O julgamento em que Jair Bolsonaro acabou condenado sob a acusação de liderar uma tentativa de golpe após as eleições de 2022 e outros crimes levou o apoio à prisão do ex-presidente voltar a abrir distância em relação à rejeição da medida. Os dados são de nova pesquisa Datafolha, cujos resultados foram publicados neste sábado. De acordo com o instituto, 50% dos entrevistados se disseram favoráveis à medida enquanto 43% expressaram ser contra.
O Datafolha ouviu 2.005 eleitores em 113 cidades do país entre a segunda e a terça-feira, em meio ao julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) de Bolsonaro e outros sete apontados como núcleo crucial da trama golpista. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. As informações são do jornal O Globo.
Leia maisEm abril, quando o Datafolha iniciou a série histórica de sondagens sobre a prisão de Bolsonaro, 52% eram a favor e 42%, contra. Em julho, houve empate técnico: 48% a 46%.
O levantamento mostrou que os nordestinos tendem a ser mais favoráveis à prisão do ex-presidente: 62% deles defenderam a medida. Com 56%, as pessoas mais jovens, de 16 a 24 anos, e os católicos também superaram a média de apoio à detenção.
O julgamento também fez inverter a crença na impunidade, segundo o Datafolha. Se em abril 52% acreditavam que Bolsonaro iria escapar da prisão, número que se manteve estável em julho (51%), a partir do início das sessões do STF, 50% passaram a crer que o ex-presidente iria, sim, ser preso.
Bolsonaro e aliados foram condenados pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado. O ex-presidente vai tentar obter na Justiça o direito a cumprir a pena em prisão domiciliar, como revelou a colunista do Globo Malu Gaspar. As sequelas e riscos decorrentes da facada que sofreu durante a campanha eleitoral de 2018 devem basear o pedido.
Atualmente, Bolsonaro se encontra em prisão preventiva domiciliar, decretada após ele descumprir medidas cautelares impostas pelo STF em outro processo.
Os prazos podem ser um pouco esticados, mas entre o veredicto dado pelo STF, a publicação do acórdão, o ajuizamento dos recursos das defesas e a prisão efetiva dos condenados pela tentativa de golpe de Estado devem se passar cerca de 30 dias, informou o colunista do Globo Lauro Jardim.
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