De bigu com a modernidade

Carro ‘popular’: quem ganha com ele?

Não estranhem ver aqui um apaixonado por carros ‘falando mal’ deles. É que esse arranjo do governo federal para incentivar a volta do “carro popular” tem vários poréns e porquês. Como se sabe, as medidas anunciadas na quinta-feira preveem desconto de até 11% sobre os preços modelos de até R$ 120 mil: quanto menor o valor do modelo, maior o desconto.

Para tanto, o governo abre mão de impostos. Bem, entra governo, sai governo e o setor automotivo sempre é incentivado, beneficiado, bajulado. O ex-presidente Itamar Franco, por exemplo, entrou no lobby da Volkswagen e em 1994 relançou o Fusca por US$ 6,8 mil (exatos R$ 6,8 mil). Já era um modelo relativamente caro – e ruim – para os padrões da época: o motor 1600 a álcool gerava ‘incríveis’ 58,7 cavalos, não tinha airbag, ABS etc. Hoje, custaria um pouco mais de R$ 80 mil.

Ônibus e trens – Pois bem, e se o governo reduzisse impostos e investisse em ônibus e trens urbanos? É o que pedem várias organizações e instituições que estudam o tema mobilidade no Brasil. A coalizão Mobilidade Triplo Zero, nova rede de movimentos sociais que luta para que esse tema seja uma forma de garantir mais democracia e dar voz à sociedade civil, divulgou uma dura nota sobre a intenção de o governo federal lançar um plano de incentivo à retomada do setor automotivo.

Elas são claras: a ideia do ‘carro popular’ é um retrocesso para o cenário atual ainda mais grave do que foi a ação semelhante realizada após a crise de 2008.  Afinal, hoje, reforçam, a sociedade se vê obrigada a defender as causas climáticas com ações eficientes de curto, médio e longo prazo. E lançar um pacote de ações para socorrer a indústria automobilística será um retrocesso sob a ótica da mobilidade urbana sustentável, quando o país perderá a chance de, finalmente, ser protagonista com a narrativa da proteção climática.

Discurso verde – Os autores dizem ainda que é fundamental considerar a contradição de ter um discurso amplo internacionalmente sobre o clima, enquanto as políticas internas caminham numa direção completamente díspar, com um pacote estimulante ao transporte individual, que prevê a ampliação das linhas de crédito e reduções tributárias para os fabricantes.

Todos sabemos: o automóvel é o maior poluidor das nossas cidades. Então, que o foco do governo, se realmente busca um futuro equitativo e verde, deve ser no transporte público, na mobilidade a pé e por meio da bicicleta. Precisamos, dizem os autores, de um sistema de transporte com triplo zero: zero emissões, zero mortes e zero tarifa.

A Coalizão Mobilidade Triplo Zero é formada por instituições como a Fundação Rosa Luxemburgo, Idec, Observatório da Mobilidade de Salvador, Observatório dos Trens do Rio de Janeiro, Movimento Passe Livre etc.

E o vendedor de usados? – Se abriu para um, abre para outro? Depois de o governo federal favorecer com subsídios e desonerações a indústria de carros, os revendedores de veículos seminovos e usados no país também querem “um olhar” do governo federal para eles. A Fenauto, a federação desses revendedores, divulgou comunicado em que diz serem bem-vindas todas as medidas e decisões que venham a movimentar o mercado de veículos no país, favorecendo, direta ou indiretamente, o ambiente.

Mas pede que “alguns movimentos” do governo federal favoreçam, também, o mercado de seminovos e usados, já que se deve vislumbrar a cadeia automotiva como um todo. “A questão não é apenas auxiliar a indústria (que hoje apresenta uma capacidade ociosa de produção)”, reforçam. “Mas as concessionárias e o consumidor final”, dizem os associados.

A Fenauto diz “saber” que é natural que os veículos zero 0Km dessas categorias (de R$ 120 mil), em um primeiro instante, venham a concorrer de forma mais acirrada com os seminovos e usados. Mas a entidade entende que as montadoras e a indústria nacional (que, reforçam, ainda se encontra bem defasada em relação a de outros países), necessitam sim de incentivos, mas que não devem ser as únicas beneficiadas.

Por isso, os revendedores querem que a cadeia que compõe o setor automotivo brasileiro (autopeças, seminovos e usados, mecânicas, implementos, acessórios etc.) também precisa e merece ser desonerada.

Mobilidade elétrica – E por falar no assunto, vale lembrar que a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou um projeto de lei, de autoria da senadora Leila Barros (PDT/DF), que cria uma política de incentivo tributário à pesquisa de desenvolvimento da mobilidade elétrica no Brasil. E ele exige o seguinte: as empresas automobilísticas beneficiadas por renúncias fiscais deverão aplicar 1,5% da redução de impostos em pesquisas sobre o desenvolvimento de pesquisas sobre o tema.

Ônibus elétricos – Estamos, finalmente, voltando à era dos trólebus? Esta semana, a VW Caminhões e Ônibus anunciou que começou a testar no Brasil seu primeiro protótipo de ônibus elétrico. Ele circula, por enquanto, no campo de provas de Resende, no interior do Rio, e também por vias de cidades da região. Com piso alto ou baixo, ele possui 350 km de autonomia. Vários municípios já usam esse tipo de veículo nas ruas, de várias marcas e capacidades distintas. Mas estamos bem longe do que fazem o Chile e a Colômbia.

Seminovos – preços variam até 34% – A startup do setor automotivo Mobiauto acaba de realizar uma pesquisa em sua base de dados que apura as cotações regionais de alguns dos principais campeões de vendas do mercado nacional. O levantamento verificou os preços de Fiat Strada, Renault Kwid e VW Gol, sempre ano-modelo 2022, em diversos estados do país no primeiro quadrimestre de 2022 e repetiu a pesquisa neste ano. Veja como ficou a variação no Brasil.

MarcaModelo
Ano
Jan/Abr 2022Jan/Abr 2023Variação
RenaultKwid2022R$ 60.368,67R$ 58.072,78-3,80%
FiatStrada2022R$ 107.869,01R$ 100.303,52-7,01%
VWGol2022R$ 73.248,13R$ 63.296,79-13,59%

Inúmeras conclusões podem ser tiradas desse levantamento. “Além de você apurar qual foi a desvalorização desses três veículos neste último ano, mostrando regionalmente quais foram os melhores negócios, a pesquisa feita por nossa equipe fornece um mapa precioso para lojistas e revendedores”, explica Sant Clair Castro Jr., consultor automotivo e CEO da Mobiauto.

Ele exemplifica. “A diferença de preços da mesma Fiat Strada 2022 no Distrito Federal e em Santa Catarina é de 34%. Isso é um terço do valor do carro! Ora, o que eu faço se sou um revendedor catarinense? Vou rechear meu estoque com unidades compradas em Brasília. O lucro será enorme”, sugere.

Renault Kwid

EstadoJan/Abr 2022Jan/Abr 2023Variação
AMR$ 58.516,67R$ 52.700,00-9,94%
BAR$ 58.611,67R$ 54.540,00-6,95%
CER$ 60.518,00R$ 54.948,00-9,20%
RJR$ 58.939,28R$ 55.340,37-6,11%
ROR$ 62.704,29R$ 55.474,62-11,53%
MTR$ 56.978,18R$ 55.720,22-2,21%
PER$ 59.852,95R$ 56.201,51-6,10%
PAR$ 60.443,85R$ 56.265,25-6,91%
PBR$ 60.112,50R$ 56.422,50-6,14%
MGR$ 59.154,50R$ 56.520,06-4,45%
MSR$ 59.596,67R$ 56.745,65-4,78%
GOR$ 59.538,56R$ 57.164,77-3,99%
DFR$ 59.744,08R$ 57.540,29-3,69%
PRR$ 62.355,66R$ 57.823,68-7,27%
SPR$ 60.325,93R$ 58.740,86-2,63%
SCR$ 61.162,34R$ 59.347,33-2,97%
RSR$ 58.100,00R$ 61.388,895,66%

Em outra proporção, o consumidor final pode se beneficiar dessa variação estadual nos preços. Ao revender seu Renault Kwid, por exemplo, um carioca poderia obter por seu modelo uma cotação cerca de 10% mais alta no Rio Grande do Sul.

Fiat Strada

EstadoJan/Abr 2022Jan/Abr 2023Variação
DFR$ 89.960,00R$ 84.791,88-5,75%
CER$ 98.900,00R$ 86.550,00-12,49%
PRR$ 93.082,50R$ 88.280,41-5,16%
PER$ 101.718,00R$ 93.932,22-7,65%
MGR$ 102.830,16R$ 98.016,09-4,68%
SPR$ 106.409,34R$ 100.228,16-5,81%
MTR$ 112.412,08R$ 100.358,60-10,72%
SCR$ 118.397,50R$ 113.622,50-4,03%

“Os mais de 10 mil revendedores espalhados por todo o Brasil que anunciam na nossa plataforma estão atentos a essas variações. Não é raro assistirmos ao trânsito interestadual na revenda dos carros anunciados na Mobiauto”, destaca o executivo.

Volkswagen Gol

EstadoJan/Abr 2022Jan/Abr 2023Variação
RSR$ 67.110,45R$ 58.837,27-12,33%
MSR$ 64.740,00R$ 59.087,50-8,73%
PER$ 66.960,00R$ 59.578,11-11,02%
GOR$ 69.101,61R$ 60.245,66-12,82%
MGR$ 66.625,62R$ 60.262,54-9,55%
RNR$ 64.918,57R$ 60.475,16-6,85%
BAR$ 65.365,00R$ 60.488,90-7,46%
PBR$ 65.740,00R$ 60.706,00-7,66%
PRR$ 65.607,14R$ 61.606,43-6,10%
AMR$ 64.672,50R$ 61.700,31-4,60%
SCR$ 65.976,25R$ 62.387,50-5,44%
SPR$ 73.173,67R$ 63.138,32-13,71%
ROR$ 72.695,00R$ 63.392,86-12,80%
MTR$ 71.483,84R$ 63.700,42-10,89%
DFR$ 69.623,54R$ 63.785,00-8,39%
MAR$ 63.980,91R$ 63.968,33-0,02%

Por ser um país muito grande, com diferenças significativas de poder aquisitivo e hábitos de consumo, além do resultado direto da ação comercial das concessionárias regionais de cada marca, o Brasil é um celeiro de oportunidades para realização de bons negócios no meio do varejo, ainda mais quando uma empresa como o Mobiauto se presta a realizar esse tipo de pesquisa. Dentre as centenas de milhares de anúncios que recebe em sua plataforma mensalmente, vindas de todos os estados, bastou aos pesquisadores apurarem a variação de preços de janeiro a abril de 2022 versus o mesmo período deste ano, com o intuito de verificar a depreciação de cada carro e em cada estado.

Maverick, a primeira picape híbrida – A Ford acaba de apresentar uma caminhonete pioneira, com autonomia de mais de 800 km e consumo combinado de 14,6 km/l. Ela ainda tem desempenho: aceleração de 0 a 100 km/h, por exemplo, é feita em 8,7 segundos. A Maverick chega em apenas uma versão: a de luxo Lariat. E pelo mesmo valor da versão FX4 equipada somente com motor a combustão: R$ 244.890. O sistema de propulsão híbrida é composto por um Atkinson 2.5 a gasolina e um elétrico e gera uma potência combinada de 194cv e permite ao veículo rodar 15,7 km/l na cidade e 13,6 km/l na estrada, com uma autonomia invejável de mais de 800 km. É bem mais econômica até que as picapes e SUVs a diesel, A Ford trará este ano ainda o Mustang Mach-E e van E-Transit.

Jeep Avenger será mineiro – O site Autos Segredos relevou que  Stellantis já está tocando o processo de nacionalização do Jeep Avenger, ao começa a fazer cotações com fornecedores. Segundo o jornalista Marlos Ney Vidal, o SUV será o primeiro Jeep fabricado em Betim (MG).  O modelo, uma espécie de miniRenegade, foi apresentado na Europa em setembro do ano passado. A base é francesa, mas as linhas mantêm a origem americana.

Sete erros que ferram o motor do carro – Preencher o sistema de arrefecimento apenas com água, utilizar o óleo errado e não trocar o filtro de ar estão entre os principais equívocos. Por isso não esqueça: o motor do carro, responsável por transformar a energia da queima do combustível em movimento, precisa ser bem cuidado. A Motul, multinacional especializada em lubrificantes, preparou uma lista com os 7 erros que não devem ser cometidos no carro para manter o seu bom funcionamento. Confira abaixo:

1. Abastecer o sistema de arrefecimento apenas com água

O sistema de arrefecimento regula a temperatura para que esteja sempre no valor ideal. Um dos erros mais comuns é utilizar água para fazer a manutenção do sistema. “Usar apenas água pode causar aumento da tendência à corrosão e formação de depósitos no sistema de circulação. Esses depósitos vão obstruir a passagem do fluído de arrefecimento, aumentando a temperatura de trabalho do motor. Com o tempo, isso levará a um desgaste nas peças e causará vazamentos que podem danificar totalmente o motor”, explica Danilo Silva, engenheiro de Aplicação da Motul Brasil.

2. Usar o óleo errado no motor do carro

Na hora de escolher o óleo para o motor do carro, é preciso levar em consideração a viscosidade, a norma da montadora e sua base (mineral, semissintético ou sintética). Um lubrificante fora da especificação recomendada pode não proporcionar a espessura de filme de óleo projetada para aquele motor e não atender os requisitos de desempenho impostos pela montadora. A espessura e especificações incorretas podem comprometer a eficiência do motor, aumentar o consumo de combustível e danificar os componentes internos.

3. Não trocar o filtro de ar do motor do carro

“O filtro garante que o ar que chega ao motor esteja livre de impurezas para a queima do combustível. Quando não fazemos a manutenção correta, o ar levado até o motor pode conter partículas que poderão potencializar o desgaste, danificar outras peças e interferir na combustão, gerando maior gasto de combustível”, diz Silva. Consumo de combustível mais alto e falta de força do motor podem indicar que está na hora de substituir o filtro de ar do motor. A vida útil de um filtro, considerando uma condição de uso normal urbano, é de 10 mil quilômetros ou um ano de uso.

4. Ignorar as velas de ignição

Nos motores de ciclo Otto, as velas de ignição são responsáveis por gerar a centelha que inicia a combustão da mistura de ar e combustível, cuja energia da expansão é transformada para movimentar o veículo. Com o tempo, o desgaste das velas causa dificuldade na hora de dar partida no veículo, perda da performance, e possivelmente, aumento do consumo de combustível – pode também ser responsável por danificar a bobina de ignição, gerando um prejuízo ainda maior. O ideal é verificar as velas e o cabo de ignição de acordo com o plano de manutenção do manual do proprietário do veículo.

5. Misturar marcas e especificações de fluidos

Misturar lubrificantes e fluidos de diferentes marcas e especificações pode causar perda de desempenho, desgaste e danos para as peças, até quebrar o motor do carro. “Para evitar o uso indevido de um produto, o manual do fabricante precisa ser o seu livro de cabeceira. Assim, você não cairá no erro de optar pelo produto mais barato da prateleira acreditando que ele atenderá as especificações da montadora”, aconselha Silva.

6. Maus hábitos de direção

Além de problemas relacionados à manutenção do automóvel, alguns erros de direção praticados pelo motorista podem estragar o motor, como trocar a marcha na hora errada, manter o pé apoiado sobre o pedal de embreagem, assim como a mão apoiada sobre a alavanca do câmbio, e acelerar agressivamente logo depois de dar a partida ou com o motor ainda frio.

7. Não seguir o plano de manutenção

Cada componente do veículo tem uma vida útil que varia conforme as condições de uso. Quando esse tempo se esgota, está na hora de realizar a manutenção. “Fique atento às recomendações sobre os intervalos de troca e manutenção. Assim, você evitará que o veículo se sobrecarregue, causando danos nas peças, o que acarretará um gasto ainda maior”, indica o engenheiro da Motul.

Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.

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A Polícia Federal deve indiciar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado no Brasil após o resultado das eleições presidenciais de 2022.

Ex-ministros como o general Augusto Heleno (GSI), Braga Netto (Defesa), além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, também devem aparecer no relatório final das investigações.

A expectativa é de que o relatório final das investigações seja enviado ainda hoje ao Supremo Tribunal Federal (STF). Como mostrou a CNN, a PF já considerava ter elementos para o indiciamento do ex-presidente desde de junho.

O analista da CNN, Caio Junqueira, antecipou que a conclusão do relatório da PF deve acontecer nesta semana.

Da CNN Brasil.

Petrolina - Testemunhal

A Rússia disparou em combate pela primeira vez na história um míssil intercontinental desenhado para uso em guerra nuclear, em um ataque contra a Ucrânia. Segundo a Força Aérea de Kiev, ele carregava múltiplas ogivas convencionais e atingiu a cidade de Dnipro na madrugada desta quinta (21).

A acusação da Força Aérea ucraniana foi confirmada por analistas consultados pela reportagem a partir de imagens georreferenciadas de redes sociais.

Já as redes americanas ABC e CNN dizem que autoridades ocidentais têm dúvidas acerca do modelo usado, apesar de vídeos serem consistentes com a chegada de ogivas múltiplas dos chamados ICBMs (mísseis balísticos intercontinentais, na sigla inglesa).

São seis salvas com vários objetos, que não causam grandes explosões, sugerindo o emprego de munição cinética —que usa sua velocidade terminal hipersônica para causar grande estrago, sem precisar de explosivos.

Analistas especulam que pode ser um modelo balístico de alcance intermediário, o IRBM, igualmente desenhado para uso em guerras nucleares e nunca posto em combate. Sem comprar versões, o renomado especialista russo Pavel Podvig escreveu no X que o ataque “deve ser levado a sério”.

Em meio a uma entrevista coletiva, a porta-voz da chancelaria russa, Maria Zakharova, atendeu uma ligação no celular cujo teor vazou no microfone: nela, alguém dizia a ela para não “comentar o ataque com míssil balístico”. Se foi algo planejado para aumentar o suspense em torno da questão, não se sabe.

A ação, envolveu outros mísseis, de todo modo representa uma dramática sinalização simbólica na guerra, que vive um perigoso momento de escalada.

Ele começou no fim de semana, quando foi revelada a autorização dada pelos Estados Unidos para que Kiev pudesse empregar mísseis americanos com alcance de até 300 km contra alvos dentro do território russo.

O governo de Volodimir Zelenski, muito pressionado no campo de batalha, pedia havia meses a medida e, já na terça (19) promoveu o primeiro ataque contra um arsenal russo a 150 km de sua fronteira.

Na véspera, o presidente Vladimir Putin havia dado mais uma cartada nuclear na disputa, editando a revisão de sua doutrina de uso de armas atômicas. O texto é bem mais duro do que o especulado: além de prever retaliação com esses armamentos em caso de qualquer ataque convencional, considera países e alianças que apoiem tal ação alvos legítimos.

Com isso, Putin colocou no papel o que vinha falando havia meses. Zelenski e outros líderes ocidentais o acusavam de mais um blefe e foram em frente.

Na quarta (20), Kiev usou pela primeira vez mísseis de cruzeiro britânicos Storm Shadow contra a Rússia, e seguindo seu manual: disparou 12 modelos de forma concentrada contra a região de Kursk, para dificultar sua interceptação.

Repetiu a dose com dois mísseis nesta quinta, que a Rússia disse ter derrubado. Mas a resposta de Moscou contra Dnipro traz um sombrio simbolismo.

Segundo a mídia ucraniana, foi empregado contra a cidade um modelo RS-26 Rubej (fronteira, em russo), uma versão menor do míssil RS-24 Iars (acrônimo para Foguete de Dissuasão Nuclear), um dos esteios das forças estratégicas de Putin.

Ele foi desenhado para guerras nucleares, podendo levar estimadas quatro ogivas com potência equivalente a cerca de 20 bombas de Hiroshima cada. Mas também é possível configurá-lo para levar mais ogivas convencionais.

A questão é que, para a Rússia, não faz sentido militar empregar tal arma. O RS-26 é muito caro, complexo e em número reduzido para uma ação rotineira da guerra, no caso o ataque a uma área de produção militar em Dnipro.

Ele é feito para atingir países distantes, tendo um alcance estimado em 5.800 km. Kiev diz que ele foi lançado da região de Astrakhan, de uma base a cerca de 800 km a leste de Dnipro. O alvo foi a fábrica militar Iujmach.

Contra a hipótese de ser um ICBM há o fato de que, por acordo, todo lançamento desse tipo de míssil em testes pela Rússia e os EUA tem de ser notificado antes, restando saber se a regra vale em guerra. Há cerca de 400 ICBMs no arsenal de cada um dos rivais nucleares.

Se Moscou de fato uso a arma, algo que o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, não comentou, quis com isso mandar um recado eloquente para Kiev, Washington e aliados, associando sua mudança de postura nuclear ao emprego de um míssil criado para esse tipo de ataque.

Nunca antes um ICBM ou um IRBM havia sido empregado em uma guerra. Nas grandes potências nucleares, eles são a base da força de ataque, combinados com modelos lançados por submarinos e mísseis ar-terra e bombas de gravidade carregadas por bombardeiros.

Analistas são unânimes em dizer que os mísseis ocidentais, em especial no número limitado que Kiev dispõe, não irão mudar o rumo da guerra —que, nesta quinta, viu a Rússia tomar mais uma cidade no leste ucraniano. Mas o impacto doméstico das ações pode ser grande, o que é inaceitável para o Kremlin.

O ataque desta quinta também atingiu outros pontos da região de Dnipro. Seis de sete mísseis de cruzeiros subsônicos Kh-101 foram derrubados, disse a Força Aérea, e um hipersônico Kinjal atingiu o solo. Não há relato de vítimas ainda.

Da Folha de São Paulo.

Conheça Petrolina

Por Mônica Bergamo
Da Folha de São Paulo

O presidente do PSD, Gilberto Kassab, afirmou a empresários na terça (19) que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), tem mais chance de ser candidato a presidente da República em 2030 do que em 2026, quando poderia enfrentar Lula (PT).

“Está na cara que o Tarcísio vai ser presidente da República. Aposto qualquer coisa”, afirmou ele no encontro, organizado pelo grupo Esfera Brasil.

“Pode ser em 2026? Pode, mas acho difícil”, seguiu.

Uma das razões seria a pretensão de Jair Bolsonaro (PL) de ser o candidato da direita, “mesmo preso”. Kassab notou que o ex-presidente reafirma que participará da corrida eleitoral mesmo estando inelegível por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), “mesmo preso”. E que, diante disso, a alternativa mais provável para Tarcísio é disputar novamente o comando do estado de São Paulo.

“Ele já se definiu como candidato à reeleição para governador”, diz Kassab, que é secretário de Governo de Tarcísio. “E esse é o melhor cenário para todos nós, brasileiros. Porque, se der chabu no plano nacional, São Paulo segura o Brasil.”

“A minha impressão é que o Tarcísio vai realmente ser candidato para presidente em 2030”, afirmou ele ainda, para ressaltar a força da candidatura.

“Eu não vejo adversário. Existe uma união tão grande de forças ao lado de Tarcísio que nunca vi igual. Nunca teve um gestor tão bem avaliado como ele. Tarcísio não tem adversário. Só não fala que é simpático a ele o petista, porque não tem como. Mas, mesmo assim, no bastidor, [o petista] reconhece que ele está sendo um bom governador. Tarcísio é muito qualificado.”

Kassab afirmou também que o PSD pode repetir a decisão de 2022, quando não teve candidato a presidente e liberou seus filiados para apoiarem quem quisessem.

Afirmou, no entanto, torcer para que Lula se reeleja —o PSD tem três ministérios no governo dele.

Apesar da torcida, Kassab criticou o presidente, em especial na área econômica.

“O Lula hoje caminha com dificuldade para a reeleição. A economia vai bem, mas não acredito que isso vai perdurar por muitos meses. Há 10 dias, houve aquela explosão do dólar. Ele se assustou e pediu para o [ministro da Fazenda, Fernando Haddad] não viajar [para a Europa, onde tinha compromissos]. Veio o G20, e parou. Eu espero que o Lula leve a sério essa proposta [de corte de gastos], senão vai voltar aquela instabilidade de 15 dias atrás”, previu.

“Mas eu gosto do presidente Lula. É uma judiação para o Lula encerrar a carreira com um mau governo. Eu acho que ele está errando na economia. O capital globalizado não escolhe, não tem país. Se não tem confiança, ele vai embora. O [capital] brasileiro vai embora, e o de fora não vem”, seguiu.

“O Lula tem tudo para ser de novo um grande presidente, como já foi. A gente deve muito ao Lula. Mas ele não vai bem. Quando todo mundo acha que não vai bem é porque não vai bem. Eu corri o país, presencialmente e virtualmente [nas eleições municipais]. Ninguém queria votar no PT. É uma sinalização. O PT existe hoje em três estados: no Piauí, na Bahia e no Ceará”, disse.

Apesar das críticas, Kassab afirma que Lula “tem margem e credibilidade”, e pode ainda acertar.

“Eu gostaria muito que ele fosse consagrado. Porque o país, quando votou nele [em 2022], votou na esperança de que pudesse ser o presidente que a gente queria. Para unir o país, para fazer na economia o que precisa ser feito. Eu espero que ele faça, e se apresente [como candidato em 2026] e merecidamente seja reeleito”.

Questionado sobre seus próprios planos políticos, Kassab admitiu que pode ser candidato a governador de São Paulo no futuro.

“Eu acho que tenho o preparo para ser governador. Se um dia eu tiver essa circunstância, eu gostaria muito e abraçaria essa oportunidade. Mas não tenho nenhuma obstinação. Eu me orgulho muito da minha carreira. É uma vontade, e não posso fazer disso uma obstinação”, afirmou, sendo aplaudido pelos presentes.

O Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) realizou duas grandes celebrações nos Sertões do Araripe e Pajeú, nos dias 08 e 09 de novembro, em homenagem ao Mês do Médico, proporcionando momentos de confraternização para os profissionais que atuam nessas regiões. Os eventos, organizados de forma descentralizada, integram o projeto de regionalização do Simepe, que busca expandir suas ações para todas as regiões do Estado.

A vice-presidente do Simepe, Carol Tabosa, destacou o caráter inclusivo do projeto. “Nosso objetivo é estar presente em todas as regiões de Pernambuco, valorizando o trabalho dos médicos onde quer que estejam. Esta celebração é uma forma de agradecimento por toda a dedicação dos nossos colegas no Sertão, levando saúde e cuidado para a população,” afirmou. “É fundamental que todos os médicos, inclusive os que estão fora da capital, sintam o apoio e reconhecimento do Simepe.”

A dupla Felipe e Gabriel e o cantor Marcelo Bragato animaram os presentes com um repertório variado. Em Serra Talhada, a médica e cantora Maria Augusta foi a atração especial e trouxe clássicos do Forró das Antigas, levando os colegas a um momento de integração e descontração.

Para o diretor Eraldo Arraes, essa união entre a profissão e a cultura regional fortalece a categoria. “Eventos como este não só celebram a profissão, mas também a cultura e o vínculo dos médicos com suas comunidades. É uma forma de reforçar as raízes, o sentimento de pertencimento e a importância do médico na sociedade local,” ressaltou Arraes.

Uma tradição que fortalece laços profissionais

O diretor Robson Miranda comentou sobre a importância de criar oportunidades de confraternização que aproximem os profissionais em diferentes regiões do Estado. “Esses encontros no Sertão, além de serem momentos de celebração, são oportunidades de os médicos reforçarem laços com os colegas. Isso fortalece o senso de união e de apoio mútuo dentro da categoria, especialmente em um ano de tantas lutas e conquistas,” enfatizou Miranda. Com essas festas, o Simepe encerrou seu calendário festivo para 2024.

O Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Pernambuco (OAB/PE) homologou, nesta quinta-feira (21), a lista sêxtupla destinada ao preenchimento da vaga de desembargador(a) do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), oriunda do Quinto Constitucional. A decisão foi tomada em conformidade com as regras do edital, que preveem a paridade de gênero e a aplicação de cotas raciais.

Com a revisão determinada por decisão monocrática proferida pelo conselheiro federal Thiago Pires de Melo, a lista foi ajustada para incluir a advogada Ana Paula Azevedo, que substituiu Taciana de Castro. Taciana foi a quarta mais votada na eleição da classe, e comentários nos bastidores indicavam que ela era a preferida da governadora Raquel Lyra. A substituição garantiu a presença de uma mulher negra e um homem negro entre os selecionados.

A lista final, composta por Adriana Caribé Bezerra Cavalcanti, Carlos Gil, Diana Câmara, Ana Paula Azevedo, Alexandre Bartilotti e Paulo Artur Monteiro, será encaminhada ao TJPE para dar continuidade ao processo de escolha do novo desembargador.

“Reafirmo que a Comissão Eleitoral da OAB/PE permanece empenhada em conduzir o processo com a máxima transparência, imparcialidade e respeito às normas institucionais, assegurando que os critérios de legalidade, inclusão e ética profissional sejam observados em sua totalidade”, declarou o presidente da Comissão Eleitoral, Delmiro Dantas Campos Neto, em comunicado oficial.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) iniciaram nesta quinta-feira (21) uma operação contra fraudes no Banco do Brasil. O prejuízo foi de R$ 40 milhões.

Agentes da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) saíram para cumprir 16 mandados de busca e apreensão contra 11 investigados. Entre os alvos estão funcionários e terceirizados.

Segundo as investigações, os criminosos utilizavam dispositivos eletrônicos clandestinos para acessar sistemas internos de agências bancárias e obter dados sigilosos de clientes.

Os ataques foram identificados em dezembro de 2023 em agências no Recreio dos Bandeirantes, Barra da Tijuca, Vila Isabel e Centro, no Rio de Janeiro, além de unidades em Niterói, Tanguá, Nilópolis e Duque de Caxias.

O grupo atuava de forma organizada, com divisão de tarefas específicas entre aliciadores, aliciados, instaladores, operadores financeiros e chefes.

Quem era quem na quadrilha

  • Aliciadores recrutavam colaboradores do banco e terceirizados para obter senhas funcionais;
  • Aliciados forneciam suas credenciais mediante pagamento;
  • Instaladores conectavam dispositivos aos sistemas do banco;
  • Operadores financeiros movimentavam valores desviados;
  • Chefes organizavam e coordenavam todas as etapas do esquema, incluindo aquisição de dispositivos, aliciamento e execução das fraudes.

Outras modalidades de fraude
No mês passado, a DRF deflagrou uma operação para combater uma fraude semelhante, também contra o Banco do Brasil. Na ocasião, apurou-se que a quadrilha contava com a colaboração de um gerente de Mato Grosso, um funcionário de TI e terceirizados do banco.

Em julho, a delegacia prendeu 3 pessoas de um bando que “hackeava” agências bancárias. Os criminosos instalavam dispositivos no cabeamento de dados dos bancos e assim fazia transferências, furtando de correntistas aleatórios.

Do g1.

A Justiça Eleitoral da 62ª Zona de Sertânia determinou a cassação do registro de candidatura e declarou a inelegibilidade por oito anos de Pollyanna Abreu (PSDB), prefeita eleita do município, e sua vice, Teresa Raquel. A decisão foi baseada em uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) movida pela coligação Frente Popular de Sertânia, que apontou abuso de poder econômico durante a campanha de 2024. Segundo o juiz Gustavo Silva Hora, Pollyanna teria utilizado sua empresa, PBA Transportes, para promover eventos, distribuir brindes e realizar obras como manutenção de estradas com fins eleitorais.

A sentença também condenou outros envolvidos na campanha, como o vereador Dorgival Rodrigues e o candidato Gustavo Menezes. Entre as irregularidades destacadas estão patrocínios ostensivos a eventos como a “X Cavalgada dos Amigos de Sertânia” e a “4ª Caminhada do Forró”, além do uso de maquinário da PBA Transportes para serviços que beneficiaram comunidades locais. Essas ações foram consideradas graves o suficiente para comprometer a integridade do processo eleitoral.

O Ministério Público Eleitoral reforçou as acusações, enquanto a defesa da prefeita alegou que todas as contratações e pagamentos foram realizados de forma lícita. A decisão ainda cabe recurso ao Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE).

A convite da União dos Vereadores de Pernambuco, a UVP, vou falar no último congresso do ano da categoria, marcado entre os dias 10 e 13 próximos, em Triunfo. O tema: “O recado das urnas, minha visão sobre o resultado das eleições municipais no País e seus desdobramentos com vistas às eleições para presidente e governador, em 2026. A palestra acontece na quinta-feira (12), às 15h.

A Prefeitura do Brejo da Madre de Deus, por meio do Instituto de Previdência dos Servidores Municipais, inicia no próximo dia 1º de dezembro o recadastramento anual para servidores públicos efetivos, aposentados e pensionistas. A ação, regulamentada pelo Decreto nº 055/2024, tem como objetivo atualizar os dados funcionais e pessoais, além de identificar os locais de lotação e atuação dos servidores.

O processo de recadastramento será presencial e os servidores devem preencher todas as informações necessárias e comparecer no auditório da prefeitura à Secretaria de Administração. Aqueles afastados, cedidos ou fora do estado devem seguir as orientações específicas previstas no decreto.

O formulário que deve ser preenchido e apresentado no ato do recadastramento pode ser encontrado acessando o link oficial: https://brejomdeus.pe.gov.br/recadastramento2024.

Os servidores que não realizarem o recadastramento dentro do período estipulado, de 1º a 30 de dezembro, estarão sujeitos a bloqueios nos vencimentos ou proventos, conforme estabelece o artigo 7º, caput, do decreto. A regularização do pagamento será efetuada pela Secretaria Municipal de Administração somente após a realização do recadastramento pendente.

Em encontro realizado ontem (20) em Brasília, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping anunciaram a abertura do mercado chinês para as uvas brasileiras, após quatro anos de negociações. Além das uvas frescas, o acordo prevê a exportação de gergelim, sorgo e produtos derivados de peixe, como farinha e óleo.

O presidente da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frutas (Abrafrutas), Guilherme Coelho, destacou o impacto positivo do acordo. “Após muito trabalho, podemos comemorar essa importante conquista para a fruticultura, sobretudo para o Vale do São Francisco, principal produtor de uvas do Brasil. Nossos produtores terão acesso a um mercado de mais de 1 bilhão e 400 mil de pessoas. Isso trará reflexos para a economia local com geração de mais emprego e renda para a nossa gente”, afirmou Coelho.

O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, teve uma conversa comigo ontem, na festa dos 80 anos do ex-senador José Jorge, em Brasília. Girou em torno da possibilidade da governadora Raquel Lira fazer a travessia do PSDB para o PSD, conforme já foi especulado na mídia. Kassab me disse que fez o convite à governadora, com quem esteve em algumas oportunidades, e, quando eu perguntei se o martelo estaria batido, ele respondeu: “Agora só depende dela”.

Kassab disse ainda que o ingresso da governadora seria um reforço muito grande para os quadros do seu partido. Afirmou que o PSD já integra o governo de Raquel, e o presidente estadual, André de Paula, tem uma relação já bastante estreita com a governadora. O PSD foi o partido que mais elegeu prefeitos em todo o país no pleito deste ano. O partido conquistou as prefeituras de 887 municípios, sendo cinco capitais, o que representa aumento de 35% se comparado ao resultado da eleição anterior.

Paulo Câmara, o candidato de Lula

Ouvi em Brasília, nos últimos dias, que a sucessão da governadora Raquel Lyra (PSDB), em 2026, pode ter um ingrediente novo e explosivo: o PT fora do palanque de João Campos, natural e provável candidato a governador pelo PSB.

A legenda petista, segundo o que foi soprado nos meus ouvidos, lançaria uma candidatura própria – o ex-governador Paulo Câmara, hoje na presidência do Banco do Nordeste, em Fortaleza, por delegação pessoal do presidente Lula.

Principal liderança do PT no Estado, o senador Humberto Costa iria à reeleição na chapa de Paulo Câmara, que seria, naturalmente, o palanque de Lula em Pernambuco. A tese, que a princípio pode parecer uma maluquice, é baseada no fato de que nem João nem Raquel estariam dispostos a bancar o palanque de Lula.

Tudo em razão do Governo Federal, sob o comando de Lula pela terceira vez, não ter encontrado ressonância na sociedade brasileira. Os mesmos que me sopraram a notícia ressaltam que João já não assumiu Lula na campanha da sua reeleição no Recife, o que teria irritado profundamente as forças mais lulistas no Estado.

Quanto à Raquel, a governadora está buscando a travessia para o PSD, partido aliado ao Planalto, em busca de construir um palanque lulista no Estado, iludida com a tese de que o presidente teria dois palanques no Estado. Acontece que se a tucana andar por esse caminho, perderá os votos dos bolsonaristas.

Sendo assim, sua reeleição ficaria mais difícil ainda. Em 2022, na eleição de segundo turno contra Marília Arraes (SD), a quem derrotou, Raquel não assumiu lado na corrida presidencial – nem no palanque de Lula nem tampouco o de Bolsonaro. Ganhou fácil pela adesão em massa dos bolsonaristas.

Mas 2026 abre um cenário bem diferente. Na política, a história não se repete. Raquel pode até fazer a travessia do PSDB para o PSD, mas o palanque de Lula no Estado, com a possibilidade de não ser o de João Campos, será único – o do ex-governador Paulo Câmara, que irá se filiar ao PT.

SILVIO FILHO NA CHAPA DE CÂMARA – Se o fato novo Paulo Câmara for uma realidade, o Republicanos, do ministro Sílvio Costa Filho, ficaria na chapa de João Campos? O que se diz em Brasília aponta na direção contrária. Silvinho, como é mais conhecido e que sonha em disputar uma das vagas ao Senado, seria o segundo candidato na chapa de Câmara, ao lado de Humberto, por determinação e exigência do presidente Lula.

Desgaste e saudade – Aos que porventura acharem essa alternativa Paulo Câmara um sonho de verão: diante do desgaste da governadora Raquel Lyra, cuja gestão é reprovada por 57% dos pernambucanos, segundo pesquisa recente do instituto Opinião, a população já estaria com saudade dele, achando que, em comparação ao Governo tucano, fez uma gestão por excelência. E mais do que isso, chegaria com o apoio e respaldo do presidente Lula em sua inteireza.

Estado arrumado – Aliados do ex-governador Paulo Câmara exibem pesquisas internas de que seu maior feito foi o ajuste fiscal do Estado, mesmo depois de encontrar as finanças em frangalhos, herança do Governo gastador de Eduardo Campos. Dizem que Câmara fez tão bem o dever de casa nas finanças que Raquel se deparou com o Estado extremamente equilibrado de caixa, com tamanha capacidade de endividamento que a tucana já assinou dois empréstimos, sendo o último, de R$ 3,4 bilhões, aprovada no início desta semana pela Assembleia Legislativa.

Cid volta a ser ouvido – Não há outro assunto em Brasília, a não ser a trama de quatro militares malucos para eliminar o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB). O tenente-coronel Mauro Cid presta depoimento hoje à tarde ao ministro Alexandre de Moraes, outro alvo. O magistrado vai decidir se Cid deve ser punido por, segundo a Polícia Federal, ter omitido em seus depoimentos o plano para assassinar autoridades, como o próprio Moraes, o presidente Lula (PT) e o seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), no fim de 2022, antes da posse deles.

Cara a cara com Moraes – O ministro Alexandre de Moraes, contrariando o que é de praxe na Corte, não nomeou um juiz-auxiliar para conduzir o depoimento e tomou para si a responsabilidade. Ele ficará frente a frente com o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O depoimento foi marcado após a PF revelar novos detalhes da investigação sobre golpe de Estado nos últimos dias do governo de Jair Bolsonaro (PL).

CURTAS

RELATÓRIO – Os capítulos narrados pela corporação em relatório que motivou novas prisões na última terça comprometem outros nomes importantes — entre eles o do próprio ex-presidente — e dão gás para que a apuração lance luz sobre mais detalhes da suposta trama golpista que era discutida nos gabinetes do antigo governo.

NEGOU – Ao acessar aparelhos eletrônicos apreendidos em operação anterior, a PF encontrou um plano golpista nomeado “Punhal Verde e Amarelo”, que seria de autoria do general da reserva com cargo no governo. Entre as tarefas elencadas estava o assassinato dos candidatos eleitos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB), além do próprio ministro Alexandre de Moraes, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Cid negou, ainda na terça, saber do plano.

DOCUMENTO – Os investigadores ainda constataram que o documento foi impresso no Palácio do Planalto, em dezembro de 2022, quando o tenente-coronel Mauro Cid e o ex-presidente Jair Bolsonaro estavam no local. Somado a isso, a PF descobriu que havia o plano de prender e até matar o ministro Alexandre de Moraes em 15 de dezembro de 2022.

Perguntar não ofende: Paulo Câmara vai voltar?