Cem anos sem férias!

Meu pai Gastão Cerquinha morreu aos 100 anos e sete meses sem nunca tirar um dia de férias, como estou no gozo de mais um período agora com meus filhos. O leitor acredita? Confira amanhã na minha crônica domingueira!

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O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) determinou, neste sábado (11), que a Polícia Federal (PF) instaure um inquérito para investigar o ataque ocorrido no assentamento Olga Benário, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), localizado em Tremembé, no interior de São Paulo. O atentado resultou na morte de três agricultores e deixou outros cinco feridos, alguns em estado grave.

O ministro em exercício da Justiça, Manoel Carlos de Almeida Neto, encaminhou um ofício à PF destacando a gravidade do caso e a violação de direitos humanos. Uma equipe da PF, composta por agentes, perito e papiloscopista, foi enviada ao local para iniciar as investigações. O objetivo é coletar provas, identificar os autores do crime e esclarecer as circunstâncias do ataque.

O atentado aconteceu na noite de sexta-feira (10), quando um grupo de aproximadamente dez homens fortemente armados invadiu o assentamento em carros e motos, disparando contra os presentes. As vítimas fatais foram identificadas como Valdir do Nascimento, de 52 anos; Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos; e Denis Carvalho, de 29 anos. O assentamento abrigava dez famílias, incluindo crianças e idosos.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) lamentou as mortes e cobrou providências das autoridades. Em nota, o movimento denunciou a falta de políticas de segurança para proteger comunidades rurais e exigiu a prisão dos responsáveis pelo crime.

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, também acompanha de perto as investigações e afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou o envolvimento da PF no caso.

Do Brasil 247.

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Um ataque a tiros contra um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Tremembé, no interior de São Paulo, resultou na morte de dois integrantes do movimento e deixou outros seis feridos, alguns em estado grave, denunciaram ativistas de direitos humanos neste sábado (11). 

As vítimas fatais são Valdir do Nascimento, conhecido como “Valdirzão”, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, de 28. No assentamento, estavam abrigadas 10 famílias, entre crianças e idosos.

Os ativistas de direitos humanos, citando militantes do MST, disseram que o grupo criminoso, composto por cerca de 10 homens, invadiu o local altamente armado em carros e motos.

Segundo o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, o crime já foi comunicado ao secretário de Segurança Pública de São Paulo. Ele disse ainda que pediu as providências para a investigação dos autores do crime e a prisão deles.

Do Brasil 247.

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Tendo como um dos desafios iniciais da sua gestão a regularização dos salários atrasados dos servidores municipais, o prefeito Severino Ramos (PSDB) tem avançado nesse contratempo. Nesta sexta-feira (10), foi priorizado o pagamento dos professores da rede municipal, utilizando recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

De acordo com o secretário de Educação, Gilberto Sabino, a maioria dos professores já recebeu, mas casos específicos ainda estão em processamento. “Os professores que fizeram portabilidade bancária terão um pequeno atraso, pois, segundo orientação jurídica, os valores demoram um dia para serem creditados na conta de destino”, explicou.

Segundo o secretário, alguns casos específicos estão sendo ajustados. “Os professores que recebem pela folha de 70% do Fundeb já foram pagos. No entanto, aqueles que recebem pelos 30% — como os liberados para exercício de mandato classista ou que atuaram no sindicato em dezembro — estão com os pagamentos sendo processados e devem receber até segunda-feira ”, explicou o secretário.

O secretário de Finanças, Alexandre Araújo, ressaltou o esforço da gestão em priorizar os servidores. “A atual gestão do prefeito Ramos, em apenas cinco dias úteis, conseguiu mobilizar um montante significativo de recursos para começar a regularizar os pagamentos. Hoje, a grande maioria dos servidores já teve seu salário depositado. A partir de segunda-feira, daremos continuidade à quitação total da folha, garantindo que ninguém fique sem receber”, destacou Alexandre.

Ex-vereador do Recife, com amplo e rico currículo na área pública, meu amigo Roberto Andrade, que está de volta a Pernambuco depois de longa temporada em Brasília, vai assumir a superintendência de Administração da Assembleia Legislativa. Foi escolhido pelo deputado Francismar Pontes (PSB), que toma posse no próximo dia 2 como primeiro-secretário da Casa.

Andrade é cria política do ex-governador Joaquim Francisco, a quem serviu também quando prefeito do Recife e no Governo do Estado. Engenheiro qualificado, em Brasília trabalhou no Ministério de Ciência e Tecnologia, na gestão Eduardo Campos, e foi secretário de Projetos Especiais no Governo de Ibaneis Rocha (MDB).

Francismar não poderia ter sido mais feliz!

Soube, há pouco, da morte da jornalista Andrea Matuta, que foi casada com o ex-prefeito e agora deputado estadual Júnior Matuto. Na eleição passada, ela atuou na campanha do prefeito eleito Severino Ramos (PSDB), por quem havia sido nomeada secretaria de imprensa. Segundo o blog do Kennedy, ela foi vencida por um câncer.

Para a Igreja Católica, homens gays podem se tornar padres, desde que optem por uma vida sem fazer sexo — o celibato. A informação consta em documento do Vaticano publicado na quinta-feira (9).

Produzido pela Conferência Episcopal Italiana (CIE), o comunicado altera uma instrução publicada nove anos atrás que barrava seminaristas com “tendências homossexuais profundas”.

Embora a atualização no documento da CEI não deixe de considerar a orientação sexual de um seminarista, a hipótese de o homem ser gay será acrescentada apenas como um aspecto do candidato à carreira de padre.

“Ao lidar com tendências homossexuais no processo de formação, é adequado que a avaliação não se reduza apenas a este aspecto, mas sim busque entender seu significado em toda a estrutura da personalidade do jovem”, diz o texto.

A atualização da CEI pode ser interpretada como um aceno do papa Francisco à população LGBTQIA+. O pontífice é conhecido por proferir discursos acolhedores a fiéis e casais do mesmo sexo, mas também já fez comentários considerados homofóbicos e recebeu críticas da comunidade.

Do Correio Braziliense.

Os cartórios brasileiros começaram a corrigir as causas das mortes e a emitir novas certidões de óbitos de mortos e desaparecidos na ditadura. Um mapa mostra a quantidade de documentos e os locais onde foram indicadas as mortes ou desaparecimentos.

No entanto, a entrega de certidões retificadas não será realizada pelos cartórios. O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania informou que a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) deverá providenciar as entregas dos documentos em solenidade com pedidos de desculpas e homenagens.

“Elas não precisam vir ao cartório. Elas serão contactadas no momento oportuno já com as certidões em mãos para que elas possam ter seu direito de reparação consagrado”, afirma Gustavo Renato Fiscarelli, vice-presidente do Operador Nacional do Registro Civil.

Os cartórios estão cumprindo uma resolução aprovada por unanimidade pelo CNJ – Conselho Nacional de Justiça em dezembro. As certidões de óbito de 202 mortos durante a ditadura têm que ser corrigidas. Já os 232 desaparecidos durante o regime militar terão finalmente direito a um atestado de óbito. E todos os registros terão que informar que essas pessoas foram vítimas da violência cometida pelo Estado. A Comissão Nacional da Verdade foi quem reconheceu o número total de 434 mortos e desaparecidos na ditadura.

Segundo os dados, os estados que puxam o topo da lista das vítimas são São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Pernambuco e a região onde atualmente está o Tocantins.

O documento em nome de Ari Lopes de Macedo é um dos novos. O estudante foi morto em Brasília (DF) aos 20 anos após ter sido detido pelo 26º Batalhão de Caçadores de Belém (PA), em 1963. A versão oficial apresentada foi a de suicídio, de acordo com o Memorial da Resistência de São Paulo.

O alfaiate Geraldo da Rocha Gualberto, nascido em Minas Gerais, era o mais velho de uma família de 11 filhos. Ainda segundo o Memorial, ele morreu em 7 de outubro de 1963 no “Massacre de Ipatinga”, que foi uma operação policial contra uma multidão de trabalhadores grevistas, que manifestavam contra as condições de trabalho impostas por uma siderúrgica. Ao menos oito pessoas morreram e 90 ficaram feridas.

Em Recife (PE), o padre Antônio Henrique Pereira da Silva Neto era Coordenador da Pastoral da Juventude, desenvolvia atividades de inclusão social e recuperação de jovens, promovia reuniões com a juventude e com pais para discussão de problemas sociais, de acordo com o Memorial.

Conforme os registros, ele foi sequestrado na noite de 26 maio de 1969, torturado e morto na madrugada do dia 27 de maio de 1969 por um grupo do Comando de Caça aos Comunistas e por agentes da polícia civil de Pernambuco. A última vez em que foi visto, o padre havia participado de duas reuniões com jovens e pais na noite do dia 26.

Certidão emitida em SP

Nesta semana, as irmãs Crimeia Almeida e Amélia Teles foram as primeiras a emitirem a certidão de um óbito de um amigo após a resolução do CNJ.

“Eu sempre tive esperança. A verdade sempre vence. E esse atestado anterior aqui era mentira”, afirma a enfermeira aposentada Crimeia Almeida.

Crimeia Almeida e Amélia Teles foram presas, torturadas e testemunharam a morte sob tortura de Carlos Nicolau Danielli no DOI-CODI, na capital paulista, em 1972. Na certidão de óbito do amigo constava como causa da morte “anemia aguda traumática”. Na terça-feira (7), o documento foi retificado e passou a informar que a morte de Carlos não foi natural e sim violenta, causada pelo Estado.

“A violência que ele sofreu foi causada pelo Estado autoritário, um Estado ditatorial. Está escrito aqui. Isso é uma questão de justiça”, diz a professora aposentada Amelinha Teles.

Até agora, as certidões de óbito de mortos na ditadura só eram corrigidas depois de longas batalhas na Justiça. Só há 5 anos, a aposentada Angela Mendes de Almeida conseguiu retificar a causa da morte do companheiro, o jornalista Luiz Eduardo da Rocha Merlino, morto em 1971.

“Que fique claro, nacionalmente houve pessoas que enfrentaram a ditadura militar e que por causa disso morreram em condições atrozes”, diz.

A advogada e ativista Eunice Paiva, retratada no filme “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, no qual foi interpretada por Fernanda Torres, lutou pelo reconhecimento do assassinato de seu marido, Rubens Paiva. Após 25 anos, em 23 de fevereiro de 1996, Eunice recebeu a certidão de óbito do seu marido, desaparecido desde 1971.

Já a família do jornalista Vladimir Herzog conseguiu só em 2012 a alteração da causa da morte de suicídio para lesões e maus tratos nas dependências do Exército. A coordenadora do instituto que leva o nome de Herzog diz que a resolução do CNJ corrige um erro histórico.

“É reconhecer que o Estado brasileiro faz parte desse processo e que ele precisa se responsabilizar também por isso”, afirma Lorrane Rodrigues, coordenadora de Memória, Verdade e Justiça do Instituto Vladimir Herzog.

Do g1.

Por Marcelo Tognozzi

Colunista do Poder360

A sensação é de insegurança. Os investidores, especialmente aqueles que circulam com desembaraço em Wall Street, enxergam o Brasil como problema, um risco a ser evitado. Estão excluindo o país de seus planos.

Na quarta-feira (8), a repórter Aline Bronzati do Estadão mostrou a dura realidade de um país cuja participação nos fundos globais vem caindo, chegando a 4% em dezembro, quando já foi de 17%. Os grandes bancos internacionais estão rebaixando a recomendação para ativos brasileiros por causa da piora das expectativas no cenário econômico.

Quem apostou que o Brasil daria certo, que os juros cairiam, perdeu dinheiro e o Brasil deixou de ser interessante, reconheceu Alberto Ramos, diretor do Goldman Sachs, uma das casas bancárias mais tradicionais dos Estados Unidos. Ele só reforça o que foi publicado no Wall Street Journal em 22 de dezembro, quando a jornalista Mary Anastasia O’Grady escreveu sobre o derretimento do real e a dificuldade do governo Lula em cortar gastos.

“Uma reforma fiscal decepciona os investidores, enquanto os tribunais tomam partido na política”, escreveu ela sobre a aliança entre o governo e o Judiciário, este último fiador da governabilidade.

Os investidores não enxergam só o gerenciamento precário da economia, movida por solavancos e dissintonia entre o Congresso, de um lado, e o Executivo e o Judiciário do outro. Eles também estão atentos a outros sinais.

Por exemplo, a imagem de Fernando Haddad visivelmente cansado e abatido nas suas primeiras fotos de 2025. Um Haddad diferente daquele empossado em janeiro de 2023, o cabelo mais grisalho e as rugas de expressão bem vincadas como mostram as fotos de Sérgio Lima, um talentoso especialista em produzir imagens do cotidiano do poder. Suas fotos costumam informar muito além dos textos do noticiário.

O Brasil, entendem os conhecedores dos humores daqueles que vivem do dinheiro e para o dinheiro, é um país cada vez menos relevante. Certamente irá repercutir negativamente entre eles o anúncio feito pela multinacional Paper Excellence, uma das maiores produtoras de papel e celulose do mundo, sobre a decisão de instaurar uma nova arbitragem na CCI (Câmara de Comércio Internacional), desta vez em Paris, referente ao caso da venda da Eldorado Celulose. A Paper comprou a empresa da holding J&F, em 2017, por R$ 15 bilhões. Mas não levou, porque os vendedores simplesmente mudaram de ideia depois de ideia depois de assinar o contrato de compra e venda.

Desde 2018, vendedor e comprador brigam. A Paper ganhou a arbitragem no Brasil por unanimidade, mas a J&F recorreu ao Judiciário e tem conseguido impedir a conclusão do negócio com argumentos criativos e diversas manobras processuais. Segundo comunicado que a Paper divulgou ao mercado, desde que perderam a arbitragem, a J&F moveu mais de 50 processos e recursos no Judiciário brasileiro para evitar que o contrato fosse cumprido e a Paper assumisse o controle da Eldorado.

O argumento criativo mais recente da J&F é o de que a Paper tem capital estrangeiro e, por isso, deveria ter pedido autorização do Congresso para comprar a Eldorado, porque o negócio envolveria terras. Ocorre que a multinacional comprou uma fábrica de celulose com toda sua infraestrutura, não uma fazenda.

O argumento para tentar desfazer o negócio acabou causando insegurança jurídica, respingando em outras empresas estrangeiras com negócios no Brasil envolvendo terras sem a tal autorização do Incra ou do Congresso. A partir do caso Eldorado, o professor da USP (Universidade de São Paulo) Ricardo Ricupero instaurou várias ações populares questionando aquisições de grandes empresas como Shell/Raízen, Brasil Agro ou Bracell.

A nova arbitragem pedida pela Paper expõe uma vez mais o Brasil à comunidade internacional de investidores, onde é cultivado o saudável hábito de cumprir contratos assinados, mesmo que, posteriormente, a conjuntura mude ou o arrependimento bata à porta. É o que o morto deputado Luís Eduardo Magalhães, ex-presidente da Câmara, chamava de jogo jogado. Era a época de um outro Brasil, embora, naquele tempo, políticos e empresários também se entendessem, mas na grande maioria das vezes costumava valer o que estava escrito.

Conforme a imprensa já publicou dezenas de vezes, o contrato entre a Paper e a J&F determina que os conflitos sejam decididos por meio de arbitragem, instrumento moderno, que desafoga o Judiciário. Mas o inconformismo da J&F com o resultado da arbitragem que deu vitória à Paper levou ao caminho inverso: recorrentemente, a holding abre nova frente na Justiça questionando a sentença arbitral.

O histórico dessa disputa indica que o resultado da arbitragem de Paris tende a ser semelhante à decisão da arbitragem que ocorreu no Brasil. Até porque, como foi registrado na imprensa, um desembargador do Tribunal de São Paulo entendeu que a J&F praticou litigância de má-fé ao longo da negociação da Eldorado.

Num momento em que a Europa discute a validação do acordo comercial com o Mercosul, no qual a J&F desponta como grande beneficiária por ser a maior produtora e vendedora de proteína animal, é grande o risco para a imagem da empresa e também do Brasil. Jornais como Le Monde e L’ Humanité já fizeram duras críticas à empresa. O mundo olha para a J&F, sabe quem são seus controladores e entende o quanto eles são poderosos e influentes. Mas também entende que a regra é clara: fazer valer os contratos, aceitar o jogo jogado.

Luís Eduardo dizia, com razão, que a lei é igual para todos, inclusive os poderosos e os legisladores. Esse é o preço da credibilidade.

O Ministério das Relações Exteriores divulgou na manhã deste sábado (11) uma nota em que condena a perseguição a opositores do presidente da Venezuela, Nicolas Maduro. O Itamaraty trata como deploráveis os recentes episódios de prisões, de ameaças e de perseguição.

“O governo brasileiro acompanha com grande preocupação as denúncias de violações de direitos humanos a opositores na Venezuela, em especial após o processo eleitoral realizado em julho passado”, diz o texto.

“Embora reconheçamos os gestos de distensão pelo governo Maduro – como a liberação de 1.500 detidos nos últimos meses e a reabertura do Escritório do Alto Comissário de Direitos Humanos das Nações Unidas em Caracas, o governo brasileiro deplora os recentes episódios de prisões, de ameaças e de perseguição a opositores políticos”, complementa.

O documento também cobra diálogo e busca por entendimnto mútuo.

“O Brasil exorta, ainda, as forças políticas venezuelanas ao diálogo e à busca de entendimento mútuo, com base no respeito pleno aos direitos humanos com vistas a dirimir as controvérsias internas”, encerra o documento.

Maduro toma posse para 3º mandato

Nicolás Maduro assumiu o terceiro mandato como presidente da Venezuela na Assembleia Nacional, em Caracas, na sexta-feira (10).

A posse ocorreu em meio a um cenário de turbulência política, no qual Maduro enfrenta contestações sobre resultado da eleição realizada em julho do ano passado e acusações de violência contra opositores.

“Que este novo mandato presidencial seja um período de paz, de prosperidade, de igualdade e da nova democracia”, disse Maduro durante a cerimônia de posse.

“Juro pela história, pela minha vida e cumprirei (meu mandato), cumpriremos”, adicionou o chefe de Estado.

Maduro faz críticas a líderes internacionais

Ainda durante o discurso de posse, Maduro afirmou que há paz na Venezuela e que seu governo garantirá a soberania nacional.

“Eu disse que haveria paz, e há paz. E haverá paz. Somos guerreiros da história, e garantiremos a paz e a soberania nacional para sempre”, destacou, adicionando que é um momento de “fortes emoções”.

Durante a fala, ele também fez críticas a líderes internacionais, como Javier Milei, presidente da Argentina, e Álvaro Uribe Vélez e Iván Duque, ex-presidentes da Colômbia.

Da CNN.

Um navio de carga naufragou a cerca de cinco quilômetros da praia de Casa Caiada, em Olinda, no Grande Recife, por volta das 23h30 desta sexta-feira (10).

Os sete tripulantes foram resgatados por uma lancha, em uma operação coordenada pela Marinha.

Segundo a Capitania dos Portos, a tripulação está “em bom estado de saúde”.

Navio seguia para Fernando de Noronha

A embarcação, chamada “Topa Tudo Noronha”, da Além Mar Transportes, tinha saído às 15h30 do Porto do Recife e seguia para o arquipélago pernambucano.

De acordo com a administração de Fernando de Noronha, a empresa informou que a carga era composta por alimentos, bebidas e materiais de construção, e estava abaixo da capacidade máxima exigida. 

Um Inquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos de Navegação foi instaurado para investigar as causas e as circunstâncias do naufrágio.

Do Diário de Pernambuco.   

O dólar fechou em alta nesta sexta-feira (10), cotado a R$ 6,10, com o mercado reagindo aos dados mais recentes da inflação no Brasil e aos novos números do mercado de trabalho dos Estados Unidos. Na máxima do dia, a moeda chegou a R$ 6,1248.

O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou em baixa.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, mostra que a inflação teve alta de 4,83% em 2024, acima do teto da meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

A meta era de 3%, mas seria considerada cumprida se ficasse entre 1,5% e 4,5%. É a terceira vez desde 2021 que a inflação fica acima do teto. Agora, o novo presidente do BC, Gabriel Galípolo, terá de publicar uma carta explicando os motivos para o estouro.

Além disso, o resultado pressiona o BC a continuar com o processo de elevação da taxa básica de juros. Atualmente, a taxa está em 12,25% ao ano, mas o mercado financeiro já espera algo entre 15% e 16% ao ano em 2025.

No exterior, o mercado repercute o resultado do “payroll”, relatório de emprego mais popular dos EUA. O país criou 256 mil vagas de empregos não-agrícolas em dezembro, bem acima das expectativas de mercado, de 164 mil.

Também houve aceleração contra o mês anterior, quando foram registradas 212 mil vagas. A taxa de desemprego dos EUA ficou em 4,1%. A projeção era de 4,2%, mesmo resultado de novembro.

Os números do payroll servem como referência para que o Federal Reserve (Fed) decida as taxas de juros americanos. Um mercado de trabalho muito aquecido pode pressionar a inflação, e levar o Fed a interromper sua sequência de cortes de juros antes do esperado.

Dólar

O dólar subiu 1%, cotado a R$ 6,1017. Veja mais cotações.

Com o resultado, acumulou:

  • queda de 1,28% na semana;
  • recuo de 1,26% no mês e no ano.

No dia anterior, a moeda fechou em baixa de 1,11%, cotada a R$ 6,0411

Ibovespa

O Ibovespa caiu 0,77%, aos 118.856 pontos.

Com o resultado, acumulou:

  • alta de 0,27% na semana;
  • perdas de 1,19% no mês e no ano.

Na véspera, o índice encerrou em alta de 0,13%, aos 119.781 pontos.

O que está mexendo com os mercados?

Os dados econômicos do Brasil e dos Estados Unidos foram aguardados durante toda a semana, pois podem indicar os próximos passos na política de juros em ambos os países.

No Brasil, a inflação veio conforme as projeções do mercado, mas mostrou uma aceleração em dezembro. Além disso, a inflação de 2024 fechou acima do teto da meta.

Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE tiveram alta nos preços em dezembro. Mas a alta da inflação foi impulsionada principalmente pelo grupo de Alimentação e bebidas, que registrou a maior variação percentual (1,18%) e o maior impacto no índice (0,25 p.p.).

Para o resultado fechado de 2024, todos os nove grupos medidos pelo IBGE tiveram alta. Alimentação e bebidas também teve a maior alta percentual (7,69%) e o maior impacto sobre o índice (1,63 p.p.).

Para 2025, as expectativas ainda são divergentes. Heliezer Jacob, economista do C6 Bank, acredita que o cenário econômico continuará “desafiador” em 2025 e que a inflação pode fechar mais um ano acima do teto da meta, que é o mesmo do ano passado.

“O mercado de trabalho aquecido e a perspectiva de câmbio depreciado pressionarão ainda mais a inflação. Nossa projeção é de que o IPCA feche o ano em 5,7%, novamente acima do limite superior da meta”, comenta Jacob.

O economista-chefe da G5 Partners, Luis Otávio Leal, tem uma visão diferente. Para ele, a política de alta dos juros que o BC já está adotando, e que pode levar a taxa Selic a cerca de 15% ao ano, deve reduzir a pressão sobre o consumo e os preços.

“Além disso, ao contrário de 2024, quando tivemos o impacto de dois fenômenos climáticos– El Niño e La Niña – e uma quebra de safra agrícola, 2025 aparenta ter apenas um La Niña fraco e uma safra recorde. Com isso esperamos uma variação nos alimentos bem abaixo do que foi no ano passado”, diz Leal.

Nos EUA, os números que indicam a resiliência do mercado de trabalho “reforçam a dificuldade do Fed em continuar com o ciclo de corte de juros”, explica Paula Zogbi, gerente de Research da Nomad.

“Em resposta à divulgação, os juros dos Treasuries apresentam alta na maioria dos vencimentos nesta manhã, e as apostas de que o Fed não faça mais cortes de juros este ano, ou até tenham que optar por um aumento, se tornam mais abundantes no mercado”, destaca a especialista.

Juros mais altos nos EUA aumentam o rendimento dos títulos públicos do país, que são considerados os mais seguros do mundo. Isso atrai mais investimentos para os ativos americanos e fortalece o dólar em relação a outras moedas.

Do g1.

Utilizada para fins terapêuticos, mas estigmatizada por conta de seu uso recreativo, a maconha já conta com um novo status e começa a ser cultivada em escala industrial no Brasil. Um exemplo disso é a fábrica da associação Aliança Medicinal, a primeira “fazenda urbana” de cannabis do país, localizada em Olinda.

Segundo a instituição criada em 2020, a unidade funciona desde março de 2023, quando a associação obteve autorização da Justiça para cultivar a erva e produzir remédios à base de maconha.

As medicações consistem num óleo extraído das flores da planta fêmea da cannabis e são usados no tratamento de doenças como depressão, epilepsia e Parkinson. Os produtos terapêuticos não geram os efeitos psicoativos da droga.

A “fazenda” funciona dentro de um galpão numa área de mil metros quadrados, no bairro da Vila Popular, em Olinda, no Grande Recife. No local, as mudas são cultivadas e mantidas em dez contêineres a temperaturas que variam de 22 a 30 graus até o momento em que o extrato da flor é retirado para a produção do óleo.

“A gente desenvolveu um módulo produtivo, automatizado, em que a gente consegue simular as estações do ano e dar a melhor condição de que a planta precisa para desenvolver as substâncias necessárias para fazer o medicamento”, explicou o diretor-executivo da Aliança Medicinal e engenheiro agrônomo Ricardo Hazin Asfora.

O local produz em torno de 2 mil frascos de 30 mililitros por mês, a um custo médio que vai de R$ 150 a R$ 500. Os valores correspondem ao preço dos produtos distribuídos pela entidade, que hoje tem cerca de 9 mil associados em todos os estados do país.

Além do produto, os usuários pagam pelo frete, que custa a partir de R$ 10 para o Grande Recife, R$ 45 para outros estados do Nordeste e R$ 70 para as demais regiões.

Processo de fabricação

Todo o processo de produção do óleo de maconha medicinal dura entre quatro e cinco meses, cumprindo as seguintes etapas:

  1. Os produtores cortam talos de uma erva específica, chamada de “planta-mãe”, que é clonada para garantir que todos os óleos distribuídos sejam padronizados, compartilhando o mesmo material genético;
  2. Os talos da “planta-mãe” são colocados num vaso dentro de uma pequena estufa, chamada de “berçário” ou “incubadora”, onde a umidade do ar é controlada até que os talos comecem a criar raízes e crescer, transformando-se em mudas;
  3. Depois de aproximadamente 25 dias, as mudas são guardadas em estufas dentro de outros contêineres, onde são submetidas a condições de temperatura que simulam a transição da primavera para o verão, período em que elas florescem;
  4. As mudas levam três meses para crescer e criar flores, que contêm glândulas chamadas de “tricomas”, onde estão os fitocanabinoides, que são as substâncias de propriedades terapêuticas, como o canabidiol (CBD) e o tetrahidrocanabidiol (THC);
  5. Os tricomas produzem um líquido espesso e colante, que tem um cheiro forte;
  6. As flores são retiradas e levadas até um laboratório para a extração do sumo com o líquido produzido pelos tricomas;
  7. Em cada contêiner, são cultivadas cerca de 230 plantas, que produzem em torno de 1 kg de sumo, chamado de Insumo Farmacêutico Ativo Vegetal (IFAV);
  8. Antes da produção do óleo, o material é encaminhado a um laboratório terceirizado, que analisa o IFAV para avaliar as substâncias presentes nele;
  9. Após a análise, que dura em média 20 dias, o insumo é diluído em azeite extravirgem em concentrações que variam de 1,5% a 10%, gerando o óleo de cannabis medicinal;
  10. As outras partes da planta que não foram aproveitadas para a produção do óleo são levadas para descarte.

Atualmente, existem quatro tipos de óleo: um só de CBD, com 10% de concentração; e outros três, com concentrações de 1,5%, 3% e 6%, que podem ser de CBD, só de THC ou mistos. Eles são usados para os mais diversos sintomas, de crises convulsivas a ansiedade.

“As pessoas falam muito sobre canabidiol, mas canabidiol não é sinônimo de cannabis. Canabidiol é um dos componentes presentes na planta. […] Quando a gente começa a entender sobre as propriedades dos fitocanabinoides, a gente consegue atuar naquela sintomatologia do diagnóstico específico daquele paciente”, informou a médica Rafaela Espósito.

Segundo a especialista, a dosagem indicada também varia em cada paciente, dependendo de fatores como alimentação, sono, sedentarismo e estresse.

“É muito particular cada caso. Então, posso prescrever para um paciente com fibromialgia, por exemplo. E a dosagem que prescrevo para ele pode ser completamente diferente de outro paciente, por exemplo, também com fibromialgia, com a mesma idade, com aparentemente a mesma sintomatologia”, explicou a médica, durante visita à fazenda urbana de cannabis.

Regulamentação e expansão

A expectativa é que a produção da Aliança Medicinal cresça à medida que a distribuição da cannabis terapêutica for regulamentada. Recentemente, tanto a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), quanto a Câmara de Vereadores do Recife aprovaram leis que garantem o fornecimento dos remédios no Sistema Único de Saúde (SUS).

“Estamos em processo de expansão para atingir a capacidade de 36 contêineres. A gente já vem se preparando para um aumento mais abrupto, de acordo com o desenrolar dessa lei de acesso pelo SUS. […] Primeiro, a gente tem a aprovação da lei e a sanção pelo governo. Após essa etapa, a gente tem que chegar ao processo de regulamentação”, disse Ricardo Hazin.

A partir da regulamentação, com o aumento da demanda, espera-se que o preço do óleo de cannabis se torne cada vez mais acessível. “Tendo um volume grande, a gente conseguindo chegar em níveis de investimento significativos e estabilizar esse nível de investimento, a gente pode trabalhar apenas com o custo de produção”, explicou o diretor-executivo.

Para o engenheiro agrônomo, um uso mais disseminado da maconha para fins terapêuticos pode representar uma economia em relação aos gastos com atendimento em saúde.

“O custo de um tratamento desses [com cannabis medicinal], que é em média de R$ 200 ou R$ 300 por mês, se você comparar com um internamento ou atendimento de emergência de uma pessoa, vê o quanto vai conseguir viabilizar o sistema de saúde. É sobre isso que a gente está falando. Quanto mais a gente conseguir trabalhar em larga escala esse tipo de tratamento, a gente vai ter uma economia significativa no orçamento da saúde”, afirmou Ricardo Hazin Asfora.

Do g1.