Por Leonardo Sakamoto
Do UOL
O bolsonarismo poderia se juntar ao campo democrático na luta por um ensino básico melhor e mais atraente. Talvez assim, eles não teriam faltado às aulas de inglês e saberiam o que significam as expressões “America First” e “Make America Great Again”, usadas por Donald Trump para expressar a natureza de sua política. Mas como não fizeram isso, estamos vendo um rosário de lamentações de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais.
Como não gosto de acender vela a quem defendia trair o próprio país para salvar o pescoço de um condenado por tentativa de golpe, falo dos milagres sem citar os santos. Há deputado da extrema direita que postou estar decepcionado com Trump porque, ao final, ele só queria negociar (Ah, vá! Jura?). Outro senador que reclamou que o norte-americano preferiu reduzir a inflação da comida nos EUA com a redução das tarifas aos nossos produtos — ignorando que ele é, veja só, presidente do povo dos EUA. Outro parlamentar basicamente disse que Trump se tornava cúmplice dos crimes cometidos no Brasil.
Leia maisIsso sem contar políticos com outros mandatos. Um vereador defendeu uma moção de repúdio. Trump persona non grata em um balneário turístico? E os políticos sem mandato. Há um bolsonarista que disse que Lula cumpre mais a palavra que Trump. Sextei ao ver essa, aliás.
Quando Trump anunciou uma taxa de 50% dos produtos brasileiros importados por seu país e, depois, impôs as sanções da lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes, relator da ação por golpe, avisamos aqui que ele usava o ex-presidente para forçar o Brasil a negociar política e economicamente sim, mas segundo os interesses dele.
A traição do deputado federal Eduardo Bolsonaro incitou as sanções e deu ao norte-americano instrumentos e narrativa para isso. Mas não era pelos olhos azuis de Jair.
A partir do momento em que Trump percebeu que precisava baixar o preço da carne, do café, das frutas, da comida em geral, começou a negociar. E na hora em que conheceu Lula e gostou da trajetória do petista (que foi perseguido, preso e deu a volta por cima) e viu que é ele quem está com o poder no Brasil, e não o bolsonarismo, mudou o interlocutor.
O que não mudou foi a punição de Jair por tentativa de golpe.
Os EUA deram uma saída mandrake, dizendo que dosimetria é anistia e botaram uma pedra em cima. Mas ainda faltam várias tarifas serem removidas, ou seja, Trump ainda está com cacife alto ainda para poder negociar uma série de coisas por aqui — de plataformas digitais a terras raras.
Com isso, o Brasil segue perdendo receitas e empregos devido a um grupo de brasileiros que não aceitou a derrota nas eleições e tentou um golpe de Estado.
Para Lula, tudo isso foi um grande presente. Não apenas ganhou pontos se apresentando como patriota enquanto o bolsonarismo ficou com a pecha de entreguista, como, ao final, abriu um canal de comunicação com o próprio Trump. Quem foi subserviente, e meteu o boné MAGA na cabeça aqui no Brasil, é que vai ter que se justificar com o eleitorado.
Um bolsonarista lamentou ontem nas redes que, ainda por cima, milhares desfraldaram uma bandeira gigante dos Estados Unidos em plena celebração do 7 de setembro, a Independência do Brasil, gritando a plenos pulmões o nome de Donald Trump.
Esse é o momento que ficará marcado como o mais humilhante de todo esse processo. Foi um ato inédito em nível de subserviência. Tudo à toa.
Agora os traidores do Brasil chamam Trump de traidor. O mundo não gira, capota.
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Do Jornal do Commercio
Militantes do Partido dos Trabalhadores (PT) em Pernambuco promovem o ato “Sem Anistia para Golpistas” no Recife e nas cidades de Caruaru e Petrolina, amanhã (14). Na capital pernambucana, a mobilização está marcada para 14h, na Rua da Aurora. Já em Caruaru, o ato acontece às 8h, na Praça do Grande Hotel. Em Petrolina, a manifestação está marcada para 15h, na Praça 21 de Setembro.
O ato integra a “Jornada Nacional em Defesa da Democracia”, em resposta aos acontecimentos da última semana no Congresso Nacional, com a aprovação da chamada “Lei da Dosimetria” que, entre seus desdobramentos, pode reduzir a pena do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros condenados pela tentativa de golpe de Estado de 8 janeiro de 2023.
A direção estadual do PT se integrou à convocação das centrais sindicais e de diversas organizações populares, chamando a militância para participar ativamente dos atos em todas as regiões de Pernambuco.
“Não podemos aceitar anistia para quem tentou destruir o país. Por isso, convocamos toda a militância, os movimentos sociais e o povo pernambucano a ocupar as ruas neste domingo. É hora de defender a democracia, o Brasil e o povo brasileiro”, afirmou Carlos Veras, deputado federal e presidente do PT-PE.
O prefeito do Ipojuca, Carlos Santana, inaugurou na tarde de ontem (12) a nova Unidade de Saúde da Família (USF 19 – Zé Pojuca), ampliando a oferta de serviços básicos de saúde para a população de Nossa Senhora do Ó. A entrega do equipamento representa mais um avanço na política de expansão e descentralização da atenção primária da gestão municipal, já que, antes, os moradores eram atendidos por apenas uma equipe e fora do próprio território.
Com a nova unidade, a população passa a contar com atendimento dentro da comunidade e com duas equipes completas, garantindo mais agilidade, humanização e proximidade no cuidado. Cada equipe será responsável por cerca de 2,8 mil pessoas, totalizando aproximadamente 5,6 mil moradores cobertos pela Estratégia Saúde da Família.
Instalada na Rua Projetada 01, Lote 04, no Loteamento Zé Pojuca, a USF 19 contará com duas equipes da Estratégia Saúde da Família, duas equipes de saúde bucal e o suporte de uma equipe multiprofissional. O quadro inclui médicos, enfermeiras, dentistas, técnicos de enfermagem, auxiliares de saúde bucal e agentes comunitários, além do apoio de psicólogo, nutricionista, assistente social, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, farmacêutico e ponto de apoio para os agentes de combate às endemias.
Durante a inauguração, o prefeito destacou a recuperação da rede municipal de saúde. “Encontramos a saúde de Ipojuca na UTI e tivemos a responsabilidade de resgatá-la. Hoje, entregamos um equipamento moderno, com equipes completas, garantindo atendimento digno e mais qualidade de vida para a população de Zé Pojuca e região”, afirmou. A unidade funcionará de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h, oferecendo serviços médicos e odontológicos, vacinação, pré-natal, exames preventivos, dispensação de medicamentos e visitas domiciliares, beneficiando cerca de cinco mil moradores e ampliando a cobertura para outras áreas do entorno.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli indeferiu, em decisão liminar, o pedido feito pela defesa do ex-controlador do Banco Master Daniel Vorcaro para anular as quebras de sigilos bancário, fiscal e telemático do banqueiro e da empresa Moriah Asset Empreendimentos e Participações Ltda, aprovadas pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS. Ao mesmo tempo, o magistrado determinou que os documentos e arquivos decorrentes dessas quebras fiquem “acautelados” na Presidência do Senado Federal até o julgamento do mérito, impedindo, na prática, o acesso dos parlamentares ao conteúdo.
Na decisão, Toffoli confirmou a validade das quebras de sigilo, tanto as determinadas pela CPMI quanto aquelas autorizadas pelo juízo criminal de origem, no âmbito do processo que tramita na 10ª Vara Federal de Brasília. O ministro, no entanto, optou por adotar uma medida cautelar para evitar o compartilhamento imediato das informações com a comissão, até que seja analisado se há conexão direta entre a investigação parlamentar sobre fraudes em empréstimos consignados do INSS e o caso envolvendo o Banco Master e o BRB, que corre sob sigilo no STF e tem Toffoli como relator. As informações são do Correio Braziliense.
Leia maisNos bastidores da Corte, a avaliação é de que a CPMI do INSS não está formalmente vinculada ao processo Master/BRB, o que justificaria a prudência da decisão. Por isso, o ministro determinou que o Banco Central e a Receita Federal encaminhem as informações solicitadas não apenas à Presidência do Senado, mas também ao STF, onde ficarão sob guarda para futura análise do mérito. A cautela, segundo interlocutores do Supremo, busca preservar o sigilo de dados sensíveis enquanto se define o alcance da investigação parlamentar.
A decisão dividiu reações no Congresso. Integrantes da CPMI avaliam que, embora Toffoli tenha rejeitado o pedido de anulação apresentado pelo advogado de Vorcaro, Pierpaolo Bottini, o bloqueio temporário do acesso aos documentos esvazia o ritmo das apurações.
O presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), reagiu duramente. Em manifestação pública, afirmou receber a decisão com “indignação profunda” e disse que a retirada dos documentos dos autos da comissão enfraquece a investigação sobre irregularidades no crédito consignado. Para Viana, o material é central para compreender fluxos financeiros e relações institucionais que podem ter prejudicado milhões de aposentados e pensionistas. O senador também alertou para o risco de se criar um precedente de interferência externa no funcionamento de uma comissão parlamentar de inquérito.
A tensão ocorre em meio ao avanço das apurações sobre a atuação de instituições financeiras no mercado de consignados. Recentemente, o INSS decidiu não renovar o Acordo de Cooperação Técnica que autorizava o Banco Master a oferecer crédito consignado a beneficiários do instituto, proibindo novas operações.
Antes do recesso, a CPMI também aprovou requerimentos que ampliam o cerco sobre o Banco Master e seu controlador. Além disso, Daniel Vorcaro teve convocação aprovada para depor na CPMI, assim como os presidentes de outros grandes bancos que atuam no segmento de consignados.
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A Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho, através da Secretaria Municipal de Educação, deu início, na última quarta-feira, ao XIX Seminário de Experiências Exitosas da Rede Municipal de Ensino. O evento, encerrado ontem e realizado no Centro de Formação de Professores Elmo Freitas, reuniu mais de mil profissionais da educação — entre professores, gestores, supervisores e equipes técnicas — com o objetivo de valorizar e difundir práticas pedagógicas inovadoras e promover a formação continuada dos docentes.
A cerimônia de abertura ocorreu na quadra esportiva da Escola Municipal Padre Antônio Melo de Costa e contou com a presença do prefeito Lula Cabral, que fez o anúncio oficial do novo kit escolar, que será entregue a todos os estudantes da rede municipal no início do próximo ano letivo.
Leia maisO kit é completo: inclui mochila, garrafa, cadernos, lápis, tesoura, estojo e outros itens essenciais que garantem às crianças e adolescentes as condições adequadas para o aprendizado desde o primeiro dia de aula. De acordo com o prefeito, a iniciativa reforça o compromisso da gestão com a educação. “Esse kit representa cuidado, planejamento e respeito com nossas famílias e nossos estudantes”, destacou Lula Cabral. Ao todo, o seminário contará com a apresentação de 117 trabalhos escolares, entre práticas inovadoras, projetos colaborativos e experiências pedagógicas que vêm fortalecendo a aprendizagem em diferentes modalidades.
Desde o começo deste ano, a gestão do prefeito Lula Cabral vem promovendo uma série de ações para fortalecer a educação do Cabo de Santo Agostinho. Entre as iniciativas, destacam-se a convocação de novos professores, a entrega de fardamento escolar, a recuperação da frota de ônibus estudantis e a regularização de contratos essenciais, como os de merenda e pessoal. Além disso, a Prefeitura iniciou reformas estruturais em diversas unidades, ampliou a oferta de vagas — incluindo escolas em tempo integral — e lançou programas como o Gera Educ e o Avança Cabo, voltados à melhoria da gestão e do desempenho dos estudantes.
Somam-se a esses esforços a implementação do programa CABO.TEC, que leva tecnologia e inovação para as escolas, bem como o avanço na construção de convênios e acordos internacionais para ampliar a formação continuada dos profissionais da educação. Essas iniciativas consolidam o compromisso do prefeito Lula Cabral com uma educação pública planejada, moderna e alinhada às necessidades dos estudantes e das famílias do município.
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, ontem (12), que as plataformas digitais precisam ser responsabilizadas pela publicação de conteúdos que incentivem a violência contra a mulher. Para ele, é “inaceitável” que as redes “continuem a fingir que não têm responsabilidade” pelos conteúdos criminosos. O comentário foi mais um de uma série de discursos de Lula contra a brutalidade de gênero, motivada por casos recentes de agressão e tentativa de feminicídio. Além disso, foi às vésperas de uma reunião que está organizado para tratar do tema, na semana que vem, com a participação de representantes dos demais Poderes.
“As redes digitais precisam ser responsabilizadas pela publicação sistemática de discurso de ódio e incentivo à violência contra as mulheres. A liberdade de expressão não pode ser confundida com cumplicidade na prática de crimes hediondos”, cobrou Lula, no encerramento da 13ª Conferência Nacional de Direitos Humanos (ConDH). “É inaceitável que as plataformas digitais continuem a fingir que não têm qualquer responsabilidade pelo conteúdo criminoso publicado em suas redes. É intolerável que publicações de incentivo a feminicídio, a estupros, a agressões e a demais formas de violência contra as mulheres continuem a circular impunemente, sem qualquer moderação”, acrescentou. As informações são do Correio Braziliense.
Leia maisNos últimos dias, Lula iniciou uma mobilização do governo federal de combate à violência contra a mulher, após uma série de casos de grande repercussão, como o da jovem que foi atropelada e arrastada por mais de um quilômetro, em São Paulo, e que teve suas pernas amputadas; e o da militar da cabo musicista dos Dragões da Independência morta por um colega soldado, dentro do quartel, em Brasília. O presidente confirmou que fará, na próxima semana, uma reunião com os presidentes dos demais Poderes e com chefes de outros órgãos públicos para discutir medidas de combate à violência e de conscientização dos homens.
No discurso, citou dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública que trazem a constatação de que, entre janeiro e outubro, 1.177 mulheres foram vítimas de feminicídio no país. “Mulheres são agredidas, estupradas e assassinadas por homens que se acham donos do mundo, e que se julgam proprietários de suas companheiras. Mas são apenas o pior que a humanidade já produziu, e precisam ser punidos com todo o rigor da lei”, enfatizou o presidente.
Direitos humanos
Ainda no evento, Lula assinou uma série de medidas em prol dos direitos humanos — a principal é a proposta que cria o Plano Nacional de Proteção aos Defensores e Defensoras dos Direitos Humanos. O plano já foi criado, por decreto, pelo presidente, porém, parlamentares ligados à bancada ruralista ameaçam derrubá-lo.
“A verdade nua e crua é que a ascensão da extrema-direita em todo o mundo provocou uma onda de negacionismo dos direitos humanos no Brasil. Os inimigos dos direitos humanos miram grupos tradicionalmente invisibilizados, como negros, mulheres, idosos, pessoas com deficiência, indígenas, quilombolas, pessoas em situação de rua, a população LGBTQIA … São os alvos preferenciais. Eles não se contentam em discriminar; tentam calar, a todo custo, a voz de quem está na linha de frente”, frisou Lula.
O Plano de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos será votado pelo Congresso para virar lei. “Infelizmente, o Brasil é um dos países que mais matam defensores e defensoras dos direitos humanos”, acrescentou o presidente. Casos mais conhecidos incluem o líder seringueiro Chico Mendes e a religiosa Dorothy Stang, ambientalistas assassinados por fazendeiros. Também participaram do evento a primeira-dama Janja da Silva e os ministros Macaé Evaristo (Direitos Humanos e Cidadania) e Mauro Vieira (Relações Exteriores).
Outras medidas assinadas por Macaé e Lula incluem a criação do Fórum de Enfrentamento à Violência contra Mulheres em Situação de Rua, o programa Raízes da Cidadania — que visa aumentar a taxa de registro civil de recém-nascidos em regiões mais remotas ou de menor renda — e a mensagem ao Congresso para que o Brasil ratifique a Convenção Interamericana Contra Todas as Formas de Discriminação e Intolerância.
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Por João Batista Rodrigues*
São Paulo, maior cidade do país, regulamentou, por intermédio de lei sancionada em 10 de dezembro, o serviço de motos por aplicativo, que não se confunde com o serviço de mototáxi. Este último caracteriza-se como serviço de transporte público individual de passageiros, enquanto o outro diz respeito a uma atividade privada, realizada por motociclistas cadastrados em aplicativos de transporte, como Uber e 99.
De acordo com a regulamentação paulista, são diversas e necessárias as exigências para motociclistas, motos e empresas (aplicativos) que exploram o serviço de moto por aplicativo, entre as quais: carteira de habilitação nas categorias “A” ou “B” há, no mínimo, dois anos; exame toxicológico válido por três meses; e cadastro prévio na Prefeitura (para os motociclistas).
Leia maisCabe aos aplicativos contratar seguro para passageiros, instalar pontos de descanso e estacionamento e manter dispositivo limitador de velocidade no aplicativo, com informação ao condutor e ao passageiro. Já as motos devem ter, no máximo, oito anos de uso; registro na categoria aluguel, com placa vermelha quitada; e alças metálicas traseira e lateral para apoio do passageiro, entre outras exigências.
A regulamentação no âmbito dos municípios é necessária e urgente, tendo em vista a grande utilidade do serviço, mas que não pode ser dissociada da prevenção de acidentes com motos que se agravam nas cidades brasileiras, em muitos casos devido à atuação desregrada do serviço de transporte de passageiros por motos. Entretanto, a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia, que representa aplicativos como o Uber e o 99, alegou inconstitucionalidade na regulamentação da cidade de São Paulo, no que lhe assiste razão em parte, tendo em vista ditames constitucionais e sua interpretação pelo STF.
A Constituição Federal claramente dispõe que é de competência privativa da União legislar sobre diretrizes da política nacional de transportes (art. 22, IX) e trânsito e transporte (art. 22, XI). Nestes termos o legislador Federal por intermédio da Lei 12.587/2012, que instituiu as diretrizes da política nacional de mobilidade urbana, consignou a regulamentação e a fiscalização dos serviços de transporte remunerado privado individual de passageiros como de competência exclusiva dos municípios e do Distrito Federal.
Entretanto, a competência delegada ao municípios tem restrições, como ficou assentado no julgamento do Tema 967 pelo STF: “1. A proibição ou restrição da atividade de transporte privado individual por motorista cadastrado em aplicativo é inconstitucional, por violação aos princípios da livre iniciativa e da livre concorrência; e 2. No exercício de sua competência para regulamentação e fiscalização do transporte privado individual de passageiros, os Municípios e o Distrito Federal não podem contrariar os parâmetros fixados pelo legislador federal (CF/1988, art. 22, XI).”.
Por conseguinte, os municípios não podem proibir o exercício da atividade de transporte de moto por aplicativo, seja condicionando sua prática à obtenção de prévia autorização por cada município, ou mesmo adicionando critérios e exigências não previstos na legislação federal, que possam significar barreira para o exercício da atividade.
A necessidade deste tipo de serviço surge em função dos sérios problemas de mobilidade urbana nas cidades brasileiras, sobretudo a deficiência ou inexistência do transporte público coletivo. Portanto, sua regulamentação é necessária, o problema, no entanto, nos parece muito mais relacionado à inexistência de fiscalização, não somente em relação a este serviço como também ao serviço de moto táxi, que também não obedecem a normas mínimas de trânsito e segurança.
Nestes termos, a regulamentação de fato deve ser feita pelos municípios, se restringindo às condicionantes já previstas na legislação federal (Lei 12.587/2012) e a sua fiscalização deve ser efetiva, balizada principalmente na legislação de trânsito brasileira já existente.
*Advogado
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A retirada do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), da lista de sancionados pela Lei Magnitsky ganhou amplo destaque na imprensa internacional ontem (12) como um sinal entre Washington e Brasília. A decisão do governo Donald Trump, publicada pelo Tesouro americano, também retirou das sanções a esposa do ministro, Viviane Barci de Moraes, e o Lex Instituto, empresa da família, e foi lida por veículos estrangeiros como parte de um movimento mais amplo de desescalada após meses de tensão diplomática.
O Financial Times classificou o gesto como “o mais recente movimento de Washington para reconstruir pontes com o Brasil”. O jornal britânico lembrou que Moraes foi o magistrado que supervisionou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado por tentativa de golpe, e destacou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “rejeitou a pressão” dos EUA para interferir no processo, defendendo a independência do Judiciário. As informações são do jornal O Globo.
Leia maisO FT também citou a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos para tentar viabilizar sanções, observando que o parlamentar recebeu a notícia “com pesar”. A leitura de reaproximação foi ainda mais explícita na Associated Press (AP), que afirmou que a decisão “representa um descongelamento, em certa medida, na relação fria entre os dois governos”.
A agência ressaltou que o recuo ocorreu após conversas telefônicas entre Trump e Lula e em meio ao alívio de tarifas impostas a produtos brasileiros — medidas inicialmente usadas como pressão política durante o julgamento de Bolsonaro. A AP também traçou paralelos entre o caso brasileiro e as acusações enfrentadas por Trump após a invasão do Capitólio em 2021.
Na mesma linha, a Reuters apontou que a reversão, menos de cinco meses após a imposição das sanções, evidencia o rápido aquecimento da relação entre Trump e Lula depois de um período de confronto. A agência lembrou que as punições haviam sido justificadas por acusações americanas de “uso do Judiciário como arma”, detenções arbitrárias e supressão da liberdade de expressão — alegações agora abandonadas com a retirada do nome de Moraes da lista. Segundo a Reuters, Lula afirmou ter pedido pessoalmente a Trump a revogação das sanções, sem oferecer contrapartidas.
O Washington Post, destacou o caráter de recuo (“climbdown”) da campanha de pressão do governo Trump no Brasil. O jornal informou que a decisão foi atribuída, em nota conjunta do Tesouro e do Departamento de Estado, à avaliação de que a manutenção das sanções seria “incompatível com os interesses da política externa dos EUA”.
A publicação também mencionou o apoio do governo norte-americano à aprovação, pela Câmara dos Deputados, de um projeto de anistia que pode anular penas relacionadas aos atos antidemocráticos de 2023.
A Bloomberg relacionou diretamente o fim das sanções ao alívio tarifário concedido pelos EUA a exportações brasileiras, lembrando que Trump havia elevado taxas com o objetivo declarado de ajudar Bolsonaro a evitar o julgamento.
Para a agência, a retirada do nome de Moraes encerra um capítulo de pressão econômica e judicial que marcou a relação bilateral no segundo semestre. A Lei Magnitsky, criada em 2012 no governo Barack Obama, é um dos instrumentos mais severos dos EUA para punir estrangeiros acusados de violações de direitos humanos ou corrupção. As sanções contra Moraes haviam sido impostas em julho, no auge das pressões americanas sobre o julgamento de Bolsonaro, condenado em setembro a 27 anos e três meses de prisão.
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O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), defendeu na noite de ontem (12) a servidora Mariângela Fialek, ex-assessora de Arthur Lira (PP-AL), alvo de operação da Polícia Federal (PF) sobre o direcionamento de emendas parlamentares.
A funcionária, hoje lotada na liderança PP, foi apontada pela investigação como a pessoa que centralizava o direcionamento de emendas do antigo orçamento secreto. As informações são do jornal O Globo.
Leia maisSegundo Motta, a decisão que autorizou a ação, proferida pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF) não aponta “nenhum ato de desvio de verbas públicas”. O deputado defendeu ainda que eventuais desvios “devem ser devidamente apurados”.
“A servidora Mariângela Fialek é uma técnica competente, responsável e comprometida com a boa gestão da coisa pública. A experiência da servidora é reconhecida por todos os órgãos do Poder Legislativo e do Poder Executivo que elaboram e executam o orçamento federal. Inclusive, a atuação da servidora Mariângela Fialek foi fundamental no aprimoramento dos sistemas de rastreabilidade da proposição, indicação e execução de emendas parlamentares”.
Leia a nota:
As emendas parlamentares são indicações feitas por deputados e senadores ao orçamento federal, previstas no art. 166 da Constituição, como forma de direcionar recursos para políticas públicas que beneficiam cidadãos brasileiros em todos os cantos do país. Os parlamentares indicam a destinação desses recursos, que são geridos pelo Poder Executivo Federal, dos Estados e dos Municípios, e fiscalizados pelos órgãos de controle.
Além disso, todas as emendas são autorizadas pela Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República.
A Câmara dos Deputados não compactua com ilicitudes na execução de emendas parlamentares. Em virtude disso, juntamente com o Poder Executivo, Senado Federal, Tribunal de Contas da União e Supremo Tribunal Federal, vem aprimorando os sistemas de transparência e rastreabilidade da proposição, indicação e execução de emendas parlamentares.
Nesse sentido, o Congresso Nacional aprovou a Lei Complementar no 210/2024, que dispõe sobre a proposição e a execução de emendas parlamentares na lei orçamentária anual, prevendo mecanismos de controle e transparência. Além disso, vem aprimorando constantemente a regulamentação da matéria, como é o caso das Resoluções no 1 e 2, de 2025, do Congresso Nacional.
O Poder Legislativo iniciou campanha publicitária institucional e lançou portal específico para acompanhamento da proposição, indicação e execução de emendas parlamentares, sem prejuízo da transparência que já estava implementada pelo portal original da Casa e no Portal da Transparência.
A Câmara dos Deputados respeita o Supremo Tribunal Federal e todas as decisões por ele proferidas. Destaca, no entanto, que uma leitura atenta e correta da decisão proferida pelo Ilustre Ministro Flávio Dino revela que ali não se aponta nenhum ato de desvio de verbas públicas. Nenhum. Eventuais desvios, insista-se, devem ser devidamente apurados.
Importante não confundir o ato político de mera indicação de emendas parlamentares de comissão (que sequer são impositivas e se submetem ao juízo discricionário do Poder Executivo), com a final execução dessas verbas pelos seus destinatários finais.
A correta execução dos recursos públicos e transferências governamentais, não apenas emendas parlamentares, mas também provenientes do Poder Executivo, pelos seus destinatários finais, deve ser estritamente acompanhada pelos órgãos de controle.
A servidora Mariângela Fialek é uma técnica competente, responsável e comprometida com boa gestão da coisa pública. A experiência da servidora é reconhecida por todos os órgãos do Poder Legislativo e do Poder Executivo que elaboram e executam o orçamento federal. Inclusive, a atuação da servidora Mariângela Fialek foi fundamental no aprimoramento dos sistemas de rastreabilidade da proposição, indicação e execução de emendas parlamentares.
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No podcast Direto de Brasilia, da próxima terça-feira, uma parceria deste blog com a Folha de Pernambuco, a temática da instituição de uma prova para médico requerer seu registro no Conselho Regional de Medicina (CRM), antes de ingressar na profissão, da mesma forma como se dá com advogado na OAB, entra em pauta. O nosso convidado é o médico e deputado Allan Garcês (PP-MA).
Ele é coautor do Projeto de Lei (PL) 785/2024, que institui o Exame Nacional de Proficiência em Medicina como requisito obrigatório para o exercício da profissão no Brasil. O objetivo do projeto, também conhecido como “OAB da Medicina” pela semelhança com o exame da Ordem dos Advogados do Brasil, é garantir que os recém-formados tenham o nível de conhecimento e a formação necessária para atuar com segurança e responsabilidade, padronizando a qualidade do atendimento médico no país.
Leia maisAllan Quadros Garcês é médico, professor da Universidade Federal do Maranhão e deputado federal, filiado ao Progressistas (PP). Assumiu o seu primeiro mandato com a ida de André Fufuca para o Ministério do Esporte em 13 de setembro de 2023.
O ‘Direto de Brasília’ vai ao ar das 18h às 19h, com transmissão pelo YouTube da Folha de Pernambuco e do meu blog, e também em cerca de 165 emissoras de rádio no Nordeste. Retransmitem ainda o programa a Gazeta News (Grupo Collor) em Alagoas; a Rede Mais Rádios, com 25 emissoras na Paraíba; a Mais-TV, sob o comando do jornalista Heron Cid; e ainda a Rede ANC, no Ceará, com mais de 50 emissoras, além TV LW, de Arcoverde.
Entram como parceiros na mídia institucional o Grupo Ferreira, de Santa Cruz do Capibaribe, a Autoviação Progresso, o Grupo Antonio Ferreira Souza, a Água Santa Joana, a Faculdade Vale do Pajeú e o grupo Grau Técnico.
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O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) criticou, na noite de ontem (12), a aprovação do Projeto de Lei da Dosimetria, afirmando que a medida passa a mensagem de abrandar penas para os mais poderosos enquanto mantém punições mais duras para a população mais pobre. A declaração foi dada na chegada à festa do Grupo Prerrogativas, que também contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).
“Reforça uma sensação na opinião pública de que, quando é pessoa mais simples, aí é dureza. Mas, para o crime do colarinho branco, para os mais poderosos, abranda. Não é um bom exemplo”, disse o vice-presidente. As informações são do Estadão.
Leia maisA Câmara dos Deputados aprovou na madrugada de quarta-feira (10) o projeto de lei que reduz as penas de envolvidos nos atos golpistas de 8 de Janeiro. O texto, que pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi aprovado por 291 votos a 148.
Agora, o PL da Dosimetria está sob análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. O relator da proposta, senador Esperidião Amin (PP-SC), deve apresentar seu parecer na próxima quarta-feira (17) e já sinalizou a possibilidade de reinserir a anistia no relatório.
Alckmin também comentou a decisão dos Estados Unidos de retirar sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Para o vice-presidente, a medida foi justa. “É uma decisão importantíssima e justa, porque ninguém pode ser punido por exercer o seu dever, que é o dever de um ministro da Suprema Corte. Foi uma medida importante do governo americano, um ato de justiça e um reconhecimento do trabalho da Suprema Corte brasileira”, afirmou.
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Na próxima terça-feira (16), a Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) vai realizar sessão solene de outorga do título de Doutor Honoris Causa ao ministro da Educação, Camilo Santana. O evento será realizado às 16h, no auditório G1.
Formado em Engenharia Agronômica e com mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Ceará (UFC), começou sua carreira como analista ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e também atuou como professor. Como servidor público federal concursado, ocupou o cargo de superintendente adjunto estadual do Ibama entre 2003 e 2004.
Leia maisA vida política de Camilo Santana teve início em 2000, quando se candidatou pela primeira vez à Prefeitura de Barbalha pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB). Quatro anos depois, disputou novamente o cargo, agora filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT). Sua carreira no serviço público se consolidou quando, de 2007 a 2014, integrou os governos de Cid Gomes no Ceará como secretário do Desenvolvimento Agrário e das Cidades.
Em 2010, foi o deputado estadual mais votado do Ceará. Em 2014, concorreu ao Governo do Ceará e foi eleito no segundo turno com mais de 53% dos votos válidos. Em 2018, foi reeleito governador com 79,59% dos votos, maior votação proporcional do Brasil. Em 2022, foi eleito o senador da República mais votado da história de seu estado, e proporcionalmente o mais votado do Brasil.
Sua gestão como governador foi marcada pelos avanços na educação. Em diversos índices de aprendizagem nacional, o estado apareceu entre os que mais evoluíram nos níveis fundamental e médio. O Ceará registrou, em 2020, a maior evolução histórica do país nos anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano), passando de 2,8 em 2005 para 6,3, segundo o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
A decisão da Unicap em homenagear Camilo Santana reflete seu compromisso com a educação e o desenvolvimento do país, destacando a importância de sua gestão no Ministério da Educação, especialmente em tempos desafiadores para o setor.
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