O blogueiro de Afogados da Ingazeira, Júnior Finfa, agradeceu o apoio que recebeu após ser socorrido e precisar fazer um cateterismo. Na última sexta-feira (6), Finfa sofreu um infarto enquanto estava sendo homenageado na Câmara de Vereadores de São José do Egito, Sertão de Pernambuco. Ele precisou ser socorrido e fazer a intervenção cirúrgica. No entanto, neste domingo (8) postou um vídeo em suas redes sociais agradecendo pelo apoio que recebeu.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil-UB), é o convidado do meu podcast em parceria com a Folha de Pernambuco, o Direto de Brasília, na próxima terça-feira (28). No programa, ele deve comentar sua agenda rumo a 2026, o cenário da direita e como posiciona o seu campo político frente às disputas presidenciais, sua estratégia para recrutar apoios, além do papel das pautas de segurança pública e agronegócio.
Médico ortopedista formado pela Escola de Medicina e Cirurgia/RJ, Caiado é natural de Anápolis (GO) e vem de uma família tradicional de produtores rurais. Foi deputado federal por vários mandatos, senador da República e, desde 2019, exerce o cargo de governador de Goiás — sendo reeleito em 2022 no primeiro turno.
Nos últimos meses, Caiado tem sinalizado sua candidatura à Presidência em 2026 e defende que a direita apresente mais de um nome para o enfrentamento com o campo progressista. Ele se posicionou independentemente de Jair Bolsonaro, dizendo que manterá sua postulação mesmo com o ex-presidente na disputa.
O Direto de Brasília vai ao ar das 18h às 19h, com transmissão pelo YouTube da Folha de Pernambuco e do meu blog, e também em cerca de 165 emissoras de rádio no Nordeste. Retransmitem o programa pela Gazeta News (Grupo Collor) em Alagoas; pela Rede Mais Rádios, com 25 emissoras na Paraíba; pela Mais-TV, sob o comando do jornalista Heron Cid; ainda pela Rede ANC, no Ceará, com mais de 50 emissoras; e pela LW TV, de Arcoverde.
Os parceiros neste projeto são: Grupo Ferreira de Santa Cruz do Capibaribe, Autoviação Progresso, Grupo Antonio Ferreira Souza, Água Santa Joana, Faculdade Vale do Pajeú e o grupo Grau Técnico.
Fontes do STF (Supremo Tribunal Federal) já preveem para a próxima semana o início do julgamento dos recursos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos demais réus do núcleo 1 condenados pela trama golpista.
A tendência é de que a Primeira Turma rejeite os chamados embargos de declaração. A defesa ainda teria direito a recorrer mais uma vez. Com a provável nova negativa do colegiado, são expedidos os mandados de prisão definitiva. As informações são da CNN.
Com a publicação, nesta quarta-feira (22), do acórdão da decisão que fixou a Bolsonaro a pena de 27 anos e três meses em regime inicial fechado, abre-se automaticamente o prazo de cinco dias corridos para a defesa recorrer.
Ou seja, a partir de segunda, o recurso já estaria pronto para ser analisado pela Primeira Turma.
Auxiliares do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal, afirmam que ele deve ser célere e levar o caso ao plenário virtual.
Ainda não está claro se o processo seria incluído na pauta da sessão virtual que se inicia na sexta (e fica aberta por uma semana) ou se Moraes pediria uma sessão extraordinária para julgar os recursos em menos tempo (24 ou 48 horas, por exemplo).
Tombou o “último dos moicanos” do jornalismo de papel — aquele com cheiro de tinta fresca e de terra molhada.
Encantou-se o “gato do telhado”, o teimoso, combatente e persistente jornalista Enaldo Cândido, dono de um sonho só: manter vivo o tradicional e querido Jornal de Arcoverde.
Como um novo cavaleiro andante, imortalizado pelo gênio de Cervantes, ele enfrentou os moinhos de vento da desenfreada modernidade digital. Ergueu sua lança e lutou, até o último minuto de vida, pelo jornal impresso.
Para ele, jornal que é jornal precisa ter corpo e alma.
Tem que ter rosto.
Ser alisado, cheirado, acariciado como o corpo de uma mulher amada.
Tem que se aninhar nas mãos calosas dos sertanejos que jamais tocaram — e talvez jamais toquem — no teclado de um computador ou na tela fria de um celular.
Tem que fazer companhia ao idoso encolhido e esquecido no sofá, num canto de sala…
Tem que ser guardado na memória do coração — e também na gaveta — para ser visto e revisto quantas vezes se quiser.
Tem que permitir à jovem ansiosa se ver e se rever em sua primeira aparição na coluna social.
Tem que existir para servir de prova de que aquele aspirante a poeta, cronista ou escritor não é mais inédito.
Do alto do telhado, onde miava e vigiava o mundo, o gato observava tudo. Sabia de tudo o que se passava em Arcoverde e nas cidades vizinhas.
E batalhou, até o último suspiro, para dar vida ao seu Jornal de Arcoverde.
Pode-se dizer, pois, que esse irrequieto, bem-humorado e obstinado jornalista nasceu, viveu e morreu por seu sonho.
Nada mais justo, portanto, que o acompanhasse, em sua derradeira caminhada à morada eterna, pousada sobre o agora sereno peito — não a bandeira de um time ou de um lugar qualquer —, mas, de forma tranquila e simbólica, a última edição do seu Jornal de Arcoverde.
Ó pequenina e altiva Itaíba, obrigado pelo precioso filho que nos deste!
E louvada seja, para todo o sempre, a refrescante e doce água do cacimbão do Seu Jé, que um dia Enaldo Cândido bebeu… e nunca mais deixou a terra do Cardeal.
Amém.
Praia de Boa Viagem, 21 de outubro de 2025 — dia do sepultamento do meu amigo, o jornalista Enaldo Cândido.
A contratação de uma empresa pelo Governo do Estado para fornecer serviços de desenvolvimento de software tem agitado os bastidores do Poder Executivo há pelo menos dois meses, principalmente os corredores da Secretaria de Administração (SAD) e da Agência Estadual de Tecnologia da Informação (ATI-PE), vinculada à SAD.
Ocorre que o contrato, com valor superior a R$ 30 milhões, foi firmado sem licitação, e há denúncias de servidores públicos concursados de que a empresa contratada passou a ser fornecedora do Estado meses após bancar viagens à Europa para membros das altas cúpulas da SAD e da ATI-PE, comissionados.
As viagens foram para a Estônia e ocorreram em maio de 2024 e maio de 2025. A empresa foi contratada sem exigência de competição em dezembro de 2024. A Estônia é um país localizado no norte da Europa, na região do Mar Báltico, com belezas naturais deslumbrantes e rica herança cultural.
Órgãos de controle
Nossa reportagem procurou os órgãos de controle para checar se havia investigações em andamento sobre o caso. Tanto o Tribunal de Contas do Estado (TCE) quanto o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) confirmaram que receberam as denúncias e que há procedimentos abertos.
O MPPE afirmou, por meio da assessoria de imprensa: “A notícia de fato está sob análise da 27ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital, seguindo o trâmite previsto na legislação e aguardando resposta dos órgãos oficiais, no prazo legal”. De acordo com informações extraoficiais levantadas por este blog, o promotor do caso é João Alves.
Já o TCE, que também se pronunciou via assessoria de imprensa, informou que o caso está no Ministério Público de Contas de Pernambuco (MPC-PE).
“O Ministério Público de Contas de Pernambuco (MPC-PE) informa ter recebido denúncia sobre a possível contratação, sem licitação, de empresa que fornece serviços de desenvolvimento de software pela Agência de Tecnologia da Informação de Pernambuco (ATI-PE) e pela Secretaria de Administração do Estado de Pernambuco (SAD-PE)”, declarou o órgão.
O TCE ainda completou: “O caso está sob análise da 5ª Procuradoria de Contas, que tem como titular o procurador Gustavo Massa. Conforme as regras da Resolução MPC-PE nº 04/2023, foi instaurada Notícia de Fato para iniciar a fase de apuração. Neste procedimento, serão analisados os apontamentos da denúncia e, se necessário, os envolvidos serão notificados para apresentarem os devidos esclarecimentos”.
Viagens à Europa
De acordo com as denúncias enviadas ao TCE e ao MPPE, às quais este blog teve acesso com exclusividade, em maio de 2024 uma comitiva com dois integrantes da SAD e um da ATI viajou para a Estônia. No grupo estava a secretária de Administração, Ana Maraíza de Sousa (foto abaixo).
No país, o trio de comissionados participou de uma conferência de governança digital.
A viagem teria sido bancada pela mesma empresa que, sete meses depois, foi contratada sem licitação pelo Governo do Estado para prestar serviços de desenvolvimento de software, sob o argumento de que somente ela teria os produtos e serviços que o Estado precisava.
Os servidores concursados pediram aos órgãos de controle para apurar se houve tráfico de influência. Segundo as denúncias, a contratação não poderia ter se dado sem exigência de licitação, uma vez que os serviços contratados são comuns no mercado e deveriam ser objeto de ampla competitividade em pregão eletrônico.
Mas, sob a suposta influência das altas cúpulas da SAD e da ATI, a dispensa de licitação teria sido viabilizada. Os funcionários também relatam que a empresa tem equipe limitada na execução dos serviços e que, por isso, não entregou os produtos de forma adequada.
Além disso, o Governo do Estado, sob a gestão da governadora Raquel Lyra (PSD), abandonou uma plataforma de serviços digitais já adquirida e paga, sem justificativa, a fim de contratar a nova empresa.
Mais viagens
Em maio de 2025, a empresa, que agora é oficialmente fornecedora do Estado, novamente repetiu o custeio de viagens à Europa, dessa vez para uma nova cúpula formada por outros dois integrantes do alto comando da SAD, comissionados, e um diretor técnico da ATI, este último concursado da própria ATI.
Perseguição e assédio moral
Este blog tomou conhecimento de que a empresa estaria tentando ser ressarcida desses valores investidos nas viagens por meio de recursos do contrato com o Estado, de forma ilegal. Ocorre que servidores concursados que se opuseram a essa medida relataram sofrer perseguição e assédio moral.
Nossas fontes disseram que os pagamentos não atendem aos requisitos contratuais, porque o contrato tem por finalidade a execução de serviços técnicos de desenvolvimento e de consultoria em software, e não suposta capacitação ou imersão de servidores estaduais.
Além disso, afirmam os concursados, presentes ou viagens internacionais oferecidos por fornecedores não podem ser recebidos por servidores públicos do governo.
Sindicância na ATI
No dia 6 de outubro deste ano, o diretor-presidente da ATI-PE, Fred Vasconcelos, assinou a portaria nº 26/2025, determinando a abertura de uma sindicância com o objetivo de apurar a tentativa de uso indevido de um contrato para custeio de viagem internacional e retaliação funcional.
Reunião secreta
Ainda chegou a este blog a informação de que todo esse assunto foi objeto de uma reunião fechada e, à noite, de forma presencial, em 16 de setembro deste ano, na SAD, com membros da Secretaria de Administração, da empresa contratada e da ATI. O objetivo do encontro, comandado por Ana Maraíza, teria sido abafar as denúncias, a fim de que não chegassem ao conhecimento da governadora Raquel Lyra (PSD) e do Palácio do Campo das Princesas.
O Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de Pernambuco (IBEF-PE) realiza, nesta sexta-feira (24), o Congresso Nacional de Executivos de Finanças (CONEF 2025), no Mirante do Paço, no Recife Antigo, das 9h às 18h. O evento reunirá nomes de destaque da economia e da gestão pública, como Eduardo Giannetti, Joaquim Levy, João Campos e Priscila Krause, além de lideranças empresariais e executivos do setor financeiro.
A programação contará com palestras e painéis sobre economia, transformação digital, inteligência artificial e as finanças do futuro. O CONEF 2025 é uma oportunidade de atualização e networking para profissionais e empresas interessados em debater os rumos da economia brasileira. As inscrições podem ser feitas pelo site serdigital.com.br/conefpe.
O ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, reafirmou que será candidato ao Senado Federal nas eleições de 2026 e que não disputará a reeleição para a Câmara dos Deputados. A declaração foi feita na última terça-feira (21), durante um encontro com o grupo Prerrogativas, em que o ministro foi homenageado pelos serviços prestados ao país.
Questionado sobre o futuro político, Silvio Costa Filho confirmou a decisão e disse estar confiante no novo projeto. “Em 2026, vamos disputar o Senado Federal. Não vamos mais disputar a reeleição para a Câmara Federal. Estou animado e quero agradecer publicamente todas as manifestações de prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, lideranças do movimento popular, do setor produtivo e ao presidente Lula pela confiança que venho recebendo para disputar o Senado”, afirmou.
O Grupo JCPM anunciou mudanças na sua estrutura organizacional no ano em que completa 90 anos de fundação. As decisões estratégicas passam a ser concentradas na holding JCPMPar – Participações e Empreendimentos S.A., que passa a contar com um Conselho de Administração formado por seis integrantes. O grupo reúne empresas nas áreas de shopping centers, construção, incorporação imobiliária, comunicação, por meio do Sistema Jornal do Commercio, e iniciativas sociais, como o Instituto JCPM e a Fundação Pedro Paes Mendonça.
O Conselho será presidido por João Carlos Paes Mendonça e contará com João Carlos Paes Mendonça Tavares de Melo, Marcelo Tavares de Melo Filho, Renato Paes Mendonça Tavares de Melo, Jaime Queiroz Filho, que assume como vice-presidente, e Marcelo Silva, como conselheiro independente. A nova configuração tem como objetivo aprimorar a governança e consolidar um modelo de gestão mais integrado entre as empresas do grupo, que atua em Pernambuco, Bahia, Ceará e Sergipe, com 11 shoppings e cerca de 3,2 mil lojistas.
Como parte da reestruturação, a área de shopping centers passa a operar sob uma diretoria exclusiva, a JCPM Shopping Centers, que terá Sérgio Moraes Vieira Filho como CEO. Pernambucano, Sérgio iniciou sua trajetória na Coca-Cola Solar e exerceu cargos de liderança internacional na The Coca-Cola Company, atuando na Nigéria, Rússia e, mais recentemente, na África do Sul. Formado em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco, com especialização em Finanças pela Harvard Business School, o executivo retorna ao Estado para comandar a operação que consolida o grupo como líder no setor de shopping centers no Nordeste e quarta maior do Brasil.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) lançou, ontem (21), três projetos e realizou a entrega de alimentos em Parnamirim, no Sertão de Pernambuco. A ação contou com a presença do diretor de Abastecimento, Arnoldo de Campos, e do superintendente regional da Conab em Pernambuco, Elizaldo Sá. Os projetos beneficiarão o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do município, com a entrega de produtos provenientes de assentamentos da reforma agrária, comunidades quilombolas e indígenas. Ao todo, foram doadas 500 cestas de hortifrutigranjeiros, com cerca de 25 quilos cada, totalizando 14 toneladas de alimentos destinados a famílias cadastradas no CadÚnico e beneficiárias do Bolsa Família.
Durante o evento, os gestores da Conab também se reuniram com representantes de oito entidades que irão executar novos projetos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) na região, incluindo associações indígenas, assentamentos e cooperativas. O encontro teve como objetivo alinhar orientações técnicas e operacionais sobre a execução local das ações. Nesta quinta-feira (23), a equipe da Conab seguirá com visitas a outros municípios pernambucanos (Orocó, Cabrobó, Carnaubeira da Penha, Mirandiba e Custódia) para acompanhar e orientar as atividades do programa.
A Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados discutiu, ontem (21), o Projeto de Lei nº 1125/2025, de autoria do deputado federal Fernando Monteiro (Republicanos), que propõe conceder a Lagoa Grande, no Sertão do São Francisco, o título de “Capital Nordestina da Uva e do Vinho”. O município já possui o reconhecimento estadual de “Capital da Uva e do Vinho de Pernambuco”, concedido pela Assembleia Legislativa por iniciativa do deputado Jarbas Filho (MDB).
Durante a audiência, Fernando Monteiro destacou que a proposta valoriza o papel econômico e cultural de Lagoa Grande no setor da vitivinicultura. A prefeita Catharina Garziera, presente na reunião, defendeu a aprovação do projeto e lembrou que o município é o único do mundo com até 2,5 safras de uva por ano, responsável pela produção anual de cerca de 35 milhões de litros de vinhos, sucos e espumantes. Após tramitar nas comissões temáticas, o texto seguirá para votação no Plenário da Câmara.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou nesta terça-feira (21) que acredita na reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026 e que, se o petista pedir, ele desistirá da candidatura ao Senado para continuar no governo.
“Estou muito animado para disputar o Senado, mas, se Lula pedir pra ficar, eu fico, para ajudar a fazer andar o país. O meu projeto é o do presidente Lula em Pernambuco e no Brasil. Estou pronto para qualquer missão que a gente venha construir em 2026. Nosso desejo é o Senado, mas tomarei essa decisão junto ao presidente. Se ele quiser que eu fique no governo, eu fico, para continuar trabalhando a favor do Brasil”, disse o ministro. As informações são da Folha de S. Paulo.
O ministro é do partido Republicanos, o mesmo do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, cotado para disputar a Presidência no ano que vem.
Caso concorra a cadeira no Congresso Nacional, Silvio deve deixar o cargo de ministro em abril de 2026.
Em evento organizado pelo grupo Prerrogativas, o ministro também voltou a declarar que sempre votou em Lula.
O encontro reuniu o deputado federal Emídio de Souza (PT-SP), empresários, advogados e o presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini.
Em setembro, Costa Filho afirmou que não vê Tarcísio como candidato à Presidência no ano que vem.
“[Tarcísio] me diz que as principais obras dele demoram em torno de quatro, cinco, seis anos”, disse sobre o governador de São Paulo, com quem afirma ter boa relação. “Ele precisa se consolidar como governador para que possa disputar a presidência da República no futuro.”
O Prerrogativas tem promovido encontros entre ministros da gestão petista e a sociedade civil para falar sobre as ações do governo.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, é autor de uma rara proeza. Ele conseguiu se enrolar pelos dois lados da polarização política brasileira. Quando era aliado do PT de Luiz Inácio Lula da Silva, foi um dos condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na ação penal do mensalão.
Teve uma pena de quase oito anos, ficou 11 meses detido, quando lhe foi concedida prisão domiciliar. No caso do julgamento da tentativa de golpe, Valdemar acabou conseguindo se safar inicialmente: o procurador-geral da República, Paulo Gonet, não o colocou entre os denunciados.
Essa situação deverá mudar, no entanto. E Valdemar já sabe disso e começou a se mexer, em busca de assessoramento para enfrentar a situação que poderá lhe chegar.
Reabertura Relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes sugeriu que se reabra a investigação sobre a participação de Valdemar. O presidente contratou o Instituto Voto Livre (IVL) para produzir o relatório técnico que embasou a ação que ele moveu contestando as eleições.
Contratante No julgamento feito na terça-feira (21), os ministros da Primeira Turma, com exceção de Luiz Fux, condenaram o presidente do IVL, Carlos Rocha, como um dos integrantes do núcleo de desorganização. Condenaram o contratado e não condenaram o contratante?
Para Moraes, situação do PL precisa ser revisitada
Como o Correio Político já destacara em maio, quando se iniciou o julgamento da tentativa de golpe no STF, o fato de Valdemar ter ficado de fora já chamava a atenção. E foi, inclusive, destacado pelo advogado de Carlos Rocha na ação, Melillo Dinis. Na sua defesa desde então, Melillo destacou que o relatório técnico feito pelo IVL nunca afirmou que havia possibilidade de fraudar as urnas eletrônicas. Havia uma cláusula de confidencialidade no contrato que impedia o IVL de falar sobre ele. Quem afirmou que havia essa possibilidade de fraude foi Valdemar, e não Rocha. E foi Valdemar quem acionou o TSE contra as eleições.
Ausência Rocha não foi absolvido, mas a ausência de Valdemar foi sentida. E mencionada por Moraes. A sorte do presidente do PL é que isso lhe dará tempo. Se a sugestão de Moraes for aceita, a investigação sobre Valdemar será reaberta. Ou seja, começa outra vez da estaca zero.
Indiciado Mas Valdemar já comentou com pessoas próximas que sabe que o raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Antes de ser livrado por Gonet, ele fora indiciado pela Polícia Federal. Avalia que agora, reaberto o caso, o destino final provavelmente será outro.
Assessoria Assim, ele já começou a usar interlocutores para sondar possíveis novos assessoramentos para enfrentar a situação e gerir a crise que, pelo posicionamento de Moraes, ficou para ele iminente. A inclusão precisa ser votada, mas provavelmente irá acontecer.
Maioria Já ficou mais do que claro que Moraes tem maioria entre os integrantes da Primeira Turma, que o seguem quase integralmente. Fux, tão pouco à vontade, até pediu agora para mudar para a Segunda Turma. Enfim, nova proeza de Valdemar, ele está de volta à cena.
Ciro Gomes tinha 32 anos quando disputou pela última vez um cargo majoritário no Ceará, estado onde tem suas raízes políticas. Elegeu-se governador em 1990 pelo PSDB, cargo que depois o catapultaria para sua primeira vitrine nacional: o Ministério da Fazenda do então presidente Itamar Franco.
Agora, aos 67, Ciro volta a assinar a ficha do PSDB, tenta retomar o protagonismo político em seu estado e chacoalha o xadrez eleitoral do Ceará. O retorno ao ninho tucano será oficializado nesta quarta-feira (22) em um ato político em Fortaleza. As informações são da Folha de S. Paulo.
Separam estes dois Ciros um intervalo de 35 anos. Neste período, ele passou por quatro partidos –PPS, PSB, Pros e PDT– e disputou quatro eleições presidenciais, sendo derrotado em 1998, 2002, 2018 e 2022. Mesmo sem sucesso nas urnas, se consolidou com um líder político com presença nacional.
Após ser derrotado em 2022, quando teve seu pior desempenho nas quatro eleições presidenciais e saiu das urnas com 3% dos votos, Ciro anunciou que não disputaria mais eleições. Mas tudo caminha para que ele não cumpra a promessa que fez a si e aos eleitores.
A tendência, apontam aliados, é que ele seja o adversário do governador Elmano de Freitas (PT) na eleição do próximo ano para tentar interromper um ciclo de governos petistas iniciado em 2015 com a eleição de Camilo Santana, hoje ministro da Educação do governo Lula (PT).
Desta forma, faz um movimento buscando reconstruir o seu capital político a partir da sua base eleitoral. Para se reposicionar no jogo político, tenta amarrar uma unidade entre os partidos da oposição, incluindo até mesmo o PL de Jair Bolsonaro.
O movimento vinha sendo maturado desde o ano passado, quando seus principais aliados apoiaram o deputado federal bolsonarista André Fernandes (PL) no segundo turno em Fortaleza. A aproximação foi intensificada em maio deste ano, com o ex-ministro se reunindo com deputados de oposição ao governador.
Na ocasião, Ciro sinalizou pela primeira vez que toparia uma possível candidatura ao governo e declarou apoio a uma provável candidatura ao Senado do deputado estadual e pastor Alcides Fernandes (PL), pai de André Fernandes.
“Existe um sentimento majoritário na oposição de que é preciso unir forças, apresentando um palanque único e forte contra o governador”, afirma o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, aliado próximo a Ciro que vai se filiar ao União Brasil.
Ao mesmo tempo em que passou a confraternizar com adversários do passado, Ciro ampliou as divergências políticas com antigos aliados como Camilo Santana e até mesmo com o próprio irmão, o senador Cid Gomes (PSB), com quem está rompido desde 2022.
Cid, que governou o Ceará entre 2007 e 2014, tem afirmado que uma possível candidatura de Ciro criará uma situação “absolutamente constrangedora”. O senador é aliado de Elmano de Freitas e deve apoiar a reeleição do governador.
Questionado sobre a filiação de Ciro ao PSDB, Cid afirmou em entrevista à imprensa que cada qual segue o caminho que quer: “Ninguém deve comentar a vida dos outros. A gente deve se esforçar para fazer o melhor pelo povo. Você nunca vai me ver falando mal de adversário, muito menos de meu irmão”.
Entre aliados de Ciro, uma possível candidatura ao governo é vista como um movimento capaz de mexer com o tabuleiro eleitoral do estado.
Nomes como o ex-deputado Capitão Wagner (União Brasil) e o deputado André Fernandes (PL) sinalizaram que não se opõem a uma aliança. O principal ponto de resistência é o senador Eduardo Girão (Novo), que se lançou pré-candidato a governador e lembra que Ciro não possui uma trajetória na direita.
Aliados do governador minimizam o impacto da entrada o ex-ministro na disputa estadual: “Gostaria muito de ver Ciro Gomes candidato da oposição no Ceará, com toda sua arrogância e incoerência”, afirmou Chagas Vieira, chefe da Casa Civil do governo, ao jornal O Povo.
Elmano trabalha para ampliar o seu arco de alianças e tenta trazer para o seu palanque a federação formada por PP, que já é seu aliado no estado, e União Brasil, que está dividido.
Outro partido que se reaproximou do governador é o PDT, do qual Ciro pediu desfiliação na semana passada. A legenda faz parte da base de Lula e retomou pontes com o PT no Ceará.
No PSDB, a filiação de Ciro Gomes é encarada como um movimento de caráter local, com foco na disputa do governo do Ceará. Há uma preocupação de evitar especulações de que Ciro pode ser candidato a presidente pela quinta vez.
A articulação para a volta de Ciro ao partido foi conduzida pelo ex-governador Tasso Jereissati, que foi seu padrinho político no início de carreira.