Planos bolsonaristas dão errado e capitão se complica
Por Larissa Rodrigues
Repórter do blog
O plano da família Bolsonaro deu errado. Mais uma vez. Primeiro, houve a tentativa de se manter no poder após perder as eleições, em 2022, por meio de um golpe de Estado. Deu errado. O Exército não aderiu, as instituições reagiram, a democracia venceu.
Desta vez, o plano era “alvejar” o Supremo Tribunal Federal (STF) por meio da interferência dos Estados Unidos (EUA). Deu errado novamente e a consequência foi uma tornozeleira eletrônica para o maior líder do grupo, Jair Messias Bolsonaro (PL).
Leia maisA coisa complicou ainda mais para o capitão e pode antecipar seu encarceramento. Se antes era difícil vislumbrar uma prisão preventiva, depois da operação da Polícia Federal, ontem (18), essa possibilidade tem chance real de acontecer.
O problema é que os Bolsonaros (pai e filhos) queriam que o presidente dos EUA, Donald Trump (Republicano), atingisse o ministro do STF Alexandre de Moraes. A “bomba estadunidense”, no entanto, foi “detonada” contra o Brasil inteiro. Resultado: união contra os agressores.
Nesse caso, são percebidos como agressores, tanto pelas instituições quanto pela população, além do setor produtivo, o presidente Donald Trump e os Bolsonaros, apontados como conspiradores contra a nação, agindo em prol de seus interesses particulares.
As iniciativas de Donald Trump de taxar em 50% produtos brasileiros e investigar o Pix, estimuladas pelos Bolsonaros, exigindo que a Justiça brasileira pare de fazer o seu trabalho, motivaram reações da indústria, do empresariado, da política e, claro, do próprio Poder Judiciário.
É óbvio que o Supremo estava de olho na movimentação de Jair Bolsonaro e de seus filhos e na colaboração deles nas ações trumpistas, principalmente no caso do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, que coordena pessoalmente o lobby contrário ao Brasil na Casa Branca.
A operação da Polícia Federal na casa de Bolsonaro, ordenada pelo STF, foi a reação da Justiça em um momento no qual também reagem todos aqueles prejudicados pelas medidas estadunidenses contra o Brasil.
O que disse Moraes – O ministro Alexandre de Moraes, ao autorizar a operação da Polícia Federal realizada ontem contra Jair Bolsonaro, afirmou que “lamentavelmente” o ex-presidente e o filho Eduardo Bolsonaro instigaram os Estados Unidos a tomar “novas medidas e atos hostis contra o Brasil”, inclusive para “submeter o funcionamento do Supremo Tribunal Federal ao crivo de outro Estado, com clara afronta à soberania nacional”.

Todos pela soberania e interesses do Brasil – O STF agiu para evitar uma eventual fuga de Jair Bolsonaro e conter os estímulos do ex-presidente às iniciativas de Donald Trump contra o Brasil. O presidente Lula (PT) vem levantando a bandeira da soberania nacional e disse, ontem, que não vai “entregar o país de volta a um bando de malucos”. O vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), lidera o diálogo com o empresariado e as associações que podem sofrer prejuízos com o tarifaço. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) emitiu uma nota em defesa do Pix.
O que disse a Febraban – A nota da Federação dos Bancos ressalta que “o Pix favorece a competição e o bom funcionamento do sistema de pagamentos”. A entidade ressaltou ainda que o modelo de atuação da ferramenta é aberto e não discriminatório, com participação de bancos, fintechs e instituições nacionais e estrangeiras. “O Pix é uma infraestrutura pública de pagamento, e não um produto comercial, que favorece a competição e o bom funcionamento do sistema de pagamentos e consequentemente da atividade econômica, sendo um modelo aberto”, disse a entidade, em nota.
E Bolsonaro? – O ex-presidente afirmou que acredita que a sua prisão pode ocorrer a qualquer momento por decisão do ministro Alexandre de Moraes. “O sentimento é de que vai acontecer, até mês que vem. O julgamento vai ser mais ou menos em vinte de agosto. Nunca se viu processo tão rápido como o meu. Eu estou com 70 anos de idade, tenho vasta experiência de vida”, disse Bolsonaro em entrevista à agência de notícias Reuters. O capitão também negou que tivesse planos de sair do país e considerou a tornozeleira eletrônica como “suprema humilhação”.

TJPE lança ferramenta para mulheres – O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) lançará, na próxima segunda-feira (21), a Medida Protetiva Eletrônica, uma inovação para agilizar a proteção às mulheres vítimas de violência doméstica. Com a nova ferramenta, a vítima de violência doméstica poderá requerer diretamente pelo celular ou por um computador uma Medida Protetiva de Urgência (MPU) para se proteger de seu agressor. Imediatamente o pedido chegará a um juiz ou uma juíza. Com a nova ferramenta, não será necessário sair de casa para ir a uma delegacia ou contratar advogado ou advogada. Tudo será de forma direta, fácil e sigilosa entre a vítima e o Judiciário. O objetivo é proteger a vítima no menor tempo possível.
CURTAS
Parceria Recife/Garanhuns – O prefeito do Recife, João Campos (PSB), firmou ontem um Acordo de Cooperação Técnica entre a Empresa Municipal de Informática do Recife (Emprel) e a Prefeitura de Garanhuns. O objetivo é ampliar a transformação digital nos serviços públicos, fortalecer a modernização administrativa e impulsionar a oferta de soluções tecnológicas para o Agreste.
Parceria Jaboatão/Ademi – A Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE) vai receber representantes da Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, na próxima terça-feira (22), a partir das 12h30, para uma edição especial do “Almoço com Associados”. O encontro será uma oportunidade para associados conhecerem de perto os planos da prefeitura para o futuro do mercado imobiliário na cidade.
Estiagem – O Governo de Pernambuco decretou situação de emergência em 102 municípios do Estado devido à estiagem prolongada. A medida, publicada no Diário Oficial, tem validade de 180 dias a partir da data de publicação e permite a adoção de ações emergenciais para minimizar os impactos da seca. Mas o deputado Waldemar Borges (PSB) disse que está de olho, porque tem cidades que não estão sofrendo com a estiagem e integram a lista dos 102 municípios.
Perguntar não ofende – Qual será a próxima “bomba” de Trump contra o Brasil?
Leia menos