Filho de cangaceiros do bando de Lampião lembra história marcante de reencontro com o pai e a mãe

Por Elcio Braga*

Apesar de ser apenas um bebê quando viveu no bando de Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião, o pernambucano Inácio Carvalho Oliveira, de 86 anos, carregou por grande parte da vida o peso de ser filho do cangaço. Para fugir de constrangimentos e das zombarias, deixou Tacaratu, pequena cidade no interior de Pernambuco, para viver no Rio de Janeiro, onde o passado entre os cangaceiros seria omitido. Curiosamente, aproveitou a oportunidade para se tornar um homem da lei. Fez carreira na Polícia Militar, onde foi reformado. Atualmente, entre todos que estiveram no bando de Lampião, apenas ele e a própria filha do rei do cangaço, Expedita Ferreira, de 92 anos, estão vivos.

Inácio é casado e mora com Maria Odete Moraes Carvalho, com quem teve um casal de filhos, em Vista Alegre, na Zona Norte do Rio. Lúcido e saudável, costuma passear pela cidade e manter uma rotina com boas caminhadas.

“Hoje, Inacinho e Expedita Ferreira, filha de Lampião e Maria Bonita, são as duas últimas pessoas que estiveram ‘dentro’ do cangaço e com Lampião ainda em plena atividade, se assim podemos dizer. Embora Expedita tenha permanecido alguns dias com os pais, ela não nasceu no cangaço. Maria se ausentou para o parto. Ficou em um ‘coito’ (esconderijo) até a criança nascer”, explica Geraldo Antônio de Souza Júnior, pesquisador do cangaço e responsável pelo canal Cangaçologia, no YouTube.

O último dos cangaceiros foi José Alves de Matos, o Vinte e Cinco, natural de Paripiranga (BA). Ele morreu aos 97 anos em 2014, em Maceió (AL). Lampião, Maria Bonita e mais nove integrantes do bando não resistiram ao ataque da volante (força de segurança) na Grota do Angico, em Sergipe, em 1938.

Lembranças turvas

O filho do cangaço não sabia quase nada sobre suas origens. Tudo o que conhecia até os 67 anos era que os pais, os cangaceiros Moreno e Durvinha, expoentes do bando de Lampião, o haviam deixado com o padre Frederico Araújo, pároco da pequena Tacaratu, no interior de Pernambuco. Uma carta acompanhava a criança: trazia o nome dos avós. Os pais alegaram que o bebê, ao chorar, vinha chamando a atenção das volantes que os perseguiam.

Depois da morte de Lampião, os pais tiveram de abandonar o cangaço às pressas. A perseguição aos cangaceiros remanescentes era intensa. Na fuga, Moreno e Durvinha cruzaram a pé por 60 dias o interior do Nordeste até Minas Gerais, onde passaram a residir escondidos. Durvinha ainda levou uma picada de cobra no caminho e quase morreu.

“Moreno, cujo nome verdadeiro era Antônio Ignácio da Silva, passou a se chamar José Antônio Souto, impossibilitando dessa forma ser descoberto pela Justiça e por antigos rivais. Durvalina adotou o nome de Jovina”, conta Geraldo.

Em 2005, aos 67 anos, Inácio estava sem esperanças de ter notícia dos pais. Mas a curiosidade da irmã mais velha Neli “Lili” Maria da Conceição daria fim ao segredo. Pressionada, Durvinha contou a ela que deixara um filho com um padre em Tacaratu antes de se mudar para Minas. O menino nascera debaixo de uma quixabeira, árvore espinhosa típica da caatinga, possivelmente em território alagoano (embora tenha sido registrado em Pernambuco). Neli ligou para a pequena cidade e deixou o contato para o suposto irmão retornar. Inácio, que morava no Rio, ligou de volta:

“Como é o nome da sua mãe?” Neli respondeu: “Jovina Maria da Conceição”. Aquilo foi um balde de água gelada, porque eu sabia que o nome da minha mãe era Durvalina”, relata Inácio, lembrando a frustração.

Mesmo assim, o PM reformado resolveu esticar a conversa e pedir para falar com a tal Jovina. Ele se emociona ao recordar.

“A senhora tinha um apelido? Era chamada de Durvinha? A senhora era do arrasta-pé?”, perguntou Inácio, citando detalhes que só a mãe biológica poderia saber.

“Como você sabe disso?”, respondeu Durvinha, dando a entender que sabia do que se tratava.

“Achei minha mãe”, concluiu Inácio, vibrando com a realização de um sonho que acalentou por toda a vida.

A ansiedade com a descoberta foi tão grande que Inácio viajou imediatamente do Rio para Belo Horizonte. Não queria perder tempo para encontrar a mãe, o pai e seus cinco irmãos que nem sequer sabiam da história do cangaço. Dois dias depois, ele chegou à casa da nova família, saudado com fogos e festa. Conforme combinado previamente, abraçou ao mesmo tempo o pai, a mãe e a irmã mais velha. Foi a melhor solução para o impasse: todos queriam abraçá-lo primeiro.

Só a partir daí Inácio saberia detalhes da vida dos pais no bando do rei do cangaço.

“Meu pai foi chefe de grupo do bando. Era como um quartel. Tinha um comando geral que era do Lampião. E eles espalhavam a companhia para um lado e para o outro. Senão a polícia atacava e matava todo mundo”, explica.

Moreno era reservado e pouco comentava sobre os tempos do cangaço.

“Meu pai precisava confiar muito na pessoa para falar alguma coisa. Ele contava as bravuras. Um dia, ele me disse: ‘Meu filho, tenho certeza que matei 22 pessoas. Só que foram mais. Só não contabilizei porque não fui lá conferir”, relata.

Durvinha se destacou no período do cangaço. Inicialmente, foi casada com Virgínio Fortunato da Silva Neto, o Moderno, morto em ação. Logo depois, ela se relacionou com outro integrante do bando, com o qual viveria o resto da vida. É ela que aparece num filme do caixeiro viajante sírio-libanês Benjamin Abrahão Calil Botto. Ela abre um sorriso e aponta a arma para a câmera. O filme que retrata em 14 minutos Lampião e seu bando no Sertão, entre 1935 e 1936, chegou a ser proibido na ditadura do Estado Novo. No entanto, os rolos empoeirados da película foram redescobertos em arquivo público em 1955.

Visão tolerante

Apesar de ter conhecido a mãe com idade muito avançada, Inácio guarda boas recordações da curta relação em visitas regulares ao longo de três anos.

“A minha mãe era uma doçura. Me colocava no colo e ficava fazendo carinho na minha cabeça”, recorda o PM reformado. “Me sinto feliz. Conheci meu pai, minha mãe. Foram casados de fato e de direito”, conta ele, que se abatia ao ler a expressão “pai desconhecido” em sua certidão de nascimento.

O reencontro com o filho possibilitou que os ex-cangaceiros voltassem a ter contato com os parentes deixados para trás, com a fuga da polícia e posterior troca de identidade. Após quase 70 anos, a família toda voltou a se reunir no Nordeste. Durvinha morreu aos 92 anos em 2008, e o marido, aos 100, em 2010.

Apesar de ter ficado ao lado da lei por ser PM, Inácio tem hoje uma visão mais tolerante sobre o cangaço.

“Várias pessoas já me perguntaram como classifico o cangaço. Se falarem que os cangaceiros são ladrões, é verdade: roubavam. Eles matavam e furtavam, mas com uma diferença. Eles roubavam o cabrito, o boi e outros animais para se alimentar e não para comprar drogas. O furto deles era para dar a quem tinha menos. Se o fazendeiro tinha muitas posses e era ruim, ele pedia dinheiro para dar aos mais pobres. Meu pai e minha mãe diziam que Lampião não era ruim. Era mau só quando faziam algo contra ele”, comenta Inácio.

Para o pesquisador Geraldo Júnior, Lampião é um mito que merece muitas reflexões sobre a História do Sertão. Mesmo 86 anos após sua morte, o rei do cangaço é motivo de debate acalorado entre admiradores e críticos.

“Há os que definem os atos de Lampião como heroicos, possivelmente por desconhecer a sua verdadeira biografia, enquanto outros o enxergam apenas como um bandido frio, cruel e sanguinário. Herói ou bandido? Uma resposta que jamais será unânime, mas que continuará ecoando através do tempo e atraindo curiosos e estudiosos”, opina.

Jornalista do O GLOBO

Veja outras postagens

Mais um secretário censurado  

Um dos maiores entraves que os auxiliares do primeiro escalão têm com a governadora Raquel Lyra (PSDB) está na forma dela se comunicar com a sua equipe. A ex-secretária de Defesa, Carla Patrícia, dizem as paredes do Palácio das Princesas, largou a pasta porque a chefona não tinha tempo para discutir as diretrizes do plano de segurança pública.

Executivo gabaritado, Evandro Avelar, que atuou com êxito no Governo João Lyra Neto, pai da governadora, não conseguiu ficar três meses no cargo de secretário de Infraestrutura, em razão de ter sido ignorado o tempo todo, enquanto assistia o diretor do Departamento de Estradas e Rodagem (DER), órgão vinculado à sua pasta, ser tratado de forma diferenciada pela tucana.

Já o ex-secretário de Agricultura, Aloisio Ferraz, também teve uma passagem efêmera pelo Governo, porque nunca conseguiu nomear sequer um contínuo, nem muito menos ser recebido para um despacho protocolar. E os exemplos se sucedem em várias áreas. O mais recente caso de fritura é o do secretário de Educação, Alexandre Schneider, importado de São Paulo.

Conforme o blog apurou em postagem da repórter Larissa Rodrigues, Schneider foi vítima de uma censura explícita e vergonhosa por parte da governadora. Na ânsia de agradar candidatos aprovados em concurso para professor no Estado, gravou um vídeo informando sobre a nomeação de 4,6 mil novos profissionais da área.

Mas, em seguida, a sua fala, estranhamente, sumiu das redes sociais. O que se comenta nos bastidores é que o paulista importado levou um tremendo puxão de orelha da governadora, porque jamais poderia ter anunciado a boa nova antes dela, que concentra em suas mãos, pelo Instagram, toda a comunicação do Governo, papel que caberia, neste caso, ao titular da pasta, que, como os demais, não tem autonomia sequer para informar uma boa nova da sua área.

É por essas e outras que o secretariado de Raquel, em geral, sem nenhuma exceção, morre de medo da cara feia dela, do seu estilo extremamente concentrador.

CHOROU, MAMOU! – Os aviões no Brasil só andam abarrotados, mas as companhias aéreas vivem reclamando que operam no vermelho. Mais uma vez, o Governo está se curvando às pressões do setor.  Enviou ao Congresso proposta que destina R$ 4 bilhões em recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac) ao socorro financeiro das empresas aéreas. A engenharia para atender as companhias de aviação foi aprovada em agosto pelos parlamentares e sancionada em setembro pelo presidente Lula (PT). A previsão é de que os empréstimos sejam operacionalizados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Dueire na queda de braço – Na coluna de ontem, cometi um lapso: o senador Fernando Dueire, que sucede a Jarbas Vasconcelos na Casa Alta, não é carta fora do baralho em 2026. Seu partido, o MDB, vai para uma queda de braço com o Republicanos para ocupar a segunda vaga de senador na chapa da oposição ao Governo do Estado, provavelmente liderada pelo prefeito João Campos (PSB), já que a primeira está reservada para Humberto Costa, candidato à reeleição pelo PT. Dueire vai medir forças com o ministro dos Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho (Republicanos).

Reforma e duas etapas – Ouvi, ontem, em Brasília, que o presidente Lula fará a primeira reforma do seu Ministério após as eleições municipais de segundo turno, marcadas para o próximo dia 27. Nesta, a senadora pernambucana Teresa Leitão (PT) seria promovida a ministra da Mulher, para abrir vaga no Senado ao primeiro suplente Sílvio Costa. Já a segunda etapa, bem mais ampla, se daria após o resultado da eleição de renovação das mesas diretoras do Senado e da Câmara, marcada para fevereiro. Em ambas, Lula abrirá mais espaço para o Centrão.

Nunes fisga eleitorado de Marçal – O favoritismo do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que aparece na dianteira em todas as pesquisas de segundo turno, tem uma explicação: 74% dos eleitores de Pablo Marçal (PRTB) migraram para ele, segundo a pesquisa Quaest. O candidato do PSOL, Guilherme Boulos, conta com o apoio de 13% dos paulistanos que votaram no empresário e influenciador no primeiro turno das eleições municipais. Entre os eleitores de Tabata Amaral (PSB), o psolista lidera com 54% das intenções de voto, enquanto 23% preferem votar no atual prefeito.

A mão salvadora de Raquel – Tão logo tome posse, em 1º de janeiro, o prefeito de São José do Egito, Fredson Brito (Republicanos), terá o primeiro desafio na mesma semana: promover com sucesso a Festa dos Reis, a mais tradicional e popular do município, que atrai uma multidão em toda região do Pajeú. Em entrevista ao Frente a Frente de ontem, ele disse, entretanto, que já conseguiu a mão estendida da governadora Raquel Lyra (PSDB), a quem apoiará na reeleição em 2026, para pelo menos cobrir as despesas com as atrações musicais.

CURTAS

NÃO DISPUTA – Mendonça Filho (UB) diz que Raquel Lyra tem em caixa R$ 5 bilhões para obras nos próximos dois anos e que diante da “revolução” que a tucana fará no Estado, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), arquivará o seu projeto de disputar o Governo do Estado em 2026.

PIROU – Ao ser informado das conjecturas de Mendonça, o deputado Waldemar Borges (PSB), um dos mais combativos opositores de Raquel na Alepe, assim reagiu: “Mendoncinha pirou. Está manifestando apenas o medo de Raquel de enfrentar João, que saiu das urnas fortalecido e tende a dar uma surra histórica na governadora”.

ALÉM DE PE – Quem imaginava que o prefeito João Campos fosse concentrar seus esforços para eleger aliados apenas em Paulista e Olinda, se enganou. Já esteve em Fortaleza, num ato do petista Evandro Leitão, e já confirmou sua presença, amanhã, no palanque da petista Natália Bonavides, em Natal.

Perguntar não ofende: Boulos ainda tem chances de reverter as pesquisas adversas em São Paulo, agora contando com Lula em seus atos?

Conheça Petrolina

Por Larissa Rodrigues

Repórter do blog

Embora o PL tenha optado por permanecer oficialmente neutro no segundo turno em Olinda, integrantes da legenda começam a apontar que a candidatura de Mirella Almeida (PSD) terá o apoio de membros do partido. O PL disputou o primeiro turno com Izabel Urquiza na cidade.

Nesta quinta-feira (17), o deputado estadual Renato Antunes (PL) afirmou, em debate em uma rádio, que mesmo com ressalvas votaria em Mirella. Ele disse que não há o mínimo de chances de apoiar a candidatura de Vinicius Castello (PT).

“Todos sabem que eu estive em Olinda caminhando e apoiando a candidata Izabel. Além de ser um quadro do meu partido, Izabel optou por fazer uma campanha propositiva, com sentimentos, mas com propostas reais para melhorar a cidade. É competente demais, um dos melhores quadros políticos de Pernambuco”, afirmou Antunes.

“Neste segundo turno, o partido optou pela neutralidade em Olinda, e eu concordo, mas não votaria no candidato do PT. Mesmo com alguns questionamentos e ressalvas, creio que Mirella é o melhor nome nesta disputa”, acrescentou.

A declaração do deputado Renato Antunes chega em um momento em que a candidatura de Mirella Almeida vem recebendo diversos apoios e gestos de líderes evangélicos e mais alinhados com a direita em Olinda. O deputado Alberto Feitosa (PL) foi à tribuna da Assembleia Legislativa esta semana criticar postagens antigas de Vinicius Castello que vazaram e tem cunho sexual.

Mirella é apoiada pela governadora Raquel Lyra (PSDB), enquanto Castello tem o apoio do prefeito do Recife, João Campos (PSB), e do presidente Lula (PT).

Por Larissa Rodrigues

Repórter do blog

O secretário de educação de Pernambuco, Alexandre Schneider, precisou apagar do Instagram um vídeo no qual informava a nomeação de 4.600 professores concursados, determinada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).

De acordo com fontes do blog, a ordem para apagar o vídeo teria sido da governadora Raquel Lyra (PSDB), para que os avisos de convocação sejam feitos somente pelo canal oficial do Governo do Estado, ficando apenas ela com a visibilidade e, como de costume na gestão tucana, o secretário permaneça sem holofotes.

Nos comentários do Instagram do secretário, várias pessoas questionam o motivo pelo qual ele apagou a postagem. Em um vídeo anterior, publicado há dois dias parabenizando os professores pelo dia dedicado à categoria, Alexandre Schneider menciona que iria anunciar em um próximo vídeo a entrada de novos professores na rede. Anunciou, mas apagou.

Pernambuco sem moral?

Um outro detalhe chama atenção no perfil do secretário: ele não se autodenomina como secretário de educação de Pernambuco. Na sua descrição (confira a imagem abaixo), ele prefere se apresentar como “ex-secretário municipal de educação de São Paulo, pesquisador e palestrante”.

Os advogados Almir Reis e Fernanda Resende realizaram, na tarde desta quinta-feira (17), a inscrição para as eleições da Ordem de Advogados do Brasil de Pernambuco (OAB-PE). O lançamento da candidatura da chapa “Renovação” foi realizado na sede da OAB, na Rua Imperador Pedro II, no bairro de Santo Antônio, área central do Recife, e reuniu centenas de apoiadores.

Esta não é a primeira vez que Almir Reis se lança como candidato a presidente da OAB de Pernambuco. Em 2021, ele obteve 49,25% dos votos da categoria, ficando a apenas 0,075% da vitória. Agora, ele volta com mais força e com uma base de apoio ainda maior, com foco na defesa da advocacia militante.

Antes de formalizar a candidatura, Almir e Fernanda se reuniram com os apoiadores e discursaram sobre a importância de trazer renovação e representatividade para presidência da OAB-PE.

“Eu estou feliz, entusiasmado e energizado. E olha que nem começou ainda, mas daqui a pouco minutos a gente vai entrar naquela porta [da OAB] e vai escrever os momentos mais importantes da história da advocacia pernambucana. Chegou a hora de renovar”, registrou Almir Reis, puxando um coro pedindo por renovação.

Em seu discurso, Fernanda Resende destacou a representatividade feminina na OAB-PE e convocou as mulheres advogadas. “Chegou a hora de devolver o nosso órgão de classe para a advocacia militante. As mulheres vão liderar este movimento. As mulheres vão em frente com a gente, as advogadas militantes, as advogadas autônomas, advogados do interior do Estado que vieram pessoalmente para esse momento histórico, advogadas celetistas e as advogadas mães. Aqui tem representatividade feminina real”, afirmou Fernanda.

O crescimento de Almir Reis na advocacia pernambucana ocorre diante da defesa por uma OAB mais moderna e transparente. As eleições estão previstas para o dia 18 de novembro de 2024 e serão eletrônicas e on-line pela primeira vez.

Os advogados irão escolher a diretoria e o conselho que conduzirão a OAB-PE e as 29 Subseções no triênio 2025 a 2027.

Do Diario de Pernambuco

Nesta quinta-feira (17), Mirella Almeida (PSD), candidata à Prefeitura de Olinda, concedeu uma entrevista ao jornalista Thiago Raposo, da TV Jornal, na qual reforçou sua trajetória e propostas para impulsionar o empreendedorismo no município. Durante a conversa, a postulante destacou sua experiência como secretária de Desenvolvimento Econômico e a atuação para a garantia da geração de mais empregos na cidade. 

“Eu fui secretária de Desenvolvimento Econômico e enquanto secretária eu tive a oportunidade de trazer grandes empreendimentos para dentro da cidade. A gente conseguiu gerar mais de 10 mil empregos de uns três anos para cá, fomentando não apenas a vinda e a oportunidade de novos negócios na cidade, mas fomentando principalmente o empreendedor local”, afirmou a candidata.

Mirella ressaltou a importância da capacitação como base para a empregabilidade e a valorização do potencial econômico local. A candidata contou que sua gestão deu atenção especial ao empreendedorismo das mulheres em situação de vulnerabilidade, promovendo inclusão social e retorno ao mercado de trabalho por meio de cursos e iniciativas de formação.

Entre as propostas de destaque, ela mencionou o Programa Consuma Local, que busca incentivar os moradores de Olinda a valorizarem os produtos e serviços da própria cidade, e a ampliação da Sala do Empreendedor, que visa oferecer apoio direto para microempreendedores nas comunidades, incentivando a formalização e o crescimento dos pequenos negócios locais.

Mirella também apresentou iniciativas como a capacitação e microcrédito, que oferecerão treinamentos e linhas de microcrédito para microempreendedores, ampliando suas oportunidades de desenvolvimento. Além disso, a candidata destacou o papel do hub tecnológico no Mercado Eufrásio Barbosa, no Varadouro, e os Polos de Economia Criativa e o projeto Olinda Digital, que visam promover inovação e o fortalecimento do setor de tecnologia na cidade.

No plano de governo de Mirella, há ainda um foco importante no turismo e na requalificação de áreas comerciais, com incentivos para a criação de polos gastronômicos, a instalação de centros empresariais e a captação de eventos nacionais e internacionais, como forma de fomentar a economia local e gerar novas oportunidades de negócios para Olinda.

“A gente vai continuar capacitando as pessoas, principalmente trabalhando no centro de capacitação para as mulheres do município. Quando a gente capacita, a gente coloca ela na realidade, de volta ao mercado de trabalho”, pontuou Mirella, destacando a importância de políticas públicas voltadas para o empreendedorismo e o desenvolvimento econômico da cidade.

O desembargador Bartolomeu Bueno, que também é poeta e compositor, criou um samba enredo – junto com Carlos Monteverde -, para concorrer ao samba enredo da Gigante do Samba em homenagem ao Maestro Forró no Carnaval de 2025.

Confira:

Por Larissa Rodrigues

Repórter do blog

As mensagens antigas do Twitter do candidato à Prefeitura de Olinda, Vinicius Castello (PT), com palavras duras contra o prefeito do Recife, João Campos (PSB), não devem abalar a relação atual entre os dois. João Campos tem ajudado Castello na campanha para o segundo turno e vai seguir colaborando com o aliado.

Em conversa com o blog, socialistas próximos ao prefeito do Recife, reeleito com ampla vantagem no primeiro turno, afirmaram que interpretaram as mensagens com tranquilidade e naturalidade, porque o contexto era outro, e que as mudanças de cenários e de visões sobre as pessoas mudam com o tempo.

Eleições 2020 e apoio a Marília Arraes

Nas eleições de 2020, Castello era aliado da ex-deputada federal Marília Arraes (Solidariedade), que concorria pelo PT para a Prefeitura do Recife, contra João Campos. Castello postou no Twitter que João era um “moleque”, além de também ter afirmado que o PSB estava fazendo uma “campanha vergonhosa”.

“Tenho certeza de que hoje essa não é a visão que Vinicius tem de João”, comentou uma pessoa do entorno de Campos. O próprio presidente estadual do PSB, o deputado Sileno Guedes, também saiu em defesa de Castello.

“Vinicius, hoje, representa um projeto político para Olinda que é o mesmo de João Campos para o Recife. Temos maturidade de saber que era outro contexto. Esse resgate de coisas do passado é mais uma tentativa de tumultuar o processo. Inclusive, Vinicius tem a representatividade de um projeto que une todo mundo”, afirmou Guedes.

Mais vazamentos e homofobia

Na última segunda-feira (14), Vinicius Castello desativou o Twitter, após mensagens antigas de cunho sexual também terem sido vazadas. O candidato afirmou no Instagram que tem sido vítima de ataques homofóbicos na campanha.

A coligação Frente Popular de Olinda (PT, PCdoB, PV, PSB, PSOL e Rede) já entrou com 18 representações na Justiça Eleitoral contra disseminadores dessa estratégia nas redes sociais. Vinicius poderá ser o primeiro prefeito LGBTQIA+ de Olinda, caso vença as eleições.

Dos 18 processos, 11 resultaram em liminares favoráveis para Castello e estão em vigência, motivando a retirada de conteúdos e proibindo os donos das contas de postarem informações difamatórias sob pena de multa. Duas outras representações foram desfavoráveis à coligação. As demais estão em análise.

Na sessão plenária desta quarta-feira (16), da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), a deputada estadual Rosa Amorim (PT) denunciou os recentes conflitos nas áreas rurais de Jaqueira, na Mata Sul, e em Santa Maria da Boa Vista, no Sertão pernambucano. 

“É uma onda de violência que vem se alastrando pelo estado de Pernambuco envolvendo famílias de trabalhadores rurais e famílias que lutam pela terra. São verdadeiras operações de guerra montadas para tirar as famílias do campo. São dezenas de viaturas, helicópteros, caminhões, que usam sua força em uma operação violenta e desumana que expulsou crianças, mulheres e idosos das terras do Acampamento Nova Boa Vista”, afirma a deputada.

O despejo do Acampamento Nova Boa Vista, na Zona Rural de Santa Maria da Boa Vista, aconteceu no último dia 9 e chocou pela truculência e abuso da Polícia Militar de Pernambuco, que prendeu dois militantes do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST). As dívidas do latifúndio da Farm Fruit, onde o Acampamento se instalou, superam o valor da terra e da indústria instalada, que está sucateada há mais de 20 anos sem uso produtivo. Depois desse despejo, as famílias reocuparam as terras.

Já no fim do mês de setembro, na Comunidade do Barro Branco, localizada na Zona Rural do município de Jaqueira, homens armados invadiram a comunidade e dispararam tiros contra agricultores e agricultoras. Os pistoleiros só saíram das terras no dia seguinte, depois que policiais chegaram ao local. Três pessoas foram baleadas, mas ninguém foi detido. As 1500 famílias já vivem e trabalham nas terras há gerações e tem direito às propriedades como posseiros. 

Rosa ressalta que o legislativo não deve se omitir diante dos casos. “O Estado precisa tomar parte, investigar e responsabilizar os culpados. A Comissão de Direitos Humanos recebeu hoje a denúncia de que policiais militares estão participando das ações contra a comunidade. Temos que cobrar do Estado os encaminhamentos, um deles a promoção de uma audiência pública para discutir os graves conflitos agrários que estão acontecendo no estado”, finaliza a parlamentar.

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados aprovou, ontem (16), o projeto de lei que cria o Dia Nacional do Brega. A iniciativa, de autoria do deputado federal Pedro Campos (PSB), segue agora para trâmite no Senado Federal.

A iniciativa faz parte de um conjunto de ações voltadas ao segmento com objetivo de pensar e implementar políticas públicas que fortaleçam o movimento brega na cena nacional. A data 14 de fevereiro, aniversário de Reginaldo Rossi, foi sugerida pelo autor do projeto para celebrar anualmente o estilo musical.

“Hoje é um dia para celebrar. O movimento brega é uma potência cultural, mas por vezes é estigmatizado e marginalizado. Esse projeto tem como objetivo dar voz ao movimento, impulsionar debates e expandir ainda mais o fomento de políticas públicas que coloque o brega e toda sua cadeia cultural e econômica em lugar de destaque no cenário nacional. Precisamos escutar, em Brasília, os movimentos, para que eles nos apontem o caminho que devemos seguir”, afirmou Pedro Campos, autor do projeto.

Para o pesquisador Thiago Soares, a aprovação da matéria na Câmara dos Deputados é fundamental para o movimento do brega,  gênero musical que representa a cultura brasileira e que está presente ao longo de mais de 60 anos no Brasil. “O Dia Nacional do Brega endossa importância cultural de um movimento subalternizado ligado às comunidades periféricas. A iniciativa representa um olhar do poder público sobre uma cultura marginalizada e traz à tona um debate mais amplo na sociedade, sobretudo, para reduzir os estigmas das formas culturais periferizadas, um acolhimento sob respaldo de lei”, afirmou o pesquisador.

Para o relator na CCJC, o deputado federal Felipe Carreras (PSB), o projeto de lei visa homenagear um gênero musical que, efetivamente, possui relevância cultural no Brasil. “O Dia Nacional do Brega faz uma justa homenagem a um gênero de grande importância cultural, com grande relevância na formação da identidade cultural brasileira e seu impacto significativo na música popular”, afirmou Carraras em parecer. 

Com o objetivo de melhorar o ambiente de negócios no Estado, a governadora Raquel Lyra anunciou, nesta quinta-feira (17), o fim da exigência do Fundo Estadual de Equilíbrio Fiscal (FEEF). A medida foi detalhada durante reunião na sede da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), que contou com a presença da vice-governadora Priscila Krause, e do presidente da FIEP, Bruno Veloso. O pleito antigo do empresariado foi atendido a fim de aumentar a competitividade de Pernambuco em relação a outros estados, criando um ambiente mais favorável ao desenvolvimento econômico e à atração de novos investimentos.

O Projeto de Lei com a implementação das mudanças no FEEF será enviado à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) nos próximos dias. “A extinção do FEEF foi construída com muito diálogo com os representantes da indústria. Desenhamos o melhor cenário possível, com a redução de maneira escalonada já a partir do próximo ano. Com o fim do Fundo, a indústria será mais estimulada a investir mais em Pernambuco e garantir mais competitividade para o nosso mercado interno. Temos a certeza de que depois de tantas negociações, vamos ter aprovação por ampla maioria na Alepe para fazer de Pernambuco um estado bom para fazer negócios e empreender, gerando emprego e renda para toda a população”, ressaltou Raquel Lyra.

A extinção do Fundo Estadual de Equilíbrio Fiscal (FEEF) ocorrerá de forma escalonada. A redução gradual da alíquota será de 2% ao ano, saindo de 10% para 8% em 2025, e de maneira sucessiva passará para 6% em 2026, 4% em 2027 e 2% em 2028; sendo zerada no ano de 2029. De acordo com a Secretaria da Fazenda, o valor pago mensalmente a partir de janeiro de 2025 não será superior ao valor pago no mesmo mês de 2024, proporcionando maior previsibilidade para o planejamento financeiro das empresas.

O secretário estadual da Fazenda Wilson José de Paula afirmou que o fim do Fundo de Equilíbrio Fiscal corresponde ao momento de crescimento econômico do Estado. “Esse é um pleito histórico do setor produtivo de Pernambuco e esse trabalho que a governadora fez tem como objetivo alcançar o equilíbrio das contas de Pernambuco. O FEEF visava ao equilíbrio fiscal do Estado num período muito difícil. Mas agora, nesse momento de retomada de crescimento de Pernambuco, a governadora entendeu que é hora de dar um fim a essa exigência do fundo de forma gradual”, explicou.

Além disso, as empresas terão a oportunidade de regularizar possíveis pendências referentes ao FEEF por meio de um parcelamento em até 60 meses, sem comprometer sua saúde financeira. Essa ação integra a política de conformidade fiscal, reforçando a importância da adesão aos programas de regularização tributária como ferramenta de apoio ao crescimento sustentável.

O presidente da FIEP, Bruno Veloso, ressaltou que a extinção do FEEF foi uma construção com diferentes atores. “Com a medida anunciada hoje, chegamos ao que consideramos um entendimento possível e viável para todos. A indústria recupera parte da sua competitividade, Pernambuco fortalece seu ambiente de negócios para manutenção e atração de investimentos e a sociedade próspera com mais oportunidades para geração de emprego e renda. Uma construção baseada no diálogo entre empresários, deputados estaduais e Governo do Estado”, considerou.

Já o secretário de Desenvolvimento Econômico, Guilherme Cavalcanti, afirmou que a iniciativa garante maior sustentabilidade econômica para o Estado. “Este Fundo foi instituído em caráter temporário até que os estados encontrassem equilíbrio fiscal. E Pernambuco conseguiu equilibrar suas contas a partir da gestão feita pela governadora Raquel Lyra. Essa é uma medida de justiça fiscal, de melhoria do ambiente de negócios e fortalecimento do tecido industrial de todo o Estado”, comentou.

Durante uma hora, o prefeito eleito de Buíque, Túlio Monteiro (MDB), ao lado da vice-prefeita eleita, Miriam Briano (PSDB), do prefeito Arquimedes Valença e do ex-prefeito Blesman Modesto, utilizou os microfones da rádio Buíque FM para agradecer os mais de 16 mil votos conquistados no último dia 6 de outubro e reafirmar compromissos de trabalho. Foi a primeira entrevista concedida após a vitória e já anunciou que o Carnaval 2025 será uma de suas prioridades nesse início de gestão. 

“Estou honrado de receber o bastão de seu Arquimedes e tenho um compromisso de honrar com o prefeito e o povo de Buíque toda a confiança depositada em nosso nome. Agradeço a toda a militância, a jacarezada, amigos, familiares e ao povo buiquense. Sei da responsabilidade que tenho pela frente e serei prefeito não apenas dos 16 mil eleitores, mas de todo o Buíque para dar sequência ao trabalho e avançar com o desenvolvimento de Buíque”, afirmou Túlio.

Sobre a formação da equipe de transição e de governo, Túlio afirmou que nos próximos dias apresenta a equipe que vai conduzir o processo. Já sobre o secretariado, afirmou que a composição em breve será conhecida pela população, afirmando que em “time que se ganha se busca melhorar ainda mais”.

A Assembleia Legislativa aprovou, nesta quarta-feira (16), requerimento de autoria do deputado Antônio Moraes (PP), estabelecendo a criação de uma Comissão Parlamentar Especial (CPE) para celebração do Bicentenário da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE), que será comemorado no dia 11 de junho de 2025. 

O colegiado tem como objetivo principal atuar em conjunto com representantes do Governo do Estado, da Secretaria de Defesa Social e da própria PMPE, além de organismos da sociedade civil, na realização de debates, audiências públicas e solenidades comemorativas em homenagem aos 200 anos de existência da instituição.

De acordo com a proposta aprovada, a comissão parlamentar visa enaltecer a importância da Polícia Militar, agregando ao colegiado os deputados ligados de alguma forma à área de segurança. O próprio Moraes é delegado especial aposentado e, além dele, cumprem mandato na Assembleia Legislativa outros delegados, comissários e agentes da Polícia Civil, assim como oficiais e soldados reformados da PMPE. Como autor do requerimento, o próprio Moraes já tem assento garantido como membro titular do colegiado, que será composto por dez parlamentares, indicados pelos líderes das bancadas.

“Para ressaltar a relevância dos serviços prestados ao povo pernambucano pela Polícia Militar ao longo de dois séculos de existência, a comissão parlamentar especial promoverá ao longo de 120 dias vários debates, audiências públicas, sessões solenes e eventos com alunos da rede pública que estimulem estudos e redações sobre a história da instituição. Quem sabe, até podemos editar um livro sobre a trajetória da gloriosa PMPE, ou reeditar algum material já existente”, explicou Antônio Moraes.

A Polícia Militar foi fundada em 1808, inicialmente como Corpo de Polícia, passando em seguida por outras denominações, como Força Pública e Força Policial. A instituição passou por várias mudanças e modernizações até que, em junho de 1825, recebeu a denominação de Polícia Militar de Pernambuco, incorporando novas tecnologias e práticas. Hoje, a PMPE está presente em todos os 184 municípios do Estado, como símbolo da segurança pública. “Nos últimos anos, a PMPE vem enfrentando novos desafios, como a violência urbana e necessidade de adaptação permanente às transformações socioculturais e às frequentes demandas da sociedade”, concluiu Antônio Moraes.