O comando do Exército proibiu qualquer iniciativa de manifestações em frente a quartéis do Exército em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. A diretriz do comandante da Força, Tomás Paiva, busca preservar a área militar dos quartéis de qualquer manifestação política, seja voltada para análise do trama golpista pelo Supremo Tribunal Federal, que inicia a partir desta terça-feira, ou devido as comemorações do 7 de Setembro.
A Força acompanha de forma de discreta os desdobramentos do julgamento na Corte e trabalha para evitar que a tensão política do caso impacte na rotina dos quartéis. A mesma ordem valerá para a hipótese de Bolsonaro, se condenado, seja enviado para cumprir eventual pena em uma repartição militar. Neste caso, também não será permitido acampamentos ou manifestações nas proximidades das áreas militares. As informações são do jornal O Globo.
Leia maisDos oito réus do chamado “núcleo crucial” da ação, seis são militares: o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens; os ex-ministros Paulo Sérgio Nogueira, Braga Netto e Augusto Heleno e o ex-comandante da Marinha Almir Garnier. Também serão julgados o ex-ministro Anderson Torres e o deputado federal Alexandre Ramagem.
Também como reflexo do julgamento, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal reforçou o esquema de segurança na Praça dos Três Poderes e em alguns pontos da capital. Além de mais efetivo na praça, policiais vão ficar nas ruas que dão acesso às residências oficiais da Câmara dos Deputados e do Senado.
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI), responsável pelos prédios presidenciais, está colocando gradis em volta do Palácio do Planalto. Também haverá um reforço de segurança nas instalações do Planalto, do Palácio da Alvorada e do Jaburu, residências oficiais da Presidência da República e da vice-presidência.
O secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, explicou que além do aumento de efetivo nessas regiões e utilização de gradis, haverá revista de pessoas que se aproximarem da Praça dos Três Poderes e estiverem portando mochilas, assim como ocorre em dias de grandes eventos culturais na Esplanada dos Ministérios. Haverá ainda o uso de drones.
— O Supremo permitiu que pessoas assistam ao julgamento lá de dentro. A gente tem alertado que faremos a revista das pessoas que forem para a Praça dos Três Poderes — explicou Avelar.
Também haverá um núcleo de inteligência montado na SSP, com a participação de policiais legislativos e servidores do governo federal, para identificar possíveis riscos ao longo da semana. A previsão é que esta célula fique montada até o dia 8 de setembro, podendo ser prorrogado.
O STF inicia na terça-feira o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; participação em organização criminosa armada; dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima; e deterioração de patrimônio tombado.
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