











O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou, nesta sexta-feira (19), que vai vetar o PL (Projeto de Lei) da Dosimetria, que reduz penas de condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 e pela trama golpista julgada no STF (Supremo Tribunal Federal).
Durante agenda em São Paulo, o petista falou em “respeito” e disse que o Congresso Nacional poderá derrubar o seu veto, se assim quiser. Na noite de quarta-feira (17), o plenário do Senado Federal aprovou, por 48 votos a 25, o texto-base do projeto de lei. As informações são da CNN.
Leia mais“Se o Congresso quiser, que derrube meu veto”, afirmou o chefe do Planalto em cerimônia de Natal na ExpoCatadores, em Santana, na zona norte da capital paulista. Segundo Lula, é “obrigação” não permitir que “a democracia dê um passo para trás”.
“Pela primeira vez na história desse país nós temos um presidente preso por tentativa de golpe, pela tentativa de fazer um plano de matar o Lula, para matar o Alckmin e para matar o Alexandre de Moraes. E agora eles querem anistia”, declarou o presidente.
Durante entrevista coletiva na tarde de ontem, Lula comunicou publicamente pela primeira vez que vetará a proposta aprovada pelo Congresso.
“O Congresso tem o direito de fazer as coisas, eu tenho o direito de vetar e depois eles têm o direito de derrubar. Esse é o jogo”, disse o mandatário na ocasião.
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Por Rudolfo Lago – Correio da Manhã
A investigação movida por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino sobre irregularidades na destinação das emendas orçamentárias virou briga de cachorro grande entre o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) e o deputado José Rocha (União Brasil-BA).
A Petição 14.949 de Flávio Dino, que embasou a operação da semana passada, tem como um dos seus principais pontos um depoimento do deputado José Rocha (União Brasil-BA), ex-presidente da Comissão de Integração Nacional da Câmara dos Deputados, no qual ele dize que recebera na época uma planilha com indicações de uma assessora, Mariângela Fialek, conhecida como Tuca, para basear a destinação de R$ 1,1 bilhão.
Leia maisDesse valor, diz ele, R$ 320 milhões seriam para Alagoas. Tuca seria uma assessora do alagoano Arthur Lira (PP), ex-presidente da Câmara. Agora, Arthur Lira rebate que Rocha é quem teria, sozinho, destinado R$ 152 milhões, sendo R$ 88 milhões para municípios da Bahia para beneficiar os seus redutos eleitorais. As informações sobre Rocha foram publicadas por Andrezza Mathais, em sua coluna no portal Metrópoles.
De acordo com a denúncia, a decisão de José Rocha na destinação dos R$ 152 milhões teria sido unilateral, sem qualquer consulta a outros líderes de partido e outras autoridades da Câmara. E essa ação de Rocha teria sido percebida por Tuca. Arthur Lira, então, teria acionado o governo para desfazer a operação. Mesmo assim, segundo a denúncia, o então presidente da Comissão de Integração Nacional teria conseguido garantir o direcionamento de R$ 53 milhões, que teria ficado, em 2024, em torno de R$ 11 milhões.
Na quinta-feira (18), Lira tratou de espalhar a denúncia feita contra José Rocha. No mínimo, Rocha faria o mesmo que acusa Lira de fazer. O ex-presidente da Câmara, porém, afirma que não. Afirma que a distribuição dos recursos orçamentários teria sempre procurado atender todos os parlamentares, de todos os partidos. E que, ao final, quem paga os valores é o governo federal.
Assim, se na ponta final acontecem irregularidades, se o dinheiro destinado não vai efetivamente parar na obra, se desaparece por algum ralo, não necessariamente, na concepção de Lira, se deve responsabilizar quem destinou o recurso orçamentário. A não ser que efetivamente haja alguma acusação.
No final, argumenta, quando se acusa o processo orçamentário, isso faria parte de uma retórica de “criminalização da política”. Bem, nem tudo no caso é assim tão simples. O que hoje se crítica é a falta de transparência do processo orçamentário. Em boa parte dos casos, como já reiterou Flávio Dino algumas vezes.
Dino aponta que “não há transparência nem rastreabilidade” em muitos processos. Traduzindo: os mecanismos de controle muitas vezes não conseguem saber quem destinou o recurso, para qual estado e município o recurso foi destinado e o que se pretendia fazer. É o cerne do “orçamento secreto”.
No caso da petição de Dino, o que ele aponta, a partir dos depoimentos de José Rocha e também dos deputados Glauber Braga (Psol-RJ), Fernando Marangoni (União Brasil-SP), Adriana Ventura (Novo-SP), Dr. Francisco (PT-PI), do senador Cleitinho (PL-MG) e da servidora Elza Carneiro, o que ele aponta é controle da destinação de Lira.
A distribuição dos recursos se concentraria em uma tal “Salinha do Orçamento”, que foi alvo da operação de busca e apreensão da semana passada, na qual Tuca faria a distribuição dos recursos a partir da orientação de Arthur Lira. Orientação que, nos depoimentos, beneficiaria Lira e seus redutos eleitorais.
O relatório centra parte das denúncias no que teria havido no município de Rio Largo (AL), a 27 quilômetros de Maceió. Uma cidade de cerca de 70 mil habitantes que teria recebido, entre 2019 e 2022, mais de R$ 90 milhões de recursos de emendas orçamentárias. Enfim, tudo vai virando chumbo trocado.
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O presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), desembargador Ricardo Paes Barreto, foi homenageado por magistrados e magistradas na última sessão do Pleno de 2025, realizada nesta sexta-feira (19), a cerca de um mês do encerramento de sua gestão. Durante a sessão, foi entregue uma placa de reconhecimento assinada por mais de 350 magistrados, em ato conduzido pela juíza Ana Veras, vice-presidente e presidente eleita da Associação dos Magistrados de Pernambuco, além da juíza Brenda Paes Barreto e dos juízes Rafael Lemos, Ricardo de Sá Leitão e Gustavo Dibachi.
“Este gesto brotou espontaneamente da classe e teve uma adesão gigantesca”, afirmou o juiz Ricardo de Sá Leitão, ao destacar a iniciativa dos colegas em registrar o reconhecimento à gestão do presidente. Segundo os magistrados, a homenagem simboliza a valorização da magistratura e as ações desenvolvidas ao longo do período à frente do TJPE.
Leia maisO presidente também recebeu um artesanato religioso produzido em Caruaru, entregue pelos desembargadores Paulo Victor Vasconcelos, Paulo Augusto de Oliveira e Luciano Campos. Na mesma sessão, foram promulgadas as listas de juízes e juízas promovidos para a segunda e a terceira entrância do Tribunal, marcando o encerramento das atividades do Pleno no ano.
“Tenham certeza que recebo as homenagens com muito carinho”, afirmou Ricardo Paes Barreto, ao agradecer aos integrantes da magistratura e aos servidores pelo trabalho ao longo de 2025. Ainda durante a sessão, o presidente presenteou os desembargadores com retratos em estilo de caricatura, produzidos pela artista plástica recifense Regina André, em um momento de confraternização no encerramento do ano do Judiciário pernambucano.
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O Sextou, programa musical que ancoro às sextas-feiras no lugar do Frente a Frente, promove hoje um tributo ao cantor e compositor Wilson Simonal de Castro, um dos grandes nomes da música brasileira nas décadas de 1960 e 1970, conhecido por sucessos que marcaram gerações.
Simonal alcançou enorme popularidade com canções como Mamãe Passou Açúcar em Mim, Nem Vem Que Não Tem, Balanço Zona Sul, Tributo a Martin Luther King, Sá Marina e País Tropical, músicas que ajudaram a consolidar seu estilo e o colocaram entre os artistas mais populares do país naquele período.
Leia maisA trajetória do cantor também foi marcada por controvérsias, sobretudo pelas acusações de envolvimento com a ditadura militar, que contribuíram para o declínio de sua carreira e para o afastamento de parte da crítica e do meio artístico.
O entrevistado do programa é o historiador e pesquisador Gustavo Alonso, autor do livro Simonal – Quem não tem swing, morre com a boca cheia de formiga, publicado em 2020. Na obra, ele traça um painel dos anos 1970 e 1980 e contextualiza que Simonal não foi o único artista a flertar com o regime militar.
O Sextou vai ao ar das 18h às 19h, pela Rede Nordeste de Rádio, que reúne 48 emissoras em Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Bahia, tendo como cabeça de rede a Rádio Folha 96,7 FM, no Recife. Para ouvir pela internet, acesse o link do Frente a Frente no topo desta página ou baixe o aplicativo da Rede Nordeste de Rádio na Play Store.
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A deputada estadual Roberta Arraes (PP) defendeu o nome do deputado federal Eduardo da Fonte (PP) para uma vaga no Senado Federal e destacou o trabalho do parlamentar em favor da saúde pública de Pernambuco. Como principal justificativa, Roberta Arraes ressaltou o protagonismo de Eduardo da Fonte na construção do Primeiro Hospital do Câncer do Sertão do Araripe, um sonho histórico da população sertaneja que começa a se tornar realidade graças a um aporte superior a R$ 8 milhões, viabilizado por meio de emendas de Eduardo da Fonte e da deputada.
Para a parlamentar, a atuação de Eduardo da Fonte vai além da destinação de recursos. “Eduardo é o deputado que mais trabalha pela saúde do nosso estado. Ele escuta com atenção, entende as necessidades de cada região e sabe reunir um bom time de pessoas comprometidas para fazer Pernambuco avançar”, afirmou Roberta Arraes.
A deputada estadual também destacou a capacidade de articulação e liderança do parlamentar: “O Hospital do Câncer do Sertão do Araripe é a prova de que quando existe compromisso, sensibilidade e trabalho sério, os resultados chegam. Eduardo da Fonte tem preparo, experiência e serviço prestado para representar Pernambuco no Senado Federal”, completou.
O deputado federal e líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmou, hoje, que os cerca de R$ 400 mil em espécie apreendidos pela Polícia Federal em um endereço dele têm origem lícita e são resultado da venda de um imóvel em Minas Gerais. As informações são do portal Itatiaia.
Sóstenes foi alvo de busca e apreensão na Operação Galho Fraco, que investiga o desvio de recursos públicos ligados às cotas parlamentares. A ação também teve como alvo o deputado Carlos Jordy (PL-RJ).
Leia maisEm declaração a jornalistas, Sóstenes disse que o valor estava lacrado e identificado, o que, segundo ele, comprovaria a legalidade dos recursos. “Aprendam uma coisa: dinheiro de corrupção não aparece lacrado, identificado e recolhido oficialmente na sua residência. Quem quer viver de corrupção, bota em outro lugar. Vendi um imóvel, o imóvel me foi pago com dinheiro lícito, está lacrado, tem a origem, então não tenho nada a temer”, afirmou.
O deputado disse que comprou o imóvel após 2022 e que o vendeu recentemente, recebendo o pagamento em dinheiro vivo. Questionado sobre quem adquiriu o imóvel, Sóstenes afirmou que não informaria a identidade do comprador. Segundo ele, o valor ainda não havia sido depositado em banco por causa da agenda de compromissos parlamentares.
Além do dinheiro, a Polícia Federal também apreendeu celulares dos deputados durante a operação. Ao todo, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão, autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no Distrito Federal e no Rio de Janeiro.
Sóstenes atribuiu a operação a uma suposta retaliação política por sua atuação na CPMI do INSS e pela defesa da convocação de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Quero reiterar: desafio aqui o presidente Lula a trazer o Lulinha, botar a Câmara para olhar nas câmeras e explicar ao povo brasileiro como eu estou fazendo. Quem não deve não teme”, disse.
Alvo da PF
A Operação Galho Fraco é um desdobramento de uma investigação iniciada em dezembro de 2024, que apura suspeitas de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Na fase anterior, assessores dos deputados Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy já haviam sido alvo da Operação Rent a Car, que investigou o uso irregular de recursos da cota parlamentar para pagamentos simulados.
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Por Paulo Farias do Monte*
A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD), comemorou e patrocinou divulgação em toda imprensa a venda da Compesa, empresa de saneamento e fornecimento de água, patrimônio do povo pernambucano, como se fosse algo digno da efusiva comemoração. Porém, na campanha eleitoral, ela prometeu, num debate, que a Compesa permaneceria pública.
É bem verdade que a discussão sobre a privatização de empresas de saneamento costuma ser apresentada como um debate técnico, centrado em eficiência, investimentos e modernização.
Leia maisNo entanto, quando se fala de água e esgoto, é impossível ignorar o impacto social das decisões adotadas. Afinal, trata-se de um serviço essencial à vida, à saúde pública e à dignidade humana. A pergunta que se impõe é simples: quem ganha e quem perde com a privatização do saneamento?
No discurso oficial, a entrada do setor privado surge como solução para ampliar investimentos e universalizar o acesso. Contudo, a experiência concreta e os riscos associados ao modelo indicam que, sem regulação rigorosa, a população mais pobre tende a pagar a maior parte da conta. Veja os exemplos de São Paulo, onde a SABESP foi vendida pelo Governador Tarcísio de Freitas e, bem próximo de nós pernambucanos, em Alagoas, onde a mesma BRK, que comprou a COMPESA, também adquiriu a empresa de saneamento alagoana: o caos no fornecimento e o aumento na conta tem sido recorrentes.
Onde, a privatização já foi concretizada e colocada em prática, um dos primeiros efeitos sentidos após a privatização foi justamente o aumento das tarifas.
Empresas privadas operam sob a lógica do lucro e da remuneração do capital investido, o que frequentemente resulta em reajustes mais elevados e menos sensíveis à realidade socioeconômica da população. Para famílias de baixa renda, a conta de água deixa de ser apenas mais uma despesa e passa a disputar espaço com alimentação, transporte e energia elétrica.
Outro problema recorrente tem sido a priorização de áreas economicamente mais atrativas economicamente. Que empresa que investir onde não terá lucro? Regiões centrais e bairros de maior renda recebem investimentos mais rápidos, enquanto periferias, comunidades populares e áreas rurais seguem com serviços precários ou incompletos. A consequência é a perpetuação de desigualdades históricas e a exclusão de quem mais necessita do serviço público.
A política de cobrança também tende a se tornar mais rígida. Cortes no fornecimento por inadimplência, prática comum no setor privado, atingem diretamente famílias com renda instável. A interrupção do acesso à água não é apenas uma penalidade financeira: representa um risco concreto à saúde individual e coletiva, favorecendo a disseminação de doenças e agravando problemas sanitários.
Os reflexos alcançam, inevitavelmente, a saúde pública. A falta de água tratada e de saneamento adequado está associada ao aumento de doenças infecciosas, o que pressiona o sistema público de saúde e eleva os gastos do próprio Estado. Assim, a economia obtida com a privatização pode ser anulada por custos sociais e sanitários maiores no médio e longo prazo.
Há ainda uma dimensão democrática pouco debatida. A gestão pública do saneamento, apesar de suas falhas, permite maior controle social e político. Com a privatização, decisões estratégicas passam a ser tomadas em instâncias corporativas, distantes da população, amparadas por contratos longos e de difícil revisão.
A privatização da Compesa, satisfaz apenas a ânsia da Governadora Raquel Lyra por mais recursos para o ano eleitoral, que se avizinha, mas não pode ser vista como uma solução automática. Água não é mercadoria comum. Sem regras claras, fiscalização permanente, tarifas sociais eficazes e metas reais de universalização, o risco é transformar um direito básico em privilégio.
Em um país marcado por profundas desigualdades, qualquer política pública que trate a água apenas como ativo econômico precisa ser questionada. No fim das contas, quando o acesso à água se torna mais caro ou mais distante, quem sofre primeiro – e mais intensamente – é sempre a população mais pobre.
A governadora Raquel Lyra pode até comemorar o abarrotamento de recursos nos cofres do Estado e, sua propaganda oficial poder até difundir a venda da Compesa como algo inovador e grandioso, mas o futuro a condenará, não tenho dúvidas, como uma Governadora que transformou de um produto básico à vida das pessoas, um bem essencial, que deve ser de todos, em privilégio apenas para quem poderá pagar. Vamos aguardar a Massaranduba do tempo, como dizia o saudoso ex-governador Joaquim Francisco. Quem viver, verá!
*Advogado, jornalista e vereador pelo Cabo de Santo Agostinho
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As festividades de fim de ano de Salgueiro, em comemoração aos 190 anos de fundação do município, começaram oficialmente esta semana com manifestações artísticas de artes plásticas e de música. As ações integram a programação do “Salgueiro Encantado”, que conta com diversas atividades.
Na última quarta-feira, a prefeitura iniciou as comemorações com a exposição “Ver o mundo pela arte”, com pinturas do artista plástico salgueirense Paulo Brito, convidando o público a enxergar o mundo através de sua linguagem artística e criatividade manifestada nas telas. A mostra segue em cartaz na Casa da Cultura até o dia 24 de dezembro, com entrada gratuita.
Leia maisOntem, a Orquestra do IFSertãoPE abrilhantou as festividades do município com um tributo a Raul Seixas, considerado um dos pioneiros do rock brasileiro. Os mais de 50 músicos da orquestra encantaram o público presente na Praça da Catedral de Santo Antônio, tocando diversos sucessos de Raul, como “Tente Outras Vez” e “Metamorfose Ambulante”. A apresentação foi bastante elogiada por quem prestigiou.
A programação principal das festividades de fim de ano segue até próxima quarta-feira, 24, véspera de Natal. Até lá ainda estão agendados os seguintes eventos: Noite da Poesia e a 8ª Seresta da Saudade, com o cantor Leonardo Sullivan como principal atração, neste sábado, 20; a 32ª Corrida Raimundo de Sá e Santa Missa em Ação de Graças, no domingo, 21; Noite Gospel com louvores e pregação de Eyshila, segunda-feira, 22; Igor Kannário no trio elétrico Cygnus, na terça-feira, 23, data do aniversário de 190 anos do município; e show de Batista Lima em palco no Polo Bomba, na quarta-feira, antecedendo o feriado natalino. Todas as atividades são abertas à população em geral.
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Por Geraldo Eugenio*
Falar em cactos é fazer lembrar as regiões áridas e semiáridas do mundo. Os de maior idade lembram dos filmes de cowboy rodados no sul dos Estados Unidos, quando índios, bandidos e mocinhos andavam nas áreas secas da Califórnia, Novo México, Arizona e Texas em paisagens povoadas de plantas plenas de espinhos.
Aqueles que acompanharam as peripécias de Pica-Pau também ao verem o famoso cavalo Pé-de-Pano, com seu dono desprovido de qualquer traço de caráter, cavalgar por trilhas plenas de plantas de cactos assemelhados ao mandacaru e xique-xique.
Leia maisEntre nós, idem, os cactos simbolizam um nordeste pobre, dependente de chuvas, propenso às secas. Dentre as plantas da família Cactácea, dois gêneros se destacam por seu uso econômico. O primeiro é o Opuntia, no qual está classificada a palma conhecida como Orelha de elefante mexicana. Esta espécie faz parte da história dos povos pré-Aztecas, Maias e Incas. Para o México a palma é tão importante que em sua bandeira está a águia devorando uma serpente sobre um pé de palma do gênero Opuntia. Neste país o uso principal da palma, conhecida como Nopal é na alimentação humana. Seja como salada, frita, processada, o fato é que são milhares de hectares cultivados como alimento humano.
Uma segunda espécie, do gênero Nopalea, o que demonstra claramente de onde vem, também conhecida como palma miúda ou doce, tem seu cultivo diretamente ligado à produção animal no Agreste de Pernambuco, de Alagoas e da Paraíba, sendo um dos principais suportes forrageiros para a pecuária de leite.
O interessante é que dois titãs da indústria nordestina, os empresários Arthur Lundgren e Delmiro Gouveia, ambos notabilizados como pioneiros na indústria têxtil, em seus passatempos como pecuaristas vislumbraram na palma forrageira uma opção estratégica para o semiárido e nos anos vinte do século passado, isto é, há cem anos, em iniciativas distintas promoveram importações de palma forrageira da Califórnia visando o cultivo como forrageira. Não há registro de que as coleções foram aproveitadas de forma sistemática, mas não deixa de ser algo louvável a visão desses dois homens.
Não é clara a conexão com Arthur Lundgren e Delmiro, mas o fato é que desde os anos 30 do século passado campanhas de promoção de cultivo da palma forrageira foram adotadas pelo governo de Pernambuco. Neste primeiro momento, a palma era considerada como espécie para salvação do rebanho nas épocas de secas intensas e, portanto, deveria ser cultivada nas áreas menos férteis e mais pedregosas das propriedades, o que a tornava algo próximo do extrativismo. O interessante é que, apesar da relativa pouca importância, o Instituto Agronômico de Pernambuco foi pioneiro em organizar uma agenda de pesquisa e desenvolvimento tecnológico com a palma, constando em seus acervos trabalhos publicados de forma contínua desde 1957.
Um fato considerado marcante na história do cultivo da palma forrageira se deu em 1995, quando o deputado federal por Pernambuco, Ricardo Fiúza, voltando de uma viagem ao México procurou o governador Miguel Arraes de Alencar para expressar seu entusiasmo com o cultivo adensado da palma forrageira e instigando o governador Arraes a solicitar do IPA que começasse a adotar o adensamento da cultura em seus experimentos, inclusive informando que ele havia tomado a decisão de utilizar deste método em sua fazenda no município de Custódia. O governador, um pouco cético sobre o relato de Fiúza, pediu ao IPA para que colocasse em campo alguns experimentos com este tal de adensamento, deixando claro que, se metade do que o deputado Fiúza lhe passou fosse verdade, havia uma revolução em curso para a pecuária nordestina. Não sem pouco questionamento, já quem seria Fiúza para sugerir uma agenda de pesquisa para um grupo que trabalhava com o cultivo da palma há décadas, aceitaram conduzir uma série de experimentos nas estações experimentais de Caruaru, Arcoverde, São Bento do Una, Sertânia e Serra Talhada. O fato é que o sucesso foi tal que mudou radicalmente a forma de cultivo da palma no Nordeste.
A natureza é sábia. Enquanto o monocultivo certamente traria ganhos de produtividade, os insetos que para a palma seriam pragas festejaram o banquete que lhes haviam preparado. Um deles, a cochonilha do carmim, um inseto sugador com uma carapaça branca aveludada, mundialmente conhecido pela produção do corante carmim, usado na coloração de tecidos aproveitou-se e, contando com a ganância de produtores que achavam que na produção do carmim estaria a salvação da lavoura, multiplicou-se nos plantios de forma tão assustadora que em questão de dois anos havia dizimado quase toda a palma gigante cultivada na Paraíba e Pernambuco.
A sucumbência da palma do gênero Opuntia promoveu uma corrida louca por se identificar uma forma de combate a praga. Testou-se de tudo quanto era possível em termos de inseticidas, óleos minerais, detergentes, mas todos os métodos se apresentavam pouco eficazes e de difícil adoção. Foi aí que uma equipe do IPA liderada pelo pesquisador Djalma Cordeiro dos Santos soube que em uma propriedade no estado da Bahia um produtor contava com uma palma que não era atacada pela cochonilha do carmim. Palma esta que foi denominada Orelha de elefante mexicana. Provavelmente fruto das introduções primeiras ou do trabalho de pesquisadores da Embrapa Semiárido que nos oitenta haviam fornecido uma coleção de genótipos de palma com aproximadamente vinte acessos, dentre esses um conhecido como Orelha de elefante mexicana.
Este genótipo que também pode ser identificado como um clone ou uma variedade rapidamente foi adotada e em pouco tempo os governos estaduais iniciavam uma ampla campanha de difusão desse material, retomando-se o cultivo da palma na devida intensidade. O fato é que logo após a descoberta de um tipo resistente à praga e a sua difusão entre os produtores, o Nordeste foi submetido a uma seca que durou entre 2012 e 2018. Considerando o histórico de secas, seria uma catástrofe, mas por incrível que pareça a presença da palma forrageira fez com que na maioria dos estados nordestinos não houvesse redução da produção leiteira e, em alguns, a exemplo do Ceará, até um acréscimo durante este período.
Este relato é base para o relato sobre uma visita realizada esta semana à Estação Experimental do IPA, em Araripina, onde dois experimentos estão sendo conduzidos para ver como se adapta os novos genótipos de palma forrageira em diferentes regiões do estado, provenientes do programa de melhoramento genético liderado pelo pesquisador Djalma Cordeiro dos Santos, do IPA de Arcoverde que tem contado com a estreita colaboração do Programa de Melhoramento Genético Vegetal da UFRPE-UAST, de Serra Talhada.
Pode parecer pedantismo, mas sem sombra de dúvida o programa ao qual me refiro é o mais importante projeto de pesquisa para o semiárido dependente de chuvas no país. Ele demonstra maturidade, qualidade, visão estratégica, sendo a ponte entre o passado e o futuro da pecuária regional.
*Professor titular da UFRPE-UAST em Serra Talhada
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O PL está acusando a Polícia Federal e o Supremo Tribunal Federal de perseguição política diante da operação de hoje, mas deputados do Centrão admitem reservadamente que há indícios de desvio de verbas de gabinete parlamentar que precisam ser investigados.
“O PL tem razão em reclamar de uma perseguição política contra seus deputados. Mas, por outro lado, a operação de hoje da PF traz indícios fortes de desvio de verbas da cota parlamentar. Isso é muito ruim, os deputados do PL precisam cobrar explicações de seus assessores”, disse ao blog do Valdo Cruz, de forma reservada, um líder do Centrão.
Leia maisLogo cedo, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, fez ligações para deputados da cúpula da Câmara dos Deputados pedindo uma reação da Casa contra a operação que atinge o líder do PL, Sóstenes Cavalcante, e o deputado Carlos Jordy (PL-RJ), além de assessores dos dois parlamentares.
A PF deflagrou nesta sexta a operação Galho Fraco, com objetivo de aprofundar as investigações sobre um esquema de desvio de recursos públicos vindos de cotas parlamentares.
Eles são suspeitos de desviar verba pública para empresas de fachada, entre elas, uma locadora de veículos. Jordy negou qualquer irregularidade e disse que a empresa é usada desde o início dos mandatos (veja a nota aqui), Sóstenes ainda não se pronunciou.
Outro líder do Centrão acusa a PF de estar numa estratégia neste final de ano para acuar o Congresso Nacional, mas recomenda de forma reservada o afastamento de assessores suspeitos pelo menos até a conclusão das investigações.
No espaço de uma semana, foram realizadas três operações contra parlamentares. No STF e na PF, a resposta a esse tipo de acusação de perseguição política é que as investigações estavam em curso e foram encontrados fortes indícios que demandavam a realização de operações.
Segundo investigadores, a PF não pode fechar os olhos para indícios de corrupção, precisa investigar, lembrando que nesta semana a polícia fez uma operação contra um vice-líder do governo no Senado, Weverton Rocha (PDT-MA).
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O primeiro trem de carga comercial da Ferrovia Transnordestina chegará a Iguatu, hoje, trazendo da cidade de Simplício Mendes, no Piauí, um carregamento de milho exclusivo para a empresa Tijuca Alimentos, uma das maiores empresas avícolas do Ceará. Após chegar a Iguatu, o milho será transportado, em caminhões, para as fábricas de rações da Tijuca localizadas na Região Metropolitana de Fortaleza.
Essa viagem inaugural tem significativa importância para a Transnordestina Logística, empresa que constrói a estrada de ferro que, quando estiver concluída, ligará os campos de produção agrícola, industrial, agroindustrial e mineral do Piauí, Bahia, Pernambuco e Ceará ao Porto do Pecém.
Leia maisO trecho Simplício Mendes-Iguatu está pronto há alguns meses, mas só agora está autorizado a funcionar graças à licença ambiental de operação emitida pelo Ibama.
Em Iguatu há grande expectativa que a movimentação da Transnordestina traga também um crescimento econômico para o município. Iguatu terá o primeiro porto seco em operação do Ceará e muitas empresas já estão de olho no município.
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A Comissão de Administração Pública (CAP) da Assembleia Legislativa de Pernambuco encerrou o ano de 2025 com um balanço positivo de atividades, marcado por uma atuação intensa no debate de temas estratégicos para o Estado e pela análise de matérias de interesse direto da população pernambucana. Sob a presidência do deputado Waldemar Borges, o colegiado consolidou-se como um espaço permanente de diálogo, fiscalização e aperfeiçoamento das políticas públicas.
Ao longo do ano, a Comissão realizou 27 reuniões, promoveu oito audiências públicas e conduziu uma escuta da sociedade, ampliando a participação social e garantindo transparência às decisões legislativas. A agenda foi marcada por discussões relevantes sobre educação pública, saneamento, mobilidade urbana, infraestrutura, energia, gestão climática, valorização do serviço público e os impactos de reformas estruturantes, sempre com foco nos efeitos diretos sobre a vida dos cidadãos e dos servidores públicos.
Leia maisEntre os destaques das audiências, estiveram os esclarecimentos cobrados ao Governo do Estado sobre problemas na gestão da educação, o debate sobre a concessão dos serviços de água e esgoto, as dificuldades financeiras do transporte metropolitano e os riscos da privatização do Metrô do Recife. Também foram discutidas a renovação da concessão da Neoenergia, o balanço da gestão da Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC), a valorização dos servidores da UPE e os impactos da Reforma Administrativa. A escuta da sociedade tratou dos efeitos da extinção da Bandeprev, reunindo servidores e entidades para apresentar preocupações e demandas urgentes.
No campo legislativo, a Comissão recebeu e distribuiu 1.042 proposições, das quais 597 foram efetivamente discutidas ao longo do ano, envolvendo projetos de lei ordinária, projetos de lei complementar, propostas de emenda à Constituição e substitutivos. O volume expressivo de matérias analisadas reforça o papel da CAP como uma das comissões mais estratégicas da Alepe, responsável por avaliar a legalidade, a eficiência administrativa e o impacto das proposições sobre a gestão pública.
A atuação da Comissão também incluiu iniciativas de fiscalização, como o encaminhamento de requerimento ao Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco, solicitando a apuração de possíveis irregularidades em contrato firmado pelo Poder Executivo, reafirmando o compromisso do colegiado com o controle externo e a boa aplicação dos recursos públicos.
Ao apresentar o Relatório Anual de Atividades, o deputado Waldemar Borges destacou que o trabalho da Comissão em 2025 foi pautado pela transparência, eficiência e responsabilidade institucional, sempre buscando integrar as demandas da sociedade às deliberações legislativas. Segundo ele, o resultado alcançado é fruto do empenho coletivo dos parlamentares e do suporte técnico qualificado que dá sustentação às análises realizadas. “Quero agradecer a todos os deputados e deputadas integrantes da Comissão de Administração Pública, titulares e suplentes, bem como à equipe técnica e de assessoria, cujo trabalho foi fundamental para o bom andamento das atividades ao longo do ano. A Comissão reafirma, assim, seu compromisso de seguir contribuindo para o fortalecimento das políticas públicas e para o bem-estar do povo pernambucano”, concluiu.
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