Condenado, Bolsonaro fica em casa ou em presídio?
Começa amanhã, enfim, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete pessoas integrantes do núcleo central do plano de golpe de Estado. Cinco ministros que integram a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal já condenaram o capitão em todas as etapas anteriores do processo lá atrás. A prisão de todos, portanto, é dada como certa.
Bolsonaro já cumpre prisão domiciliar com tornozeleira. Provavelmente, irá direto para um presídio, diferente do ex-presidente Lula (PT), que ficou detido numa cela especial da Polícia Federal pelo seu envolvimento no escândalo da Lava Jato. No mundo jurídico há quem pense diferente.
Leia maisEm entrevista, ontem, à rede de TV CNN, o professor de Direito Constitucional, Gustavo Sampaio, disse que, em tese, a prisão domiciliar do ex-presidente poderia ser transformada em prisão preventiva em presídio antes mesmo do julgamento, caso ocorra desobediência por parte do réu.
“A medida seria juridicamente possível com base no art. 312 Do Código de Processo Penal, caso surgisse descumprimento das cautelares ou risco concreto à investigação ou instrução. No entanto, ele considera a evolução pouco provável, sobretudo devido à idade (70 anos) e às condições de saúde do ex-chefe da Nação”.
Além disso, a Procuradoria Geral da República já se manifestou, na sexta-feira passada, contra o reforço de policiamento dentro da residência de Bolsonaro. Segundo o procurador Paulo Gonet, não há necessidade de “soluções mais gravosas” que a prisão domiciliar, já que não foi relatada qualquer “situação crítica” no local.
Mesmo em caso de condenação com execução imediata, Sampaio avalia que o regime domiciliar é o desfecho mais provável, por motivos humanitários e de saúde, em linha com o que se deu com o ex-presidente Fernando Collor, que cumpre detenção em sua casa, em Alagoas. A decisão final, contudo, cabe à Primeira Turma do Supremo.
SETE ANOS NO XADREZ – Já a Folha de São Paulo informa que o ex-presidente Bolsonaro pode pegar sete anos de prisão em regime fechado caso seja condenado à pena máxima de 43 anos pelos crimes listados na acusação da Procuradoria Geral da República no processo da trama golpista. Os crimes são, pela ordem, organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado. Bolsonaro nega ter cometido qualquer irregularidade.

E foi a oposição que antecipou… – A governadora Raquel Lyra (PSD) acusa seus adversários de antecipação da campanha de 2026, mas carapuça está na sua cabeça. Por onde anda, pegou mania agora de fazer discursos explosivos, fugindo do tom administrativo. Sexta-feira passada, em Arcoverde, ela subiu novamente numa cadeira, exibiu a bandeira de Pernambuco e afirmou: “Sabe qual a diferença entre nós para eles? É que o que nos une é o amor por Pernambuco. Não me importo com a cor da bandeira partidária, mas eu sei que o povo de Pernambuco está representado nesta bandeira e é por ela que eu trabalho”.
A ira de Raquel – Ainda em Arcoverde, a governadora tomou conhecimento de que o prefeito Zeca Cavalcanti (Podemos) não moveu uma palha na mobilização para o principal evento, a plenária para ouvir a população. Não fossem os prefeitos de Pesqueira, Custódia e Sertânia, que levaram suas caravanas em ônibus lotados, o evento teria sido um verdadeiro fiasco. Perseguidora, daquelas que fazem política com o fígado, Raquel deixou Arcoverde com vontade de riscar Zeca do seu caderno.
Até o irmão foi ingrato – No pacote de ajuda a Arcoverde, a governadora incluiu o restante da pavimentação do trecho da BR-232 até ao Santuário da Divina Misericórdia, em Serra das Varas. A obra, justiça seja feita, começou pelas mãos do ex-deputado estadual Júlio Cavalcanti, que destinou uma emenda da ordem de R$ 1 milhão. Mas até mesmo o prefeito Zeca Cavalcanti, irmão de Júlio, ignorou a ação do ex-parlamentar, com quem, aliás, não se bica.

Razão da ausência – Aliado de primeira hora da governadora, o presidente da Câmara de Arcoverde, Luciano Pacheco (MDB), tem evitado participar de eventos com o prefeito Zeca Cavalcanti. Daí, a razão de não ter sido visto acompanhando Raquel na programação que a gestora cumpriu na cidade, sexta-feira passada. Rifado da gestão municipal, Pacheco não criou ânimo sequer para ir ao festival “Pernambuco, meu País”, que arrastou muita gente da cidade e região.
CURTAS
LANÇAMENTO 1 – Amanhã, começo por Toritama, no Agreste, mais uma maratona de lançamentos do meu livro “Os Leões do Norte”, um conjunto de 22 mini biografias de ex-governadores de Pernambuco, de 1930 a 2022, pela editora Eu Escrevo. A noite de autógrafos, com apoio do prefeito Sérgio Colin (PP), será no Espaço da Juventude, a partir das 19 horas.
LANÇAMENTO 2 – Na quarta-feira, a noite de autógrafos, antecedida por uma palestra minha, será na Câmara de Vereadores, às 19 horas, com apoio do prefeito Josafá Almeida e a coordenação do seu irmão, o secretário de Administração e Segurança Pública, Jobson Almeida, candidato a deputado estadual.
LANÇAMENTO 3 – Na quinta-feira, também às 19 horas, na Câmara de Vereadores, a noite de autógrafos será em Caruaru, com apoio do prefeito Rodrigo Pinheiro e coordenação do secretário de Articulação Política, Anderson Luiz. Na sexta-feira, enfim, acontece em Vertentes, às 19 horas, na Câmara de Vereadores, com apoio do prefeito Israel Ferreira.
Perguntar não ofende: O Brasil vai parar para acompanhar o julgamento de Bolsonaro?
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