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A rápida conversa entre os presidentes Lula e Donald Trump nos corredores da Assembleia Geral da ONU hoje foi boa e espontânea. A afirmação é de Amanda Robertson, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA.
Robertson confirmou que os dois se abraçaram. “Realmente foi um momento espontâneo. Parece que o encontro que eles tiveram nos bastidores foi algo que não foi planejado. O presidente Lula estava saindo, e Trump entrando, e nesse corredor tiveram alguns momentos para falar. Foi uma conversa breve, espontânea e boa”, disse à Globonews.
Leia maisDiplomacias dos dois países iniciaram tratativas para promover encontro entre os presidentes. “Quando os presidentes concordam em ter uma reunião, depois são os diplomatas que fazem o trabalho de organização de ver os detalhes. Imagino que os diplomatas brasileiros também estão trabalhando nisso. Vamos aguardar mais detalhes”, explicou a porta-voz. O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, disse que o encontro entre Lula e Trump deve acontecer por telefone ou videoconferência.
EUA estão dispostos a negociar desde o início, diz Robertson. “O presidente Trump deixou claro desde o início, quando as tarifas foram anunciadas com o Brasil e diferentes países do mundo, que é uma oportunidade para negociar, para dialogar e chegar a novos acordos que beneficiem os dois países”.
Lula critica Trump, que o elogia
O presidente Lula abriu a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, com fortes críticas ao presidente dos EUA, Donald Trump. Republicano discursou logo em seguida e afirmou que abraçou Lula nos bastidores do evento.
Lula discursou e disse que, “diante dos olhos do mundo, o Brasil deu um recado a todos os candidatos autocratas”. Sem citar nomes, fez uma referência à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e às ações do presidente dos EUA, Donald Trump, que tem promovido uma série de sanções contra o Brasil, a pedido de Eduardo Bolsonaro, para forçar a aprovação da anistia aos presos por golpe de Estado em 8 de janeiro.
O petista criticou o “inaceitável” ataque ao Judiciário brasileiro e o “tarifaço” de Trump como chantagem econômica. “A agressão contra a independência do Poder Judiciário é inaceitável”, disse o presidente. “A intolerância em assuntos internos conta com o auxílio de uma extrema-direita subserviente e saudosa de antigas hegemonias”, falou, em referência às sanções de Trump contra os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), especialmente Alexandre de Moraes.
Em seguida, Trump fez longuíssimo discurso em que elogiou Lula e contou que encontrou o brasileiro na antessala da ONU. Segundo Trump, ambos se abraçaram e conversaram por alguns segundos. “Tivemos uma ótima química”, afirmou o republicano, que falou sobre o futuro encontro, mas sem dar detalhes. Ele disse que o encontro foi muito rápido, durou 39 segundos, por isso “não funcionou muito bem”, mas “tivemos uma boa conversa e concordamos em nos encontrarmos na próxima semana, se isso for de interesse”.
Trump resumiu a conversa com “ele gostou de mim, eu gostei dele”, mas disse que o “Brasil está indo mal”. “Eu só faço negócio com pessoas que eu gosto”, afirmou. “Sempre defenderei nossa soberania nacional e os direitos dos cidadãos norte-americanos. Sinto muito por dizer que o Brasil está indo mal e continuará a ir mal. Eles só podem fazer bem quando estão trabalhando conosco. Sem nós, eles vão falhar, como outros falharão”, completou.
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