conceder a anistia aos detratores da democracia, se o próprio Congresso Nacional existe em razão da democracia”.

Segundo Raquel Scalcon, anistia é a extinção de punibilidade de um crime. “O Estado deixa de ter o poder de punir alguém por um fato criminoso, ou seja, de punir um grupo mais ou menos identificável de pessoas. A Constituição dá o poder de criar uma lei de anistia para o Poder Legislativo. E tirando alguns crimes que a própria Constituição fala expressamente que não podem sofrer anistia, a Constituição não traz grandes critérios sobre o que pode ser abarcado por uma anistia”.

STF

A jurista explica que, caso os projetos de lei sejam aprovados pelo Congresso Nacional, seguramente serão submetidos à apreciação do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Acho impossível que não haja, como ato subsequente, uma nova queda de braço no âmbito do Supremo, alegando-se [por pessoas contrárias à anistia] que há uma inconstitucionalidade ali. Será que esses crimes são efetivamente passíveis de anistia? Acho que essa seria uma pergunta central que o Supremo teria que responder”.

Ela acredita que, no caso de a anistia chegar ao STF, a corte tenderia a considerar que certos crimes não podem ser anistiados, especialmente se tratando de crimes contra o Estado Democrático. “A jurisprudência tem sido cada vez mais exigente, diminuindo a discricionaridade dos poderes de anistiar ou de indultar. Acho que a tendência seria o Supremo entender como inconstitucional”.

Gustavo Sampaio também acredita que a questão será certamente definida pelo STF. “Como tem acontecido com muitas leis no Brasil, decerto que, se o Congresso aprovar um projeto de lei nesse sentido, essa futura lei será levada ao Supremo Tribunal Federal, que examinará se o Congresso Nacional teria ou não poder para conceder aquele benefício de anistia”.

Em maio de 2023, o STF anulou, por oito votos a dois, um indulto concedido, em 2022, ao ex-deputado Daniel Silveira, pelo então presidente da República, Jair Bolsonaro, seu aliado, por considerá-lo inconstitucional.

Em seu voto, o ministro do Supremo Dias Toffoli considerou que atos atentatórios à democracia não poderiam ser objeto de indulto [extinção de punibilidade concedida pelo Poder Executivo, em vez do Legislativo].

Toffoli considerou que os crimes cometidos por Silveira, condenado pela Corte a oito anos e nove meses por ameaça ao Estado Democrático de Direito e coação no curso do processo, foram um embrião dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

Já a ministra Cármen Lúcia ressaltou que o indulto não poderia ser instrumento de impunidade nem uma mensagem para que as pessoas possam continuar a praticar crimes contra a democracia.

“Nenhuma capacidade jurídica é ilimitada. Não existe nada que seja ilimitado. É óbvio que o Congresso Nacional tem a competência de conceder anistia, mas é uma competência limitada. O Congresso não pode conceder anistia em qualquer caso, do jeito que ele queira. Não é coerente utilizar um mecanismo do Estado Democrático de Direito para perdoar quem atentou contra o Estado Democrático de Direito”, afirma Schirato.

Aplicação

Os dois juristas ouvidos pela Agência Brasil consideram que, se a anistia for concedida pelo Congresso, ela beneficiará não apenas aqueles que participaram ativamente dos atos de 8 de janeiro, como aqueles que foram denunciados como organizadores de uma tentativa de golpe de Estado no país, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Gustavo Sampaio destaca, no entanto, que será preciso discutir, por exemplo, se uma lei de anistia poderá ser aplicada a pessoas que ainda não tiveram sentença condenatória, como é o caso de Bolsonaro e dos denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR), em fevereiro deste ano.

“A ação penal em relação aos invasores da Praça dos Três Poderes já existe, e muitos já foram até condenados. Mas, em relação à estrutura hierárquica superior do governo, a ação penal vai haver agora, se for recebida a denúncia e instaurada a ação na primeira turma do Supremo Tribunal Federal. Ora, se nem há ação penal, não há condenação, se não há condenação, não há crime. Como é que o Congresso já pode anistiar?”, argumenta o jurista.

Raquel Scalcon afirma que, caso a anistia seja aprovada no Congresso, além do julgamento em relação à inconstitucionalidade da lei, o STF ainda terá que definir se a anistia se aplica a cada ação específica.

“É preciso analisar, caso a caso, porque a lei não vai ser específica para fulano. Ela será uma lei geral. Quem analisa se aquele caso está abarcado ou não pela lei de anistia é o próprio Poder Judiciário. É o Judiciário que vai declarar extinta a punibilidade. Não tem como o Congresso Nacional parar todos os processos que envolvem esse tema. Essa análise precisará ser feita pelo Judiciário”, explica a jurista.

Dulino Sistema de ensino

Da Folha de Pernambuco

A escolta do transformador de energia de grandes dimensões foi retomada na manhã de hoje, pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Paulista, na Região Metropolitana do Recife.

Às 6h35, o comboio de 600 toneladas saiu do quilômetro 53 da BR-101, e segue pelas cidades de Abreu e Lima, Igarassu, Goiana, até chegar em planta eólica localizada entre as cidades de Nova Palmeira e Campina Grande, na Paraíba.

A PRF recomenda aos motoristas que evitem viagens pela rodovia e busquem rotas alternativas para evitar transtornos, já que os veículos devem seguir a 7 quilômetros por hora.

Quem precisa chegar em Abreu e Lima ou Igarassu, pode optar pela PE-15, segundo informou a corporação.

A primeira etapa da escolta, que conta com 12 viaturas e oito motocicletas da PRF, além de carros de apoio, iniciou às 6h desse sábado (15).

A combinação de veículos saiu do km 94 da BR-101, no Cabo de Santo Agostinho, cortando os municípios de Jaboatão dos Guararapes, Recife e chegando em Paulista às 13h45, horário antes do previsto, que era de 17h.

Ipojuca No Grau

Por Lauro Jardim

Do jornal O Globo

O grupo de ministras mulheres do governo Lula (um grupo, aliás, que já foi maior…) ficou bastante desconfortável com a fala do presidente sobre Gleisi Hoffmann, a “mulher bonita”.

A dúvida entre algumas delas era como se posicionar publicamente de um modo que não passasse pano para o machismo de Lula, não o criticasse diretamente, e nem as deixasse mal diante das mulheres.

O alívio só surgiu quando Gleisi se posicionou primeiro com uma saída política alternativa: atacar a comparação com Bolsonaro e mostrar que “gestos valem mais do que palavras”.

Em resumo, foi essa a solução: diante da impossibilidade de criticar publicamente o chefe, que se critique o antecessor e principal adversário de Lula.

Caruaru - IPTU 2025

O prefeito de Pesqueira, Cacique Marquinhos (Republicanos), decreto luto oficial por três dias no município pela morte do ex-presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco, Fausto Freitas. Pesqueirense, Fausto honrou as mais nobres tradições da sua terra e quando deputado estadual deu importante contribuição para alavancar o desenvolvimento da terra do doce e da renda.

Em decreto, o prefeito destaca a trajetória de Freitas na comunidade pesqueirense, onde atuou como jurista, deputado estadual, desembargador e presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Ele ressalta que Freitas exerceu essas funções com excelência, sempre guiado pela ética, dedicação e compromisso com o bem comum. Além disso, Marquinhos enfatiza que seu trabalho contribuiu para o fortalecimento das instituições e a modernização do Poder Judiciário.

Camaragibe Cidade do Trabalho

O poeta, cantor e produtor cultural Henrique Brandão participou, nos últimos dias 12 e 13 de março, do evento CNIC Itinerante, promovido pela CNIC (Comissão Nacional de Incentivo à Cultura), órgão vinculado ao Ministério da Cultura. O evento foi realizado no auditório do Sebrae e teve como parceiro, além do Sebrae, a Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco.

Durante o evento o Minc realizou o lançamento do programa Rouanet Nordeste, que vai contemplar projetos na região Nordeste e inscritos por proponentes do Nordeste. O investimento será de aproximadamente 50 milhões de reais e a previsão de lançamento do edital é para o primeiro semestre. Os produtores Henrique Brandão e Jackson Fagner estiveram presentes, levando as demandas e reivindicações do Sertão do Pajeú e representando os municípios de Serra Talhada e Santa Terezinha, através da Associação Serra Cultural e Associação dos Forrozeiros de Serra Talhada.

Segundo Henrique Brandão presidente da Associação Serra Cultural, o Pajeú tem um grande potencial com esta ferramenta que é a Lei Rouanet, visto que além de termos inúmeros fazedores de cultura, também tem grandes empresas com potencial de parceria que elevaria a produção cultural na região. Para Jackson Fagner, Secretário Geral da Associação dos Forrozeiros de Serra Talhada, o Pajeú precisa andar em bloco, e promover urgentemente a integração entres as cidades, para elevar o patamar de produção cultural.

A lei Rouanet é a lei de incentivo à cultura mais antiga do Brasil, criada em 1991. Segundo estudo da FGV, cada R$ 1,00 aplicado pela Lei Rouanet gera R$ 1,66 na economia. Em 2023 o setor cultural gerou 577 mil empregos, segundo o IBGE. A título do comparação em 2020, o PIB da economia criativa foi de 230,14 bilhões de reais, o que representa 3,1 do PIB nacional, já a indústria automobilística representou 2,1% do PIB nacional. Os dados são do Observatório Itaú Cultural.

Cabo de Santo Agostinho - IPTU 2025

Do Poder360

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participa neste domingo (16) de um ato com apoiadores na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. A manifestação está marcada para começar às 10h e reunirá nomes como o líder do PL, Valdemar Costa Neto, o deputado Nikolas Ferreira (PL) e o governador do Rio, Cláudio Castro (PL).

O ato faz parte de uma mobilização para pressionar o Congresso e o STF (Supremo Tribunal Federal) pela anulação das penas impostas aos envolvidos no 8 de Janeiro. Também será a primeira manifestação desde que a PGR (Procuradoria Geral da República) denunciou Bolsonaro por tentativa de golpe.

A manifestação foi organizada e financiada pelo pastor evangélico e aliado de Bolsonaro de longa data, Silas Malafaia. Será a terceira manifestação com Bolsonaro custeada pelo líder religioso. Ele apadrinhou os atos de 25 de fevereiro e de 7 de setembro de 2024, na Av. Paulista (SP).

Para o ato, Malafaia seguirá um esquema semelhante ao da última manifestação realizada na capital fluminense, em abril do ano passado. Foram contratados dois trios elétricos, com capacidade aproximada para comportar 100 pessoas cada um.

Bolsonaro, Valdemar, Silas Malafaia e os principais nomes do PL devem se concentrar em um deles, que será considerado o palco principal. Como o Poder360 antecipou, familiares de Cleriston Pereira da Cunha, o “Clezão”, que morreu enquanto estava preso, também estarão no carro.

O líder religioso também contratou uma equipe para transmitir o evento ao vivo nas suas redes sociais. Serão cinco câmeras e drones.

A segurança do evento será realizada pela PM-RJ (Polícia Militar do Rio de Estado do Rio de Janeiro). A corporação não informou quantos policiais serão empenhados na ação. No último ato no Rio, em 21 de abril de 2024, foram mais de 1.000 agentes.

Congressistas vão ao ato

São esperados no evento integrantes da família do ex-presidente, congressistas, governadores aliados e ex-integrantes do governo. Bolsonaro será acompanhado pelos filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), e o vereador, Carlos Bolsonaro (PL-RJ), do Rio.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) está nos Estados Unidos. Ele deve entrar em uma transmissão ao vivo durante a manifestação.

A ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, cancelou a participação no ato pela Anistia. Ela passou por uma cirurgia e está evitando subir escadas e participar de multidões.

Este jornal digital apurou que cerca de 80 congressistas (leia a lista abaixo) indicaram que participarão do ato. Múltiplos textos para perdoar participantes do 8 de Janeiro tramitam no Congresso Nacional. O tema é tido como prioritário para os aliados do Bolsonaro.

Da Câmara, estão confirmados nomes como os líderes da bancada, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), e da oposição, Coronel Zucco (PL-RS). O vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), também sinalizou que irá. Nikolas Ferreira (PL-MG), e Gustavo Gayer (PL-GO) também farão aparições.

E do Senado, os líderes da oposição, Rogério Marinho (PL-RN) e da bancada, Carlos Portinho (PL-RJ) confirmaram presença no ato. O senador Magno Malta (PL-ES) também irá.

Bolsonaro também convidou os governadores do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) – que confirmou presença ao lado do aliado.

A oposição tem apostado em causar comoção popular para pressionar os congressistas e avançar o projeto. Em fevereiro, por exemplo, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), recebeu Vanessa Vieira, mulher de um dos foragidos pelos atos.

Quem vai discursar

Os trios elétricos terão discursos dos filhos do ex-presidente, Flávio e Eduardo. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e Silas Malafaia, também discursarão. No lugar da Michelle, a vice-presidente do PL Mulher, Priscila Costa, falará no trio elétrico.

Nikolas Ferreira e Gustavo Gayer também terão momentos de fala, assim como o senador Magno Malta (PL-ES).

Também são esperados discursos de familiares dos presos pelos ataques à Praça dos Três Poderes, como a viúva e a filha de Clezão, e Vanessa Vieira – mulher de um dos foragidos do 8 de Janeiro.

Atos anteriores

Este será o quarto ato idealizado por Bolsonaro desde que deixou a presidência, em 1º de janeiro de 2023. O primeiro foi em 25 de fevereiro de 2024, na avenida Paulista, em São Paulo, e reuniu de 300 mil a 350 mil pessoas.

O último foi na Avenida Paulista, em 7 de setembro. Reuniu cerca de 58.000 pessoas e tinha como objetivo principal pressionar pelo impeachment de Moraes.

Eis todos os atos convocados por Bolsonaro:

• 25 de fevereiro de 2024: realizado na av. Paulista. Reuniu de 300 mil a 350 mil pessoas. Tinha como objetivo demostrar apoio ao ex-presidente depois que ele se tornou alvo de uma investigação por tentativa de golpe;

21 de abril de 2024: realizado no Rio de Janeiro. Reuniu de 40.000 a 45.000 apoiadores. Tinha como pautas principais a “democracia e a liberdade”;

7 de setembro de 2024: realizado na av. Paulista. Reuniu cerca de 58.000 pessoas. Tinha como objetivo principal pressionar pelo impeachment de Moraes. A anistia aos presos do 8 de janeiro também foi mencionada pelo presidente.

Previsão de chuva

O final de semana no Rio terá uma queda na temperatura. O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) emitiu um alerta de Perigo Potencial para chuvas intensas que se estende de Roraima até o norte do Paraná. O alerta é válido até a noite de sábado. No domingo, dia do ato, a previsão é de muitas nuvens com pancadas de chuva e trovoadas isoladas. A mínima é de 22 ºC e a máxima é de 29 ºC.

Confirmados no ato de Bolsonaro no Rio:

1- Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente;

2- Valdemar Costa Neto (PL); presidente do PL;

3- Cláudio Castro (PL), governador do Rio;

4- Tarcísio Freitas (Republicanos), governador de São Paulo;

5- Jorginho Mello (PL), governador de Santa Catarina;

6- Mauro Mendes (União Brasil), governador do Mato Grosso;

7- Silas Malafaia, pastor e organizador do evento;

8- Flávio Bolsonaro (PL-RJ), senador;

9- Magno Malta (PL-BA), senador;

10- Carlos Portinho (PL-RJ), senador;

11- Rogério Marinho (PL-RN), senador;

12 – Jaime Bagatoli (PL-RO), senador;

13- Izalci Lucas (PL-MG), senador;

14- Wilder Morais (PL-GO), senador;

15- Wellington Fagundes (PL-MT), senador;

16- Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG), senador;

17- Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado federal;

18- Marcio Alvino (PL-SP), deputado federal;

19- Nikolas Ferreira (PL-MG), deputado federal;

20- Altineu Cortês (PL-RJ), deputado federal;

21- Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), deputado federal;

22- Gustavo Gayer (PL-GO), deputado federal;

23- Coronel Zucco (PL-RS), deputado federal;

24- Hélio Lopez (PL-RJ), deputado federal;

25- Rodrigo Valadares (União Brasil-SE), deputado federal;

26- Anderson Moraes (PL-RJ), deputado estadual;

27- Márcio Gualberto (PL-RJ), deputado estadual;

28- André do Prado, presidente da Alesp;

29- Chris Tonietto (PL-RJ), deputada federal;

30- Carlos Bolsonaro (PL-RJ), vereador;

31- Priscila Costa (PL-CE), vereadora;

32- Edjane da Cunha, viúva do Clezão;

33- Abílio Brunini (PL-MT), prefeito de Cuiabá;

34- Thiago Manzoni (PL-DF), deputado distrital;

35 – Capitão Alberto Neto (PL-AM), deputado federal;

36 – Carlos Jordy (PL-RJ), deputado federal;

37 – Rodolfo Nogueira (PL-MS), deputado federal;

38 – Bibo Nunes (PL-RS), deputado federal;

39 – Maurício do Vôlei (PL-MG), deputado federal;

40 – João Henrique (PL-MS), deputado estadual;

41 – Allan Garcez (PP-MA), deputado federal;

42 – Carmelo Neto (PL-CE), deputado estadual e presidente do PL Jovem;

43 – Bella Carmelo (PL-CE), vereadora;

44 – Cristiano Caporezzo (PL-MG), deputado estadual;

45 – Rogério Barra (PL-BA), deputado estadual;

46 – Delegado Éder Mauro (PL-PA), deputado federal;

47 – Adilson Barroso (PL-SP), deputado federal;

48 – Delegado Caveira (PL-PA), delegado federal;

49 – Giovani Cherin (PL-RS), deputado federal;

50 – Paulo Bilynskyj (PL-SP), deputado federal;

51 – Evair de Melo (PP-ES), deputado federal;

52 – João Roma, ex-ministro da Cidadania;

53 – Marcelo Queiroga, ex-ministro da Saúde;

54 – Cabo Gilberto Silva (PL-PB), deputado federal;

55 – Maurício Carvalho (União-RO), deputado federal;

56 – Capitão Alden (PL-BA), deputado federal;

57 – Sargento Fahur (PSD-PR), deputado federal;

58 – David Soares (União-SP), deputado federal;

59 – Coronel Chrisóstomo (PL-RO), deputado federal;

60 – Reinhold Stephanes (PSD-PR), deputado federal;

61 – Ubiratan Sanderson (PL-RS), deputado federal;

62 – Roberto Monteiro (PL-RJ), deputado federal;

63 – General Girao (PL-RN), deputado federal;

64 – Junio Amaral (PL – MG), deputado federal;

65- André Fernandes (PL-CE), deputado federal;

66- Sargento Gonçalves (PL-RN), deputado federal;

67- Gilvan da Federal (PL-ES), deputado federal;

68- Pastor Jaziel (PL-CE), deputado federal;

69- Eduardo Pazuelo (PL-RJ), deputado federal;

70- Pastor Eurico (PL-PE), deputado federal;

71- Mario Frias (PL-SP), deputado federal;

72- José Medeiros (PL-MT), deputado federal;

73- Carol de Toni (PL-SC), deputada federal;

74- Luiz Lima (PL-RJ), deputado federal;

75- Filipe Barros (PL-PR), deputado federal;

76- Alexandre Ramagem (PL-RJ), deputado federal

77- Moana Valadares (PL-SE), vereadora;

78- Padre Kelmon

Toritama - Prefeitura que faz

Há seis crônicas seguidas, tenho falado de artistas. Hoje, meu tema seria amor e ódio. Parece-me fácil viver sem ódio, coisa que nunca senti, mas viver sem amor acho impossível, como diria o imortal Jorge Luis Borges, poeta argentino, que se consagrou pelo belo poema no qual, já cego, falou que se pudesse viver novamente o esplendor da sua vida não tentaria ser tão perfeito, poucas coisas levaria a sério.

Mas hoje resolvi continuar falando de artistas, tão comovido fiquei com a história vivida entre o sucesso, o amor e o ódio pelo baixinho Nelson Ned contada de forma extraordinária pelo jornalista André Barcinski no livro “Tudo passará, a vida de Nelson Ned, o pequeno gigante da canção”. Cantor romântico, Ned transformou o seu nanismo numa lição de vida quase perfeita diante de um mundo arraigado de preconceitos se não tivesse caído em tentações diabólicas.

Vivido anos loucos, na década de 70, no auge da sua carreira na qual ficou milionário, envolvido numa rotina que oscilava entre álcool, sexo, drogas, shows e companhias inusitadas de figuras como Pablo Escobar, chefe do cartel de drogas na Colômbia. Com figuras ainda como o General Durazo, chefe do Departamento de Polícia e Trânsito do México, e de Baby Doc, o sanguinário ditador haitiano, que ia ao delírio ao ver o baixinho cantar “Tudo passará”, seu maior sucesso.

O pequeno-grande astro do romantismo desafiou até a Jovem Guarda embalada pelas músicas de Roberto e Erasmo Carlos. Consagrou-se como o cantor brasileiro que mais vendeu discos na América Latina, África e Estados Unidos. Tinha apenas 1,12 metro de altura, mas sua voz de gigante varreu e encantou o mundo. Entre compactos, LPs e CDs, vendeu 45 milhões de discos. Foi o primeiro latino a vender 1 milhão de discos nos Estados Unidos.

Chegou a se apresentar ao lado de grandes nomes da música romântica internacional, como Julio Iglesias e Tony Bennett. Apresentou-se no Carnegie Hall, em Nova Iorque, feito que se repetiu por quatro vezes com lotação total. Seus shows atraiam multidões, lotavam estádios e teatros. Tudo isso eu li no livro de André Barcinski, a quem entrevistei no Sextou em homenagem a Nelson Ned.

Das pouco mais de 200 páginas salta um personagem que, nas palavras do autor, faria um astro do rock como Keith Richards, guitarrista dos Rolling Stones, “parecer um escoteiro”. Ou melhor: o protagonista de um improvável filme que combinasse “Boogie Nights” com “Scarface” e “Nasce uma estrela”.

“O Nelson passa de 1975 a 1988 numa espiral de droga, loucura, sexo e orgias que eu nunca vi igual. Ele era um cara enfezado, arrogante e autoconfiante com um monte de amigos gângsters”, avalia Barcinski acerca do cantor que num dia poderia estar cantando na Colômbia para um Pablo Escobar em ascensão, noutro para o sanguinário ditador haitiano Baby Doc e ainda assim ser idolatrado por um expoente das letras como o colombiano Gabriel García Márquez.

Da pesquisa e demais entrevistas, feitas no Brasil e no exterior, Barcinski traçou o retrato do artista que sai da pequena Ubá, em Minas Gerais, com uma voz maior do que tudo e, em pouco tempo de Rio de Janeiro, ainda adolescente, lançou em 1964 o seu primeiro LP: “Um show de noventa centímetros” (título de reportagem publicada no ano anterior, da revista “O Cruzeiro”). Na capa, Nelson aparecia de smoking, ao lado de uma fita métrica — mas sob protestos, afinal já tinha mais de um metro de altura.

“Quanto menor você parecer ao público, melhor será para sua promoção”, argumentou o diretor da gravadora. Quando o cantor começou a ser premiado por sua música, a novidade do nanismo passou. Ainda em 1964, isso se torna um fardo para ele”, revela o autor, que no livro resgata slogans da época como “Este homem não se mede aos palmos! Mede-se às palmas!” e “o cantor-anão com voz de gente grande”.

“Se no começo era uma coisa que o ajudava a vender shows e a despertar interesse em revistas como “O Cruzeiro”, depois isso só dificultou a vida dele. Em 1966, quando Nelson vai para São Paulo cantar nas boates, ele é achincalhado pelo público”, diz o jornalista. Se alguém no Brasil ainda tinha dúvida sobre o status do cantor na América Latina, ela foi dizimada, segundo o autor do livro, quando o grande escritor colombiano Gabriel García Márquez se derramou em elogios ao baixinho.

Numa visita ao Rio, ele declarou: “Os artistas e intelectuais brasileiros dão risinhos de zombaria ou mudam de assunto quando revelo que tenho em casa todos os discos de Nelson Ned”. Gabo era mais que admirador de Nelson: eles eram amigos e se falavam com frequência. O escritor morava no México e Nelson, quando estava no País, sempre o visitava para longas conversas sobre música.

Gabo amava boleros. Nelson adorava romances como “Cem anos de solidão”, obra-prima do escritor, e chegou a posar para fotos na revista Manchete lendo o livro do amigo. Quando o apresentador Roberto D`Ávila entrevistou Garcia Márquez no programa Conexão Internacional, na TV Manchete, levou uma pergunta de Chico Buarque: “Se os seus romances fossem músicas, de que gêneros musicais seriam?” Gabo respondeu: “Seriam uns boleros vagabundos, buscando inspiração em Chico, mas cantados por Nelson Ned”. Chico fechou a cara!

Obcecado por sexo, Nelson Ned torrou rios de dinheiro em boates e prostíbulos no auge da sua carreira, onde vivia mais no exterior do que no Brasil. São incontáveis as conquistas amorosas do cantor, que foi casado duas vezes, em sua escalada internacional, que tem como marco a participação no 1º Festival da Canção Latino-Americana de Nova York, em 1970.

A fama de garanhão era maior até mesmo que as dores lancinantes nos ossos (agravadas, no nanismo, por dois acidentes automobilísticos, nos quais foi arremessado pelas janelas dos carros), as quais só suportava tomando morfina. O álcool e a cocaína (pura, obtida diretamente dos amigos chefões do tráfico) se somaram ao coquetel químico que o deixou sujeito a variações abissais de humor.

À fama, drogas e mulheres, Nelson Ned ainda acrescentou uma fixação por armas, que guardava em um cofre junto com dólares e cocaína. Numa briga com a esposa, deu tiros que a feriram, mas não tiraram a vida dela. O lado sombrio se manifestava, mas ele ainda conseguia fazer graça. “Ninguém zoava com Nelson Ned, era ele mesmo que se zoava. Nos shows, Nelson dizia: “Eu sou pequeno, mas algumas partes de mim são muito grandes.” E quando já estava todo mundo rindo, ele completava: “Partes como o meu coração.” — relata André Barcinski.

A partir de 1976 (quando se converte ao Evangelho e grava o LP “O poder da Fé”), Nelson passa a intercalar discos gospels e seculares. Nos anos 1990, a religião o dominou por completo e sua carreira declinou em termos comerciais — mas não só por causa da opção artística. Sua saúde foi se degradando, ele teve um derrame, perdeu a visão de um olho, enfrentou a concorrência da música sertaneja e ainda chorou a morte dos pais e do seu empresário, Genival Melo.

“Em dez anos, Nelson Ned passou de cantor brasileiro mais famoso do mundo a um cara pobre com as irmãs pagando o tratamento de saúde — lamenta Barcinski, ressaltando que, em nenhum momento, ele deixou de fazer shows para o público mais pobre, para quem ele nunca deixou de ser um ídolo. “E essa idolatria vem muito do fato de ele ser visto pelas pessoas como um milagre. Tinha algo de místico, de mágico no Nelson”, diz.

Não fosse a coragem e a determinação da mãe de Nelson Ned ele nunca teria sido gente. Ao voltar da escola chorando vítima de bullying, o pai chegou a sugerir à mãe que o garoto fosse desligado do colégio e tivesse aulas particulares em casa. Dona Ned Pinto bradou: “Vou criar meu filho para o mundo, e não um mundo para meu filho”.

E o mundo consagrou Nelson Ned!

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Conheça as novidades da linha 2025 das motos Honda 

Em 2024, a Honda renovou sua linha de motos de baixa cilindrada com modelos inéditos, como a XR 300L Tornado e Sahara 300. Além disso, apresentou importantes aperfeiçoamentos técnicos e estéticos da Pop 110i às Elite 125 e ADV 160 — além da popular CG, que chegou à 10ª geração e ganhou reformulação. Agora, a Honda anuncia novos modelos — no que, acredita, seja um marco de uma significativa renovação para o segmento de média e alta cilindrada, elevando o patamar tecnológico da empresa no segmento. O principal destaque é a Honda CB 500 Hornet, uma ‘ágil e moderna’ streetfighter.

Ela, de fato, foi referência de uma geração de motociclistas brasileiros. O design é uma das características que mais aparecem no modelo, com formas angulosas, totalmente diferentes do grupo ótico dianteiro até a rabeta. Em seguida, vem a Honda NX 500, uma crossover prática que resgata a sigla que estreou em uma das mais lendárias Honda do passado, a monocilíndrica NX 650 Dominator do final dos anos 1980. A novidade é o motor bicilíndrico herdado da CB 500X e as rodas mais leves. O da NX 500 é original, com carenagem frontal e laterais e banco com pegada mais aventureira.

E mais – A CB 650R E-Clutch é uma versão totalmente renovada da CB 650R, que estreará com a tecnologia E-Clutch, exclusividade técnica que visa tornar a pilotagem mais prática, segura e precisa. O sistema permite dispensar totalmente o uso da alavanca de embreagem para operar o câmbio de seis marchas. Caso o condutor queira usar a alavanca como em uma moto convencional, o sistema E-Clutch pode ser desligado. No estilo, permanece o conceito Neo Sports Café, com aprofundada modernização de formas, incluindo um novo painel de 5 polegadas com tecnologia TFT.

A CRF 1100L Africa Twin também chega com novidades. São duas versões: a CRF 1100L Africa Twin e a CRF 1100L Adventure Sports, a última dotada de tanque de combustível com 24,8 litros de capacidade. Em ambas é possível optar pelo câmbio convencional de seis marchas ou a exclusiva transmissão DCT. A grande novidade é a chegada da roda de 19 polegadas equipando as versões DCT da Africa Twin Adventure Sports, opção particularmente indicada aos que pretendem usar a big trail Honda em percursos predominantemente rodoviários. As demais informações sobre motorização e preço só serão anunciadas no final do primeiro semestre. 

Produção de motos baterá recorde – Não à toa que a Honda está tão confiante no Brasil. A indústria de motocicletas caminha para bater recordes este ano. A produção em Manaus atingiu 176.698 unidades em fevereiro, ou 25,8% sobre o mesmo mês do ano passado – e de 6,4% em relação a janeiro. A Abraciclo, associação que reúne os fabricantes, diz ter sido o melhor resultado para o mês desde 2008. No bimestre, a produção chegou a 342.799 unidades — um maior desempenho para o setor em 14 anos e volume 21,7% superior ao dos primeiros dois meses de 2024. A entidade mantém projeção para 2025 de uma produção total de um total de 1,9 milhão de motos. Street, Trail e Motoneta destacam-se como as três categorias mais produzidas no primeiro bimestre. 

Ford confirma novo Bronco Sport – A marca norte-americana Ford confirmou que o Bronco Sport 2025, versão renovada do SUV, é um dos dez lançamentos programados este ano no Brasil. Esta é a primeira grande atualização do modelo desde a estreia global, em 2021, que ocorreu de forma praticamente simultânea nos Estados Unidos e no Brasil. Entre as novidades, além do visual mais moderno e robusto, ele virá mais equipado e tecnológico. Por fora, o Bronco Sport 2025 exibe mudanças no design. Já o interior é totalmente diferente — e com mais recursos tecnológicos para aumentar a funcionalidade tanto nas trilhas como na cidade. O Bronco Sport 2025 mantém as características que o destacam como um off-road. Da estrutura robusta à motorização forte e tração 4×4 com bloqueio de diferencial – além de itens exclusivos como a suspensão de estabilidade off-road de alto desempenho, o sistema de vetorização de torque, o piloto automático off-road e os modos de gerenciamento de terreno. 

Busca por carros chineses cresce 50% – O interesse dos brasileiros pelos veículos das montadoras de origem chinesa cresceu nos últimos 12 meses. Se estudo inédito do Webmotors Autoinsights, ferramenta que fornece dados e informações sobre o mercado automotivo brasileiro, no período entre março de 2024 e março de 2025 os modelos das quatro fabricantes chinesas mais vendidas no país (BYD, Caoa Chery, GWM e JAC Motors) cresceram 51,4% no número de visitas registradas em comparação com o mesmo período do ano anterior. Quando somado o total de visitas que os veículos das quatro marcas consideradas no levantamento registraram na plataforma, a Caoa Chery, que é brasileira, mas tem seus modelos desenvolvidos pela chinesa Chery, lidera com 47,9%, seguida pela BYD (31,9%), GWM (12,5%) e JAC Motors (7,59%). Por outro lado, na comparação com o mesmo período do ano anterior (março de 2023 a março de 2024), os modelos da BYD foram os que mais cresceram em número de visitas na plataforma (+134,5%), seguida pela GWM (+88,31%), Caoa Chery (+24,7%) e JAC Motors (+3,2%).  

Frete sobe 6,03% em fevereiro – Dados da última análise do Índice de Frete Edenred Repom (IFR) mostram que o preço médio do frete por quilômetro rodado em fevereiro foi de R$ 7,39 no país, o que representa uma alta de 6,03% ante janeiro. “Este aumento no preço médio do frete por quilômetro rodado já era algo esperado pelo mercado, por conta de reajustes e aumentos nas principais variáveis que influenciam essa composição”, diz Vinicios Fernandes, diretor da Edenred Repom. A atualização da Tabela de Frete da ANTT e o aumento da taxa básica de juros (Selic) tiveram impacto direto nos custos do transporte. “Ademais, o aquecimento do setor industrial, com destaque para a construção civil, somado à retomada da movimentação do agronegócio, ampliou a demanda por transporte, fator que também contribuiu para essa alta”, explica ele. O executivo também ressalta que, com o reajuste da Petrobras para o diesel e o aumento da alíquota do ICMS sobre os combustíveis, ambos em vigor desde 1º de fevereiro, o preço do diesel também sofreu alta, e acabou por exercer papel importante no aumento do custo médio do frete registrado em fevereiro.

Acessibilidade no transporte coletivo – A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou, este mês, uma norma que estabelece diretrizes para melhorar a acessibilidade no transporte coletivo urbano. Ela define parâmetros técnicos para adaptação de veículos e pontos de embarque, visando promover um transporte mais inclusivo e alinhado a padrões internacionais de mobilidade. Embora sua adoção não seja obrigatória, a aplicação das diretrizes pode auxiliar empresas do setor a modernizar seus serviços e se adequar a práticas reconhecidas globalmente. Entre os critérios estabelecidos, a norma recomenda que veículos urbanos de transporte coletivo contem com recursos para facilitar o embarque e desembarque de passageiros com deficiência ou mobilidade reduzida.

As especificações incluem a adoção de piso baixo ou plataformas elevatórias, a reserva de pelo menos 10% dos assentos para pessoas com mobilidade reduzida e a criação de espaços apropriados para cadeirantes e usuários de cão-guia. A comunicação acessível também é um dos pontos abordados. O documento estabelece diretrizes para o uso de sinalização visual, tátil e sonora, permitindo que passageiros com deficiência auditiva ou visual tenham acesso adequado às informações do trajeto. Além disso, há recomendações para que pontos de parada e terminais garantam integração segura e acessível entre os diferentes meios de transporte.

Compra de carro: qual o atributo mais relevante? – A Chevrolet lidera a preferência dos brasileiros para compra de carros em 2025, segundo um levantamento inédito da Webmotors, portal de negócios e soluções para o segmento automotivo. A montadora americana recebeu o maior número de menções (12%) entre os respondentes da Pesquisa sobre Intenção de Compra realizada anualmente com usuários da plataforma para identificar motivos e preferências na compra de carros no Brasil. Na sequência, Volkswagen (11%), Toyota (11%), Honda (10%) e Fiat (9%) completam, respectivamente, o Top 5.

Entre os três atributos mais mencionados pelos brasileiros para a escolha da Chevrolet como marca preferida para compra de carro, a confiança encabeça a lista (32%), seguida por manutenção (26%) e conforto (12%). Para os respondentes que escolheram a Volkswagen, confiança (37%) e manutenção (19%) também são os mais mencionados, seguidos por design (10%). No caso da Toyota, a confiança abre vantagem como atributo mais mencionado (57%), seguido por autonomia (10%) e tecnologia (9%). A confiança também desponta com a Honda (56%), seguida por segurança (10%) e manutenção (10%). Com a Fiat, a manutenção é o atributo mais valorizado (33%), seguido por confiança (14%) e desempenho (12%).

SUV domina – A pesquisa sobre intenção de compra da Webmotors também buscou saber a carroceria e o tipo de motor mais desejados pelos brasileiros. Do total de respondentes, 38% mencionaram SUV como a carroceria mais desejada, seguida por sedã (26%), hatch (20%) e picape (10%). O motor flex é líder isolado com 65% da preferência dos brasileiros, seguido pelo motor a gasolina (17%), diesel (8%), híbrido (8%) e elétrico (2%). 

Pessoa com autismo a bordo – O Projeto de Lei 4292/24 institui em todo o país o selo “Pessoa com Autismo a Bordo”. Ele servirá para identificar veículos que transportem pessoas com transtorno do espectro autista (TEA). O objetivo é conscientizar a sociedade e orientar sobre a forma de agir em situações de crise ou risco que envolvam pessoas com TEA. A proposta é da deputada Ana Paula Lima (PT-SC) e tramita na Câmara dos Deputados. Segundo a Agência Câmara de Notícias, a autora justifica a iniciativa em razão dos desafios de interação social e de comunicação das pessoas com TEA. Elas, muitas vezes, necessitam de um ambiente adaptado e de apoio diferenciado em situações de crise. “Durante deslocamentos, esses desafios podem ser intensificados, especialmente no trânsito ou em situações de emergência que exigem abordagens rápidas e cuidadosas por terceiros”, explica Ana Paula. A deputada acredita que o selo oferecerá ao motorista e aos ocupantes do veículo uma ferramenta de proteção, além de promover uma cultura de respeito e cuidado no trânsito. O selo, caso o projeto seja aprovado, poderá ser solicitado mediante cadastro feito pelas pessoas com TEA ou por seus responsáveis legais junto ao órgão de trânsito. Ele deverá ser padronizado, para uniformidade e fácil identificação.

Viagem de carro no calor – O Brasil enfrenta uma forte onda de calor, com temperaturas superando os 40°C em diversas regiões. O calor excessivo pode aumentar a fadiga do motorista, reduzir a atenção no trânsito e até comprometer a segurança da viagem. Em trajetos um pouco mais longos, os efeitos das altas temperaturas se tornam ainda mais evidentes, exigindo cuidados redobrados para evitar imprevistos e garantir o conforto dos ocupantes do veículo. “O calor extremo afeta tanto o desempenho do carro quanto o bem-estar de quem está dentro dele”, lembra Leonardo Furtado, superintendente do Auto Shopping Internacional Guarulhos. Por isso, temperaturas elevadas podem acelerar o desgaste do motor, comprometer os pneus e aumentar o consumo de combustível, enquanto o interior do veículo pode virar uma estufa, causando desconforto e até riscos à saúde, como desidratação e queda de pressão. “Sem os cuidados certos, uma simples viagem pode se transformar em um grande transtorno”, reforça ele.

Confira, abaixo, cinco dicas para uma viagem segura e confortável durante o calor

  1. Faça a manutenção do veículo antes de viajar- A checagem preventiva deve incluir itens essenciais como nível do óleo, líquido de arrefecimento, funcionamento do ar-condicionado e calibragem dos pneus. “O calor pode causar sobrecarga no motor e aumentar o desgaste dos componentes, por isso, a revisão antes de pegar a estrada é indispensável”, orienta Furtado.
  2. Não se esqueça da hidratação e use roupas leves – É fundamental manter-se hidratado durante a viagem. “O calor pode causar fadiga e desidratação, prejudicando a atenção do motorista. Roupas leves e confortáveis também ajudam a minimizar os efeitos da alta temperatura e tornam o trajeto mais agradável”, destaca.
  3. Faça pausas regulares para descanso – Dirigir sob calor intenso pode ser exaustivo. Paradas frequentes ajudam a manter a concentração e evitam o cansaço excessivo. “O ideal é programar intervalos a cada duas horas para esticar as pernas, se hidratar e descansar antes de seguir viagem”, recomenda.
  4. Se possível, evite dirigir em horários de pico – Dirigir sob sol forte e em congestionamentos prolongados pode aumentar o consumo de combustível e o desgaste do veículo. “Sempre que possível, prefira viajar nas primeiras horas da manhã ou no fim da tarde, quando as temperaturas estão mais amenas e o fluxo de veículos é menor”, aconselha.
  5. Ao estacionar, proteja seu carro contra o sol – Sempre que puder, estacione o veículo em áreas cobertas ou na sombra para evitar o superaquecimento interno. “Caso não seja possível, o uso de protetores para o painel e películas nos vidros ajuda a reduzir o impacto do calor e preservar os componentes internos do carro”, sugere o superintendente.

Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico 

Por Houldine Nascimento

Do Poder360

Henrique Meirelles, 79 anos, ex-presidente do BC (Banco Central) e ex-ministro da Fazenda, avalia que o estímulo à expansão dos gastos públicos para impulsionar o PIB (Produto Interno Bruto) provoca o efeito oposto: a queda do crescimento.

Em entrevista ao Poder360, ele afirma que as consequências são danosas à atividade econômica e cita o aumento da dívida em períodos diversos da história do Brasil como um fator adverso.

“Existe uma corrente de pensamento econômico que acha o contrário, que para crescer mais, o governo tem que gastar mais, que vai impulsionar o crescimento. O problema é que isso gera insegurança, aumenta a dívida, a taxa de risco, os juros e [o país] acaba crescendo menos. Às vezes até leva à recessão, como é o caso de 2016”, declara.

Meirelles também fala sobre o forte crescimento nos anos 1970 – quando o país estava sob uma ditadura militar (1964-1985) – que se deu depois de o governo recorrer a empréstimos vultosos, alavancando o crescimento da economia brasileira naquele momento. De 1968 a 1973, o PIB (Produto Interno Bruto) do país cresceu, em média, 11,1% ao ano.

Esse período ficou conhecido como o “milagre econômico brasileiro”. Meirelles lembra que o país entrou em crise nos anos 1980, quando a autoridade monetária dos EUA decidiu elevar a taxa de juros norte-americana a grande patamar.

As consequências foram drásticas por causa do endividamento do Brasil. O país mergulhou numa hiperinflação e patinou do ponto de vista econômico. O período foi chamado de a “década perdida”.

Na avaliação de Meirelles, o período de alto crescimento e as dificuldades que vieram depois foram consequências da situação global que o país não conseguiu usar favoravelmente.

Meirelles esteve à frente do Banco Central, de 2003 a 2010, nos dois primeiros mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Afirma que os resultados positivos do governo naquele período se deram por dois motivos:

• austeridade fiscal;

• controle da política monetária

“Uma das grandes vantagens do primeiro mandato de Lula é exatamente isso, uma disciplina fiscal forte, que permitiu ao país crescer bastante”, diz o ex-chefe do BC.

Ao Poder360, ele também fala sobre a decisão de criar o teto de gastos no governo Michel Temer (MDB), o atual momento da economia brasileira e as dificuldades de controlar despesas para conter a trajetória da dívida pública, que terminou 2024 em 76,1% do PIB.

Leia a entrevista abaixo:

Poder360 – Houve avanços consideráveis nos indicadores sociais durante a redemocratização, mas, ao mesmo tempo, o Brasil apresenta uma dificuldade quanto ao crescimento da economia. Em contrapartida, durante a ditadura militar, o crescimento se deu em patamar elevado. A que isso se deve? Qual é o balanço que a gente pode fazer disso?

Henrique Meirelles – O Brasil está inserido no contexto global. A década de 1970 foi uma época em que o Banco Central americano manteve os juros muito baixos. Na época, o presidente do Banco Central, Arthur Burns, atendia os pedidos do então presidente [Richard] Nixon [Partido Republicano] para baixar a taxa de juros, não subir. Foi um período de alta liquidez mundial.

Nesse período, o Brasil, o governo – notadamente o endividamento público –, mas também um pouco o setor privado, tomaram empréstimos em volumes elevados, aproveitando um período de alta liquidez. Ao optar por esses empréstimos, de fato houve um crescimento forte durante uma década. De 1970 até 1980.

Nessa época, mudou a política do Banco Central americano. Assumiu lá o Paul Volcker, o presidente já era o Jimmy Carter [Partido Democrata], e o Paul Volcker subiu fortemente a taxa de juros para controlar a inflação alta nos Estados Unidos, uma inflação para os padrões americanos muito alta, mais de 7%. O Paul Volcker elevou a taxa de juros a patamares impensáveis nos Estados Unidos – a 20% a taxa básica do Banco Central americano, equivalente à Selic aqui.

Isso gerou uma crise no início da década de 1980, em diversos países altamente endividados, inclusive o Brasil. Em função disso, o governo brasileiro optou por pagar os vencimentos dessa dívida. Na medida que não existia mais, a partir da década de 1980, a disponibilidade desses recursos, muita liquidez, taxa de juros baixa. Então, o país entrou num período difícil e a solução achada pelo governo brasileiro foi fazer uma expansão monetária, a autoridade monetária da época, fazer uma expansão monetária e pagar com isso as parcelas da dívida – eram volumes enormes. [Isso] fez com que o país entrasse numa hiperinflação.

Nós tivemos 10 anos de alto crescimento e depois um período mais de uma década de crescimento baixo e inflação elevada acima de 100% ao ano. Uma parte disso ainda no regime militar até 1985 e depois entrou o governo de [José] Sarney, na medida que morreu o presidente que tinha sido eleito pelo colégio eleitoral, o Tancredo Neves, mas o fato é que a política continuou. Uma política de emissão de moeda para pagamento da dívida e inflação elevada.

O governo tentou controlar a inflação por meio de diversos planos de congelamento de preços: Plano Cruzado, Plano Verão, plano feijão com arroz etc. Isso não funcionou até 1994, quando Fernando Henrique Cardoso, então ministro da Fazenda, implementou o Plano Real e aí, de fato, controlou a inflação, mas ancorou o real no dólar para poder sustentar. Isso durou até 1999, quando o Banco Central não conseguiu mais segurar o real no dólar, a cotação 1 para 1, e foi quando houve a situação do câmbio e criou-se o sistema de metas de inflação e metas fiscais.

Foi uma crise, mas foi um momento em que se modernizou muito a economia brasileira, a administração da economia brasileira, os funcionamentos, isso aí no final da década de 1990, no segundo governo do Fernando Henrique. Aí, nós tivemos um período de crescimento estável, mas com um endividamento público subindo devagar. Isso até o término do governo de Fernando Henrique etc.

Entrou o governo de Lula, quando aí houve a implantação de uma novidade que foi a austeridade fiscal, na época do primeiro mandato dele, e um controle da política monetária pelo Banco Central. Foi o período em que eu fui presidente do Banco Central por 8 anos, em que o Brasil cresceu muito: em média, 4% ao ano. Criou 11 milhões de empregos.

Depois, nós entramos no governo da Dilma [Rousseff] em 2011. A economia estava crescendo razoavelmente. Tinha crescido muito em 10%, 7,5% ao ano, mas depois foi baixando devagar até estar aqui. Entrou em recessão nos anos de 2015, 2016, em função da insegurança fiscal. Então, a partir daí, fui para o Ministério da Fazenda, quando Michel Temer assumiu a Presidência, e nós fizemos aí a implantação do teto de gastos que estabilizou a economia, e ela entrou na normalidade.

O Brasil crescendo em média ao redor de 2% e pouco, às vezes um pouco mais. Basicamente é isso: foi um período bastante longo, com diversas fases na economia, mas com um saldo muito positivo, porque no final temos aí uma economia robusta, funcionando com alguns princípios muito importantes, como a responsabilidade fiscal, que é o teto de gastos agora, o arcabouço fiscal, e também com a evolução no que diz respeito à produtividade, com algumas coisas, algumas reformas que foram feitas na época do Temer, como a Trabalhista, a Lei das Estatais, a reforma das transações financeiras digitais etc.

Agora, houve a aprovação da Reforma Tributária e a economia começou a, digamos, evoluir normalmente durante esse período. Acredito que sumariza a economia brasileira durante esses quatro tempos.

Até que ponto o componente político atrapalha para um crescimento econômico no Brasil mais consistente?

O problema agora é o aumento da dívida pública, que gere possibilidade ou desconfiança, da sustentabilidade disso. Então basicamente é isso, mas tem funcionado normalmente dependendo do governo, como o governo Lula 1, por exemplo, o último mandato do Fernando Henrique, o primeiro mandato também foi um crescimento médio, o Lula 1 cresceu bastante, Lula 2 ainda continuou crescendo. No período da Dilma, houve um declínio da taxa de crescimento e nos dois últimos anos, uma recessão, que foi corrigida por meio do teto de gastos. Então, isso é normal. Quer dizer, reflete as mudanças em política econômica dos diversos governos do período.

A parte fiscal é uma preocupação. O mercado está sempre fazendo um alerta sobre o tema e a necessidade de cortar gastos. Gostaria que o senhor comentasse esse ponto também. Como isso interfere no crescimento econômico?

Isso é muito importante, porque, evidentemente, no momento em que a dívida pública começa a crescer muito, devido ao aumento dos gastos públicos, isso gera um aumento dos prêmios de risco.

A gente fala de inflação, o Banco Central tem que subir os juros. Isso de fato influencia. Uma das grandes vantagens do primeiro mandato de Lula é exatamente isso: uma disciplina fiscal forte, que permitiu o país crescer bastante, ancorado, portanto, numa disciplina fiscal sólida, o que permitiu que o setor privado investisse, crescesse e contratasse um período bastante positivo para a economia brasileira.

No momento em que há uma maior disciplina fiscal, o país tende a crescer mais e de uma forma mais sustentável. Evidentemente, existe uma corrente de pensamento econômico que acha o contrário, que para crescer mais o governo tem que gastar mais, que vai impulsionar o crescimento. O problema é que isso gera insegurança, aumenta a dívida, a taxa de risco, os juros e [o país] acaba crescendo menos. Às vezes até leva a recessão, como é o caso de 2016.

E hoje o senhor avalia que essa corrente de elevar os gastos públicos para impulsionar a economia está prevalecendo?

Eu não diria prevalecendo. Eu diria que ela tem uma ala de um governo forte que defende muito isso. O ministro Fernando Haddad [Fazenda] não é dessa tese, mas ele tem que administrar um governo que é formado dessas correntes. Então, tem que equilibrar entre essa corrente que acha que gastar mais vai crescer, e a necessidade da disciplina fiscal etc. Então, fica no meio-termo.

Do Metrópoles

O deputado estadual Gil Diniz (PL) “lançou” o presidente da Assembleia Legislativo de São Paulo (Alesp), André do Prado (PL), como candidato ao Governo do Estado durante a eleição da Mesa Diretora da Casa neste sábado (15), na qual Prado foi reeleito para a presidência.

Ao proferir seu voto para a recondução do correligionário ao comando da Alesp, o parlamentar bolsonarista defendeu o nome de Prado para a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, “excluindo” o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) do pleito.

“Hoje voto no deputado André do Prado para a Presidência dessa casa, mas num futuro não muito distante para governador do estado de São Paulo”, disse Diniz.

Questionado, o presidente da Alesp desconversou e afirmou que Tarcísio deve ser candidato à reeleição ao governo paulista. O deputado, no entanto, não negou que tenha intenção de integrar a chapa do governador e disse que as conversas serão feitas em 2026.

“O deputado Gil Diniz se empolgou. Ele sempre faz esses comentários, é um grande amigo meu. Me sinto honrado quando um parlamentar dá uma notícia dessa. Porém, isso não me envaidece em nada. Temos que ter pés no chão. Fui eleito para ser presidente da Assembleia pelos próximos quatro anos. Essa conjuntura política de sucessão para governador, vice-governador e outros cargos será discutida no ano de 2026”, disse André do Prado.

O Metrópoles mostrou que o deputado, que é pupilo do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, tem se articulado de olho nos postos mais altos do governo paulista. Segundo aliados, André do Prado tem ventilado o próprio nome para ser o vice de Tarcísio.

“Nós do PL seremos protagonistas com certeza, é o maior partido do Estado de São Paulo e do Brasil. Estaremos na mesa de discussão nos próximos dois anos. Hoje temos o governador Tarcísio, que deve ser o candidato à reeleição. E depois, o restante das vagas será discutida com a aliança que é formada por vários partidos no momento oportuno. Seria muita audácia da minha parte já falar em sucessão nesse momento”, afirmou Prado neste sábado.

Nos bastidores, o deputado já alertou na Alesp que pretende aprovar projetos de interesse do governo neste ano, com ainda mais rapidez para não deixar pendências para o ano que vem – e, com isso, reforçar a Tarcísio que ele é merecedor de sua confiança.